O falso ecumenismo hoje
reinante e a ideologia maçônica do diálogo inter-religioso que grassa até nas
mais obscuras paróquias das regiões mais recônditas geraram uma ilusão entre os
católicos sem formação doutrinária: os judeus de hoje, apesar de não aceitarem
Nosso Senhor Jesus Cristo como Messias, são “irmãos mais velhos dos cristãos” e
têm uma leitura autêntica da Bíblia.
Ora, nada mais falso do que
esta idéia, infelizmente promovida e divulgada até por quem tem o dever de
ensinar a verdade.
Oferecemos abaixo algumas
provas tiradas da Sagrada Escritura e da Tradição, a fim de esclarecer assunto
tão importante. Não nos move nenhum preconceito ou ódio racial mas a caridade e
o amor à verdade, tão persuadidos estamos de que o povo judeu tem o direito de
conhecer a doutrina sagrada e, assim, ser acolhido na Nova e Eterna Aliança,
fundada no Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Provas da Sagrada
Escritura:
Ainda agora, quando lêem o
Antigo Testamento, esse mesmo véu permanece abaixado, porque é só em Cristo que
ele deve ser levantado. Por isso, até ao dia de hoje, quando lêem Moisés, um
véu cobre-lhes o coração. Esse véu só será tirado quando se converterem ao
Senhor. ( II Cor. 3, 14-16 )
Tivestes de sofrer da parte
dos vossos compatriotas o mesmo que eles sofreram dos judeus, aqueles judeus
que mataram o Senhor Jesus, que nos perseguiram, que não são do agrado de Deus,
que são inimigos de todos os homens, visto que nos proíbem pregar aos gentios
para que se salvem. E com isto vão enchendo sempre mais a medida dos seus
pecados. Mas a ira de Deus acabou por atingi-los. ( I Tess. 2, 14-16)
Eu conheço a tua angústia e
a tua pobreza – ainda que sejas rico – e também as difamações daqueles que se
dizem judeus e não o são; são apenas uma sinagoga de Satanás. (Ap, 2, 9)
Nós não somos filhos da
fornicação; temos um só pai: Deus. Jesus replicou: “Se Deus fosse vosso Pai,
vós me amaríeis, porque eu saí de Deus. É dele que eu provenho, porque não vim
de mim mesmo, mas foi ele que me enviou. Por que não compreendeis a minha? É
porque não podeis ouvir a minha palavra. Vós tendes como pai o demônio. (Jo. 8,
41-44)
Provas da Tradição:
A razão dos judeus ficou
enfraquecida, de modo que não podem ver a claridade da divina luz, isto é, da
divina verdade sem o velame das figuras. E isto porque fecham os olhos
para não verem, porque o véu do templo se rompeu. E isto por culpa da
infidelidade deles, não por defeito da verdade, a qual, removido o véu, se
manifesta de modo claríssimo a todos quantos abrem pela fé os olhos da
alma. (…)
Deve-se
saber que se apõe um véu a uma coisa de duplo modo: ou se apõe à coisa a
fim de que não seja vista ou se apõe à pessoa para que não veja. Ora, aos
judeus do Antigo Testamento se apunha um véu de duplo modo. Pois seus corações
estavam empedernidos de maneira que não conheciam a verdade por causa da dureza
deles, e o Antigo Testamento não estava encerrado, porquanto a verdade não
havia ainda chegado. Por isso, como sinal da verdade, o véu estava na face de
Moisés e não na face dos judeus, mas, chegando Cristo, o véu foi removido da
face de Moisés, isto é, do Antigo Testamento, que já estava completo, mas não
foi removido do coração deles. E isto até os dias de hoje. (S. TH. AQ. – Super
Epistolas S. Pauli – I, Turim, 1953).
Quando tomou o Menino e sua
Mãe, para fugir ao Egito, o fez à noite e nas trevas, porque deixou a noite da
ignorância aos incrédulos dos quais se afastava. Mas quando voltou para a
Judéia, o Evangelho não fala de noite nem de trevas, porque no fim do mundo os
judeus, acolhendo a fé, como se fosse Cristo a voltar do Egito, serão
iluminados. (Homilia sancti Hieronymi presbiteri, in III Nocturno, Ss.
Innocentium Martyrum)
Com efeito, todos os
elementos atestaram a vinda do Criador. Falarei deles de modo humano: os céus
conheceram que ele era Deus, pois que mandaram uma estrela. O mar conheceu-o,
pois que ele caminhou sobre as ondas. A terra o conheceu tremendo quando
morreu. O sol o conheceu ocultando seus raios de luz. As pedras e muralhas o
conheceram porque na hora de sua morte racharam. O inferno o conheceu, pois
devolveu aqueles que tinha presos pela morte. E, não obstante tudo isso, os
corações dos pérfidos judeus ainda não conhecem aquele a quem até as coisas
inanimadas conheceram, e são mais duros que as pedras, não querem abrandar seus
corações para o arrependimento. (Homilia santi Gregorii Papae, in Epiphania
Domini)
Finalmente,
vale a pena acrescentar duas observações. É falso dizer que os judeus (hoje) e
os muçulmanos têm a mesma de Abraão. Quando se fala da fé de Abraão, fala-se de
sua fé em Cristo Deus (que foi visto por Abraão, pois Cristo o recorda: Abraão
me viu e ficou cheio de gozo). A propósito, Santo Tomás de Aquino, recolhendo
os argumentos de Santo Efrem, Santo Ambrósio e Santo Agostinho, afirma
que Abraão e todos os profetas hebreus como ele, creram em Cristo. (Cf.
Enrico Radaelli, Il mistero della sinagoga bendata,Milano,
2002)
A
segunda observação consiste em recordar que Pio XI, confirmando o procedimento
de todos os papas da história, impõe, na encíclicaMortalium ânimos, pena de excomunhão a todos os
católicos que promovem confusão, irenismo e sincretismo entre as
confissões religiosas.
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