Por maiores que sejam os nossos sofrimentos, padecidos com espírito e intenção verdadeiramente sobrenatural, tais sofrimentos encerram necessàriamente em si mesmos uma Luz transformante e inefável, uma semente de eterna beatitude, e por isso, uma felicidade que não é deste mundo. Dizia Santo Afonso Maria De Ligório: “Ah! os mundanos, como seriam grandes santos se sofressem para dar glória a Deus aquilo que sofrem para se condenarem”.
Não pode existir santificação sem sofrimento moral; todavia também não se pode afirmar que a santidade é, estritamente, directamente proporcional ao sofrimento, não, o grau de santidade é o grau de Graça Santificante, a qual corresponde, teològicamente, ao grau de Caridade Sobrenatural, em nome da qual se sofre; é a Caridade que confere valor sobrenatural ao sofrimento.
A Graça Santificante não é a mesma realidade do que a Caridade – mas o grau duma é o grau da outra.
A Graça Santificante ou Graça habitual constitui um acidente entitativo Sobrenatural que residindo na essência mesma da alma, a torna imagem viva de Deus Uno e Trino, espelho da Divindade, pela participação na Natureza Divina.
A Caridade constitui um hábito operativo sobrenatural que reside na potência operativa vontade, e pelo qual amamos a Deus Nosso Senhor sobre todas as coisas e ao próximo por amor de Deus.
Existem pessoas humanamente muito cultas, como por exemplo, o falecido historiador Professor José Hermano Saraiva, que possuem uma ideia terrìvelmente errada da essência da Religião Católica, produzindo asserções no sentido de definir a consagração religiosa pelo sofrimento – nada mais errado; a consagração religiosa define-se, essencialmente, PELA CARIDADE; as práticas ascéticas constituem um auxílio, para que uma vez removidos certos obstáculos, nos entreguemos, sem reservas, à Glória de Deus.
São João da Cruz tinha um monge que era o campeão das penitências e dos cilícios – pois foi o primeiro a apostatar; aconteceu-lhe o que acontece a todos os principiantes: tomar o extremo formal da virtude pelo seu extremo material; a santidade em alto grau, a Caridade Sobrenatural integralmente abismada em Deus Uno e Trino, demonstra um equilíbrio notável na sua vida exterior, pois existindo uma proporção mais ou menos estrita entre todas as virtudes, sòmente uma elevada moderação no seu exercício concreto pode facultar que em todas as nossas acções glorifiquemos a Lei Eterna SEGUNDO TODAS AS VIRTUDES.
As perseguições que o mundo ateu, com sua religião ateia, também, agora chefiada por Bergoglio, as humilhações que toda essa gente inflige àqueles, que por Graça de Deus, permanecem católicos, constitui ocasião soberba de oferecermos a Deus Nosso Senhor as nossas dores morais, procurando, sempre e cada vez mais, expurgar a nossa vida de qualquer intenção menos Sobrenatural e menos objectiva.
Que a nossa existência se unifique, segundo um só princípio, que é o princípio da Fé Católica. Nesse princípio cabem as legítimas alegrias humanas, desde que perfeitamente sobrenaturalizadas, segundo o estado de vida próprio de cada um.
É necessário afirmar que a nunca suficientemente amaldiçoada Igreja conciliar destrói não sòmente a vida Sobrenatural nas almas, mas igualmente, na enorme maioria das pessoas, DESTRÓI TAMBÉM A HONESTIDADE NATURAL.
É menos difícil a um pagão, nascido pagão, numa cultura que nunca foi católica, ou mesmo a um infiel muçulmano, nascido em terras que sempre o foram, manterem-se fiéis a uma certa honestidade natural, do que a um cidadão, nominalmente católico, nascido num Mundo Ocidental, progressivamente apóstata desde Lutero. A razão reside no aforismo escolástico: CORRUPTIO OPTIMI – PESSIMA = A CORRUPÇÃO DAS MAIS ELEVADAS E SUPREMAS REALIDADES DEGENERA NA MAIS AVILTANTE E HORROROSA DEGRADAÇÃO. Quando mais um indivíduo sobe, mesmo materialmente, se cair, mais profunda será a queda. Este conceito explica também, amplamente, a epidemia de pederastia na ex-Igreja católica, NEM MESMO EXISTE, OU PODE EXISTIR, OUTRA EXPLICAÇÃO.
Totalmente opostas às realidades terrenas e humanas são as realidades Sobrenaturais; as primeiras necessitam renovar-se e diversificar-se, contìnuamente, numa busca incessante, que nunca encontra o que verdadeiramente procura; as realidades Sobrenaturais quanto mais se possuem, maior é a necessidade de aprofundá-las mais ainda; quanto mais se conhece e ama sobrenaturalmente a Deus, mais se quer conhecer, mais se quer amar. As realidades contingentes devem elevar-nos para Deus, mas o nosso dinamismo operativo não se deve nelas deter como num fim em si mesmo, se o fizermos, canalizaremos para o finito toda a energia que deveríamos ordenar a Deus Nosso Senhor, daí a busca incessante, a imperiosa necessidade de cada vez mais e renovados estímulos, tudo numa vertigem existencial que constitui um princípio de Inferno já neste mundo. Para o justo o Céu inicia-se igualmente já neste mundo, na exacta medida em participa já da Natureza Divina, da Inteligência Divina, da Caridade Divina, e tanto mais participará quanto mais conseguir unificar e simplificar num só princípio Sobrenatural toda a sua vida. No Céu todos os santos serão, sobrenaturalmente, completamente saciados, mas nunca fartos, nunca saturados; aqui reside uma fundamental diferença entre os bens Eternos e os bens terrenos; na Terra o que sacia, acaba por fartar, no Céu, onde não há dispersão do ser na duração, nem numerabilidade sucessiva, mas um êxtase Eterno e imutável, os entes espirituais encontram a finalidade última de todo o seu ser, bem como de todas as suas rectas aspirações, e encontraram-na numa indissolúvel plenitude, que transcende infinitamente todas as categorias terrenas.
O dinamismo dos entes espirituais reflecte a tensão entre o seu ser, finitamente definido pelos limites da sua essência, e o ser sem limites. Por isso mesmo, a pior inversão, a única verdadeira inversão, que pode acontecer a uma alma é direccionar teleològicamente para as criaturas, um dinamismo que ontològica, metafìsica e teològicamente, deve consagrar a Deus Uno e Trino.
Uma tal inversão foi realizada, ao mais alto grau, pela maldita ex-Igreja católica, de modo que esta constitui o que de mais satânico alguma vez existiu no Universo. O próprio satanás e seus anjos desperdiçaram e malbarataram uma Graça que lhes havia sido gratuitamente concedida por Deus; MAS A IGREJA CONCILIAR, DESTRUINDO O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA, LANÇOU PARA O LIXO O SANGUE DA REDENÇÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REPUDIANDO O TESOURO SOBRENATURAL DA REVELAÇÃO DE QUE ERA DEPOSITÁRIA. Nunca tal crime havia sido cometido no Universo, nem mesmo o deicídio de Judas.
Ofereçamos pois a Deus Nosso Senhor todas as nossas provações e sofrimentos, com intenção verdadeiramente Sobrenatural e reparadora, caminhando sempre sob a Sua Santa Lei – POIS NÃO HÁ MAIOR FELICIDADE DO QUE CUMPRIR A LEI DIVINA, constituindo essa felicidade Sobrenatural um verdadeiro FRUTO DO ESPÍRITO SANTO.
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