"Digna de louvor e veneração sois vós,ó Virgem Maria, que sem prejuízo de vossa pureza vos tornastes Mãe do Salvador"
Duplo maior – Param. brancos
A festa celebra a glória de Maria (Intr.), nossa advogada e Medianeira
junto a Deus (Al., Secr., Com.),
agraciada com o altíssimo privilégio da divina Maternidade (Gr., Ev.), e exalta “os contínuos favores” à Ordem do Carmo (Or.).
A festa – a princípio própria dos Carmelitas e
estendida a toda Igreja em 1726 por Bento XIII – é muito cara aos devotos de
Nossa Senhora, porque recorda a instituição do Santo Escapulário que, segundo
uma piedosa e razoável crença, a Virgem entregou a São Simão Stock, Geral dos
Carmelitas, a 16 de julho de 1251. Em 1316 Maria apareceu ao Papa João XII
ordenando-lhe que publicasse o privilégio do sábado, isto é, que Ela libertará
certamente do Purgatório, no primeiro sábado depois de sua morte, aos fiéis que
em vida tiverem praticado fielmente a devoção a Ela, trazendo seu escapulário,
vivendo castamente segundo o próprio estado, recitando cada dia o ofício
mariano (que pode ser substituído por outras práticas) e observando a
abstinência de carne três vezes por semana.
Missal Romano Quotidiano – Latim/Português - 1959
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O Monte Carmelo, na Palestina, é o lugar sagrado do
Antigo e Novo Testamento. É o
Monte em que o Profeta Elias evidencia a existência e a presença do Deus
verdadeiro,
Vendo os 450 sacerdotes pagãos do Baal e os 400
profetas dos bosques, fazendo descer do céu o fogo devorador que lhes extinguiu
a vida. (III Livro dos Reis, XVIII, 19 seg.).
É ainda o Profeta Elias que implora do Senhor chuva
benfazeja, depois de uma seca de três anos e três meses (III Livro dos Reis,
XVIII, 45).
É no Monte Carmelo que a tradição colocou a origem
da Ordem Carmelitana. Ali viviam eremitas entregues à oração e à penitência.
Os Fatos:
A palavra Carmelo (em hebraico, "carmo"
significa vinha; e "elo" significa senhor; portanto, "Vinha do
Senhor"): este nome nos leva para esta famosa montanha da Palestina, donde o profeta Elias e o sucessor Elizeu fizeram história com Deus e com Nossa Senhora,
que foi pré-figurada por uma nuvenzinha branca que, num período de grande seca,
prenunciava a chuva redentora que cairia sobre a terra ressequida (cf I Rs
18,20-45).
Por uma intuição sobrenatural, soube que essa
simples nuvem, com forma de uma pegada humana, simbolizava aquela mulher
bendita, predita depois pelo Profeta Isaías (“Eis que uma virgem conceberá e
dará à luz um filho”), que seria a Mãe do Redentor. Do seu seio virginal sairia Aquele que,
lavando com seu sangue a terra ressequida pelo pecado, abriria aos homens a
vida da graça.
Estes profetas foram "participantes" da
obra Carmelita, que só vingou devido à intervenção de Maria, pois a parte dos
monges do Carmelo que sobreviveram (século XII) da perseguição dos muçulmanos;
fugiram para a Europa e radicaram-se em vários países entre eles a Inglaterra.
Dos seguidores de Elias e seus continuadores, de acordo com a tradição, nasceu
a Ordem do Carmo, da qual
Maria Santíssima é a Mãe e esplendor, segundo as palavras também de
Isaías “A glória do Líbano lhe
será dada, o esplendor do Carmelo e de Saron” (Is 35, 2).
São Luis IX, rei da França, sobe ao Monte Carmelo.
Encontra-se com aqueles eremitas e fica encantado, quando lhe contam que sua
origem remonta ao Profeta Elias, levando uma vida austera de oração e
penitência, cultivando ardente devoção à Nossa Senhora. Trinta anos, antes de
São Luis IX subir ao Monte Carmelo, dois cruzados ingleses levaram para a
Inglaterra alguns monges.
O Santo
São Simão Stock
Na Inglaterra, vivia um homem penitente, como o
Profeta Elias, austero como João Batista. Chamava-se Simeão. Mas, diante de sua
vida solitária na convexidade de uma árvore no seio da floresta, deram-lhe o
apelido de Stock.
Simão nasceu no ano de 1165 no castelo de Harford,
no condado de Kent, Inglaterra, em atenção às preces de seus piedosos pais, que
uniam a mais alta nobreza à virtude. Alguns escritores julgam mesmo que tinham
parentesco com a família real.
Sua mãe consagrou-o à Santíssima Virgem desde antes
de nascer. Em reconhecimento a Ela pelo feliz parto, e para pedir sua especial
proteção para o filhinho, a jovem mãe, antes de o amamentar, oferecia-o à
Virgem, rezando de joelhos uma Ave-Maria. Bela atitude de uma senhora altamente
nobre!
O menino aprendeu a ler com pouquíssima idade. A
exemplo de seus pais, começou a rezar o Pequeno Ofício da Santíssima Virgem, e
logo também o Saltério. Esse verdadeiro pequeno gênio, aos sete anos de idade
iniciou o estudo das Belas Artes no Colégio de Oxford, com tanto sucesso que
surpreendeu os professores. Foi também nessa época admitido à Mesa Eucarística,
e consagrou sua virgindade à Santíssima Virgem.
Perseguido pela inveja do irmão mais velho, e
atendendo a uma voz interior que lhe inspirava o desejo de abandonar o mundo,
deixou o lar paterno aos 12 anos, encontrando refúgio numa floresta onde viveu
inteiramente isolado durante 20 anos, em oração e penitência.
Nossa Senhora revelou-lhe então seu desejo de que
ele se juntasse a certos monges que viriam do Monte Carmelo, na Palestina, à
Inglaterra, “sobretudo porque aqueles religiosos estavam consagrados de um modo
especial à Mãe de Deus”. Simão saiu de sua solidão e, obedecendo também a uma
ordem do Céu, estudou teologia, recebendo as sagradas ordens. Dedicou-se à
pregação, até que finalmente chegaram dois frades carmelitas no ano de 1213. Ele
pôde então receber o hábito da Ordem, em Aylesford.
Em 1215, tendo chegado aos ouvidos de São Brocardo,
Geral latino do Carmo, a fama das virtudes de Simão, quis tê-lo como coadjutor
na direção da Ordem; em 1226, nomeou-o Vigário-Geral de todas as províncias
européias.
São Simão teve que enfrentar uma verdadeira
tormenta contra os carmelitas na Europa, suscitada pelo demônio através de
homens ditos zelosos pelas leis da Igreja, os quais queriam a todo custo
suprimir a Ordem sob vários pretextos. Mas o Sumo Pontífice, mediante uma bula,
declarou legítima e conforme aos decretos de Latrão a existência legal da Ordem
dos Carmelitas, e a autorizou a continuar suas fundações na Europa.
São Simão participou do Capítulo Geral da Ordem na
Terra Santa, em 1237. Em um novo Capítulo, em 1245, foi eleito 6° Prior-Geral
dos Carmelitas.
A
Aparição da Mãe de Deus a São Simão Stock.
Após a algum tempo de calmaria, as perseguições
reiniciaram com mais intensidade.
Na falta de auxílio humano, São Simão recorria à
Virgem Santíssima com toda a tristeza de seu coração, pedindo-Lhe que fosse
solícita à sua Ordem, tão provada, e que desse um sinal de sua aliança com ela.
Na manhã do dia 16 de
julho de 1251, suplicava com maior empenho à Mãe do Carmelo sua proteção,
recitando a bela oração por ele composta:
"Flor do Carmelo,
Vinha florífera, Esplendor do céu, Virgem fecunda, singular. Ó Mãe benigna, sem
conhecer varão, aos Carmelitas dá privilégio, Estrela do Mar!".
Terminada esta prece, levanta os olhos marejados de
lágrimas, vê a cela encher-se, subitamente, de luz. Rodeada de anjos, em grande
cortejo, apareceu-lhe a Virgem Santíssima, revestida de esplendor, trazendo nas
mãos o Escapulário dizendo a São Simão Stock, com inexprimível ternura
maternal:
‘Recebe, diletíssimo filho, este Escapulário de tua Ordem como sinal
distintivo e a marca do privilégio que eu obtive para ti e para todos os filhos
do Carmelo; é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos, aliança de paz
e de uma proteção sempiterna. Quem morrer revestido com ele será preservado do
fogo eterno’.
Essa graça especialíssima foi imediatamente
difundida nos lugares onde os carmelitas estavam estabelecidos, e autenticada
por muitos milagres que, ocorrendo por toda parte, fizeram calar os adversários
dos Irmãos da Santíssima Virgem do Monte Carmelo.
São Simão Stock atingiu extrema idade e altíssima
santidade, operando inúmeros milagres, tendo também obtido o dom das línguas;
foi chamado a pátria celeste por Deus em 16 de maio de 1265.
Nossa Senhora voltou ao céu e o Escapulário
permaneceu como sinal de Maria. Na última aparição de Lourdes e de Fátima,
Nossa Senhora traz o Escapulário.
São passados mais de 750 anos, desde o dia 16 de
julho de 1251. Todos os que trouxeram o Escapulário, com verdadeira piedade,
com sincero desejo de perfeição cristã, com sinais de conversão, sempre foram
protegidos na alma e no corpo contra tantos perigos que ameaçam a vida
espiritual e corporal. É só ler os anais carmelitanos para provar a proteção e
a assistência de Maria Santíssima.
O Escapulário é a devoção
de papas e reis, de pobres e plebeus, de homens cultos e analfabetos. É a
devoção de todos. Foi a devoção de São Luis IX, de Luis XIII, Luis XIV da
França, Carlos VII, Filipe I e Filipe III da Espanha, Leopoldo I da Alemanha,
Dom João I, de Portugal.
E a devoção dos Papas: Bento XV o pontífice da
paz, chamou o Escapulário a "arma dos cristãos" e aconselhava aos
seminaristas que o usassem. Pio IX gravou em seu cálice a seguinte inscrição:
"Pio IX, confrade Carmelita". Leão XVIII, pouco antes de morrer,
disse aos que o cercavam: "Façamos agora a Novena da Virgem do Carmo e
depois morreremos".
Pio XI escrevia, em 1262, ao Geral dos Carmelitas:
"Aprendi a conhecer e a amar a Virgem do Carmo nos braços de minha mãe,
nos primeiros dias de minha infância".
Pio XII afirmava: "É certamente o Sagrado
Escapulário do Carmo, como veste Mariana, sinal e garantia da proteção e
salvação ao Escapulário com que estavam revestidos. Quantos nos perigos do
corpo e da alma sentiram a proteção Materna de Maria".
Pio XII ainda chegou a escrever: "Devemos
colocar em primeiro lugar a devoção do escapulário de Nossa Senhora do Carmo -
e ainda - escapulário não é 'carta-branca' para pecar; é uma 'lembrança' para
viver de maneira cristã, e assim, alcançar a graça duma boa morte".
John Mathias Haffert, autor do livro "Maria na
sua Promessa do Escapulário", entrevistou a Irmã Carmelita Lúcia, a
vidente de Fátima ainda viva e perguntou, por que na última aparição Nossa
Senhora segurava o escapulário na mão?
Irmã Lúcia respondeu simplesmente: "É que Nossa Senhora quer que todos usem
o Escapulário".
A Aparição de Fátima e o
Escapulário.
Após a última aparição de Nossa Senhora de Fátima
na Cova da Iria, surgiram aos olhos dos três videntes varias cenas.
Na primeira, ao lado de São José e tendo o Menino
Jesus ao colo, Ela apareceu como Nossa Senhora do Rosário. Em seguida, junto a
Nosso Senhor acabrunhado de dores a caminho do Calvário, surgiu como Nossa
Senhora das Dores. Finalmente, gloriosa, coroada como Rainha do Céu e da Terra,
a Santíssima Virgem apareceu como Nossa
Senhora do Carmo, tendo o Escapulário à mão.
Por que Nossa Senhora apareceu com o Escapulário
nesta última visão a 13 de Outubro em Fátima? Perguntaram a Lúcia em 1950.
Lúcia respondeu: É que Nossa Senhora quer que todos
usem o Escapulário respondeu ela.
“E é por este motivo que o Rosário e o Escapulário,
são dois sacramentais marianos mais privilegiados, universais, mais antigos e
valiosos, adquirem hoje uma importância maior do que em nenhuma época passada
da História”
Numa bula de 11 de fevereiro de 1.950, o Papa Pio
XII convidava a "colocar em primeiro lugar, entre as devoções marianas,
o escapulário que está
ao alcance de todos"; entendido como veste mariana, esse é de fato um
ótimo símbolo da proteção da Mãe celeste, enquanto sacramental extrai o seu
valor das orações da Igreja e da confiança e amor daqueles que o usam.
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