"NUNCA PENSEM EM PODER INSCREVER-SE, SEM CULPA, NA SEITA MAÇÓNICA"
Alberto Carlos Rosa Ferreira das Neves
Cabral
Escutemos o Papa Leão XIII, em
excertos da sua encíclica “Humanum Genus”, promulgada em 20 de
Abril de 1884:
«Contudo, julgando
conveniente ao nosso ministério indicar-vos alguns dos meios mais oportunos, a
primeira coisa a fazer É DESMASCARAR A SEITA MAÇÓNICA de suas falsas
aparências, e manifestar o que realmente é, ensinando aos povos, de viva voz, e
com cartas pastorais, os artifícios dessas sociedades para abrandar e aliciar,
e a perversidade das doutrinas e a desonestidade das obras. Como
declararam mais vezes os nossos predecessores, todos os que cuidam da Profissão
Católica e da sua salvação, NUNCA PENSEM EM PODER INSCREVER-SE, SEM CULPA, NA
SEITA MAÇÓNICA. Ninguém se deixe iludir pela honestidade simulada; com efeito,
pode muito bem parecer a alguém que os maçons não imponham nada de abertamente
contrário à Fé e à moral; mas, por serem essencialmente malvadas a finalidade e
a natureza de tais seitas, nunca pode ser lícito inscrever-se nelas, nem
ajudá-las de qualquer forma.
Em segundo lugar, é
necessário transmitir ao povo, com frequentes discursos e exortações, o amor e
o zelo na instrução religiosa; para isso recomendamos encarecidamente, que se
expliquem com reciocínios oportunos, pelas palavras e os escritos, os
princípios fundamentais daquelas verdades santíssimas nas quais consiste a
Sabedoria Cristã.
A finalidade disso é curar
as mentes com a instrução, e premuni-las contra as múltiplas formas de erro e
os vários aliciamentos dos vícios, especialmente nesta grande licença de
escrever e insaciável avidez de aprender.(…)
Também sabemos que os
nossos esforços não serão suficientes para erradicar esta semente perniciosa do
campo do Senhor, se o Celeste Padroeiro da Vinha não nos socorrer ampla e
abundantemente. Precisamos, pois, implorar com fervor ardente e ansioso, sua
poderosa ajuda, proporcionada à gravidade do perigo e à grandeza da
necessidade. Ensoberbecida pelos seus grandes sucessos, a maçonaria torna-se
insolente, e parece não querer mais pôr limites à sua pertinácia. Em todos os
lugares, como que unidos por entendimento iníquo e unidade oculta de
propósitos, seus seguidores ajudam-se recìprocamente, e estimulam-se entre si a
serem mais ousados no mal. A um assalto tão forte, deve-se opor defesa não
menos vigorosa – QUEREMOS DIZER QUE TODOS OS BONS SE DEVEM UNIR NUM GRANDÍSSIMO
ENTENDIMENTO DE ACÇÃO E ORAÇÃO. Portanto, pedimos-lhes duas coisas: A primeira,
que unânimes e de fileiras cerradas, com pé firme, resistam ao ímpeto crescente
das seitas; a segunda, que levantando, com muitos gemidos, as mãos suplicantes
a Deus, implorem insistentemente que o cristianismo prospere e cresça vigoroso;
que a Santa Igreja obtenha a liberdade necessária; que os transviados voltem à
saúde; que os erros dêem lugar à verdade e os vícios à virtude.»
Uma das maiores misérias
humanas, decorrentes do pecado original, é o culto das aparências sem conteúdo,
dos rituais sem forma substancial, do verbo exterior privado do correspondente
significado e intenção. Desde sempre as sociedades viveram nesta base, nesta
ilusão; e a tal ponto, que os Profetas Bíblicos, nos seus Divinos oráculos,
proclamaram clamorosamente o anátema do Senhor contra os que honram a Deus com
os lábios e num pendor social, mas cujos corações estão muito longe d’Aquele
que fingem adorar. O próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, n’O Qual encarna o
zénite da Revelação, pronunciou a Sua mais vigorosa e veemente condenação,
precisamente contra os fariseus hipócritas, e não contra os adúlteros.
Mesmo a maçonaria
internacional, na sua obra de destruição do catolicismo, não duvidou mascarar
os seus mais torpes desígnios com a nomenclatura e as referências culturais
cristãs.
Evidentemente que a Fé
Católica, e a Santa Madre Igreja sua depositária por Direito Divino, possuem,
necessàriamente, carácter social; o próprio Direito Canónico possui como
objectivo constituir e conservar o ordenamento jurídico-social exterior da Mãe
Igreja. Todavia a essência Sobrenatural da Fé Católica ultrapassa infinitamente
as estruturas terrenas da sua face humana. Exactamente por isso é que a Pessoa
Moral de Direito Divino permanece intangível – NA SUA UNIDADE,
INDEFECTIBILIDADE E INFALIBILIDADE – perante as usurpações de que foi vítima a
sua mesma face humana.
A grande tragédia do povo
baptizado, ao longo dos séculos, e em todas as latitudes, reside na
incapacidade quase total de se elevar da organização eclesial, no que ela tem
de humano, até aos mais excelsos horizontes Sobrenaturais, que constituem o
Princípio e o Fim de toda a nossa peregrinação terrena. Tal igualmente explica
a forma como a grande massa nem esboçou qualquer reacção perante a monstruosa
implantação da maçonaria internacional nas estruturas materiais usurpadas da
Santa Madre Igreja.
Vem isto a propósito da
cerimónia de Juramento do novo Presidente dos Estados Unidos. O que se jurou
ali? A que Deus se referiu?
É conhecido como após o apogeu
da Escolástica, fundamentalmente do Tomismo, logo no seguiu um período de
dissolução, de desintegração. Marsílio de Pádua (1270-1343) foi um verdadeiro
laicista medieval; concebia a Santa Igreja em moldes estritamente humanos,
embora lhe reconhecesse, vagamente, origem Divina; negava à mesma Igreja toda a
autoridade exterior, mesmo na ordem espiritual, afirmando a origem popular de
todo o poder político e religioso.
À MEDIDA QUE AS CONCEPÇÕES
TEOLÓGICAS MEDIEVAIS SE OBLITERAVAM, SUBVERTIA-SE PARALELAMENTE O SENTIDO
PROFUNDO DE DEUS E DA ORDEM SOBRENATURAL; A DENOMINADA REFORMA CONSTITUIU A
PRIMEIRA GRANDE EXPLOSÃO DESSE NOVO ESPÍRITO; A REVOLUÇÃO DE 1789
CONSUBSTANCIOU A SEGUNDA EXPLOSÃO; A REVOLUÇÃO COMUNISTA A TERCEIRA. A SÍNTESE
FINAL DE TODAS ESTAS REVOLUÇÕES, E QUE A TODAS SUPEROU EM SATANISMO – FOI O
DANADO CONCÍLIO VATICANO 2.
Neste quadro conceptual, o
ponto fundamental que pretendo abordar É A CORRUPÇÃO PROGRESSIVA DO CONCEITO DE
DEUS!
Efectivamente, o “deus” de
Lutero é que não é o verdadeiro Deus Católico. O estilhaçar da pregressa
unidade na multiplicidade das seitas, ao longo dos séculos, mais não conseguiu
senão pulverizar qualquer recordação de Ordem Sobrenatural, com graves
consequências na Ordem Natural. O deísmo, o cartesianismo, o espinosismo, o
modernismo, constituem lógico corolário desta trágica evolução. Porque todos
estes “ismos” possuem em comum algo de essencial: A LIQUIDAÇÃO DA RECTA
CONCEPÇÃO DE DEUS, E O COROLÁRIO DA DESTRUIÇÃO DA ORDEM SOBRENATURAL, COM GRAVE
LESÃO DA ORDEM NATURAL.
Consequentemente, o juramento
da tomada de posse do novo Presidente Americano, como aliás de todos no
passado, foi realizado em nome de uma sombra totalmente indeterminada,
confrangedoramente cega e aniquilantemente estéril; exactamente como o foram as
nunca suficientemente amaldiçoadas cerimónias ecuménicas de Assis. Porque o
princípio base do protestantismo, e logo do modernismo, é precisamente que cada
um projecte a sombra “divina” a seu modo e segundo o seu capricho; e só deste
modo enriquecerá a sociedade e a cultura.
Porque qualquer alma que deixe
penetrar em si os princípios do mundo, perderá, na mesma proporção, o recto
conceito de Deus, subvertendo toda a Santíssima Religião.
Se alguém defende, como é o
caso de Ratzinger, que a “fé” para ser fé deve acolher uma face de dúvida, para
que assim assimile ambas as vertentes do problema, quem afirma isso, É, NO
MÍNIMO, PROFUNDAMENTE AGNÓSTICO, SENÃO MESMO ATEU; MAS ESSE É O REINO DO
VATICANO 2.
Um juramento deste tipo, no
plano pseudo-religioso, não compromete ninguém a nada, como pode, aliás,
comprometer a tudo – POIS A INDETERMINAÇÃO, COMO AFIRMÁMOS, É TOTAL!
No plano
político-constitucional, é conhecido como dentro da democracia, nomeadamente da
americana, cabe quase tudo, incluindo a falsificação do verdadeiro E MAIS
PROFUNDO sentir da sociedade civil, mediante o cancro da plutocracia e dos
lobbies. Se há um “deus” na América, este é com certeza – O DINHEIRO!
Exactamente aqui cabe a
explicação do facto do laicismo proibir terminantemente, nos países de antiga
Tradição Católica, o juramento religioso para cargos públicos, ao passo que ele
se mantém nos países protestantes, precisamente PORQUE O “deus” PROTESTANTE NÃO
É O VERDADEIRO DEUS CATÓLICO.
Os Estados Unidos da América
foram constituídos pelo protestantismo e pela maçonaria, a qual é como que o
braço político-estratégico do primeiro. O materialismo americano é, por vezes,
mais torpe e mais amargo, até, do que o materialismo comunista, pois este
último, pelo menos em teoria, não subordina a saúde pública às negociatas
desreguladas dos privados.
O bom católico, por mais
anti-comunista e anti-socialista que seja, e deve sê-lo, jamais deve olvidar os
crimes do capitalismo liberal, e fundamentalmente deverá recordar-se que esses
dois infernais materialismos são consequência do protestantismo.
O grande abismo, moral,
social, político e económico, para que o mundo caminha, e em que já está
parcialmente imerso, segundo a observação dos mais lúcidos, mesmo
não-católicos, é em grande parte consequência do Vaticano 2 e do ABORTO
ESPIRITUAL QUE ESTE DELIBERADAMENTE PROVOCOU. Grande parte dos males já
causados SÃO IRREVERSÍVEIS. Todavia, sabemos que o imenso mal que há no mundo,
não é querido por Deus Nosso Senhor em si mesmo, mas sòmente integrado na IDEIA
ETERNA E GLOBAL DO MUNDO QUE DEUS QUIS, EFECTIVAMENTE, CRIAR. O MAL DO MUNDO SÓ
PODE SERVIR, E SERVE REALMENTE, PARA A EXALTAÇÃO SOBERANA DO BEM, E
CONSEQUENTEMENTE DA GLÓRIA DE DEUS, A QUAL SE OBTÉM IGUALMENTE COM A EXEMPLAR
PUNIÇÃO DOS MAUS, MESMO NESTE MUNDO.
Neste quadro conceptual, nunca
olvidemos que só levaremos deste mundo para a Eternidade os BENS SOBRENATURAIS
que houvermos acolhido e acalentado – MAIS NADA! Porque neste paupérrimo mundo
só possuem verdadeiro resplendor as riquezas que nos levarem a participar
eternamente da Intimidade da Sagrada Família, A Qual é absolutamente
indissociável da Família da Santíssima Trindade.
LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR
JESUS CRISTO
Lisboa, 23 de Janeiro de 2017
Alberto Carlos Rosa Ferreira
das Neves Cabral
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