"Paralelamente, vemos a imprensa, que de forma praticamente unânime, defender o lockdown e o isolamento"
Paulo Roberto Oliveira dos Santos
Novos decretos de lockdown, dentro outras medidas mais drásticas têm sido anunciadas no Brasil inteiro nos últimos dias, como tentativa de combater a COVID-19. O resultado é o impedimento do funcionamento do comércio em geral, com algumas poucas exceções, o que não necessariamente combate aglomerações, que podem ocorrer em bancos, lotéricas, farmácias, supermercados, transporte público. Mediante estes e outros fatores, há controvérsias sobre o lockdown como medida eficaz no combate ao vírus.
O que se evidencia é que alguns raros comerciantes que ousam abrir seus comércios são penalizados, e mesmo aqueles que estão funcionando com autorização são obrigados a agir, em certas circunstâncias, como se estivessem vendendo algum produto proibido, de alta periculosidade.
Entretanto, o objetivo principal deste texto não é questionar o lockdown como medida de contenção do vírus, mas chamar a atenção para a razão pela qual se decretam medidas extremas como estas, e isso ocorre, neste caso específico, para evitar um colapso no sistema de saúde. Mas isso deveria ser resolvido com o repasse feito pelo governo federal às prefeituras e estados para o investimento em UTIs. Alguns pode alegar que o dinheiro não era suficiente, mas há evidências de que ele tem sido sistematicamente desviado. E apesar das investigações e ações dos órgãos policiais, pouco se avançou em termos de punição para os culpados. A mesmo tempo, altos funcionários públicos estão chamando celular de quase 4 mil reais de esmolas, enquanto outros estão preocupados em perseguir, censurar e calar aqueles que lhes fazem oposição.
Mas se ainda assim o problema é dinheiro para investir em UTIs, vacinas e infraestrutura geral da saúde, porque sacrificar apenas o povo que precisa trabalhar? Porque não houveram medidas e propostas no sentido de cortar verbas de gabinetes e auxílios de altos funcionários públicos, de vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores, presidente, secretários e ministros? Porque a população precisa pagar a conta sozinha? Porque os auxílios moradia, transporte, roupa e tantos outros ricos benefícios não foram cortados? Porque não houve drásticas redução de verbas de publicidade, verbas de gabinete? Não há dúvidas de que cortes como estes gerariam economia o suficiente para equipar hospitais com leitos de UTI e comprar vacinas. No mínimo, porque as tarifas de contas de energia e água não foram reduzidas para, no mínimo, aliviar um pouco o povo que tem enfrentado severas dificuldades para pagar suas contas? Enquanto o povo vive na penúria, com um salário mínimo para sobreviver, alguns um pouco mais, outros um pouco menos, funcionários públicos do alto escalão e, principalmente políticos, recebem ótimos salários e outros recursos. Não era hora de renunciar a isto e olhar para o povo? Estariam os representantes do povo muito ocupados com seus conchavos políticos para salvar seus mandatos ou garantir sua reeleição, ao mesmo tempo que ignoram o próprio povo que dizem representar?
Paralelamente, vemos a imprensa, que de forma praticamente unânime, defender o lockdown e o isolamento – em muitos casos, não seguidos por profissionais desta mesma imprensa. Invés disso, porque a imprensa não cobra que medidas como as apontadas acima sejam tomadas? Isso faria com que ela se colocasse contra o lockdown? Colocar-se contra o lockdown faria com que a imprensa se alinhasse ao discurso de um seu adversário, desafeto?
Estas breves observações, bem como várias outras ponderações que poderiam ser feitas indicam que a chegada da COVID-19 evidenciou o roubo do dinheiro público, a indiferença de quem deveria combater esse roubo, o interesse dos ocupantes de cargos eletivos em manter-se no poder, independentemente de cor partidária ou viés ideológico.
Que Nossa Senhora interceda por nós, junto a Nosso Senhor Jesus Cristo, para que em meio a este vale de lágrimas, possamos oferecer sacrifícios e fazer penitência, para que, pela graça do mesmo Cristo, possamos alcançar a salvação de nossas almas. E que pela graça o mesmo Senhor Jesus e pela preciosa intercessão de Sua Santíssima Mãe, esta praga possa ser extirpada de nosso meio o quanto antes, mas não sem antes nos punir pelos nossos pecados.
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