Sermão de Monsenhor Tissier, 27 de Julho de
2002
Monsenhor Tissier explica que do Vaticano II saiu uma nova religião.
Tempos aqueles em que se pregava a verdade sem censura!
...Queridos
ordenandos, queridíssimos fiéis:
(…) Em
alguns instantes o bispo, no curso desta cerimônia de ordenação de diáconos e
de sacerdotes, pronunciará estas palavras, aos diáconos lhes dirá: Agora os
senhores são os cooperados do Sangue e Corpo do Senhor; e aos sacerdotes depois
de sua ordenação, lhes dirá: recebam o poder de oferecer o sacrifício a Deus e
de celebrar as missas tanto pelos vivos como pelos defuntos. Estas palavras
(...)
expressam sem embargo o objetivo mesmo do sacerdócio que é a consagração
do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor para renovar de maneira incruenta Sua
Divina Paixão, e sem embargo, estas palavras foram suprimidas no novo
Pontifical da ordenação tanto dos diáconos como de sacerdotes.
Esse
desaparecimento é muito significativo e quer dizer que A NOVA RELIGIÃO já não quer expressar a
transmissão de um poder de consagrar o Corpo e o Sangue e do poder de renovar a
Paixão do Calvário. Por isso, estimados ordenandos, evidentemente
estou seguro que no curso de vossos seis anos de seminário os senhores
penetraram muito bem na doutrina católica, a qual ignora agora a maioria dos
sacerdotes na NOVA RELIGIÃO. Porque esta mudança no rito de ordenação significa
que é uma NOVA RELIGIÃO.
Esta
supressão do poder de oferecer e de consagrar o Corpo e o Sangue de Cristo
expressa precisamente A NOVA RELIGIÃO, dentro da qual se encontram a grande
maioria dos católicos a qual defendem de coração, mas eles estão nesta NOVA
RELIGIÃO que consiste não somente em um NOVO CULTO, senão também em UMA NOVA
DOUTRINA. Se os senhores me permitem, em poucas palavras descreverei primeiro A
NOVA DOUTRINA desta NOVA RELIGIÃO e em seguida seu NOVO CULTO. Primeiro os NOVOS
DOGMAS, por conseqüência uma NOVA DOUTRINA saída destes.
Para
começar, o pecado, que praticamente já não existe porque não ofende a Deus.
É-nos dito que o pecado não ofende a Deus senão que prejudica somente o pecado.
O pecado, em efeito, não pode causar danos a natureza de Deus que é
incorruptível. O pecado não causa nada a Deus. O pecado somente prejudica
o pecador, fazendo perder a vida divina e igualmente ofende a sociedade humana.
Nestas
condições o pecado já não tem a características de ofensa, de destruição da
honra de Deus, de Sua Glória, de Seu Louvor. Já não tem a característica de
desobediência a lei de Deus. Negam como conseqüência que Deus tenha o direito
de exigir de suas criaturas, não somente o louvor, senão também a submissão a
sua lei, como disse Santo Inácio em seus Exercícios: O homem foi criado para
louvar, honrar e servir a Deus e para salvar sua alma. Pois bem, louvar, honrar
e servir a Deus já não existem na NOVA RELIGIÃO, porque o pecado não destrói a
glória externa de Deus, o pecado somente prejudica o homem.
Os
senhores podem ver como esta NOVA RELIGIÃO destrói a noção mesma de pecado,
destrói a glória de Deus, destrói inclusive a noção de pecado como a injustiça
feita a Deus. Logo nos dizem que pelo pecado não se perde a dignidade humana, o
homem conserva sua dignidade, inclusive depois de pecar. O homem segue sendo
digno. O homem segue sendo gentil e simpático.
E como
conseqüência, é a justificação do ecumenismo, da liberdade religiosa. O que faz
o homem no âmbito religioso, que honre um falso Deus ou siga um falso culto,
pouco importa, ele conserva sua dignidade. Ele é digno então de ser estimado e
respeitado, pelo que devemos respeitar sua religião, e inclusive devemos
colaborar com as outras religiões já que a dignidade humana não se prejudica
pelo pecado. Este é um segundo erro muito grave que legitima o ecumenismo e a
liberdade religiosa.
Portanto
é digno porque o homem segue sendo muito simpático. Deus continua amando o
pecador, mantendo assim o seu amor e o seu favor.
Em
seguida nos é dito, por conseqüência, que Deus não castiga o pecado por uma
pena já seja temporal ou eterna. Já que o pecado não ofende a Deus. Deus não
castiga. Deus é a bondade mesma, como poderia infligir penas ao homem pecador?
Não, é o homem mesmo quem se castiga sofrendo as conseqüências de suas
faltas e o inferno, se acaso há alguém ali, o inferno não é mais que a auto
exclusão do amor divino. Por isso o inferno não é uma pena infligida por Deus.
Deus não tem o direito de castigar.
E, como
conseqüência, o homem está desculpado do dever de reparação até Deus. É o que
nós chamamos, em nosso catecismo, de satisfação devida pelo pecado: o pecador
deve satisfazer por seus pecados à justiça divina. A satisfação, a
necessidade de expiar seus pecados para reparar a honra de Deus já não existe.
O homem deve reparar somente sua saúde espiritual. Mas reparar a glória de
Deus, cooperar para o reerguer da criatura caída no pecado, já não se quer,
enquanto vocês conhecem a bela doutrina católica da satisfação, que é toda para
a glória de Deus, posto que o homem pecador pode levantar-se e dar a glórias e
louvores a Deus e elevar sua natureza caída pela satisfação, pela pena que
sofre voluntariamente. Mas essa nova doutrina que não quer nem o pecado, nem a
expiação nem a satisfação, vai, todavia, mais longe, porque ela falseará o
sentido dos sofrimentos e da Paixão Redentora do Salvador. Então, falseia o
dogma da Redenção.
É esse
dogma central que é atacado pelos modernistas. Dirão a nós: os sofrimentos de
Nosso Senhor na Cruz estão destinados somente para revelar o amor de Deus
perseverante, não para satisfazer à justiça divina pelos homens pecadores.
Nosso Senhor na Cruz não ofereceu a seu Pai em nosso nome nenhuma satisfação.
Não fez mais que revelar aos homens o amor de Deus, seu Pai.
Desse
modo, vão completamente contra o dogma do Precioso Sangue, esta lei que Deus
estabeleceu no Antigo Testamento: sem efusão de sangue não há remissão.
Rechaça-se o Sangue derramado por Nosso Senhor com todo seu Valor de expiação,
de remissão dos pecados, para não considerá-la mais que um ato gratuito pelo
qual o Pai entrega, sem nenhuma razão, o filho à morte, simplesmente para
revelar Seu Amor. É a crueldade mais abominável: o Pai entrega Seu Filho à
morte mais abominável simplesmente para revelar Seu Amor.
Falsearam,
esvaziaram o dogma da Redenção e se blasfema, inclusive, contra a Santa Paixão
do Salvador. Ao passo que, ao contrário, nosso catecismo nos ensina que por Sua
Paixão Nosso Senhor ofereceu a Seu Pai uma satisfação por nossos pecados
superabundante. Por um lado, pela dignidade da pessoa divina que sofre na Cruz,
por outro, pela caridade extrema e pela obediência com a que Nosso Senhor sofre
e, finalmente, por causa das dores extremas que sofreu pela Cruz.
Essa é
toda a beleza da contemplação da Cruz: nela, nossa Salvação, nossa Redenção,
nosso resgate e não somente o amor do Pai, mas o amor de Nosso Senhor Jesus
Cristo. Dizem-nos nessa NOVA RELIGIÃO: Para que o Sangue de Nosso Senhor Jesus
Cristo? Para revelar o amor do Pai, mas não para salvar-nos, porque todos os
homens estão salvos de todas as maneiras. Estão salvos porque por Sua
Encarnação, como disse o Concílio Vaticano II na Gaudium et Spes, o filho de
Deus se uniu de certo modo a todo homem.
Todo homem
é cristificado pela Encarnação, e então todos estamos salvos, é por isso – é o
legado do papa João Paulo II em um de seus livros – que praticamente o inferno
esteja provavelmente vazio. Todos estão salvos. Vejam vocês o dogma da Redenção
destruído, falseado radicalmente. Estando já vazio o pecado, estando vazia
inclusive a justiça de Deus, esvaziam também a Redenção, suprimem a satisfação
da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eis a NOVA RELIGIÃO, os NOVOS DOGMAS.
Agora passemos, se me permitem, ao NOVO CULTO, que corresponde ao NOVO DOGMA.
Pois bem,
primeiramente, no NOVO CULTO nos dizem que o ato principal da Redenção não
consiste na Cruz do Salvador, mas na Ressurreição gloriosa e na Ascensão de
Nosso Senhor. Então, seria por sua Ressurreição e sua Ascensão que Nosso Senhor
nos salvaria.
Com
efeito, Deus coroa a obra da Redenção e manifesta plenamente Seu Amor, o amor
do Pai por nós, ressuscitando Seu Filho, porque Deus não é um Deus de mortos,
mas de vivos. É o que declara o papa João Paulo II. Por isso, a Cruz de Cristo
é um evento mais secundário na Redenção, a obra essencial é a Ressurreição e a
Ascensão do Salvador.
Em
seguida, dizem eles que o ato principal do sacerdócio de Nosso Senhor Jesus
Cristo, Nosso Senhor Jesus Cristo como Sacerdote, não consiste na oferenda
cruenta de Seu sacrifício na Cruz, mas essencialmente em seu sacerdócio
celeste, por meio do qual, traspassando a cúpula do santuário celestial, Ele se
apresenta a Seu Pai com Seu Sangue. Então, se nega que o ato principal do sacerdócio
seja a oferenda do sacrifício de Nosso Senhor sobre Sua Cruz. Falar-se-á, se
dará ênfase no sacerdócio celestial, e isso não é novo. Desde 1958, foi
professado pelo Pe. Joseph Lécuyer, futuro sucessor de Mons. Lefebvre à frente
da Congregação dos Padres do Espírito Santo. Essas heresias vêm desde antes do
Concílio. Foram propagadas pelo Concílio e depois do Concílio.
Em
seguida, dizem que a Missa não é a renovação incruenta da Paixão, a missa é o
memorial de todos os grandes acontecimentos de Cristo no curso de Sua vida, não
somente Sua Paixão, mas também Sua Ressurreição, Sua Ascensão e, porque não, de
sua Encarnação, de Sua Apresentação no Templo, e de todos os feitos de Cristo.
Trata-se de fazer em memória, e isso é o que faz a missa. Para nós, nosso
catecismo nos ensina que é a Consagração que faz a Missa, e a melhor teologia
nos expõe, com efeito, que o que é significado pela Consagração separada do Pão
e do Vinho, o Corpo e Sangue de Cristo, é produzido misteriosamente: a imolação
sacramental é realizada, a saber, a separação do Corpo e do Sangue pela
palavra, pelo poder das palavras do sacerdote. Embaixo da aparência de Pão está
diretamente o Corpo, enquanto embaixo da aparência de Vinho está diretamente o
Precioso Sangue de Cristo. Certamente não estão realmente separadas, porque por
concomitância real estão os dois embaixo, cada um, das duas espécies. Mas o certo
é que a força das palavras, o que se faz, é uma separação do corpo e do sangue
de Cristo, a separação sacramental.
Conseqüentemente,
negam absolutamente a função da Consagração na Missa. Trata-se simplesmente de
um memorial.
Em
seguida nos é dito, – é o Cardeal Ratzinger que descobriu há alguns meses –: A Missa é válida mesmo sem as palavras da
Consagração. Todos vocês o leram, ele explicou. É uma declaração
recente do Cardeal Ratzinger com sua Comissão Teológica Internacional: a missa
é válida mesmo sem as palavras da Consagração. Para que então o sacerdote!
Sendo assim, o povo cristão pode celebrar a missa, o sacerdote já é inútil
porque não há necessidade de pronunciar as palavras da Consagração para que a
missa seja válida.
Mesmo
destituída das palavras de Cristo a missa vale, a missa é válida. Logo, nos
dizem que Cristo, durante a missa, se faz presente sim, mas com todos os Seus
mistérios salvíficos e não pela obra da Consagração, a qual é uma obra mágica,
mas pela vontade da ação litúrgica comunitária que objetiva os mistérios de
Cristo. Desta maneira, o mistério de Cristo, em particular o mistério pascal,
se converte no mistério do culto.
E aqui o
que dizem, em particular Aníbal Bugnini, eixo motor da reforma litúrgica.
Portanto não se trata de consagrar o Corpo e o Sangue de Cristo, senão de
evocar juntos, ativamente, comunitariamente, liturgicamente, todo o mistério de
Cristo, em particular seu mistério Pascal, pondo em evidência a Ressurreição e
Ascensão de Cristo.
Finalmente,
última heresia – queridos fiéis, estou absolutamente aflito desta onda de
heresias – é o sacerdócio comum dos fiéis que se exerce durante o memorial
eucarístico. Convém dar um lugar maior a participação ativa dos fiéis para que
eles possam exercitar seu sacerdócio comum, o sacerdote simplesmente deve
presidir as palavras do memorial.
É uma
religião puramente intelectualista, uma pura GNOSIS. Então, queridos futuros
diáconos e sacerdotes, estejam seguros que eu não os ordeno nem diáconos, nem
sacerdotes, para serem diáconos e sacerdotes desta RELIGIÃO GNÓSTICA. E estou
persuadido que esta foi também sua intenção ao receber hoje o sacerdócio
católico das mãos da Igreja Católica, e não de receber um sacerdócio GNÓSTICO
das mãos de não sei que sistema GNÓSTICO.
Rechacemos
com horror, queridos fiéis, queridos ordenandos ESTA RELIGIÃO NATURALISTA,
INTELECTUALISTA, que não tem NADA A VER com a religião católica, e estejamos ao
contrário bem firmemente, sempre mais firmemente persuadidos da razão de nosso
combate, da razão do nosso sacerdócio. Queridos ordenandos, os senhores estão
orgulhosos de receber o sacerdócio NA IGREJA CATÓLICA da mão de um bispo
católico, de todos estes bispos que sucederam transmitindo o sacerdócio
católico, o sacerdócio católico de Nosso Senhor Jesus Cristo, o sacerdócio de
um Padre Pio, o sacerdócio de todos os santos sacerdotes, de um santo Cura de
Ars, o sacerdócio dos Apóstolos, de quem estava perto da Virgem Maria, Mãe do
Sacerdócio, Mãe dos Sacerdotes, Mãe do Sumo Sacerdote e Mãe dos sacerdotes, de
conservar-nos fiéis ao sacerdócio católico a fim de comunicar a religião
católica.
Assim
seja, Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.
Retirado do site mexicano: Nom
Possumus
Terrível a crise da Igreja.
ResponderExcluirMas creio queum sermão não seja o lugar mais apropriapo para tratar esses assuntos teológicos espinhosos. os fiéis devem sair aturdidos da missa!
joao