"A ciência é um tipo de conhecimento gerado pelo ser humano, e o cientista pode ser tão ideólogo e tendencioso quanto qualquer outro ser humano."
Paulo Roberto Oliveira
dos Santos
Vários poderiam ser os títulos deste texto, tendo em vista
a quantidade de assuntos que serão mencionados, apesar de todos serem
convergentes. Este texto podia ser chamado: Reflexões sobre a COVID, ou O vírus
da tirania, ou COVID e a evidente derrocada da democracia, ou COVID e a
anticiência. Mas a reflexão que queremos propor diz respeito a diversos males
causados sob o pretexto de combater a COVID-19, o que inclui os tópicos que
poderiam intitular este texto.
Para tentar combater a COVID, diversos males estão sendo
causados, como a ansiedade (e talvez outros problemas psicológicos), a
dificuldade de se tratar várias outras doenças, igualmente ou mais graves que a
COVID, a falência das economias e a dificuldade ou impossibilidade de as
pessoas buscarem seu sustento, a grande margem para uma convulsão social de
elevadas proporções. O remédio deve ser pior que a doença que pretende tratar?
Muito tem se falado da ciência, que vem sendo aclamado como
uma espécie de divindade. Contudo, a ciência é um tipo de conhecimento gerado
pelo ser humano, e o cientista pode ser tão ideólogo e tendencioso quanto
qualquer outro ser humano. Ademais, o conhecimento científico não é o único
tipo de conhecimento legítimo e nem o mais elevado. E ainda assim, diversas
medidas carecem de cientificidade, como o próprio lockdown. Ora, qual pesquisa
comprova uma relação de causalidade intrínseca entre o lockdown e a redução dos
casos de COVID? Não vale dizer que houve redução em um período de lockdown,
isso não prova que a redução foi causada pelo lockdown. Cadê a pesquisa
publicada, após aprovação pelos pares, que comprova a relação de causalidade
intrínseca entre o lockdown e a redução dos casos? Qual metodologia foi
utilizada? A amostragem foi adequada?
Os brasileiros acompanham o braço tirânico do Estado se
estendendo a toda sociedade, evidenciando um Leviatã à brasileira. O Estado diz
que horas você pode sair na rua, que tipos de produto os comerciantes podem
vender, o que é e não é essencial; dizendo-se soberana, a instituição política
que conhecemos como Estado, acata recomendações da OMS como se fossem
imposições, e terminam justamente por impor suas vontades ao povo.
Aqueles que foram eleitos dizendo representar o povo,
especialmente os integrantes do poder legislativo, a quem compete elaborar leis
e fiscalizar as ações do executivo, se curvam às medidas autoritárias deste,
que por sua vez, se curvam às medidas autoritárias de integrantes do poder
judiciário, que não receberam um voto do povo. Os brasileiros veem a usurpação
das prerrogativas institucionais das diferentes instâncias de poder da
administração pública e a conivência das pessoas que ocupam os cargos das
referidas instâncias da administração pública.
O povo não tem conseguido trabalhar, gerando riquezas para
pagar suas contas, alimentar suas famílias, pagar seus impostos; entretanto,
pouco está sendo feito no sentido de reduzir impostos, ou até mesmo suspender
alguns; as regalias que que tiranos da administração pública possuem são pagas
com o dinheiro dos impostos pagos justamente pela riqueza gerada através do
trabalho, mas se não está sendo possível o exercício do trabalho, estes tiranos
não deveriam propor, em primeiro lugar, o corte de seus salários, de suas
regalias, até mesmo para comprar vacinas e ampliar leitos de UTI nos hospitais?
Por fim, absorvendo a sociedade e as demais instituições
que a integram, a instituição política chamada Estado, em ato de ingerência na
religião, manda fechar igrejas. Mas este não é o pior, e sim, a subserviência
das lideranças eclesiásticas católicas a tais atos, impedindo o acesso do povo
aos sacramentos, e à assistência religiosa – ao menos do povo que busca tais
coisas. Entretanto, esta é apenas mais uma evidência da decadência religiosa do
nosso tempo, algo cuja origem remonta a séculos, mas que se expressa de forma
inequívoca na atualidade. Verifica-se o desespero em que muitas pessoas se
encontram, e de quantas coisas muitos estão dispostos a abrir mão, e quantos
sacrifícios muitos são capazes de fazer para salvar suas vidas terrenas, mas
não se percebe o medo de, morrendo, perecer nas chamas eternas do inferno, e
nem se evidencia sacrifícios ou coisas das quais está-se disposto a fazer ou
abrir mão para a salvação das almas.
Em algum grau, a COVID-19 escancarou vários problemas que
já estavam presentes e desnudou contradições e hipocrisias de uma sociedade
decadente, em escala global.
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