É comum que os jornais, quando intentam mostrar a opinião das
mulheres sobre algum assunto, interroguem justamente aquelas que se dizem
"feministas".
Ora, este equívoco
é lamentável. Não é justo chamar um curandeiro para representar os médicos, um
arrancador de dentes representar os odontólogos, um misturador de massas de
modelar para representar os químicos, um consertador de rádios para representar
os engenheiros eletrônicos, uma prostituta para representar as mulheres.
Este último
exemplo, por esdrúxulo que seja, não é tão humilhante para as mulheres do que
serem representadas por uma "feminista". Explico-me: as meretrizes
entregam seu corpo em troca de dinheiro. As feministas fazem algo mais
degradante: em troca dos dólares que recebem do exterior, entregam, não o seu
corpo, mas aquilo que há de mais nobre na mulher: sua vocação à maternidade.
Associam-se em entidades fartamente remuneradas com a condição de fazerem tudo
e somente aquilo para que são contratadas. Ao contrato do que possa parecer,
elas são a expressão máxima da subserviência, do rebaixamento e da degradação
feminina.
O que o patrão
delas deseja? Que elas, renunciando ao instinto materno, ao desejo natural de
fazer tudo por sua prole, até de dar a vida por ela, convertam-se em defensoras
da legalização do hediondo crime do aborto. O poder corrosivo do dinheiro vai a
ponto de fazê-las defender o direito que a mulher tem (?) de matar seus filhos.
Nada mais estranho à índole da mulher e à psicologia feminina.
Os argumentos por
elas utilizados para este macabro fim oscilam entre o hipócrita e o ridículo.
Para referir-se à prática infanticida nunca usam o verbo "matar", e
muito menos "assassinar". A palavra criança é evitada a todo custo, e
para isto usam-se vários eufemismos e metonímias: concepto, produto conceptual,
embrião, feto, blastocisto. Para o aborto o substitutivo mais comum é
"interrupção da gravidez", embora nunca utilizem "interrupção da
vida" para o assassinato de um adulto.
O aborto seria um
direito de a mulher de dispor do seu próprio corpo, como se a criança fosse uma
verruga, um quisto, um tumor, uma unha ou um fio de cabelo, um pedaço do corpo
humano.
A atenção é
concentrada sobre o drama das mulheres que morrem em "abortos mal
feitos", sem que haja nenhuma lamentação pelas crianças que, bem ou mal
assassinadas, foram jogadas fora como lixo. Paradoxalmente elas não se
preocupam em legalizar o roubo, embora haja muitos ladrões de baixo poder
aquisitivo, que morrem em "roubos mal feitos". Também não está na sua
pauta a legalização do "sequestro", pois não há condolência pelos
sequestradores que morrem em "sequestros mal feitos". O aborto,
enquanto assassinato de um inocente e indefeso, supera em muito a monstruosidade
de qualquer roubo ou sequestro. Mas aquela que pratica tal crime deve ter
atenção especial por parte do Estado, a fim de que o extermínio de sua prole
seja feito dentro das normas da "higiene" e da "segurança".
Ao defender o
aborto, as feministas ousam dizer (pasmem!) que somente os homens o condenam, e
isto apenas porque são homens. As mulheres sem dúvida, dizem elas, estão a seu
favor. Quando recebem manifestações contrárias de mulheres pró-vida, procuram
classificá-las não como mulheres, mas como "fundamentalistas
religiosas" que querem impor sua "crença", sua
"doutrina", a um Estado "laico". O respeito à vida nascente
não seria então uma lei natural, mas apenas o capricho de uma seita, como a
proibição de comer carne de porco ou de fazer transfusão de sangue.
O grito de guerra
delas é a defesa da "vida das mulheres". Esquecem ou não querem
lembrar, que cinquenta por cento das crianças abortadas são do sexo feminino, e
que elas próprias já habitaram o útero.
Quantas são as
feministas? Um número reduzidíssimo. No Congresso Nacional funciona "a
todo vapor" um lobby pró-aborto chamado CFEMEA (lê-se cefêmea): Centro
Feminista de Estudos e Assessoria. Freqüentam o Congresso diariamente, como se
não tivessem outras ocupações com a família ou o emprego. Nas sessões
legislativas não passam de uma dúzia ocupando a galeria. No entanto seu
trabalho é eficientíssimo. Fazem pesquisas, enquetes, pressões individuais
sobre os deputados, promovem seminários, conferências, e para tanto, trazem
abortistas de toda a parte do país. Imprimem livros e panfletos e os distribuem
fartamente. Além disso, obtêm sempre um bom espaço nos meios de comunicação
social. O dia da votação é cuidadosamente preparado, bem como os itens da pauta
e a ordem em que serão apreciados. Em caso de perceberem uma possibilidade de
derrota, conseguem habilmente, com algum dispositivo do regimento interno, o
adiamento da votação.
Nenhum de nós,
pró-vida, teríamos tempo e dinheiro para fazer o que elas fazem. De onde vem
seu financiamento? A resposta encontra-se na ficha editorial (página 2) de
qualquer boletim mensal do CFEMEA. Lá se encontra sempre em letras miúdas após
a palavra "Apoio": Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP),
Fundo das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM) e duas entidades privadas: a
Fundação Ford e a Fundação Mc Arthur. No Guia
dos Direitos da Mulher, por elas publicado, aparece ainda um outro
financiador: a UNICEF, que recentemente deixou de receber ajuda do Vaticano por
estar patrocinando o aborto.
O CFEMEA não é a
única entidade feminista. Há várias outras como o Fórum de Mulheres de
Brasília, a União Brasileira de Mulheres, o Conselho Nacional de Direitos da
Mulher, a Rede Nacional de Saúde e Direitos Reprodutivos... Mas o leitor não deve
estranhar se descobrir que elas são apenas um punhado de pessoas, associando-se
de diversas formas, com nomes pomposos, com o fim de causar impacto na opinião
pública.
Verifica-se nas
entidades feministas brasileiras aquilo que já planejava o Relatório Kissinger para
o controle demográfico de treze países-chave, entre eles o Brasil. Dizia o
referido documento, datado de 1974:
"A
condição e a utilização das mulheres nas sociedades dos países subdesenvolvidos
são de extrema importância na redução do tamanho da família" (NSSM
200, p. 151).
Quanto as
feministas recebem? Isto é um enigma. Certamente é um salário alto, pois muitos
são os doadores. Em 1994 o CFEMEA recebeu somente da Fundação Ford 175.000 dólares para "consolidar
uma rede de saúde reprodutiva e direitos reprodutivos da mulher" (Fonte:
New York - Civil Rights). Dados mais atuais e mais completos eu deixo para a
investigação do leitor.
No dia 27 de
fevereiro de 1997 tive oportunidade de presenciar como são marionetizadas as
feministas. Naquele dia elas conseguiram reunir no Espaço Cultural da Câmara
dos Deputados aborteiros de toda a parte: São Paulo, Campinas, Recife,
Brasília, com o único fim de fazer propaganda do projeto de lei abortista
20/91. No final, a presidente da mesa, Guacira César de Oliveira, prestou seus
agradecimentos ao "patrão": "Nós queremos agradecer ao Fundo
das Nações Unidas para a População, que patrocinou este seminário".
Pelo que me consta, não havia na sala nenhum representante da entidade
patrocinadora. Mas a conferência estava sendo gravada e provavelmente o
empregador gostaria de ouvir a um ato de gratidão das assalariadas.
O objetivo de
instrumentalizar as mulheres para fins de controle demográfico transparece no
investimento de 1,92 milhões de dólares feito pelo BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) para a criação de um Centro de Liderança da Mulher no Rio de
Janeiro. Segundo a notícia, veiculada no dia 6/12/96, tal centro poderia
proporcionar cursos de "treinamento" (sic) para 270 mulheres (Correio
Braziliense, Economia e Trabalho, p. 13).
A legalização do
aborto, depois da esterilização, é importantíssima para o controle demográfico.
Já dizia o Relatório Kissinger:
"Certos
fatos sobre o aborto precisam ser entendidos:
- nenhum país
já reduziu o crescimento de sua população sem recorrer ao aborto" (NSSM 200, p. 182).
Os dados acima
relatados creio sejam suficientes para o leitor descobrir que legalizar o
aborto não é um desejo insano de alguns desocupados. É uma decisão consciente e
minuciosamente planejada pelos organismos internacionais. Os quais no Brasil
contam com as feministas como suas melhores servidoras.
Concluindo,
perguntar se uma feminista é ou não a favor do aborto é uma redundância. Ela
não pode se opor publicamente àquele que a financia. Ser feminista não é uma
questão de convicção, mas de profissão. Profissão degradante, sem dúvida,
abaixo mesmo da prostituição.
Assim sendo,
quando o fim de uma entrevista for descobrir o que pensam as entidades
estrangeiras sobre o aborto, as feministas são as pessoas indicadas. Assim, se
quisermos saber o que o FNUAP pensa sobre o aborto, uma ótima ideia é
entrevistar um membro do CFEMEA. Se quisermos saber o pensamento da Fundação
Ford sobre o assunto, podemos entrevistar as "Católicas pelo Direito de
Decidir". Se quisermos saber o que acha a Fundação Mc Arthur acerca do
aborto, um ótimo recurso é entrevistar alguém do Grupo Transas do Corpo.
Porém nenhum jornalista
pode cometer o crime de entrevistar os grupos acima como se eles representassem
"as mulheres". Mulheres são seres humanos dos quais as feministas são
grosseiras caricaturas. Para saber o que as mulheres pensam sobre o aborto, que
tal entrevistar uma mãe de família, apaixonada pelos seus filhos e que nunca
viu na sua frente um centavo de dólar?
Pe. Luiz Carlos
Lodi da Cruz
18 de fevereiro de 1998
18 de fevereiro de 1998
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