Se a Verdade ontológica consiste precisamente nessa medição Metafísica e Transcendental, de toda a realidade criada, por Deus Uno e Trino; a Verdade Lógica implica ser a inteligência criada, Anjos e Homens, essencialmente medida, quer pela realidade em si mesma, quer pelo Criador de todas as coisas.
A oposição, verdadeiramente essencial, entre a Fé Católica e todas as espécies de apostasia que infectam os séculos, é caracterizadamente, que na Sacrossanta Fé Católica, as almas se deixam, humilde e integralmente, MEDIR pelo conjunto da Criação, bem como pelo seu Autor; ao passo que fora da Fé Católica, INVARIÀVELMENTE, as almas pretendem, de uma forma ou outra, MEDIR, ELAS MESMAS, AS REALIDADES TRANSCENDENTES, IMPOR-LHES UM MOLDE – QUE É CRIATURA.
Já os preambula Fidei, que são “ex ratione, cum voluntate”, consubstanciam uma atitude básica da vontade – na Ordem Natural, embora sem excluir a Graça Medicinal – de submissão essencial à medida objectiva, como pressuposto absolutamente necessário à recta elaboração do discurso racional. Na Fé Teologal que é “ex voluntate, cum ratione”, essa submissão processa-se na Ordem Sobrenatural, sustentada pela Graça Divina. Efectivamente, pela Fé Teologal, a nossa inteligência e a nossa vontade são elevadas a um patamar que excede infinitamente as exigências de qualquer ente contingente, criado ou possível. Mas aqui também, os motivos de credibilidade, igualmente iluminados pela Graça Divina, sustentam e apoiam a perfeita razoabilidade do acto de Fé.
Nunca olvidemos, que a dúvida, a opinião, a ignorância, o erro, demonstram, no mínimo, a limitação intrínseca da inteligência. Adão e Eva, no Paraíso terrestre, não podiam errar, embora pudessem ignorar, visto serem entes contingentes. Os Anjos, na Ordem Natural, também não podem errar, embora não sejam omniscientes; todavia o anjo decaído, condenado ao Inferno, pode errar e efectivamente erra, porque a privação punitiva dos bens Sobrenaturais acarreta extrìnsecamente um debilitamento considerável da inteligência. Os santos do Céu, mesmo Maria Santíssima, não compreendem, nem conhecem tudo, porque o finito jamais pode abarcar o Infinito.
Todavia, o estado de dúvida ou ignorância, NAQUILO QUE SE DEVE CONHECER COM CERTEZA ESSENCIALMENTE OBJECTIVA, além de ser gravemente pecaminoso, envolve uma pobreza ontológica essencial, UMA FALTA POSITIVA, E NÃO APENAS UMA LIMITAÇÃO. Neste quadro conceptual, A CERTEZA OBJECTIVA DOS VERDADEIROS CRENTES, É ONTOLÒGICAMENTE, ESSENCIALMENTE, INCOMPARÀVELMENTE MAIS FORTE DO QUE A DESCRENÇA DOS ÍMPIOS. O espírito criado tende necessàriamente – já na base dos primeiros princípios naturais – para a certeza, a qual mais não constitui, do que a participação na Verdade absoluta do Ser pela criatura espiritual. A verdadeira certeza bebe objectivamente na Verdade; por isso quanto mais perfeita é, mais segura está de si mesma, mais se funde na Verdade do Ser. Consequentemente, os ímpios, sofrem de uma perda essencial de ser. Mesmo aqueles que afirmam possuir “certezas” absolutas, contrárias às verdades da Fé, essas “certezas” encontram-se substancial e irreversìvelmente corroídas pelo nada.
Os nossos Juízos, no plano formal, quaisquer que eles sejam, afirmam necessàriamente, intrìnsecamente, o Ser, na exacta medida, em que mesmo errados, mesmo idealistas, mesmo panteístas, operam funcionalmente, ainda que num exercício prático incorrecto, o hábito natural dos primeiros princípios, que em si mesmos, não podem ser eivados por um mau uso extrínseco da inteligência e da vontade. Porque o pecado original não diminuiu a natureza, enquanto tal, mas corrompeu os princípios da operação, quer intelectual, quer moral.
O hábito natural dos primeiros princípios constitui um acidente natural da faculdade ou potência operativa; a faculdade não é um acidente, é uma entidade espiritual que vincula, transcendental e ontològicamente, a essência da alma à produção de acidentes, quer na inteligência, quer na vontade. Porque a definição de ente espiritual contingente é metafìsicamente indissociável da composição substância – acidente. No Paraíso terrestre, as faculdades naturais operavam espontâneamente, gratificantemente, segundo o respectivo hábito natural; ou tratando-se de virtudes Sobrenaturais, segundo o hábito Sobrenatural. Após o pecado original, introduziu-se o mal moral, mediante uma perda da sinergia moral na faculdade da vontade, mesmo enquanto sobrenaturalmente elevada, com graves repercussões de ordem intelectual; e a cizânia de satanás passou a constituir pedra de tropeço na operação das faculdades.
Na vida Eterna, as nossas faculdades serão como que cristalizadas, imobilizadas, física e moralmente, segundo as disposições que possuirem à hora da morte. No além, inclusivamente no Purgatório, já não poderemos merecer, teremos sòmente que expiar passivamente as penas que Deus Nosso Senhor nos impuser, pois que no Purgatório, as almas querem tudo o que for da vontade de Deus, com os méritos que possuíam à hora da morte. No além túmulo permaneceremos eternamente identificados e assimilados, no Bem, ou no mal, porque já não nos moveremos no tempo, ainda que até ao Fim do Mundo, exista no além uma MEDIDA EXTRÍNSECA com o tempo terrestre.
Põncio Pilatos permanecerá na História como o símbolo acabado do relativismo doutrinal, daqueles que pensam que as faculdades humanas não podem alcançar a Verdade e o Bem objectivo, como seu objecto adequado. Efectivamente, a inteligência foi criada PELA VERDADE, PARA A VERDADE, E PARA MAIOR GLÓRIA EXTRÍNSECA DA VERDADE; A VONTADE FOI CRIADA PELO BEM, PARA O BEM, E PARA A MAIOR GLÓRIA EXTRÍNSECA DO BEM.
Se assim não fosse, o homem constituiria o ÚNICO ABORTO DA CRIAÇÃO, PORQUE PRIVADO DE QUALQUER FINALIDADE PARA AS SUAS FACULDADES, COMO PARA A SUA OPERAÇÃO; FINALIDADES QUE ATÉ OS ANIMAIS GRANJEARIAM, ATRAVÉS DO SEU INSTINTO, QUE É CONSTITUTIVO DE UM PRINCÍPIO DE ORDEM.
Precisamente porque Põncio Pilatos, e todos os pilatos que se sucederam através das gerações, negaram a existência de valores Absolutos, Eternos, e Imutáveis, precisamente por isso, quiseram referendar Nosso Senhor Jesus Cristo e a Sua Santíssima Lei, entregando-O às leis da democracia e da liberdade religiosa. O crime deicida de Pilatos, é o crime de todos aqueles que endereçaram à multidão O QUE PERTENCE ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE A DEUS, EXPROPRIANDO ASSIM À VIDA HUMANA QUALQUER VALOR TRANSCENDENTE E OBJECTIVO, PELO QUAL VALHA A PENA SER VIVIDA.
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