Santo Estevão vítima dos fanáticos de então |
«Naqueles dias, Estevão, cheio de Graça e de Fortaleza, fazia grandes prodígios e milagres entre o povo. Todavia, certos membros da Sinagoga, da que se chamava dos libertos, da dos Cireneus e Alexandrinos, e muitos dos que eram da Cilícia e da Ásia, levantaram-se disputando com Estevão; não conseguiram, porém, resistir à sabedoria e ao espírito que falava por sua boca.
Santo Agostinho dizia que só não sabia o que era o tempo quando lho perguntavam. Efectivamente, o espírito filosófico opõe-se ao espírito comum, precisamente nisto: Na análise aprofundada, formal, explicitante, dos conceitos e das realidades. O homem comum contenta-se com estímulos psíquicos básicos, que não dirime, nem procura explicitar em toda a sua riqueza racional e espiritual; em linguagem tomista, dir-se-ia que o homem comum se contenta com o sensível segundo, elaborado pela cogitativs, difícilmente alcançando o conceito. A definição da noção de tempo ocuparia vários volumes; e o próprio Santo Agostinho, nas suas “Confissões” produziu belas páginas sobre o assunto. Houve quem definisse o filosofar como a inversão do rumo normal da inteligência (Bergson); e na realidade, em consequência do pecado original, o rumo normal da inteligência é o da superficialidade, da displicência, da falta de rigor, das noções confusas e inconsequentes. Por isso mesmo, o termo fanatismo também não é definido. Todavia, o fanático é aquele criminoso de delito comum, que por ressentimentos pessoais procura vingar a sua sorte, extraindo um prazer diabólico do sofrimento e da morte que causa aos outros, APARENTANDO GROTESCAMENTE FAZÊ-LO POR MOTIVOS NOBRES. Exemplo acabado de fanáticos, são os jovens ocidentais que se oferecem como voluntários para o chamado “estado islâmico” o qual, em si mesmo, é um movimento de criminosos e assassinos de delito comum, FAZENDO MAL, COM GROSSEIRAS APARÊNCIAS DE VIRTUDE RELIGIOSA. É certo que o Islão, sendo uma criação histórica de satanás, possui elevadíssima propensão para o crime, sobretudo para o homicídio e a violação, pelo que possui toda a lógica, que uma legião de assassinos se apresente com cores Islâmicas.
Os nacionalistas racistas são em geral também fanáticos; tal é perfeitamente visível em franjas do Partido Republicano Americano. Os comunistas, e sobretudo os nazistas, atraíram igualmente muitos fanáticos para as suas hostes. E os católicos? Desgraçadamente, não estão imunes a esse flagelo que provém directamente do pecado original. Um fanático em sentido mais estrito, NÃO É VERDADEIRAMENTE CATÓLICO, NEM DE FÉ INFORME, PORQUE SEGUNDO A DEFINIÇÃO, O FANÁTICO SIMULA VINCULAÇÃO A UMA OBJECTIVIDADE TRANSCENDENTE PARA JUSTIFICAR OS SEUS CRIMES COMUNS. O sacerdote da Fraternidade São Pio X que tentou matar Karol Wojtyla em 13 de Maio de 1982, em Fátima, era um fanático, como o seu percurso ulterior bem demonstrou; e não foi caso único.
Uma das características que permitem reconhecer o fanático, é precisamente a DUREZA PESSOAL, desordenadamente impositiva do próprio ego, do próprio orgulho.
A definição de integrismo é totalmente outra: É a própria existência concebida como sujeição rigorosa a uma Verdade que objectivamente a transcende, explica e ilumina. É esta definição que constitui os mártires e os confessores, que são as obras primas da Graça Divina. Efectivamente, os santos não são homens diminuídos, muito pelo contrário, são eles os verdadeiros homens e as verdadeiras mulheres, mesmo na Ordem Natural, pois possuíram simultâneamente, a humildade e a grandeza, de se certificarem como entes contingentes, elevados à Ordem Sobrenatural, estritamente obrigados a prestar ao seu Criador o testemunho da Fé, da Esperança, e da Caridade; todavia, esse mesmo testemunho, não tem fundamento, Teológico e Metafísico, último neles mesmos – mas sòmente em Deus Uno e Trino.
A diferença entre o fanático e o verdadeiro católico é assim como que infinita; o primeiro eudeusa-se a si mesmo, escravizando tudo o resto; o segundo adora o seu Criador, escravizando-se, se for necessário, a si mesmo.
O fanático muda muito fàcilmente de fanatismo, o que se compreende perfeitamente, se pensarmos que o desejo satânico de fazer mal, de assassinar, se pode mimetizar da representação momentâneamente considerada mais socialmente adequada e eficaz. Mas o verdadeiro católico prossegue, tenazmente, inabalàvelmente o seu caminho, que é o de Deus Nosso Senhor, sempre com a Sua Graça, pois para ele – OS OBSTÁCULOS SÃO ESTÍMULOS; e QUANTO MAIS PARTICIPA DA NATUREZA DIVINA, POR GRANDES QUE SEJAM OS SOFRIMENTOS, MAIS SIMPLES, UNO, E FÁCIL, SE VOLVE ESSE CAMINHO.
Na acção fanática, a causa eficiente, a causa exemplar e a causa final, é sempre o demónio, ENQUANTO ESCRAVIZA A NOSSA ALMA; conquanto o mal em si mesmo, como privação qualificada de ser, não possua, nem possa possuir, causa eficiente, causa exemplar, ou causa final. O que se pretende explicitar é que os nossos pensamentos, as nossas acções, as nossas intenções, necessáriamente, ontològicamente, prosseguem sempre um determinado bem, mas que enquanto NÃO HIERARQUIZADO, NEM OBJECTIVADO, PELA LEI ETERNA, RESULTA EM MAL, EM PRIVAÇÃO DE SER; ORA ESSES FALSOS BENS SÃO-NOS INSUFLADOS PELO DEMÓNIO. Mas para o fiel temente a Deus Nosso Senhor, Este permanece a única causa eficiente, exemplar, instrumental, formal e final, da nossa operação em ordem à Salvação. Pois que a Regra que mede a contingência é Incriada, por necessidade Metafísica. A Verdade Moral que deve regular a operação dos Anjos e dos Homens, conduzindo-os à Santidade, não pode ser menos do que a própria Santidade Divina.
O ressentimento do fanático é cego, estéril, e puramente subjectivo, conquanto o dito fanático possa ter sido alvo de uma verdadeira injustiça; todavia, à Luz de Deus, a injustiça só pode ser escarmentada com a Justiça Sobrenatural, logo, medida objectivamente pela própria razão Divina, enquanto participada pela Fé Teologal, formada pela Graça Santificante e pela Caridade.
O fanatismo distorce a faculdade intelectual, conduzindo-a a contínuos juízos temerários, ou pelo menos, a uma pobreza racional confrangedora. O anti-sedevacantismo demonstra por vezes certos aspectos de fanatismo, daí o carácter intelectualmente paupérrimo de muitos dos seus argumentos.
O fanático não possui, nem pode possuir, nenhuma verdadeira virtude moral, natural ou Sobrenatural; e a razão profunda filia-se no sentido ontológico da operação virtuosa. Nenhuma acção moralmente má pode envolver, ou de qualquer modo incorporar, um hábito ou acto virtuoso, natural ou Sobrenatural; todavia uma acção naturalmente boa pode envolver hábitos virtuosos integrantes da ordem natural. Inversamente, o bom e verdadeiro católico, possuidor da Graça Santificante e da Caridade, possui necessàriamente todas as virtudes morais Sobrenaturais, porque tais virtudes possuem uma intercomensurabilidade estrita, exigindo-se umas às outras, conglobando a face eperativa da Caridade perfeita, participação na Caridade Divina.
O fanático não possui, nem pode possuir, qualquer espécie de unidade, quer no pensamento, quer na operação. Efectivamente, quanto mais longe uma alma está de Deus, mais caótico é todo o seu ser; a seita conciliar, a qual, como se referiu, possui certos traços fisionómicos de fanatismo, ostenta em toda a sua realidade, a mais horrível expressão do caos.
O integrismo constitui, antes de tudo o mais, uma característica temperamental, moralmente imputável, como cúpula formalizante da personalidade – SIM, SIM – NÃO, NÃO. Para a alma integrista não pode existir mais do que uma verdade. Consequentemente, é possível que o integrismo natural da personalidade constitua condição extrínseca providencial da Graça de Deus; sendo conhecidos casos de sinceros comunistas (não estalinistas, porque aqui já existe fanatismo) que a Bondade Infinita de Deus transformou em óptimos católicos. É menos difícil converter um comunista sincero do que converter um liberal; PORQUE ESTE ÚLTIMO TAMBÉM CORROMPEU LETALMENTE O INTEGRISMO DE PERSONALIDADE, SEM O QUAL FICAM OBLITERADOS OS ALICERCES NATURAIS MAIS SÓLIDOS. Não é que a Graça de Deus não possa realizar as maiores transformações interiores, evidentemente que pode, mesmo recorrendo a um milagre moral; simplesmente, a Ordem Sobrenatural, totalmente gratuita e estritamente obrigatória, como é, respeita contudo, extrìnsecamente, a hierarquia natural da Criação. Pelo que ficou explanado, se compreende também, fàcilmente, o como o liberalismo é muito mais eficaz na eliminação do Catolicismo do que o comunismo; porque o primeiro ACTUA PELA SEDUÇÃO, secando tudo à sua volta, expungindo a seiva integrista da personalidade.
Nosso Senhor Jesus Cristo, todos os profetas, o próprio São Paulo, exemplo perfeito de integrista convertido, e genèricamente toda a Sagrada Escritura, constitui o mais poderoso apelo, a mais taxativa injunção, em prol do integrismo de personalidade, como participação, mesmo na Ordem Natural, na Unidade Infinita de Deus.
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