“Em 1967, deu ao governo turco o
estandarte que os católicos tinham tomado dos muçulmanos em Lepanto, graças à
proteção da Santíssima Virgem”
No dia 5 de agosto passado, o Papa Francisco falou à multidão
reunida na praça São Pedro para a oração do Angelus: “Há
quarenta anos, o Beato Papa Paulo VI estava vivendo as suas últimas horas nesta
terra. Morreu, de fato, na noite de 6 de agosto de 1978. Recordemos dele com
muita veneração e gratidão, à espera da sua canonização, em 14 de outubro
próximo. Do céu interceda pela Igreja, que tanto amou, e pela paz no mundo.
Este grande Papa da modernidade, o saudemos com um aplauso, todos!”
Não há dúvida que, ao canonizar Paulo VI, após tê-lo feito com
João XXIII e João Paulo II, Francisco tem a intenção de confirmar os católicos
nas novas orientações tomadas pela Igreja desde o Concílio, e dar um novo lustro
à liturgia reformada¹. Paulo VI foi, de resto, o primeiro papa a lançar mão da
canonização dos santos para avalizar o Concílio, anunciando, no dia 18 de
novembro de 1965, antes do seu término, portanto, a introdução das causas de
beatificação de Pio XII, mas também de João XXIII².
No entanto, quão opostos eram os julgamentos desses dois papas
sobre Monsenhor Montini! Se este último foi um colaborador próximo do Cardeal
Pacelli por muitos anos, em 1954 foi afastado de Roma por vontade do Papa
Pio XII. O sobrinho de Paulo VI testemunhou que seu tio jamais nutriu a menor
ilusão a esse respeito: “para ele, tratava-se de um drama no mais pleno sentido
da palavra”³. Ainda que Pio XII não tenha julgado conveniente afastar um
substituto nos assuntos ordinários da secretaria de Estado sem lhe conceder uma
aparente promoção, a censura não deixava de ser notória. A Sé de Milão era
tradicionalmente ocupada por um cardeal, ora “Pio XII não criou mais
nenhum cardeal”, e isto “para não ter de designar Monsenhor Montini”4.
João XXIII, ao contrário, no dia 4 de novembro de 1958, um pouco
antes da cerimônia da sua coroação, escreveu um bilhete para Monsenhor Montini
afim de anunciar que esta dignidade lhe seria brevemente conferida5,
e sete anos mais tarde, no seu leito de morte, disse: “Meu sucessor será o
Cardeal Montini”.
Como é possível que o Papa Francisco utilize novamente as palavras
sagradas da canonização para propôr como exemplo um coveiro da Tradição?
Deixamos aos teólogos o encargo de responder a esta questão. No momento, o bom
senso e a fé nos bastam para recusarmo-nos prestar culto a Paulo VI. As graves
omissões na defesa da fé, a promulgação da missa nova, o abandono do zelo
missionário pelo reino de Nosso Senhor provam que Paulo VI era um liberal e que
não pode servir de modelo para os católicos.
A defesa da fé
“Por vezes surgem livros que diminuem a fé em pontos
importantes, mas o episcopado se cala e não julga esses livros estranhos… isso
é que é estranho aos meus olhos”6. Mas o próprio papa
suprimiu o Index, paralisou o Santo Ofício, não tomou nenhuma
medida contra os que negavam a fé como, por exemplo, os bispos holandeses, que
publicaram um catecismo escandaloso negando tanto os anjos e o sacerdócio como
a Incarnação e a Presença real. Se, no dia 30 de junho de 1968, professou
um Credo ortodoxo, jamais defendeu a fé condenando os
heréticos. Em Roma, honrou os professores que outrora foram expulsos pelo Santo
Ofício. “Paulo VI deixou a santa Igreja de Deus ser invadida pelas vagas
pantanosas da apostasia iminente”7. Não se tratava de fraqueza
(o que já seria suficientemente grave num soberano pontífice), mas de uma
atitude irenista e irrealista que lhe era habitual. A Encíclica Mysterium
Fidei8 pode ser citada como uma ilustração disso. Com
efeito, antes mesmo do fim do Concílio, multiplicavam-se as inovações
litúrgicas9, e se difundiam doutrinas que, como ele mesmo disse,
perturbavam as almas dos fiéis e produziam uma grande confusão. Ora, não apenas
o papa não condenou ninguém, mas não pôde deixar de admirar as boas intenções
dos fautores de heresias: “Não negamos que aqueles que propagam opiniões
surpreendentes tenham o desejo louvável de se aprofundar num mistério tão
grande”10.
A verdade é que Paulo VI mostrou-se severo apenas com os
defensores da Tradição. Invariavelmente, cedia e deixava os outros livres11.
É por isso que o Padre Calmel considerava o pontificado de Paulo VI como uma
“eclipse do papado”, uma vez que ele pretendia “governar a Igreja reunindo
sínodos e sem condenar ninguém”12. O Professor Amerio intitulou
um dos sub-capítulos de Iota Unum, sua obra prima: “A
renúncia ao exercício da autoridade”. O dia 13 de novembro de 1964,
quando Paulo VI depôs a tiara, sinal da plenitude do poder papal, foi
simbólico!
A publicação da Encíclica Humanae Vitae, no dia 25 de
julho de 1968, foi a única vez que Paulo VI impôs seu ensinamento. Mas, mesmo
aí, não tomou nenhuma medida contra as conferências episcopais que, revezando
com uma miríade de publicações, ousavam se opôr publicamente a sua decisão que,
nesse ponto, não era senão a repetição do ensino tradicional, ao menos nas suas
conclusões. Mas a questão ia muito além da contracepção. O Cardeal Suenens, o
Cardeal Alfrink e muitos outros repreendiam-no de se ter mostrado infiel à
colegialidade que o Concílio Vaticano II acabara de introduzir na Igreja. O
papa apelou então à compaixão dos seus contraditores, mas não se portou como
chefe: “Talvez o Senhor não tenha me chamado para este serviço porque eu
fosse especialmente apto, ou para que eu governe a Igreja e a salve nas
dificuldades presentes, mas para que eu sofra algo pela Igreja…”13 Ora,
o encargo de Soberano Pontífice prescrevia a Paulo VI comandar, e não se
apiedar, nem tão-somente exortar e admoestar14.
Paulo VI jamais aceitou questionar o Concílio Vaticano II, que, na
sua opinião, “Não tem menor autoridade, e é mesmo sob certos aspectos mais
importante, que o de Nicéia”15. No entanto, ele conheceu os seus
frutos: “Esperávamos a primavera, sobreveio a tempestade”16.
É bem conhecido o discurso proferido a um grupo de seminaristas, no dia 7 de dezembro
de 1968: “A Igreja encontra-se numa hora de inquietude, de autocrítica,
dir-se-ia mesmo, de demolição”. Ele acrescenta uma observação que revela a
que ponto o papa se manteve surdo aos gritos de alarme que lhe foram lançados:
“É como uma agitação interior, aguda e complexa, que ninguém teria esperado
após o Concílio”17. Dez anos após o Concílio, às vésperas
da morte de Paulo VI, o número de religiosos no mundo diminuíra em um
quarto, e a vida religiosa de boa parte dos remanescentes não passava de uma
caricatura18. Os fiéis deixavam as igrejas.
A devoção a Nossa Senhora também sofreu muito durante o
pontificado de Paulo VI. Na primeira seção do Concílio, o Cardeal Montini já se
opunha a atribuição de novos títulos à Virgem Maria. Foi ele quem fez com que o
esquema preparado sobre Nossa Senhora fosse suprimido, para ser reduzido a um
capítulo do esquema consagrado à Igreja. Em 1967, deu ao governo turco o
estandarte que os católicos tinham tomado dos muçulmanos em Lepanto, graças à
proteção da Santíssima Virgem.
A nova missa
Em 21 de outubro de 1969, um Breve exame crítico sobre
a nova missa foi apresentado ao papa pelos Cardeais Ottaviani e Bacci. Pouco
mais de um mês antes, Dom Antônio de Castro Mayer, bispo de Campos, lhe havia
escrito: “O Novus Ordo Missae não só não afervora, senão que extenua a fé
nas verdades centrais da vida católica, como a Presença Real de Jesus na SS.
Eucaristia, a realidade do Sacrifício propiciatório, o sacerdócio hierárquico”19.
Paulo VI, contudo, mostrou-se irredutível na imposição desta nova liturgia
concebida para agradar os Protestantes: “Não é uma decisão arbitrária; não é
uma experiência temporária ou facultativa; não é uma improvisação vinda de
algum diletante. Trata-se de uma lei elaborada por eminentes liturgistas após
longas discussões e estudos”20. As palavras mais violentas nesse
sentido foram as do consistório de 24 de maio de 1976: “É em nome da
Tradição que pedimos a todos os filhos, a todas as comunidades católicas, que
celebrem, com dignidade e fervor, a Liturgia reformada. A adoção do Novo “Ordo
Missæ” não é deixada certamente ao arbítrio dos padres ou fiéis […] O Novo Ordo
foi promulgado para substituir o antigo […] Com a mesma autoridade suprema [que
a de São Pio V] que nos vêm de Cristo Jesus, nós exigimos a mesma
disponibilidade…” À Jean Guitton, que lhe sugeriu autorizar a missa de
São Pio V para apaziguar os espíritos, o papa respondeu: “Isso nunca!”
No entanto, em 2007, no Motu proprio Summorum Pontificum, Bento XVI
reconheceu que a antiga missa jamais fora ab-rogada. Paulo VI, assim, é culpado
de um abuso de poder.
Mas os padres que morreram de desgosto porque a missa lhes foi
tirada, não foram os mais desafortunados: durante o pontificado de Paulo VI, o
número dos que abandoraram o sacerdócio adquiriu proporções inimagináveis.
O próprio papa o reconheceu, mas sempre com a mesma inércia: “As
estatísticas nos entristecem, cada caso em particular nos desconcerta, as
motivações seguramente nos impõem respeito e compaixão, mas dão-nos uma imensa
pena. A sorte dos fracos que reuniram forças para desertar de seus deveres nos
confunde”21.
A questão da comunhão na mão não é menos sintomática. A
instrução Memoriale Domini22 é uma apologia da
comunhão dada pelo padre sobre a língua do comungante. Ela explica como este
procedimento exprime melhor o respeito devido ao Santíssimo Sacramento bem como
a humildade com a qual deve ser recebido. Ela menciona uma consulta feita aos
bispos, cuja maioria “julga que nada deve ser mudado no tocante à disciplina
atual” e estipula, portanto, que “este modo de distribuir a Santa Comunhão tem
de ser conservado”. Alude à prática de dar a comunhão na mão, prática que se
difundiu sem que a Santa Sé tenha dado a menor autorização. Os culpados serão
severamente reprimidos? Absolutamente! No mesmo documento romano, as
Conferências episcopais são instadas a avaliar cuidadosamente as circunstâncias
especiais que possam existir (!) afim de, em seguida, tomar quaisquer decisões
“que sejam necessárias para regular as situações”.
Enfim, o uso do latim na liturgia foi, a um só tempo, louvado
e suprimido por Paulo VI. O papa agia às avessas dos princípios que enumerava,
e dizia sofrer por isso! Domingo, dia 7 de março de 1965, celebrou pela
primeira vez a missa (tradicional) inteiramente em italiano. Na sua alocução,
durante o Angelus, declarou: “Este domingo assinala uma
data memorável na história espiritual da Igreja, porque a língua falada entra
oficialmente no culto litúrgico, como já vistes nesta manhã. (…) É
um sacrifício que a Igreja realizou da própria língua, o latim; língua sacra,
grave, bela, extremamente expressiva e elegante. Sacrificou tradições de
séculos e sobretudo sacrifica a unicidade de linguagem nos vários povos, em
homenagem a esta maior universalidade, para chegar a todos”. No dia 4 de
maio de 1967, o “sacrifício” foi executado por meio da instrução Tres
abhinc annosque estabeleceu o uso da língua vulgar para a recitação, em voz
alta, do cânon da missa. Se em junho de 1969, durante a sua viagem para Uganda,
consentiu em celebrar a missa em latim à pedido dos bispos africanos, na sua
alocução encorajou as reformas: “Um pluralismo é legítimo, e até desejável,
no tocante à língua, à índole, à cultura”23. No dia 26 de
novembro desse mesmo ano, durante a apresentação do novo rito da missa, o
abandono do latim tornou-se definitivo: “Não é mais o latim, mas a língua
corrente, que será a língua principal da missa. Para todo aquele que conhece a
beleza, a força do latim, sua aptidão para exprimir as coisas sagradas, será
certamente um grande sacrifício vê-lo substituído pela língua corrente.
Perdemos a língua dos séculos cristãos, tornamo-nos como que intrusos e profanos
no domínio literário da expressão sagrada. Perdemos também em grande parte esta
admirável riqueza artística e espiritual que é o canto gregoriano. Seguramos
temos razão para experimentar desgosto e quase nos desassossegarmos”.
A salvação das almas e o ecumenismo
Na Encíclica Ecclesiam suam, Paulo VI afirmou
que, para a Igreja, há um dever missionário24, mas não podia
concebê-lo senão como diálogo: “A Igreja deve entrar em diálogo com o mundo
em que vive. A Igreja faz-se palavra, faz-se mensagem, faz-se colóquio”25.
Consagrado pelo concílio Vaticano II, o ecumenismo foi imposto à consciência
católica pelo papa por meio de gestos espetaculares e escandalosos que seus
sucessores se limitarão a imitar. Em 1964, Paulo VI fez uma viagem a Terra
Santa26 durante a qual reencontrou o patriarca de
Constantinopla em pé de igualdade: após terem lido alternadamente o evangelho,
benzeram conjuntamente a assistência, por iniciativa de Paulo VI27. De
regresso a Roma, não hesitou em dar aos ortodoxos a cabeça de Santo André, uma
das relíquias mais insignes da Basílica de São Pedro. No último dia do
Concílio, 7 de dezembro de 1965, Paulo VI anunciou o levantamento da excomunhão
dos ortodoxos sem exigir a menor abjuração da sua parte. Durante a sua viagem a
Turquia, em 1967, o papa entregou uma carta oficial ao patriarca de
Constantinopla, na qual as igrejas ortodoxas e a Igreja católica eram
apresentadas como “Igrejas irmãs”. O que equivale dizer que Roma não mais
pretendia ser a mãe de todas as igrejas28 e que o papa não mais
pedia ser reconhecido como o pai comum de todos os fiéis.
Quanto ao ecumenismo com os protestantes, basta evocar a recepção
do Dr. Ramsey, “arcebispo e primaz” da igreja anglicana, em março de 1966. O
papa lhe prometeu reexaminar a questão da validade das ordenações anglicanas
(que fora resolvida por Leão XIII) e já lhe adianta qual era o seu pensamento
ao lhe pedir que benzesse a assembléia na sua presença. O “primaz” inglês não
compreendeu este pedido inusitado e começou a pôr-se de joelhos. O papa
prontamente o reergueu. Mas essa foi apenas a primeira surpresa. Paulo VI, num gesto
premeditado, tirou em seguida o seu próprio anel episcopal para colocá-lo no
dedo do Dr. Ramsey.
O reino de Nosso Senhor jamais sofreu tanto das mãos de um papa. É
verdade que este tinha sobretudo o culto do homem!29 Tendo se
recusado a condenar o comunismo ao longo do Concílio, Paulo VI dobrou-se muitas
vezes às exigências dos países do leste. Basta recordar o caso do Cardeal
Mindszenty que provavelmente sofreu mais das manobras do papa do que de seus
verdugos na Hungria30. Todos os países ainda católicos foram
encorajados a riscar o nome de Nosso Senhor de suas constituições: depois da Espanha,
a Colômbia, alguns cantões suíços, foi a vez da Itália31. A doutrina
condenada de Lamennais foi retomada na mensagem de Paulo VI aos governantes: “E
que pede a Igreja de vós… neste momento? Ela vô-lo disse num dos documentos
mais importantes deste Concílio: ela não vos pede senão a liberdade”32.
Um duplo aspecto
O Pe. Congar dizia de Paulo VI que ele falava à direita e agia à
esquerda33 Dom Marcel Lefebvre, citando o Cardeal Daniélou,
dava a verdadeira razão desta atitude: Paulo VI era um liberal e, portanto, um
incoerente, um homem que afirma princípios e que faz o contrário deles. “Este
papa é como um fruto do liberalismo, toda sua vida foi impregnada de influência
de homens que o rodeavam ou que tomou por mestres, e que eram liberais”34.
Esta contradição fazia de Paulo VI um papa triste. Os italianos
faziam um jogo de palavras: Paulo VI (Paolo sesto) era um “Paolo
mesto” (Paulo triste)35. Bem diferente era a tristeza dos
santos. No seu Diário, João XXIII que se encontrara com São Pio X, e notara
este véu de tristeza nos olhos do Pontífice, dizia não acreditar na sua
santidade. Este sofrimento, contudo, vinha diretamente da caridade. Não havia
incoerência alguma entre as palavras e a vida de São Pio X! Ao contrário, a
alma de Paulo VI era ansiosa e paradoxal. Embora tivesse a nostalgia da
grandeza da Igreja, trabalhou ativamente para a sua destruição. Seria o
juramento feito por ocasião da sua coroação que, retornando por vezes ao seu
espírito, atormentava-lhe: “Se eu vier a trair a Tradição recebida dos meus
predecessores, Deus não será um juiz misericordioso no Julgamento Final”?36
1. Junto com a missa dita de
São Pio V, qualificada de ‘rito extraordinário’, haverá a de “São Paulo VI”
2. Yves Chiron, Paul VI, le pape écartelé, p. 247,
édition Perrin.
3. Giorgio Montini, “Mons oncle, le pape”
4. Yves Chiron, Paul VI, le pape écartelé, p. 153,
édition Perrin.
5. Roberto de Mattei, “Il Concilio Vaticano II”, p.
113.
6. Jean Guitton, “Paul VI
secret”, p. 168.
7. Carta do Pe. Calmel de 4 de
julho de 1970 citada pelo Pe. Jean-Dominique in“Le père
Roger-Thomas Calmel”, p. 461.
8. 3 de setembro de 1965 (o
encerramento do Concílio será no dia 8 de dezembro de 1965).
9. A primeira constituição
conciliar era sobre a liturgia e já produzia seus frutos.
10. Caminhando para o final do
seu pontificado, enquanto o episcopado do mundo olhava de cima suas encíclicas,
ele exaltava a “extrema
unanimidade de toda a Igreja com seu pastor supremo e de todos com seus
próprios bispos” (che vengono dalla grandissima consonanza di tutta la
Chiesa col suo Supremo Pastore e con i propri Vescovi) — alocução de 23 de
junho de 1975.
11. Falando de abusos
litúrgicos, o Cardeal Gut, Prefeito da Congregação para o culto divino,
observava, “Muitos padres faziam o que queriam. Eles se impuseram. Agiam sem
autorização e, muitas vezes, não era mais possível detê-los. Na sua grande
bondade e sabedoria, o Santo Padre então cedeu, freqüentemente contra sua
vontade” D.C. no.1551 citado em Iota Unum no.69.
12. Carta de 17 de janeiro de
1969, citada por Pe. Jean-Dominique in“Le père Roger-Thomas
Calmel”, p. 365.
13. Discurso no Sacro Colégio,
22 de junho de 1972 inIota
Unum no. 65.
14. Mesmo na sua exortação apostólica Paterna, de 8 de dezembro de 1974, em
que reivindica a sua autoridade e se insurge contra a desobediência, ele o faz
sem condenar, mas como uma espécie de advertência.
15. Carta de Paulo VI a Dom
Marcel Lefebvre, escrita em 29 de junho de 1976. O próprio Cardeal Villot lhe
aconselhara a não escrever semelhante coisa!
16. Ao Cardeal G. Colombo,
arcebispo de Milão.
17. Citado, por exemplo,
em Iota Unum no.7
18. O papa obrigara todos os
institutos de vida religiosa (até mesmo os cartuxos, que jamais tiveram
necessidade de reforma) a rescrever suas regras e sua constituição.
20. Discurso de Paulo VI (19 de
novembro de 1969) sobre o novo rito da missa, citado em “Histoire de la messe interdite”, por
Jean Madiran, p. 34.
21. Carta ao clero secular e
regular da diocese de Roma, 10 de fevereiro de 1978.
22. Instrução de 29 de maio de
1969 da Sagrada Congregação para o culto divino.
23. Chiron, Paul VI, Le pape écartelé, p. 296.
24. “É o dever da evangelização, é o mandato missionário, é o dever de
apostolado”. Encíclica de 6 de agosto de 1964.
25. Quando era substituto na
Secretaria de Estado, em março de 1949, recebeu Roger Schutz e Max Thurian, da
comunidade protestante de Taizé, e considerou a possibilidade da Igreja
participar do Conselho ecumênico das igrejas (idéia que um monitum do Santo Ofício havia
precisa e formalmente afastado no ano anterior), e que Ela deveria reconhecer
os erros dos seus membros ao longo da história e nos dias de hoje. Cf.
Chiron, Paul VI, le pape
écartelé, p. 134.
26. A primeira dessas viagens
internacionais a que os papas conciliares nos habituaram.
27. Chiron, Paul VI, le pape écartelé, p. 217.
28. Pela palavra “igreja”,
queremos dizer as dioceses governadas por um bispo, mas em dependência do papa
29. “Vós, humanistas do nosso tempo, que negais as verdades transcendentes,
dai ao Concílio ao menos este louvor e reconhecei este nosso humanismo novo:
também nós — e nós mais do que ninguém somos cultores do homem”. Discurso
de encerramento do Concílio Vaticano II, 7 de dezembro de 1965.
30. Fideliter no. 243, maio-junho de 2018.
31. Desde 1976, Paulo VI
preparava o tratado, concluído somente em 1984, que ab-rogava o artigo
especificando a religião católica como a única religião do Estado.
32. Mensagem do Concílio de 8
de dezembro de 1965.
33. Dom Marcel Lefebvre fazia
uma observação semelhante: “Num momento era tradicionalista, ao menos nas
palavras, logo depois, nos atos, fazia coisas completamente opostas, não
condenava o que deveria ser condenado e condenava, ao contrário, o que não
deveria ser condenado”. (Conferência espiritual aos seminaristas, 18 de março
de 1977).
34. “Ils l’ont découronné”, cap. 31, p. 224.
35. Chiron, Paul VI, le pape écartelé, p.
10.
36. Juramento multissecular
feito ao longo da coroação papal.
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