Porém, poder-se-ia perguntar, o que resulta daí?
O mundo está cada vez pior, as famílias ameaçadas se desagregam, governos populistas se assanham contra seus países, agendas inimagináveis promovem extravagâncias perversas como a “ideologia de gênero”, o crime está na esquina, a droga na escola e a confusão na igreja.
Então, do que adianta Nossa Senhora agir com tanta largueza se o mundo em geral – não cada um de seus devotos, mas sim as sociedades e os governos em geral – se afastam cada vez mais dEla e se acumpliciam com seus adversários externos?
O inimigo do catolicismo está mais forte do que nunca. Há séculos filósofos iluministas sonharam um domínio invasor do naturalismo científico cru e integral, inspirado só pela técnica materialista.
Há cem anos tentam implantar um socialismo e um comunismo que já matou com crimes e fome mais de cem milhões de pessoas. E não param.
Desde centros internacionais tenta se implantar uma república universal de matriz ecológica ferozmente igualitária, em cujo ambiente sejam varridos todos os resquícios de uma religião sobrenatural e seja instalado um culto naturalista da “Mãe Terra” ou Gaia.
E dentro da Igreja há quem acolha essa utopia sem-Deus?
Não está aí o comunismo voltando na Rússia, na América Latina, na Teologia da Libertaçãao?
Não está aí o perigoso deslizar da própria sociedade ocidental que no fundo também caminha para a realização deste “ideal”?
Sim. E a proximidade deste perigo é até maior do que geralmente se pensa. Mas ninguém atenta para um fato de importância primordial.
É que enquanto o mundo vai sendo modelado para a realização deste sinistro desígnio, um profundo, um imenso, um indescritível mal-estar se vai apoderando dele.
Doentes e romeiros diante da Gruta, em Lourdes, França |
Dir-se-ia que a humanidade inteira sofre violência, que está sendo posta em uma forma que não convém à sua natureza, e que todas as suas fibras sadias se contorcem e resistem.
Há um anseio imenso por outra coisa, que ainda não se sabe qual é.
Mas, enfim, fato talvez novo desde que começou, no século XV, o declínio da civilização cristã.
O mundo inteiro geme nas trevas e na dor, precisamente como o filho pródigo quando chegou ao último da vergonha e da miséria, longe do lar paterno.
No próprio momento em que a iniquidade parece triunfar, há algo de frustrado em sua aparente vitória.
A experiência nos mostra que é de descontentamentos assim que nascem as grandes surpresas da História.
À medida que a contorção se acentuar, acentuar-se-á o mal-estar. Quem poderá dizer que magníficos sobressaltos daí podem provir?
No extremo do pecado e da dor, está muitas vezes, para o pecador, a hora da misericórdia divina...
Ora, este sadio e promissor mal-estar é, a meu ver, um fruto da ressurreição da fibra católica com os grandes acontecimentos, ressurreição esta que repercutiu favoravelmente sobre o que havia de restos de vida e de sanidade em todas as áreas de cultura do mundo.
Os eventos grandes, ou grandíssimos como este, não surgem do nada. E quem tem poder para suscitá-los.
Sem dúvida nenhuma não há homem capaz de suscitá-lo. Não há forças na humanidade decaída que se avança na história é meio se derrubando, tantos são os fatores de confusão.
Só há Alguém que é capaz: a Mãe do onipotente Deus que obtém dEle tudo Ela pede. É Nossa Senhora.
Ela está agindo em Lourdes, mas também no fundo de todo coração que percebe que está andando mal e pede socorro compungido.
Fonte: http://lourdes-150-aparicoes.blogspot.com.br/2015/09/enquanto-os-homens-naufragam-na.html
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