* Imagem: Vista em americanmind.org
Paulo Roberto Oliveira dos Santos
Recentemente, eu dizia a um conhecido que, de acordo com o Catecismo de São Pio X, um dos quatro pecados que clamam vingança dos céus é a relação sexual entre pessoas do mesmo sexo. E a razão pela qual esse é um pecado mais grave que a fornicação entre um homem e uma mulher é que esse é um pecado na natureza, e aquele, contra a natureza.
A pessoa com a qual eu conversava perguntou, em tom de espanto e reprovação, se por ser pecado, a pessoa homossexual deveria ficar só, eu respondi que, para evitar esse gravíssimo pecado sim, deveria. Deixei claro que não se tratava de violência de qualquer tipo, ou um cerceamento de direitos civis.Após essa conversa, e ao relembrar outro diálogo, na qual uma pessoa disse que os homossexuais devem ter o direito de se amarem para serem felizes, fiquei pensando se a felicidade se resume a uma vida com um parceiro, um companheiro; ou ainda se o amor para um companheiro esgota a possibilidade de realização humana ou ainda se praticar o ato sexual é sinônimo de felicidade. Mas a questão mais evidente, neste caso é: pode alguém que vive em pecado viver em verdadeira felicidade, se pela sua situação de vida não agrada a Deus?
Ora, se a vida com um companheiro fosse sinal inequívoco de felicidade, nenhum padre ou celibatário poderia ser feliz ou se realizar; o mesmo ocorreria com as freiras, os monges, os viúvos, ou com qualquer pessoa que não tenha uma relação conjugal. Ao mesmo tempo, todas as pessoas que vivem relação conjugal seriam felizes, o que não ocorre.
Esse estado de coisas é um dos exemplos de como a era do antropocentrismo gerou o antropoexcêntrico, conforme Gustavo Corção. O ser humano busca qualquer forma de realização em aspectos materiais, em prazeres sensíveis. E uma das expressões atuais disso é o culto ao pecado.
A técnica, o desenvolvimento de tecnologias, o conhecimento científico e todo o discurso sobre esclarecimento, que pretendiam superar o que rotulavam como superstição e trevas, e que prometia suprir todas as carências e necessidades humanas, contribuiu com esse estado de coisas. O itinerário ideológico que consolidou o materialismo, o hedonismo, o tecnicismo convergiu com a consolidação de um ciclo cultural anticristão, na qual há sucessivas tentativas de refundação da sociedade em bases totalmente diferentes da constituição e ordenamento católico da sociedade.
Ao longo de vários séculos, várias ideias, contrárias ao Cristianismo, vem sendo inseridas no imaginário popular. Claro que a oposição do Demônio a Deus ocorre desde o início dos tempos e assim será até o fim, e claro que tal oposição também se dá desde a fundação da Santa Igreja. Mas na atualidade há uma crise de fé generalizada. Há revolta do homem contra Deus. Há recusa do amor de Deus para amar a si próprio. Ama-se qualquer coisa: pessoas, dinheiro, partidos, instituições, mas recusa-se a amar o Amor por excelência.
Na sociedade em geral, perdeu-se a noção do sagrado e da eternidade, de forma que se busca a realização aqui neste plano terreno. Isso não é novidade, mas deveria causar aversão em qualquer cristão, que deveria ter sempre os olhos voltados para a eternidade. Mas em função da crise de fé generalizada, que se manifesta também na Igreja – e de modo grave – mesmo cristãos buscam viver de modo convergente com as ideologias do momento, mesmo que para isso tenham que adequar-se a pressupostos éticos que ofendem a Deus. Daí que as pessoas se acham no direito de viverem na promiscuidade, no pecado, na idolatria, na vaidade, na revolta contra Deus. Daí que há pessoas que se escandalizam com as verdades eternas e com a oposição que deve ser feita ao pecado.
A pergunta que verdadeiramente importa ao católico não é qual profissão dá mais dinheiro ou mais status social; não é como está sua reputação e bom nome diante da sociedade; não é como anda seu alinhamento às novas ideias, por mais bonitinhas e limpinhas que aparentem; a pergunta mais importante para o católico é: quem eu sou diante de Deus?
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