Pode-se descrever a luta do Cristianismo com o termo
dramático de agonia, cuja raiz etimológica é luta. Agonia evoca a morte, mas
aqui ajuda a entender o sentido da luta vital na fé, que leva além da vida e
que Santa Teresa de Jesus lembrava dizendo: morro
porque não morro! Agonia é
pois luta e Jesus Cristo veio trazer-nos a agonia que salva no Sacrifício de
amor a Deus Pai e não a paz que aliena nos falsos cultos mundanos.
Jesus mesmo o ensina: “Não julgueis que Eu vim trazer
a paz à terra; não vim trazer a paz, mas a espada. Vim separar o filho do seu
pai e a filha da sua mãe, e a nora da sua sogra: os inimigos do homem serão
seus próprios familiares (Mt
10, 34-36)”.
Jesus Cristo é sinal de contradição com o mundo; o que
revela que na realidade terrena há dois mundos antagônicos. Um segue a Palavra
de Deus que se fez homem, e sua vida é ordenada à conversão e elevação das
almas a Deus, segundo a ordem divinamente revelada. O outro segue uma religião
do homem que se faz deus e segue uma ordem mundana que só admite idéias abertas
ao progresso e à autonomia da liberdade humana.
A Religião de Deus ensina, ao contrário, que o mundo está
sujeito ao espírito do mal e precisa ser liberado. Por esta razão esse mundo é
inimigo do primeiro, cristão, onde os cristãos, na imitação de Cristo, morto na
cruz por amor dos homens, devem dedicar a vida ao amor de Deus e do próximo,
portanto da família, da pátria e da Igreja, que vive no mundo dos homens; tudo
renunciando ao amor do mundo. Essa renúncia é inerente à Fé cristã e à luta
pela defesa da Fé que pauta a história do Cristianismo; é parte da sua vida
porque é intrínseca à Religião.
Uma contínua luta metafísica, pessoal e social entre os
dois ‘mundos’, distintos pelo princípio de identidade e de não contradição: o “dos
adoradores do Pai em espírito e verdade (Jo,
4, 23), segundo a Sua Palavra; o que tem o culto do homem, de seus deleites,
sentimentos e poderes. E isto implica artes, ciências e cultos diversos nas
duas cidades descritas por Santo Agostinho, que são contrapostas na ordem da
Fé.
Os homens convivem pois numa mesma sociedade, mas com
religiões e fins de vida opostos. E como esta contraposição diz respeito ao fim
da vida social e portanto à distinção entre justo e injusto, entre bem e mal,
ela define uma separação. E como o bom e o justo para o cristão é a glória do
Pai no nome de Jesus Cristo Rei, Alfa e Ômega da história, eis que a verdadeira
luta no mundo, a única real, tem por objeto o Filho de Deus.
Os dois mundos em luta são separados até pelo fim da paz.
A do mundo católico é definida pelo próprio Salvador: é a conversão dos
corações. A isto se contrapõe a paz mundana, que visa o projeto humano da
ideologia global, compreendendo todo culto, inclusive os auto-definidos cristãos.
São duas vitais opções contrapostas: aderir ou combater o
Cristianismo.
Eis pois a luta inerente à Fé que, encoberta pela
aparência desviante de uma conciliação e paz, acentua ainda mais a
contraposição na ordem da Fé, pois abre a cidade dos adoradores de Deus aos
amigos do mundo, e confina os fiéis num mundo cada vez menos cristão. Um engano
em nome da paz que fazendo parecer cristãos os mundanos e mundanizando os
cristãos, serve à homogeneização da mentalidade em vista de uma aldeia global
de religião universal. Para a Fé tal plano de fraternização das religiões, em
vista da paz e da felicidade neste mundo engendra uma verdadeira perseguição,
tanto mais se vem em nome da mesma Igreja.
Eis a «agonia» que vivemos como católicos hoje diante de
uma Igreja que foi aberta pelos seus chefes a toda sorte de anti-cristianismo e
agora os «canoniza» para que sirvam de exemplo no combate pela «nova fé». Tudo
como se todo o poder da Igreja não proviesse da agonia, paixão e morte na cruz de
Nosso Senhor Jesus Cristo para remir os pecados deste mundo, que persegue a Fé.
Duas formas de perseguições à Fé se manifestam pois:
- da violência externa contra a Igreja para destrui-la
materialmente;
- dos insidiosos ataques internos à Igreja com enganos,
heresias e cismas.
E a insídia pior é a que passa por católica e até
apostólica, quando operada com a idéia de conciliação com os poderes do mundo,
levando à uma aversão à luta contra o mal, que é o aniquilamento espiritual
mais radical.
A primeira forma jamais venceu, pelo contrário, reforçou
a Fé.
A segunda só é possível com traições internas e
compromissos estranhos ao espírito da Igreja. Eis onde surge o mistério da
iniquidade: o ensino
desviado da Palavra, sob a cobertura de uma aparente autoridade divinamente
enviada, para pregar a conciliação nessa contraposição metafísica; não mais ao
nível de pessoas, mas de religiões!
Um ataque à Fé que, na dimensão do engano de «falsos
Cristos e falsos profetas», acentua de modo inimaginável o perigo para as almas
se atuado por um «papa»!
Há pois que ter claro em mente que há duas «agonias»: uma
devida à perseguição da Igreja e da verdade, dolorosa mas edificante da Fé
porque é participação cristã na agonia de Jesus; a outra tem aspecto de paz, de
acordo, de perdão e conciliação geral; evita o espinhoso testemunho da verdade,
mas é o engano fatal que leva à apostasia.
A pior perseguição da Igreja é aquela pela qual “a Esposa santa e imaculada de
Cristo, fora da qual não há salvação, é nivelada às seitas, e também à perfídia
judaica, com o estabelecimento da liberdade de culto sem distinção, pelo que se
confunde a verdade com o erro” (Post
tam diuturnas, 29/4/1814)
do Papa Pio VII.
Ora, a promover esta falsa liberdade religiosa no seio da
Igreja com a declaração «Dignitatis humanae» foram os pastores de um falso
concílio ecumênico em Roma.
Isto fez o Vaticano 2º convocado por Ângelo Roncalli, que
assumiu o nome do anti-papa João XXIII. Roncalli era suspeito de modernismo e
de adesão à Maçonaria, mas da suspeita se passa à sua obra que foi justamente
de introduzir essas idéias na Igreja.
O mesmo se diga de seus sucessores conciliares, como João
Paulo 2º, que introduziu a idéia – que virou doutrina com a «Gaudium et Spes» e a «Redemptor hominis» - da «redenção universal»! Tudo
no sentido da reconciliação universal das religiões, como aconteceu em Assis!
Se estas falsificações representam um objetivo perigo
mortal para a Igreja e seus filhos que, temendo a agonia de um sofrido embate
com os cultores do mundo, abandonam a defesa da fé católica e a intransigência
na verdade, atraídos pela falsa paz do mundo.
O católico ‘que vive de fé’ sabe que a luta para
defende-la não é ‘agonia’ letal, mas luta agônica para a vida espiritual. A falsa paz,
ao invés, é a real agonia para a fé da Igreja.
Pois bem, agora a canonização dos «papas conciliares»
João 23 e João Paulo 2º, que são fautores dessa falsa paz e conciliação com o
anti-cristianismo judeu e maçônico inimigo da Igreja e da Fé, representa o mais
perigoso engano. Isto porque apresenta estes falsos Cristos e falsos pastores
amigos do mundo contrário à Jesus Cristo como exemplos de fé a imitar e
cultuar. Qual maior engano podemos viver em nome de nossa santa Fé?
No declínio desta fé cristã, agônica no sentido descrito, fenece toda
civilização, na medida em que se perde de vista o fim da vida humana e da
Redenção divina, verdades que não podem ser abolidas, mas só abandonadas; como
Jesus foi abandonado na sua agonia.
Eis que o sumo engano destas falsas canonizações são um
golpe não só contra a vida espiritual dos povos, mas contra toda ordem e
justiça da civilização cristã.
Adoramus Te, Christe, et benedicimus Tibi,
Quia per sanctam crucem Tuam redemisti mundum !
Link da postagem: http://promariana.wordpress.com/2014/04/18/vivemos-a-agonia-do-anti-cristianismo-canonizado/
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