"ANIQUILE, PULVERIZE, INTERIOR E EXTERIORMENTE AS MASSAS OCIDENTAIS, E UMA VEZ ISTO CONSEGUIDO, NO REINO DO NADA, JÁ NADA HÁ-DE VALER A PENA – A NÃO SER O DESESPERO, A DROGA E A EUTANÁSIA!"
Alberto Carlos Rosa Ferreira
das Neves Cabral
Escutemos o Papa
Leão XIII, em excertos da sua encíclica “Rerum Novarum”, promulgada em 15
de Maio de 1891:
«Entretanto,
a Santa Igreja não se contenta em indicar o caminho que leva à Salvação; ela
conduz a esta, e aplica por sua própria mão, ao mal, o conveniente remédio. Ela
dedica-se toda a instruir e educar os homens segundo os seus princípios e a sua
Doutrina, cujas águas vivificantes ela tem o cuidado de espalhar, tão longe e
tão largamente quanto lhe é possível, pelo Ministério dos Bispos e do Clero.
Depois, esforça-se por penetrar nas almas, e por obter das vontades que se
deixem conduzir e governar pela regra dos preceitos Divinos. Este ponto é
capital e de grandíssima importância, porque encerra como que o resumo de todos
os interesses que estão em litígio, E AQUI A ACÇÃO DA IGREJA É SOBERANA. Os
instrumentos de que ela dispõe para tocar as almas, recebeu-os para este fim,
de Jesus Cristo, e trazem em si a eficácia de uma virtude Divina. São os únicos
aptos para penetrar até ás profundezas do coração humano, que são capazes de
levar os homens a obedecer às imposições do dever, a dominar as suas paixões, a
amar a Deus e ao seu próximo com uma caridade sem limites, A ESMAGAR
CORAJOSAMENTE TODOS OS OBSTÁCULOS QUE DIFICULTAM O SEU CAMINHO NA ESTRADA DA
VIRTUDE.
Neste ponto,
basta passar ligeiramente em revista aos exemplos da Antiguidade. As coisas e
factos que vamos lembrar estão isentos de controvérsia. Assim, não se pode
duvidar de que a sociedade civil tenha sido essencialmente renovada pelas
instituições cristãs, que essa renovação tenha tido por efeito elevar o nível
do género humano, ou, para melhor dizer, chamá-lo da morte à vida, e guindá-lo
a um alto grau de perfeição, como não se viu semelhante, nem antes nem depois,
e não se verá jamais em todo o decurso dos séculos. Que, enfim, desses
benefícios foi Jesus Cristo Princípio, e deve ser o seu Fim; porque assim como
tudo partiu d’Ele, assim também tudo Lhe deve ser referido. Quando, pois, o
Evangelho raiou no mundo, quando os povos tiveram conhecimento do grande
Mistério da Encarnação do Verbo, e da Redenção dos homens, a vida de Jesus
Cristo, Deus e Homem, invadiu as sociedades, e impregnou-as inteiramente com a
Sua Fé, com as Suas Máximas e com as Suas Leis. É por isso que, se a sociedade
humana deve ser curada, não o será senão pelo regresso à vida e às instituições
do Cristianismo. A quem quer regenerar uma sociedade qualquer, em decadência,
prescreve-se, com razão, que a reconduza às suas origens. Porque a perfeição de
toda a sociedade consiste em prosseguir e atingir o fim para a qual foi
fundada, de modo que todos os movimentos e todos os actos da vida social NASÇAM
DO MESMO PRINCÍPIO DE ONDE NASCEU A SOCIEDADE. Por isso, AFASTAR-SE DO FIM É
CAMINHAR PARA A MORTE; E VOLTAR A ELE É READQUIRIR A VIDA. E o que nós dizemos
de todo o corpo social, aplica-se igualmente a essa classe de cidadãos que
vivem do seu trabalho e que formam a grandíssima maioria.»
Sabemos pela
Sagrada Escritura que Caim, invejoso da virtude do seu irmão Abel, o matou num
verdadeiro crime de ódio. Este primeiro homicídio, e fratricídio, da História
da Humanidade ficou registado como o paradigma da forma como os maus tratariam
os bons, por todo o desenrolar dos séculos, e em toda a face da Terra.
Objectar-se-á,
que falar assim é maniqueísmo, que a realidade é muito mais complexa, que não
se pode operar uma divisão sòmente entre bons e maus. Podemos responder que na
Eternidade haverá apenas Céu e Inferno. Porque o limbo das crianças destina-se
a almas não elevadas ao estado Sobrenatural, sendo um estado e um lugar de
felicidade natural, com aspectos preternaturais, onde se gozará de um
conhecimento e amor natural de Deus. Os modernistas que negam o limbo, assim
procedem porque não possuem qualquer conceito da Ordem Sobrenatural, bem como
do seu carácter absolutamente gratuito.
Santo Agostinho
na sua “Cidade de Deus” concebe o mundo como palco de uma luta permanente entre
os bons e os maus, sem que os primeiros coincidam necessária e materialmente
com a Santa Madre Igreja. Este combate é exercido pelos bons,
Sobrenaturalmente, para a maior Glória de Deus e a Salvação das almas, ao passo
que os maus, conduzidos pelo demónio, procuram frustrar toda a obra realizada
por amor Sobrenatural de Deus Nosso Senhor.
Em certo
sentido, este paupérrimo mundo, é uma ante-câmara do Inferno; e se alguém
possuía algumas dúvidas, a História do ominoso século XX será suficiente para
as desfazer. Nunca terá sido tão assustadoramente escasso o número de eleitos,
nunca terá sido tão imensamente grande o número de condenados. Não olvidemos
que Nossa Senhora revelou à Jacinta, talvez já no Hospital de Dona Estefânia,
que os mortos na segunda guerra mundial foram quase todos para o Inferno. E foi
neste miserável século XX, que a Humanidade, pela primeira vez desde Adão, se
viu, institucionalmente, oficialmente, privada das referências Absolutas,
Eternas e Imutáveis da Verdade e do erro, do Bem e do mal. Uma tal privação
deve ser considerada, não em sentido metafísico, mas em sentido vulgar – UM MAL
ABSOLUTO!
A civilização
pós-Cristã constitui assim um mal absoluto, o cume das aspirações de satanás, o
reino de todos os Cains, de todos os Judas Iscariotes, o reino da treva mais
inconcebìvelmente amarga, que os católicos do passado, os santos, os Papas e
Bispos de antanho, jamais sonharam fosse possível algum dia existir.
Todavia, se
pensarmos bem, verificaremos que a Verdade e o Bem Sobrenatural foram sempre
alvo da maior perseguição por parte do mal. A História do povo eleito, que é
História Sagrada, que é Revelação, demonstra perfeitamente a enorme tendência
que os homens têm para o mal. O Rei David, um dos mais elevados expoentes do
Antigo Testamento, não duvidou expor propositadamente à morte o seu chefe
militar Urias, para lhe ficar com a mulher, por quem nutrira uma paixão
demoníaca. Com tal procedimento, o Rei David corrompeu a sua função de Rei e de
chefe militar, subordinando o premeditado sacrifício do seu chefe militar, a um
interesse puramente pessoal e ademais criminoso e adúltero. O próprio Salomão
viveu como um sultão asiático, usando e abusando da faculdade legal da
poligamia.
Ninguém pode
negar que o respeito pela vida humana foi ensinado já no Antigo Testamento pela
Sagrada Revelação e dele permaneceu depositário a Santa Madre Igreja.
Um dos sintomas
mais profundos do imenso mal deste mundo são as guerras, antigas e modernas.
Evidentemente, existem guerras justas, ao menos para um dos lados; mas em
geral, as guerras são injustas, ou parcialmente injustas, para ambos os lados.
Num mundo mau, é muitas vezes necessário aos bons recorrer ao supremo remédio
da guerra; mas a própria existência deste fenómeno bélico constitui,
inapelàvelmente, um certificado de descomunal inferioridade moral para o Género
Humano.
O facto de Adão
e Eva, colocados num meio absolutamente privilegiado, elevados gratuitamente à
Ordem Sobrenatural e enriquecidos, também gratuitamente, com os Bens
Preternaturais, haverem, num ingente esforço moral negativo, desprezado todos
estes Bens, acicatados, o mais desordenadamente possível, no orgulho e na
soberba, por satanás; tudo isto originou històricamente para a Humanidade que
os poucos bons, fossem odiados e perseguidos cruelmente pelos maus. E a razão
profunda reside precisamente na EXCLUSIVIDADE OBJECTIVA E SOBRENATURAL DA
VERDADE E DO BEM, QUE CONSTITUI UM REMORSO PERMANENTE E UMA ACUSAÇÃO
INSUPORTÁVEL PARA OS MAUS. Mas a tenacidade, a universalidade, e a constância
dessa perseguição deve compreender-se como punição Divina ao esforço moral
negativo de Adão e Eva para pecarem.
Salvo casos
raríssimos de grande santidade, e mesmo nestes, a facilidade Sobrenatural
concerne apenas à conservação da castidade de cada um segundo o seu estado; a
virtude custa muito aos poucos homens decididos a seguir os caminhos excelsos
de Nosso Senhor Jesus Cristo pelas extremamente ásperas e venenosas veredas do
mundo; não era assim no Paraíso Terrestre, toda a virtude Sobrenatural era tão
fácil como respirar. Neste quadro conceptual, podemos aquilatar o grande crime
de Adão e Eva, ofendendo a Deus Nosso Senhor, quando em princípio, toda a ordem
antropológica, ontológica e cosmológica, pressionava no sentido da virtude. Não
nos surpreenderemos assim com a acutilância, com a astúcia, com a especial
perversidade, daqueles que rejeitam a Verdade revelada, quando meditarmos na
monstruosidade do pecado original.
Mas existe ainda
um outro aspecto a considerar: A Verdade, o Bem, a Santidade, na sua absoluta
objectividade e coerência, na sua necessária universalidade, no seu resplendor
Divino, Eterno e Incriado, possuem UMA UNICIDADE, UMA SINGULARIDADE, TAIS – QUE
ESMAGAM RADICALMENTE TUDO O QUE É PENSAMENTO HUMANO, OPINIÃO HUMANA,
PREFERÊNCIA HUMANA, PAIXÃO HUMANA. Ora, os ímpios sentem-se gigantescamente
avassalados por tal SOBERANIA DO SER, e ainda que quase inconscientemente,
reconhecem-se impotentes perante a sublimidade de tal inexorabilidade, de tal
obrigatoriedade – e então ODEIAM-NA, CONQUANTO A RESPEITEM.
Exactamente
nesta perspectiva se compreenderá o como a Verdadeira Santa Madre Igreja,
embora hostilizada e perseguida, ERA RESPEITADA. Ao passo que a seita
anti-Cristo, embora não hostilizada, é alvo de UMA DESCOMUNAL INDIFERENÇA.
E quem tem
experiência da vida, sabe que em certas circunstâncias, A INDIFERENÇA É
MUITÍSSIMO MAIS AGRESSIVA E CORTANTE QUE A HOSTILIDADE ABERTA.
Assim se
cumprem, plenamente, as palavras de São Pio X, que instado a abrir a Santa
Igreja ao mundo, retorquiu: “Não, porque os membros fiéis da Igreja a
abandonariam, ao passo que os que estão fora, nela jamais entrariam!”
Todsvia, os
maçons nunca possuíram como objectivo fazer integrar as massas, positivamente,
na entidade monstruosa que ficaria depois de obliterada e usurpada a face
humana da Santa Igreja; não, o que os maçons pretendem é que essa entidade
monstruosa, que é a seita conciliar, ANIQUILE, PULVERIZE, INTERIOR E
EXTERIORMENTE AS MASSAS OCIDENTAIS, E UMA VEZ ISTO CONSEGUIDO, NO REINO DO
NADA, JÁ NADA HÁ-DE VALER A PENA – A NÃO SER O DESESPERO, A DROGA E A
EUTANÁSIA!
LOUVADO SEJA
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
Lisboa, 27 de
Janeiro de 2017
Alberto Carlos
Rosa Ferreira das Neves Cabral
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