Gercione
Lima
Este
texto já é conhecido de alguns participantes de listas católicas.
Temos muita satisfação de reproduzi-lo aqui, sendo a Sra Gercione
já conhecida dos nossos leitores, pela crítica ao documento Dominus
Iesus. Como sempre, a pesquisa da autora é profunda e suas
colocações perfeitamente adequadas ao caso.
Se
há uma coisa que incomoda o demônio e seus asseclas é a virtude da
castidade. E mais ainda quando se trata da castidade escolhida como
profissão numa vida consagrada a Deus, como é o caso do celibato
sacerdotal.
Por
isso vez por outra volta à baila a discussão sobre o celibato,
aliás objeto de ataque dos hereges de todos os séculos, que,
juntamente com a doutrina tradicional, rejeitam quase sempre a
disciplina do celibato, tradicional também.
Os
ultramodernistas querem a sua abolição definitiva, em nome da
"liberdade" (leia-se libertinagem). Outros apenas desejam
algumas concessões ou relaxamento. Os padres apóstatas entram na
discussão. Fazem-se pesquisas para saber a opinião popular, opinião
de um modo geral repleta de sensualidade e materialismo, sem a menor
autoridade moral para tratar do assunto.
Vamos,
portanto, explicar a verdadeira doutrina sobre o celibato, doutrina
essa que não depende do que "acham", ou do que "dizem",
ou do que "querem", mas que promana da Escritura e da
Tradição multissecular da Igreja.
ANTIGO
TESTAMENTO
Orígenes,
comentando as diversas ordens de ornamentos sacerdotais judaicos
(Êxodo. 39 e Lev. 8), nota que os sacerdotes da Antiga Lei só eram
obrigados a guardar continência durante o tempo em que estavam de
serviço no Templo.
São
Sirício, Papa (ano 385) referindo-se a alguns padres que se casaram,
baseando-se no proceder do sacerdote judeu que se casava, diz:
"Diga-me agora, seja quem for que siga a libertinagem, porque
avisava o Senhor aos que entregou a Arca da Aliança, dizendo: "Sede
santos porque eu, o vosso Senhor e Deus, sou santo". Por que
queria vê-los afastados de suas casas no ano de seu turno de
sacrifícios, senão para que não exercessem comércio carnal com
suas mulheres?... Nós somos obrigados à castidade desde o dia de
nossa ordenação, para sermos agradáveis a Deus nos sacrifícios
cotidianos..."
Ora,
se Deus mandava, no sacerdócio figurativo, que era o do Antigo
Testamento, que o sacerdote guardasse continência enquanto estivesse
de serviço no Templo, o Sacerdote do real Sacerdócio de Cristo deve
guardá-lo sempre, porque este está sempre, todos os dias, de
serviço, exercendo o seu divino ministério no Templo do Senhor, e
em verdadeira, real, direta e imediata comunicação com Ele.
NOVO
TESTAMENTO
Mas,
na verdade, quem instituiu o celibato foi mesmo Nosso Senhor Jesus
Cristo. Se a lei do celibato eclesiástico, que encontramos em todo o
mundo cristão durante o Império Romano no século IV, não se
explica de nenhum modo senão pelo exemplo dos Apóstolos, a
continência perfeita dos Apóstolos não se explica, por sua vez,
sem os exemplos, em primeiro lugar do Precursor, São João Batista,
do qual alguns Apóstolos haviam sido discípulos, e principalmente
sem o exemplo e as palavras do próprio Jesus, exortando os seus
discípulos ao celibato e a tudo deixar, mesmo suas esposas, pelo
amor do Reino dos Céus.
Com
efeito, Jesus Cristo deu o grande conselho evangélico da castidade
perfeita, proclamando a virgindade por amor do Reino do Céu como
estado de perfeição. Mas Ele avisou: "Nem todos são capazes
desta resolução, mas somente aqueles a quem isto foi dado".
Que resolução? Ficar virgens "por amor do Reino dos Céus"
(S. Mateus 19, 11-13)
São
Paulo levou vida celibatária e recomendou-a, como Nosso Senhor: "Eu
quero que sejais como eu mesmo... Digo também aos solteiros e às
viúvas, que lhes é bom permanecerem assim, como também eu..."(I
Cor. 7, 7-8). A virgindade acrescenta ele, é preferível ao
matrimônio por ser o estado mais alto. O cristão está assim mais
disposto para servir a Deus, para ser santo "no corpo e no
espírito". "O que está sem mulher está cuidadoso das
coisas que são do Senhor, de como há de agradar a Deus. Mas o que
está com mulher está cuidadoso das coisas que são do mundo, de
como há de dar gosto à sua mulher, e anda dividido"(I Cor. 7,
32-33).
É
evidente que isso não é para todos, mas, como disse Nosso Senhor,
para aqueles a quem foi dado compreender.
NA
TRADIÇÃO
Assim
alicerçado e exaltado nas Sagradas Escrituras, o celibato voluntário
começou a ser fielmente praticado por toda a parte na medida em que
o Cristianismo ia se difundindo, conforme o testemunho dos Santos
Padres e Escritores Eclesiásticos dos primeiros séculos.
Embora
ainda não houvesse leis canônicas escritas, segundo tudo o que já
foi visto, é dedução lógica concluir que os Apóstolos
estabeleceram que não se recrutassem membros do clero superior
(sacerdócio) senão dentre "os que puderem compreender"
(qui potuerunt capere).
Dado
que se trata de uma obrigação de tal modo contrária às paixões
humanas, não era mister que essa disciplina, essa lei não escrita,
proviesse dos próprios Apóstolos? Quem teria autoridade suficiente
para impô-la? Mesmo a simples vontade de impô-la teria fracassado.
Na
verdade, quem seria levado a acreditar que, se os próprios Apóstolos
tivessem dado o exemplo do casamento e o tivessem aconselhado aos
primeiros bispos, presbíteros e diáconos da Igreja, se haveria ao
menos cogitado no celibato ou na perfeita continência como uma
exigência, como uma obrigação, como uma lei reconhecida por todos,
no século IV?
Assim,
o Concílio de Cartago, no ano 390, a propósito do celibato ou
continência perfeita dos bispos, sacerdotes e diáconos e de "todos
os que servem os Santos Mistérios" diz, pela boca de Genésio,
Bispo de Cartago, presidente do Concílio: "Ut quod apostoli
docuerunt et ipsa observavit antiquitas, nos quoque custodiamus – a
fim de que nós também guardemos o que os Apóstolos ensinaram e o
que a própria antiguidade observou" (Mansi T. 3, col. 692).
E,
antes ainda, o primeiro Concílio cujos cânones nos foram
conservados, o Concílio de Elvira, entre 300 e 305, nos revela a lei
do celibato existente para os bispos, sacerdotes e os diáconos. Diz
assim o cânon 33 do Concílio de Elvira: "Determinou-se
unanimemente estabelecer a proibição de que os bispos, os
sacerdotes e os diáconos, isto é, todos os clérigos constituídos
no ministério, se abstenham de esposas, e não gerem filhos: e,
aquele, quem for que seja, que o tenha feito seja declarado decaído
da honra da clericatura" (Mansi, T. 3, col 11).
Os
cânones deste concílio são de extrema severidade. Diz, por exemplo
o cânon 19: "Os bispos, sacerdotes e diáconos constituídos
no ministério, se for descoberto serem adúlteros, tanto por causa
do escândalo como do crime de profanação, não devem ser recebidos
na comunhão (perdoados da excomunhão), mesmo no fim de sua vida".
O
primeiro Papa do qual algumas cartas decretais nos foram conservadas,
São Sirício (384-399), nos revela igualmente essa lei existente,
não escrita, do celibato. Falando a respeito do celibato assim se
exprime: "Não que sejam novos os preceitos impostos, mas
desejamos que sejam observados os que foram desleixados em razão da
covardia e do abandono de alguns preceitos que, entretanto, foram
estabelecidos pela ordenação dos Apóstolos e dos Padres".
(P. L.- T. 13, col.1155).
O
Concílio Ecumênico de Nicéia (325), no seu cânon 3, reza: "O
Santo Sínodo declara que não permite de maneira alguma nem ao
bispo, nem aos sacerdote, nem ao diácono, nem absolutamente a
qualquer membro do clero ter em sua casa uma mulher que lhe seja
estranha, mas somente a mãe, ou uma irmã, ou uma tia. Porque em
relação a essas pessoas e outras semelhantes não há nenhuma
suspeita. Aquele que age diferentemente arrisca perder sua
clericatura." São Jerônimo resume tudo o que foi dito,
escrevendo "ad Pammachium", no ano 392: "Cristo é
virgem, virgem é Maria; mostraram a cada um dos sexos a preeminência
da virgindade. Os Apóstolos são ou virgens, ou após o casamento,
continentes. Escolhem-se para bispos, sacerdotes e diáconos, quer
virgens, quer viúvos, ou pessoas que em todo caso, depois do
sacerdócio, observam para sempre a continência".
E
Santo Agostinho comentando o Concílio de Elvira, arremata: "O
que a Igreja Universal mantém e não foi instituído por Concílios,
mas o que sempre se observou, crê-se ter sido transmitido, sem
nenhum perigo de erro, pela autoridade apostólica."
Fica,
portanto, destruída a falsa tese, constantemente repetida, de que a
Igreja teria inventado o celibato eclesiástico no século IV, no
Concílio de Elvira. De modo algum! Ele teve origem nos Apóstolos
que o receberam de Nosso Senhor Jesus Cristo.
TRADIÇÃO
PERENE, APESAR DAS FRAQUEZAS, DECADÊNCIA E PROTESTOS
No
século VIII e principalmente nos séculos X e XI, houve uma grande
decadência do clero com relação ao celibato. Escândalos e
concubinato por toda a parte, e boa parte disso favorecido pelo caso
das investiduras, já que o poder secular tinha em suas mãos quase
todas as nomeações de bispos e curas. Os benefícios eram
oferecidos a quem mais oferecesse. A reação veio com São Gregório
VII, que foi Papa entre 1073 e 1085. Ele fez tudo para restabelecer a
disciplina do celibato eclesiástico. Tratou como nulos os casamentos
dos clérigos maiores e os tratou com rigor. O Papa Calixto II, no
Concílio de Latrão, 1123, declarou como oficialmente nulos tais
casamentos.
O
Concílio de Trento reforçou a nulidade destes casamentos e criou os
seminários, escolas de meninos para serem uma perpétua
"sementeira"(seminário) de ministros para o serviço de
Deus. O Código de Direito Canônico de 1917 estabelece: "Os
clérigos constituídos nas ordens maiores não podem se casar
validamente (c. 1972)". "Os clérigos constituídos nas
ordens maiores não podem casar-se e são obrigados a guardar a
castidade a tal ponto que aqueles que pequem em relação a isso são
também culpados de sacrilégio". "Os clérigos menores
podem casar-se, mas decaem de pleno direito do estado clerical".
OBJEÇÕES
E RESPOSTAS
Não
diz São Paulo que os Bispos e Diáconos devem ser casados: homens
de uma só esposa (I Tim. 3,2 e 12; Tit. 1,6)?
R.
As aludidas palavras de São Paulo não querem dizer que os bispos e
diáconos "devam" ser casados, pois ele é o primeiro que
não o era; querem sim, dizer que não devem ser sagrados bispos nem
ordenados diáconos que tiverem casado duas vezes. "Homens de
uma só esposa": São Paulo repete três vezes esta mesma
expressão estereotipada. Ele a usa "mutatis mutandis",
quando fala das viúvas escolhidas para o serviço das Igrejas:
"mulher de um só marido"(I Tim.5,9)! Trata-se
evidentemente de viúvos que não foram casados senão uma só vez,
"que tenham sido homens de uma só mulher", e agora
continentes. O que reforça essa explicação é que São Paulo fala
cada vez mais dos filhos deles e nunca de suas mulheres, como não
fala das mulheres de Tito e de Timóteo, seus discípulos, que eram
bispos.
Além
do mais, na Epístola a Tito, 1, 8, São Paulo exige que o bispo seja
"continens" (em grego, "encratés"), usando o
mesmo vocábulo que emprega quando fala dos celibatários e das
viúvas em I Coríntios 7,9.
Trata-se
portanto de um viúvo de uma só mulher, vivendo, após a ordenação,
em continência perfeita. Se na I Coríntios, cap. 7, São Paulo
queria que todos os cristãos fossem continentes como ele próprio, a
exigência da continência perfeita para os chefes da Cristandade,
bispos, sacerdotes e diáconos, vem a ser algo perfeitamente normal.
Mas
São Pedro não era casado? (Mat. 8,14)
R.
O Evangelho não o diz. Diz só que ele tinha sogra, portanto que
poderia estar casado.
São
Jerônimo, em seu Tratado contra Joviniano (c. 8,26), julga, pelo
contexto de São Mateus (8,15) que a mulher de São Pedro já era
falecida quando Jesus lhe curou a sogra; do contrário o Evangelho
teria feito menção a ela. No entanto, ele diz apenas que foi a
sogra que serviu Jesus e os Apóstolos à mesa.
Além
disso, foi São Pedro quem disse a Jesus: "Eis que abandonamos
tudo e vos seguimos..."Ao que Jesus respondeu: "Todo aquele
que deixar a casa... ou a mulher... ou os campos por causa de meu
nome, receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna"(Mateus
19, 27-29).
Quanto
aos outros Apóstolos, além de a eles se aplicarem estas palavras
acima, Nosso Senhor lhes deu a todos o conselho evangélico da
continência perfeita (Mat. 19,12) e o Evangelho jamais menciona
"suas mulheres".
Considerando
a fraqueza humana, o celibato não seria impossível?
R.
O Concílio de Trento responde que Deus não recusa este dom da
castidade àqueles que o pedirem, como também não permite que
sejamos tentados acima de nossas forças.
Além
do mais, a celebração cotidiana do Sacrifício da Santa Missa e a
recitação diária do Ofício Divino, a freqüente meditação das
verdades eternas, as consolações do apostolado, o contínuo
contacto com os enfermos e moribundos... tudo isso auxilia amplamente
o sacerdote na fidelidade aos seus votos. Cabe ainda ressaltar que
ele não foi escolhido de súbito para o Sagrado Ministério. Só
depois de longos anos de seminário, observado pelos superiores, só
depois de superada a idade das paixões, ele sentiu-se maduro, com
forças e vontade para as dominar no futuro como já as dominara até
o presente. Quem não sabe o que quer e o que suporta aos 24 anos,
não o saberá nunca e aquele que põe a mão no arado e olha pra
trás não é apto para o Reino de Deus. (Lucas 9,62)
RAZÃO
DO CELIBATO
Vejamos
o que nos diz o Papa Pio XII em sua Encíclica "Menti Nostrae":
"É precisamente porque ele deve ser livre de todas as
preocupações profanas e consagrar-se totalmente ao serviço de
Deus, que a Igreja estabeleceu a lei do celibato, a fim de que seja
sempre mais manifesto a todos que o Sacerdote é ministro de Deus e
pai das almas".
"Por
esta obrigação do celibato, muito longe de perder inteiramente o
privilégio da paternidade, o sacerdote o aumenta ao infinito,
porque, embora não suscite posteridade nesta vida terrestre e
passageira, engendra uma outra para a vida celeste e eterna".
Outrossim,
neste fim de século XX, neste mundo degradado e imoral, no qual a
sensualidade e a devassidão dominam tudo, é mais do que oportuno
mostrar o heroísmo do celibato eclesiástico em toda a sua pureza,
para servir de barreira e como exemplo, ao invés de tentar atenuá-lo
e ofuscar-lhe o brilho.
SENTIDO
REAL DO CELIBATO SACERDOTAL
(Segundo
Pe. Gregoire Celier, publicado na FIDELITER, março 1985)
"Sacerdos
alter Christus"(O sacerdote é um outro Cristo). Tal é o
princípio fundamental que esclarece e explica o Sacerdócio
Católico. O Sacerdócio de Cristo é único e definitivo, e o
sacerdócio dos homens, o sacerdócio ministerial (etimologicamente,
sacerdócio dos servidores) é uma participação real no sacerdócio
soberano. Portanto, o próprio Cristo é o modelo, ao qual todo padre
deve se conformar intimamente, para que seu sacerdócio participado
detenha toda a sua verdade.
Ora,
é digno de nota que Jesus Cristo, num mundo em que o celibato era
quase desconhecido, senão maldito, durante toda a sua vida
permaneceu no estado de virgindade.
Esta
virgindade significa nEle a consagração total e sem reservas a seu
Pai: todas as suas energias, todos os seus pensamentos, todas as suas
ações pertenciam a Deus. É por esta consagração total, (que em
Jesus chegou até à união hipostática, em que a natureza humana
não se pertence mais a si mesma, mas pertence diretamente à pessoa
do Verbo,) que Cristo foi constituído Mediador entre o Céu e a
Terra, entre Deus e os homens, ou seja: sacerdote. Assim a virgindade
significa e realiza a consagração, essência deste sacerdócio de
Cristo: em outras palavras, a virgindade de Jesus decorre do seu
Sacerdócio e lhe está intimamente ligada. O padre (homem),
participante do sacerdócio de Cristo, participa portanto igualmente
da sua consagração total a Deus e, em conseqüência, da sua
virgindade. O celibato consagrado do padre é, portanto, uma união
íntima e cheia de amor com a virgindade de Jesus, sinal de sua total
consagração ao Pai. Tal é a primeira e mais fundamental razão do
celibato dos padres.
Se
Jesus permaneceu virgem como expressão de sua consagração ao Pai,
Ele o fez igualmente enquanto se ofereceu sobre a cruz por sua
Igreja, a fim de torná-la uma Esposa gloriosa, santa e imaculada
(Ef.5,25-27). A virgindade consagrada do sacerdote humano manifesta,
pois, e prolonga da mesma maneira o amor virginal de Cristo pela
Igreja e a fecundidade sobrenatural deste amor.
Esta
disponibilidade de amar a Igreja e as almas se manifesta pela vida de
oração do padre, pela celebração dos sacramentos e
particularmente do Santo Sacrifício da Missa, pela caridade para com
todos, pela pregação contínua do Evangelho, uma imagem da vida de
Jesus. Cada dia, o padre, unido a Cristo Redentor, gera as almas para
a fé e para a graça, e torna presente no meio dos homens o amor de
Cristo por sua Igreja, significado pela virgindade. Se examinarmos
não só a missão de Cristo na terra, mas a plena realização desta
missão no Céu, descobriremos uma terceira causa de Sua virgindade
e, conseqüentemente da do padre. De fato, a Igreja da terra é o
germe da Igreja do Céu e ao mesmo tempo o sinal desta vida
bem-aventurada. O que será a beatitude celeste é já visível, mas
velado e como que em enigma, na vida terrestre da Igreja. Ora, como
disse Nosso Senhor, "na ressurreição, não se tomará nem
mulher e nem marido, mas todos serão como anjos de Deus"(Mat.
22,30). A virgindade será, portanto, o estado definitivo da
humanidade bem-aventurada. Convém que, desde esta terra, o sinal
dessa virgindade brilhe no meio das tribulações e das solicitações
da carne. O celibato consagrado do sacerdote é, assim, a imagem
daquele de Cristo, uma antecipação da glória celeste, uma
prefiguração da vida dos eleitos e um convite aos fiéis para
caminharem para a vida eterna sem se deixarem sobrecarregar pelo peso
do dia.
CONCLUSÃO
"A
Igreja é casta, ela produz a castidade, e não há bons costumes sem
a castidade. É a castidade que faz as famílias, as raças reais, o
gênio dos povos fortes e duradouros. Onde não existe essa virtude,
não há senão lama num túmulo. Se há aqui homens que não sejam
meus irmãos na fé, eu queria apenas apelar para suas consciências
e lhes perguntaria: Vós sois castos? Como teríeis a Fé se não
sois castos? A castidade é a irmã mais velha da verdade; sede
castos um ano e eu respondo por vós diante de Deus. É porque
possuímos esta virtude que somos fortes. E bem sabem o que fazem
aqueles que atacam o celibato eclesiástico, esta auréola do
sacerdócio cristão. As seitas heréticas aboliram-no entre elas;
esse é o termômetro da heresia: a cada degrau do erro corresponde
um degrau, senão de desprezo, ao menos de diminuição desta virtude
celeste".
(P.
Lacordaire. conf. de Notre Dame, T. 1, conf. 2)
UM
PRONUNCIAMENTO DEFINITIVO DO PAPA BENTO XV
"Jamais
esta Sé Apostólica atenuará ou limitará esta lei santíssima e
muito salutar do celibato eclesiástico e muito menos a
abolirá". (A.A S. t. XII 1920,
p.585)
O caminho de Deus é perfeito; a palavra do Senhor é provada; é um escudo para todos os que nele confiam. Salmo 18:30
ResponderExcluirVenha nos visitar:
http://botefeamor.blogspot.com.br/
Abraços Fraternos