Igualitarismo:
o problema de fundo do protestantismo.
Argumentos retirados de vários livros,
principalmente do Pe. Júlio Maria (1949)
1) O igualitarismo e a dificuldade de
convencer os “intérpretes” da Bíblia
Todos os protestantes, sem exceção, atribuem à si
próprios o direito de ‘interpretar’ a Bíblia. Acreditam ter uma iluminação
‘direta’ do Espírito Santo, sem intermediários, ou seja, sem a Igreja.
Em todos os debates que a Frente Universitária Lepanto travou com protestantes
ficou patente que o objetivo deles não era conhecer as respostas católicas, mas
combater à Igreja de Cristo, à Maria Santíssima,
aos Santos etc.
Alguns apenas se limitavam a transcrever trechos da
Bíblia, sem embasamento doutrinário e sem raciocínio lógico, como se os trechos
fossem ‘amuletos’ mágicos.
A grande maioria não se embaraçava em se qualificar
como “voz” do “espírito santo”, como predestinados e eleitos de Deus
contra Igreja católica.
O mais curioso, entretanto, é a diferença que o “espírito
santo” manifesta em cada uma das centenas (talvez milhares) de ramificações do
protestantismo…
Mas, afinal, o que é um protestante?
O protestante é aquele que “protesta contra a Igreja Católica”.
Sua doutrina não tem unidade, suas igrejas não são infalíveis, sua hierarquia
não é rígida, seus preceitos são secundários, pois o que importa é “crer”
em Cristo.
Sobre a unidade, eles se unem contra a Igreja.
Sobre a infalibilidade, eles negam na Igreja Católica,
mas defendem em sua interpretação pessoal, que não admite provas em sentido
contrário, ainda que mais absurdas sejam suas teses.
Sobre a hierarquia, eles obedecem apenas enquanto
lhes convém, para logo depois fundarem uma Igreja que melhor se
adapte à suas convicções subjetivas.
Sobre os preceitos, basta ter fé,
pois aquele que tem fé se salva…
No fundo, eles só acreditam neles mesmos, pois
utilizam-se da Bíblia para justificar suas crenças, já que não seguem uma Igreja determinada
e nem devem obediência ao seu pequeno líder.
Em vez de consultarem as aves, como os romanos, ou
os astros, como os gregos, os protestantes consultam a Bíblia, dando eles
mesmos, ao texto, o sentido de que precisam e que mais se adapta a seus
caprichos ou seus interesses.
Todo o livro precisa de uma interpretação
autêntica, feita por uma autoridade competente, senão é uma letra morta, e a
letra morta só pode dar a morte. É o que clara e energicamente exprime S.
Paulo: “A letra mata e o espírito
vivifica” (2 Cor 3, 6). E ainda: “Para que sirvamos em novidade de
espírito, e não na velhice da letra” (Rom 7, 6). Os judeus estavam na velhice
da letra; Cristo trouxe a novidade de espírito e os protestantes
rejeitam este espírito.
Como tal, os protestantes não têm dogmas porque
o dogma exige uma verdade contida na Sagrada Escritura, e declarada
autêntica pela autoridade competente.
O Protestante tem a Bíblia (embora
sem alguns livros e com interpretações diversas), porém não possui nenhuma
autoridade superior, infalível, para declarar que uma palavra tem tal sentido,
e exprime tal verdade.
Não tem moral fixa, estável, porque
“basta crer” e “fazer o que quiserem”, como diz Lutero, o que exclui toda moral.
Não tem culto público, porque o culto é a expressão
da crença e sendo a crença individual, o culto igualmente deve ser individual.
No fundo, o que fazem então os protestantes? Eles
protestam, criticam, censuram a Fé católica para substituí-la pela negação,
pela revolta contra a autoridade do Papa, etc.
Esse é o laço que os une, pois a essência do
protestantismo é a negação da Igreja Católica.
Não duvidamos que existam protestantes por
ignorância. O que dizemos é que a essência do protestantismo é a revolta contra
a autoridade da Igreja de Cristo.
A Igreja tem seus dogmas, eles os
combatem
A Igreja possui uma moral pura, santa, um
sacerdócio virgem. Guerra pois ao celibato!
A Igreja é baseada sobre o papado. Guerra
ao papado!
A Igreja possui um culto majestoso,
atraente, manifestação da sua fé e de seu amor. Guerra pois ao culto da Igreja!
A Igreja honra de um culto de adoração a
pessoa de Cristo; de um culto de superveneração a Imaculada Mãe de
Deus, e de um culto de veneração aos santos. Guerra, pois aos santos.
O protestantismo não possui santo nenhum! Então,
gritam: “são ídolos… adoram as imagens… são idólatras!”
Pobres protestantes, como dizia o Pe. Júlio Maria:
“os ídolos são eles”. O protestante “é um ateu envolvido na capa de uma Bíblia…
conservando só a capa, sendo ele mesmo o texto da Bíblia, isso é, sua própria
vontade, pela livre interpretação”.
Aos protestantes, deixai de protestar e voltai à
religião dos vossos pais, à religião de Jesus Cristo, ensinada pela Igreja católica.
Ela é a única que possui dogmas imutáveis e faz praticar uma moral santa e
santificante, a única que possui um culto interior, exterior, digno de Deus e
dos homens, a única, enfim, que foi fundada por Jesus Cristo, e atravessou
os séculos, sempre a mesma, sempre idêntica, sempre divina, porque com ela está
o Espírito de Deus: “Eis que eu estarei convosco até o fim dos tempos” (Mt 28,
20)
a) Contra o que protestam os
protestantes?
Os protestantes protestam contra a Igreja católica
e contra os ensinamentos da mesma.
Cristo, o verdadeiro Deus, dirigindo-se a
Pedro, disse: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja,
e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16, 18). “Estarei
convosco até o fim dos séculos” (Mt. 28, 20). “Se alguém, ainda que fosse um
anjo do céu, vos anunciasse outro evangelho além do que vos tenho anunciado,
seja anátema” (Gal 1, 8), “Pedro, rezei por ti, para que a tua fé nunca venha a
se desfalecer” (Lc 22, 32).
Tudo isso é claro: é tal um sol refulgente!
O protestante, entretanto, protesta e grita
precipitadamente: “Não! S. Pedro não é o chefe da Igreja! Não, ele não é o
primeiro Papa! Ele nunca esteve em Roma! Não tem autoridade!”
Se os protestantes fossem sinceros,
eles deveriam reconhecer que só acreditam no protesto, pois eles negam o que a Igreja afirma
e afirmam o que a Igreja nega. Eis a religião protestante.
A Igreja católica crê que S. Pedro e seus
sucessores são os representantes de Cristo na Terra. Os protestantes
protestam!
A Igreja crê na pureza Imaculada da Mãe de
Deus, honrando-a e invocando-a. Os protestantes protestam!
A Igreja crê na confissão, no poder que o
sacerdote recebeu de Cristo, de perdoar os pecados. Os protestantes
protestam!
A Igreja crê no céu para os justos, no
inferno para os maus e no purgatório para aqueles que têm de expiar ainda umas
faltas. Os protestantes protestam!
A Igreja crê na intercessão dos santos,
no culto dos finados, na união que existe entre os vivos e os mortos. Os
protestantes protestam!
A Igreja crê nos sete sacramentos, no
poder da oração, no valor das boas obras, nas indulgências concedidas
pela Igreja. Os protestantes protestam!
A Igreja crê na Bíblia, como um livro
divino, exigindo uma interpretação autêntica, feita por uma autoridade
legítima. Os protestantes protestam!
A Igreja crê na Tradição, conforme as
palavras de S. Paulo: “Conservai as tradições que aprendestes, ou por nossas
palavras, ou nossa carta” (2 Tess 2, 15). Os protestantes protestam!
Bem que se aplicam a eles as palavras de S. Paulo:
“Muitos andam… que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a
perdição, cujo deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só
pensam nas coisas terrenas” (Filip. 3, 18-19). Nos Evangelhos, não é menos
taxativo o Filho de Deus: “Ai de vós… hipócritas, porque percorreis mar e terra
para fazer um prosélito, e depois de o ter ganho, o fazeis filho do inferno,
duas vezes mais do que vós” (Mt 23, 15). E S. Paulo aos Romanos: “Tendo
conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus… antes se desvaneceram.
Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (1 Rm 21-22)
Mas, não serão palavras duras demais?
Não, pois a confusão de doutrina, a divisão na cristandade, o desvio de tantas
almas, tudo isso é gravíssimo!
A primeira obra que uma religião deve
fazer é provar sua autenticidade, a autoridade e a legitimidade do seu ensino.
Em outros termos, é provar os seus dogmas.
Por que razão não o fazem os
protestantes? Pela razão muito simples de não terem dogmas. A negação ou o
protesto não se sustentam por si mesmos, só podem existir onde há uma coisa
positiva, que se possa negar, onde há uma verdade contra a qual se possa
protestar…
b) O que é a Igreja Católica em
comparação ao protestantismo?
O protestantismo só pode viver da negação do catolicismo.
Assim, se o catolicismo pudesse morrer – o que é impossível – no
mesmo dia e na mesma hora estaria morto o protestantismo.
A Igreja católica é o objeto positivo; o
protestantismo é a sua negação. A Igreja católica é o sol luminoso e
resplandecente do dia; o protestantismo é as trevas da noite onde se tropeça e
perde o caminho: “Vae ponentes tenebras lucem” (Is 5, 20)
A Igreja católica é uma instituição que
mantém a unidade através do Papa, o protestantismo é a anarquia, a
desordem, onde cada pastor é livre em sua interpretação, onde cada fiel é
‘inspirado pelo espírito santo’: “Super hanc petram aedificabo ecclesiam
meam” (Mt 16, 18).
A Igreja católica é a árvore frondosa, em
cujos ramos as aves do céu, que são os santos, fazem seus ninhos; o
protestantismo procura envolver o tronco e
chupar-lhe a seiva, para esterilizá-lo. “Fit arbor, ita ut volucres caeli…
habitent in ramis ejus” (Mt 13, 32).
A Igreja católica é o farol luminoso, que Deus
colocou à beira da estrada humana, para indicar aos homens a verdade e a
virtude; o protestantismo é a noite escura da ‘interpretação pessoal’, do
subjetivismo e do orgulho individual, que cega o olhar do viajante e o faz
precipitar-se no abismo. “Possui te in lucem gentium” (At 13, 47).
A Igreja católica é a ponte que liga a
terra ao céu, e onde os homens devem passar para, da terra, subirem ao céu; o
protestantismo é o abismo que desvia as almas da ponte. “Arcta via est, quae
ducit ad vitam” (Mt 7, 14).
A Igreja católica é a arca fora da qual
ninguém se salva, sendo todos – como no dilúvio – arrastados pelas ondas em
furor; o protestantismo é o arrecife, formado pelas árvores arrancadas, pelas
casas destruídas, que procura atalhar a navegação da arca. “Tanquam navis quae
pertransit fluctuantem aquam” (Sab 5, 10).
A Igreja é a barca de S. Pedro que leva,
através do oceano do mundo, os filhos de Deus, até aportar no céu; o
protestantismo é o vento rígido que sopra contra a barquinha procurando
afogá-la. “Navicula… in medio maris factabatur fluctibus” (Mt 14, 24).
A Igreja católica é a salvação prometida pelo
Salvador; é a porta do céu; o protestantismo é a perdição das almas na negação
da Igreja. “Si ecclesiam non audierit, sit tibi sicut ethnicus” (Mt 18,
17).
A Igreja católica é o Reino de Deus,
reino triunfante no céu; reino padecente no purgatório, reino militante na
terra; o protestantismo, estando fora deste tríplice reino…
Para terminar, resumamos tudo em duas palavras:
a igreja católica é a obra de Deus, fundada por Deus, sustentada por
Deus, inspirada por Deus, fazendo as obras de Deus;
o protestantismo é obra dos homens.
c) A Contradição dos protestantes
protestando
1) apenas a Bíblia
A Bíblia, só a bíblia… é o grito dos
filhos de Lutero.
Onde, porventura, encontram eles na
Bíblia esta passagem: “só a bíblia”?
Como eles podem defender “só a
bíblia” se essa afirmação não consta na Bíblia?
E como fica frase de S. Pedro: “Assim
vos escreveu também o nosso caríssimo irmão Paulo, segundo a sabedoria que lhe
foi dada, falando-vos dessas coisas, como faz também em todas as suas cartas.
Nelas há, porém, alguma coisa difícil de compreender, que as pessoas pouco
instruídas ou pouco firmes deturpam, como fazem também com as outras
escrituras, para sua própria ruína” (2Pd 3, 15-16). Se só a Bíblia, como pode
ela levar ao engano?
Ver o tópico sobre a “Bíblia” em
nossa página de Apologética.
2) As incoerências do “livre exame”
Aqui aparecem outras contradições
aberrantes. .
Segundo a tese protestante, cada um
com a sua Bíblia não precisa de explicação de ninguém, ele mesmo pode e deve
interpretá-la segundo a “iluminação” ou “inspiração” do espírito santo. Ora, é
para que servem os seus pastores, oradores, debatedores, etc?
E como fica o “exame” católico? Por que não vale?
Todos tem liberdade, menos os católicos? No fundo, cada um dos
‘intérpretes’ se julga juiz da “Bíblia”
E como é possível o mesmo ‘espírito santo’ interpretar de forma diferente o mesmo texto em cada
denominação protestante? Mas que contradição absurda! Ou Deus é contraditório,
ou o “livre exame” leva ao erro!
Ver o tópico sobre a proibição do
“livre exame” na Bíblia.
d) O falso conceito de ecumenismo
É necessário fazer um esclarecimento
sobre o conceito de ecumenismo, muito deturpado hoje em dia.
Ecumenismo não se confunde com
sincretismo ou com relativismo.
Sincretismo é a mistura das
religiões, querendo fazer um meio-termo entre elas. Cada um abre mão de parte
de sua doutrina em função do outro.
O relativismo é o fundamento do
conceito de equivocado ecumenismo e a negação da verdade. No fundo, é um tipo
de ateísmo disfarçado, pois Deus é a verdade e, como conseqüência, ela não pode
ser múltipla e “relativa” a cada um.
Quem segue esse falso ecumenismo não
crê em sua religião e busca moldar sua fé segundo o mundo e não segundo a
Deus. Ele tem receio de se dizer católico por vergonha de proclamar verdades
eternas. Ele tem vergonha de defender a Cristo quando todos o combatem, etc.
"um sacerdócio virgem." Menos. Queira Deus que tenhamos pleo menos um sacerdocio casto que os padres pratiquem a continencia sexual obrigatoria sob pena de pecado a qualquer catolico solteiro.
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