Perguntamo-nos
agora, é a mesma coisa assistir à Santa Missa tradicional ou a qualquer outra
Missa? Deveria ser o mesmo para a fé, para o crescimento e o fortalecimento,
mas com imensa dor dizemos que não é a mesma coisa
Eu vos felicito, porque em tudo
vos lembrais de mim, e guardais as minhas instruções, tais como eu vo-las
transmiti. 1 Cor. 11, 2
Assim, pois, irmãos, ficai
firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras,
seja por carta nossa. 1 Cor. 11, 2
Ó Timóteo, guarda o bem que te
foi confiado! Evita as conversas frívolas e mundanas, assim como as
contradições de pretensa ciência. 1 Tim. 6, 20.
Tudo nos une ao
Senhor
Queridos irmãos, como é belo ver como a
própria Virgem Maria cumpriu os preceitos estabelecidos pela lei quando foi
apresentada ao templo ainda criança, ou quando foi para ser purificada após o
nascimento do Menino Deus. Da mesma forma, como Nosso Senhor também cumpriu as
normas estabelecidas. Ambos, Mãe e filho, recitavam os salmos, assistiam ao
templo … Ambos nos ensinaram a respeitar a tradição.
Na instituição da Eucaristia, o Senhor disse
aos seus discípulos: Fazei isto em memória de mim.
Lc. 22, 19. Portanto, cada vez que se oficia o Santo Sacrifício retornamos ao
início, voltamos a Nosso Senhor, nós o temos presente, a Ele todo, Sua vida,
Seus ensinamentos, Sua Sagrada Paixão. A Santa Missa é una com o Senhor, com o
início, com o Calvário. Não há distância, o momento é único, é o eterno
presente de Nosso Senhor Jesus Cristo, cujas palavras jamais passarão.
Quando recitamos o Gloria, dizemos: Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
como era no princípio, agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.
Nós dizemos, agora e sempre, isto é, toda a tradição, todo o tempo passado e
todo tempo vindouro, tudo isso é único, é a única Gloria dada à Santíssima
Trindade.
Quando S. S. São Pio V estabeleceu que se
inserisse no Missal Romano o prólogo do Evangelho de São João para ser lido ao
final da Santa Missa, o fez por inspiração divina. Terminada a Missa e se lê o
início do Evangelho de São João para indicar que tudo está ligado ao princípio;
porque na segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo tudo será restabelecido à
santidade inicial do princípio. O último Evangelho nos recorda a união com o
princípio, com Nosso Senhor.
O último Evangelho nos recorda tudo outra
vez, lembra-nos da própria obra da Redenção do gênero humano, o pecado original
e suas causas, a Encarnação do Verbo de Deus. Tudo volta ao princípio. Quando
chegar o fim, o Senhor irá restaurar tudo como era antes do pecado original;
mas não sabemos o dia nem a hora. Mas tudo voltará a ser como antes.
Não sabemos o dia nem a hora, porque a nossa
salvação dependerá de nossa liberdade, dependerá de nós. Se soubéssemos o dia e
a hora já não nos salvaríamos por amor a Deus, mas pelo medo. O Senhor quer que
desejemos realmente ir para o Céu, e nos deixa a liberdade para fazer e para
não fazer.
Tudo nos liga a Deus. Tudo o que o Senhor
determinou que fizéssemos. Tudo o que o Senhor ensinou aos Apóstolos.
A tradição é o
caminho da Igreja
Não pode haver ruptura com a tradição da
Igreja. A ruptura com a tradição da Igreja leva à confusão e ao caos. Um
exemplo simples e ilustrativo, a ruptura com o uso obrigatório da batina levou
à anarquia absoluta no uso da maneira de vestir dos eclesiásticos, religiosos e
da hierarquia eclesiástica.
São as mesmas a Santa Missa de São Pio V, ou
a amálgama de cerimônias estranhas, confusas, ridículas, ofensivas, indecentes,
sacrílegas, que denominamos Novus Ordo? Não
deveria ter ocorrido, mas, de fato, houve uma completa ruptura entre a Santa
Missa tradicional e a que se oficia pelo Missal de Paulo VI. S. S. Bento XVI
também disse que o Rito da Missa é o Rito Romano, que se expressa em duas
formas, a ordinárias e a extraordinária. Ou seja, um só e único Rito Romano, e,
portanto, uma só forma digna, devota, respeitosa, sagrada, santa, de oficiar o
Santo Sacrifício da Missa.
Além disso, a ruptura com a tradição na forma
de oficiar a Santa Missa levou ao obscurecimento total da fé católica, e do que
era uma única forma de oficiar o Santo Sacrifício chegou-se não a uma Nova
Missa, mas a um conjunto díspar, amorfo, disparatado, ridículo, ofensivo de
cerimônias que têm apenas em comum o desprezo para qualquer sinal tradicional
nelas.
Perguntamo-nos se tais sacerdotes que oficiam
tão indignamente o Santo Sacrifício soubessem, com certeza, que ao término da
Santa Missa seriam julgados por Deus, Nosso Senhor, se continuariam com sua
forma irreverente de oficiar, ou, se arrependendo de sua falta de amor pelo
Senhor, não celebrariam a Missa com devoção, unção e lágrimas nos olhos?
A misericórdia
nos salva, porém…
Sem dúvida alguma a Misericórdia de Deus nos
salva da condenação eterna. Porém, para isso, temos de conhecer a Deus, amá-Lo
e aceitar a Sua Misericórdia, pois podemos rejeitá-la. Podemos recusar a
Misericórdia divina, ou porque não a se conhece e não se a quer conhecer, ou
porque, mesmo a conhecendo se a recusa, basta um ato da vontade para isso.
Como Conhecer Deus, como saber de Seu Amor
infinito para cada um de nós? Como conhecê-Lo e amá-Lo de verdade? Respondemos
que nada melhor do que pelo meio mais excelso que Ele próprio nos deu, deu à
Sua Igreja; o tesouro mais resplandecente por sua beleza inigualável, Seu próprio
Sacrifício, o Calvário. Apenas contemplando o Senhor, o Calvário, podemos
chegar a conhecer a Sua Onipotência, Seu Amor, Sua Misericórdia, em última
análise, todos os Seus atributos. Podemos chegar a compreender o quanto nosso
Deus ama. Ninguém pode duvidar disso, se é um bom católico.
Perguntamo-nos agora, é a mesma coisa
assistir à Santa Missa tradicional ou a qualquer outra Missa? Deveria ser o
mesmo para a fé, para o crescimento e o fortalecimento, mas com imensa dor
dizemos que não é a mesma coisa. É de tal magnitude a irreverência com que se
oficia a nova Missa, é tal o desprezo pelo sagrado na ação que se celebra, que
somos invadidos pela generalização que as ofensivas celebrações litúrgicas
tomaram.
A Tradição nos
liga à santidade primeva
Encontramo-nos numa ruptura com a tradição e,
portanto, com o princípio. Estamos diante de um caminhar desorientado que se
afasta do início, do próprio Senhor que disse à sua Igreja; fazei isto em memória de mim. Uma
nova liturgia que se afasta do mandamento do Senhor, e segue o mandato humano.
A tradição nos une ao princípio. A tradição
nos faz um com o Senhor. A tradição nos liga à
santidade primeva, constantemente nos lembra
essa santidade na qual a Igreja deve viver. A tradição permite fazer presente o
eterno princípio, a santidade primeva, o mandato imutável do Senhor.
A tradição é o contínuo presente de nossa fé,
de ontem, de hoje e de amanhã. A tradição é a imutável Verdade de Deus presente
em Sua Igreja até o fim dos tempos. A tradição litúrgica é a constante novidade
do amor de Deus aos homens, o Calvário. O Calvário sempre o mesmo e sempre
novo.
A Santa Cruz redentora de Cristo, o contínuo
presente que precisa ser vivido em cada Santa Missa para o alimento da fé, a
infusão de dons, a salvação das almas do Purgatório, a edificação da Igreja e a
glória de Deus.
Sou católico, sou tradicional.
Ave Maria Puríssima.
Pe. Juan Manuel Rodriguez de la Rosa
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