Mas vamos lá. A professora Michele Loconsole, doutora em Sagrada Teologia, então Presidente da associação internacional ENEC, e Vice-Presidente da Fundação Nikolaos e da Associação Puglia d'Oriente, ofereceu uma entrevista à agência de notícias Zenit, em 21 de dezembro de 2009, apontando estudos, não muito recentes, já apresentados em 2003 por Vittorio Messori, confirmando e informando os fatos do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nasceu, se não precisamente em 25 de dezembro, certamente em uma data muito próxima a esta.
Em 1947, um pastor palestino encontrou acidentalmente um jarro, meio enterrado em uma caverna no deserto de Qumran ou “ruína da mancha cinzenta”, região localizado na Cisjordânia a noroeste do Mar Morto e a cerca de 22 quilômetros a leste de Jerusalém. Há 330 dias de sol por ano e praticamente não há chuvas, o ar é tão seco e quente que a água evaporada seca imediatamente no ar, criando uma névoa e criando um cheiro de enxofre, foram encontrados cerca de 950 fragmentos de manuscritos hebraicos, aramaicos e gregos em onze cavernas que datam de 250 a.C. ao século I d.C. No cemitério de Qumran, há mais de mil corpos estão sepultados.
A região foi sede da comunidade monástica dos essênios, que além do ascetismo, viviam isolados, eram copistas dos textos sagrados israelitas, juntamente com os saduceus e fariseus, faziam parte dos três principais grupos do Segundo Templo.
Os essênios, que produziram os pergaminhos, teriam escondidos ou guardados os manuscritos em grandes ânforas, em 11 cavernas, onde permaneceram por quase vinte séculos, enrolados e bem preservados, até a descoberta acidental em 1947.
Entre os importantes documentos, um é de particular interesso, chamado de Livro dos Jubileus, um texto do provavelmente do século II a.C., que permitiu fazer conhecer, as datas em que as classes sacerdotais de Israel oficiavam no Templo de Jerusalém, periodicamente de sábado a sábado, sempre na mesma época do ano e a que nos interessa aqui, é a classe de Abias, a oitava das vinte e quatro que se revezavam no
Templo, a classe sacerdotal à qual pertencia são Zacarias, pai de são João Batista, que entrou no Templo na semana entre 23 e 30 de setembro.
A indicação das classes trouxe a comprovação ao que é relatado no Evangelho de São Lucas, como Zacarias entrou no Templo em 23 de setembro, dia em que, segundo o evangelista, recebeu o anúncio do Arcanjo que, apesar de sua velhice e da esterilidade de sua esposa Isabel, teriam um filho, cujo nome seria João, significando que o Precursor do Senhor poderia ter nascido por volta de 24 de junho, cerca de nove meses após o Anúncio do Anjo, data em que a Igreja comemora no calendário litúrgico, já no primeiro século, tanto o dia da Anunciação a Zacarias quanto o nascimento de João Batista, conf. Luc 5, 5-25.
No mesmo Evangelho, relata o evangelista que, após a anunciação a Zacarias, Maria recebeu a visita, do mesmo Arcanjo, no dia da Anunciação, em 25 de março, pois diz no texto sagrado: “Estando Isabel no sexto mês, foi enviado por Deus o anjo Gabriel a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi; o nome da virgem era Maria" (Luc 1, 26 e 27) e logo a frente no versículo 36 do mesmo capítulo concluí: “Eis que também a tua parenta, Isabel, concebeu um filho em tua velhice, e este é o sexto mês da que se diz estéril”.
No Evangelho é destacado a diferença de seis meses entre São João Batista e Nosso Senhor Jesus Cristo, como que para comprovar a data em que o Menino Deus nasceria, e se Jesus foi concebido em 25 de março, seu nascimento pode ser razoavelmente comemorado em 25 de dezembro, um dia a mais, um dia a menos, não nos fará descrentes ou causara surpresas e desmoronará a cristandade ou a comemoração do Natal do Senhor.
Sendo assim, comenta a professora Michele Loconsole, e a fonte de Qumran, o Livro dos Jubileus, nos diz que podemos afirmar sem medo de contradição que, graças à descoberta do precioso texto, ocorrida em 1947, a tradição eclesiástica multimilenar, se confirma: as recorrências litúrgicas das concepções e dos dias de nascimento, tanto de são João, como sobretudo de Jesus Cristo, revelaram-se compatíveis com a descoberta arqueológica do deserto da Judeia.
Agora se, tivéssemos descoberto que o sacerdote Zacarias havia entrado no Templo em março ou julho, todas as datas litúrgicas que recordam os acontecimentos principais citados nos Evangélicos seriam diferentes daquelas indicadas Igreja, aí a turma do contra, teriam salteados, rasgando suas vestes, estampados em manchetes, Youtube, X em tudo que pudessem, gritado para o mundo inteiro que a Igreja inventou tudo, inclusive a data de nascimento de seu fundador, mas pelo contrário, ficam calados e só polemizam um ou outro dizendo que Jesus não nasceu em 25 de dezembro, que o Natal é uma festa de origem pagã ou ainda que Constantino inventou a comemoração, sem contudo demonstrar qualquer evidencias que comprovam suas contraposições.
Mas ainda há outra objeção por parte dos contrários. Apontam que, no período em que se diz que Jesus Cristo nasceu é ao meio do inverno, portanto os anjos não podiam encontrar pastores com seus em campo aberto e à noite, para dar à boa nova, o nascimento do Redentor nosso.
No judaísmo tudo está sujeito às normas de pureza e por desconhecimento ou pura maldade, os contrários devem saber que, de acordo com muitos tratados judaicos antigos, os judeus distinguem três tipos de rebanhos. O primeiro, composto apenas por ovelhas de lã branca: consideradas puras, podem retornar, depois das pastagens, ao curral da cidade. Um segundo grupo é composto de ovelhas cuja lã é branca e preta: essas ovelhas podem entrar no curral à noite, mas o local de abrigo deve ser fora da cidade e um terceiro grupo formado por ovelhas cuja lã é preta: esses animais, considerados impuros, não podem entrar nem na cidade nem no curral, nem mesmo após o pôr do sol, devendo permanecer ao ar livre com seus pastores tanto ao dia e quanto a noite, seja no inverno ou verão.
Não esqueçamos, então, que o texto evangélico narra que os pastores se revezavam na guarda: “Havia nos arredores uns pastores, que vigiavam e guardavam seu rebanho nos campos durante as vigílias da noite", Luc 2, 8. Consideramos então que os pastores eram formados pela parte excluída da sociedade judaica, pobres e pecadores e os rebanhos pertenciam ao terceiro grupo, formado apenas por ovelhas negras.
Em conclusão a professora Michele Loconsole, afirma que não apenas Jesus nasceu em 25 de dezembro, mas que os Evangelhos relatam a verdadeira história dos eventos ocorridos na noite mais sagrada de todos os tempos, vamos colorir de preto as ovelhas brancas de nossos presépios e seremos mais fiéis não apenas à história, mas ao coração do ensinamento do Nazareno.
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