O
primeiro grande sinal do fim iminente deste pobre mundo será
precisamente a Cruz [de Jesus Cristo Rei] que resplandecerá no Céu,
dia e noite, em qualquer lugar da Terra. Nessa altura ainda será
possível fazer penitência.
EVANGELHO
DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO SEGUNDO SÃO JOÃO:
«Naquele
tempo, Pilatos perguntou a Jesus: – És tu o Rei dos Judeus?
Jesus
respondeu: – Dizes isso de ti mesmo, ou foram outros que to
disseram de Mim? Pilatos replicou: Acaso sou eu Judeu? Os da Tua
Nação, e os sacerdotes entregaram-Te nas minhas mãos! Que
fizeste?
Jesus
observou: – O Meu Reino não é deste mundo; se o Meu Reino fosse
deste mundo, certamente que os Meus servidores haviam de lutar para
Eu não ser entregue aos Judeus. Não! O Meu Reino não é cá da
Terra.
Pilatos
então insistiu: – Logo, Tu és Rei?
Jesus
respondeu: – Dizes bem, eu sou Rei! E se nasci e vim ao mundo, foi
para dar testemunho da Verdade, QUEM É PELA VERDADE ESCUTA A MINHA
VOZ.»
Jo 18, 33-37
EVANGELHO
DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO SEGUNDO SÃO LUCAS:
«Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: – Nada receeis, pequenino
rebanho, porque foi do agrado do vosso Pai dar-vos o Seu Reino;
vendei o que possuís, e dai-o em esmola, provei-vos de bolsas que
não envelhecem, e de um tesouro inexaurível no Céu, onde os
ladrões não chegam e onde a traça não corrói, porque onde
estiver o vosso tesouro, aí estará igualmente o vosso coração.» Lc
12, 32-34
Nosso
Senhor Jesus Cristo é Eterno. O Verbo fez-Se Homem no tempo, mas a
Pessoa Divina ao revestir-Se duma Natureza Humana não tomou algo que
lhe fosse acidental, não, Nosso Senhor Jesus Cristo é
SUBSTANCIALMENTE VERDADEIRO DEUS, E SUBSTANCIALMENTE VERDADEIRO
HOMEM. A decisão Divina da Encarnação é Eterna, como Eterno é o
Acto Divino, comum às Três Pessoas, de Encarnação activa.
ONTOLÒGICAMENTE, a Encarnação passiva foi temporal, todavia,
TRANSCENDENTALMENTE, a Encarnação constitui uma realidade Eterna. A
Santíssima Trindade É (não existe, É) NA ETERNIDADE, a qual
supera infinitamente o tempo como forma de duração; durar é
persistir no Ser; o tempo é dispersão do ente numa duração
sucessiva, numérica, corruptível, finita; a Eternidade é a posse
total do ser e do tempo, é um presente perpétuo, um acto
qualitativo infinito.
É
perfeitamente contraditório um “tempo infinito,”tudo o que é
numerável e sucessivo é necessàriamente finito. O além-túmulo
participa formalmente da Eternidade, quer na forma positiva, quer na
forma negativa; antes do Juízo final, o qual será instantâneo, a
Eternidade possuirá uma comensurabilidade EXTRÍNSECA com o tempo do
mundo, mas o mais provável é que a uma duração psicológica
determinada do tempo do mundo corresponda, por exemplo, outra muito
maior do Purgatório.
Como acabámos de verificar a CRUZ É
ETERNA, por isso o Antigo Testamento tem de ser lido à luz do Novo
Testamento.
Na
Cruz, Nosso Senhor Jesus Cristo satisfez condignamente a Deus pelos
pecados de todos os homens. Sem a Cruz, todos os homens cairíam
irrevogàvelmente no Inferno, pois Adão e Eva, constituídos chefes
do Género Humano, além dos Dons preternaturais, receberam o Dom
Sobrenatural da Graça de Deus, não da Graça de Nosso Senhor Jesus
Cristo; ao perderem a Graça de Deus, perderam-na para todos os seus
descendentes, os quais só a puderam recuperar pelos méritos
Infinitos da Cruz; a própria Graça da Penitência de Adão e Eva
constituiu já uma Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. Na presente e
única Ordem Sobrenatural, totalmente gratuita e totalmente
obrigatória, ninguém se pode salvar sem a Graça.
A
Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo deve constituir a causa meritória,
a causa exemplar, a causa eficiente, e a causa final de toda a
existência, terrestre e celeste, do baptizado: é CAUSA MERITÓRIA,
na medida já referida em que todas as Graças da Salvação nos são
dispensadas em atenção aos méritos infinitos de Nosso Senhor Jesus
Cristo, não apenas no Seu Sacrifício supremo, mas em atenção a
toda a sua vida penitente e até mesmo no primeiro Sangue que verteu
quando da Sua circuncisão; CAUSA EXEMPLAR, porque a vida da Cabeça
deve NECESSÀRIAMENTE servir de exemplo à vida dos membros do Corpo
Místico; é do Calvário que se alcança o Tabor, e as lutas,
perseguições e calúnias que vitimaram física e moralmente Nosso
Senhor, duma forma ou doutra, acompanharão igualmente os seus
verdadeiros discípulos; CAUSA EFICIENTE, na medida em que o Santo
Sacrifício da Missa, no Qual se renova incruentamente o Sacrifício
da Cruz, constitui o Sol Sobrenatural deste nosso pobre mundo, d’Ele
irradiando maravilhosas torrentes de Graça e de Verdade; O Santo
Sacrifício da Missa é o mesmo que o da Cruz, LOGO É ETERNO; a
adorável presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo entre nós
constitui o primeiro fruto do Augusto Sacrifício da Missa,
verdadeiro pára-raios da ira Divina, consolação das almas
contemplativas, e farol luminoso na hora da morte; CAUSA FINAL, na
exacta medida em que nós fomos criados por Deus, e para Deus devemos
voltar, no Céu contemplaremos na Essência Divina o Mistério da
Cruz na sua realidade cruenta e incruenta, na plenitude consumada da
Criação remida e glorificada; no Céu, o Mistério da Cruz não
será celebrado, será contemplado, Eterna e Imutàvelmente.
A
Verdade da Cruz deve ilustrar permanentemente a nossa vida, devemos
por isso, muitas vezes ao dia, rezar, SENTIDAMENTE, o acto de
aceitação da morte de São Pio X, meditarmos na vida e morte de
Nosso Senhor Jesus Cristo, identificando-nos o mais possível com os
Soberanos afectos de Jesus no Calvário, unido a Sua Mãe, numa
Celeste comunhão de Inteligências e de Vontades.
A sombra da
Cruz pode por vezes intimidar-nos, todavia a participação de toda a
nossa alma, inteligência e vontade, na Natureza Divina, constituirá
para nós fonte de inaudita felicidade Sobrenatural, não olvidemos
nunca que pela Graça tornamo-nos acidentalmente n’Aquilo que Deus
É essencialmente. Saberemos então como são diminutos os bens deste
mundo, pois que um só aumento de Graça Sobrenatural no fiel
Católico vale infinitamente mais que todo o Universo natural, embora
este também reflicta, à sua maneira, as perfeições infinitas de
Deus Uno e Trino.
A
Cruz constitui a garantia absoluta de que aquilo que é, é, e
sê-lo-á Eternamente, e de que aquilo que não é, não é, também
Eternamente. Onde entra o relativismo, imediatamente é expulsa a
Cruz. O maldito concílio de Roncalli e Montini execrou a Cruz em
todo o seu alcance, substituindo-a pela máxima: GOZA A ÚNICA VIDA
QUE TENS, E QUANDO NÃO PUDERES GOZAR MAIS – EUTANÁSIA.
Evidentemente
que o maldito concílio não operou de forma crua, não,
processou tudo SUBLIMINALMENTE, pois que os heresiarcas sabiam muito
bem de que quase não existem defesas para aquilo que não é
formalmente advertido pela consciência enquanto tal.
Uma “Igreja”
sem Cruz só pode ser a Igreja de satanás, uma doutrina sem Cruz só
pode ser um catecismo anti-Cristo.
Satanás e seus anjos odiaram a
Cruz no próprio instante em que se revoltaram contra Deus; por isso
a melhor arma contra os ataques do demónio são precisamente a água
benta e a santa Cruz de Jesus.
O primeiro grande sinal do fim
iminente deste pobre mundo será precisamente a Cruz que
resplandecerá no Céu, dia e noite, em qualquer lugar da Terra.
Nessa altura ainda será possível fazer penitência.
Nesse
momento a ciência anti-Cristo calar-se-á definitivamente, pois que
a única explicação para a tremendíssima visão da Cruz RESIDIRÁ
SÓMENTE NA SABEDORIA DA CRUZ, NA SABEDORIA DO VERBO ENCARNADO, ELE
MESMO EXPRESSÃO INFINITAMENTE FECUNDA DO INTELECTO DIVINO.
LOUVADO
SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
Lisboa,
14 de Abril de 2014
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