"O regime republicano ofereceu ao povo brasileiro prejuízo, violência, corrupção, crises econômicas e políticas, baldeação ideológica, roubo, mentira, destruição de valores; o povo tem sido lesado e enganado, a ponto de estar perdido, sem esperança."
Paulo
Roberto de Oliveira Santos
O golpe que inaugurou o regime
republicano no Brasil inaugurou também um tempo obscuro na história do país,
pois desde então, houve uma sucessão de golpes, intercalado por crises e
acompanhado por roubo e corrupção.
A primeira fase do regime
republicano, conhecido como República Velha, é marcado pelas relações de
clientelismo e coronelismo, herdados do regime monárquico, mas aprofundados e
consolidados na República, favorecidos pelo novo modelo de governo adotado no
Brasil.
As eleições, que já haviam no
governo monárquico, tornaram-se mais frequentes e mais amplas durante a
República, pois passam a ocorrer eleições para presidente, e posteriormente
para prefeitos (nos municípios) e governadores dos Estados. Somado à ignorância
e analfabetismo de boa parte da população brasileira de então, as eleições
republicanas fizeram desse mesmo povo presa fácil para os políticos,
consolidando o voto de cabresto. Desta forma, os cargos políticos passaram a
ser objeto de barganha, de cessão de favores, tendo como resultado a fraude, a
violência e outras artimanhas. Com o intuito realizado, isto é, sendo eleito,
ocupando o cargo, tomando posse, o político se utilizava do cargo para aumentar
suas posses e seu poder.
Tal situação se dava inclusive nos
mais elevados níveis e escalões dos governos, especialmente no governo federal,
fato demonstrado pela política dos governadores, estabelecida durante o governo
de Campos Sales (1898-1902). A Comissão Verificadora, o coronelismo e o voto de
cabresto são alguns dos instrumentos utilizados, desde os primeiros anos da
República, para institucionalizar a corrupção e a fraude. A política dos
governadores é conhecida também como política do café com leite, já que levou à
presidência antigos governadores de Minas Gerais - principal produtora de leite
na época – e de São Paulo – principal produtor de café no mesmo período. Também
foram consagrados como líderes da política nacional os partidos republicanos
dos citados Estados.
A política do café com leite só
chegou ao fim com um golpe, e acabou dando origem à primeira ditadura brasileira:
a Era Vargas. Méritos e acertos poderiam ser enumerados durante o governo de
Getúlio Vargas, mas houveram vários prejuízos, como o conflito entre mineiros e
paulistas (que eram aliados até 3 anos antes), deflagrado em função do episódio
conhecido como Revolução Constitucionalista.
Ademais, a Era Vargas marca ainda o
desmando perpetrado por ocasião das intervenções nos Estados e pelo golpe que
Getúlio aplicou no próprio mandato, prologando sua permanência à frente do
governo brasileiro, o que resultou em 15 anos de Vargas como presidente do
Brasil.
Cerca de dez anos após o fim do
governo ditatorial de Vargas, nova tentativa de golpe para impedir a posse de
Juscelino Kubistchek, e em 1964, inicia-se o regime militar.
Com o fim do regime militar e a redemocratização do Brasil, os discursos das
ideologias de esquerda, em suas diversas faces, passaram a ser hegemônicos e a
dominar os meios culturais, artísticos, midiáticos, acadêmicos, jurídicos e
especialmente políticos. Ao mesmo tempo, os brasileiros viram enxurradas de
escândalos de corrupção envolvendo desvio de dinheiro público, pagamento de
propina a empresários e tantas outras aberrações em todos os níveis e escalões
dos governos municipais, estaduais e federal. Os brasileiros presenciaram ainda
terríveis e dramáticas crises econômicas e políticas após a redemocratização,
às vezes intercalados por períodos de crescimento econômico, mas que se
mostraram instáveis e passageiros; o que realmente permanece são as crises.
No referido período houve ainda o
inchaço do Estado, que tem se tornado cada vez mais oneroso e ineficiente; e
isso tudo vem acompanhado do crescimento de toda espécie de violência e
barbárie, do aumento absurdo do consumo e tráfico de drogas, da destruição das
famílias e dos valores religiosos e morais, deste que é o país com maior número
proporcional de católicos, que foi chamado Terra de Santa Cruz e que tem Nossa
Senhora Aparecida como Rainha e Padroeira.
Atualmente, o povo brasileiro sofre
novamente com grave crise política e econômica, mas que não são as únicas. A
educação pública é vergonhosa, e em muitas ocasiões, não passa de doutrinação
ideológica, como seria próprio de uma educação estatal; as universidades
públicas, com exceção de alguns campus dos institutos federais, estão
predominantemente sucateadas; a saúde é caótica, as pessoas morrem à míngua, e
a situação está assim há décadas; a segurança está pior que nunca, já que a
violência não cansa de fazer vítimas de norte a sul, de leste a oeste, entre
ricos e pobres.
Enfim, o regime republicano
ofereceu ao povo brasileiro quase 130 anos de prejuízo, violência, corrupção,
crises econômicas e políticas, baldeação ideológica, roubo, mentira, destruição
de valores; o povo tem sido lesado e enganado, a ponto de estar perdido, sem
esperança. Uma solução eficaz e duradoura se faz imperativa neste momento da
história do Brasil.
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