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Conversão de Saulo na sua ida a Damasco, de Caravaggio |
O Papa é
chamado Vigário de Cristo porque o cargo pontifício é de representação de Jesus
Cristo e, portanto, para continuar a Sua obra de redenção.
A
redenção humana depende do que caracteriza os homens, isto é da intelecção e da
livre vontade e, portanto, da vontade de conversão ao que nos foi divinamente
revelado.
A
Revelação tomou a forma de história; é a História Sagrada que forma o Antigo e
o Novo Testamento. E a História do Povo eleito converge toda para a vinda do
Messias de Deus, que é o princípio mesmo dessa eleição: preparar Sua vinda.
A
intelecção e vontade de receber o Messias era a razão do Povo Judeu, que com a
conversão tornar-se-ia o Povo que recebeu o Eleito de Deus.
E
na sequência histórica o Povo eleito, com a vinda e acolhimento do Messias,
seria o Povo do Eleito.
A
vocação universal de todos os povos da Terra à salvação faz com que almejem a
conversão para ser Povo do Eleito de Deus.
Jesus
ensinou aos samaritanos: “a salvação vem dos judeus” (Jo 4, 22).
Quando
a maioria do Povo judeu recusou o Messias, Jesus Cristo, o povo formado por
judeus e gentis que O acolheram e a Sua Palavra de salvação, passou a ser
o Povo eleito cristão.
A
vontade de Deus na obra de redenção de Jesus Cristo passa pela eleição do Povo
cristão para a conversão que salva, também os judeus.
O
Povo cristão tem por chefe o Papa, Vigário de Cristo que O representa na
continuação de Sua obra de conversão de todos para a redenção que salva. E na
obra de conversão o Povo judeu, que é o de Jesus, veio em primeiro lugar.
Assim, o empenho nessa obra é verdadeiro princípio do cargo de Vigário de
Cristo. Eis porque se pode reconhecer a autenticidade do múnus pontifício, pelo
empenho nessa obra de conversão dos Judeus.
A
obra de conversão pessoal, do próximo e social faz parte da fé e da caridade
dos cristãos em geral, mas em especial dos consagrados da Igreja, desde o menor
ao Papa.
No
tenebroso momento histórico em que vivemos, quando o Povo cristão pode duvidar
de ter por chefe um autêntico Papa para o cristianismo universal, isto é,
católico, temos nesse princípio do Papado, o critério fundamental para
reconhecer o Papa católico.
Aqui
vamos verificar que foram os mesmos «papas conciliares» a descartarem essa obra
de conversão dos Judeus em vários modos, diretos e indiretos. Com a agravante
de torcerem a Doutrina para justificar esse pérfido efeito com os aplausos dos
poderosos do mundo anti-cristão.
Com
isto descartam a prova de serem autênticos vigários com a autoridade de Cristo.
SISTEMÁTICA RENÚNCIA CONCILIAR À OBRA DE CONVERSÃO
A
conversão, sendo inerente à obra de redenção de Jesus Cristo confiada à Sua
Igreja, é evidentemente sinal inconfundível da identidade de seus a clérigos.
Não
pode haver verdadeira evangelização que não vise a conversão indicada pelo
Salvador. Podemos aqui repetir Suas palavras que impregnam dessa intenção todo
o Evangelho e que continuaram com conversões milagrosas, como a de São Paulo.
“João
converterá muitos” ( Lc 1, 16); “Convertei-vos que o Reino está próximo (Mt 3,
2; Mc 1, 4; Lc 3, 3). “Produzi frutos de conversão” (Mt 3, 8; Lc 3, 8); “Não
vim chamar os justos, mas os pecadores à conversão” (Lc 5, 32). “Se não vos
converterdes e tornardes crianças não entrareis no reino dos céus” (Mt 18, 3;
Mc 10, 15; Lc 18, 17. “Se não vos converterdes perecereis” (Lc 13, 3.5).
“Converter-se é seguir Jesus” (Jo 1, 43; 8, 12; 10, 27; 13, 36). “Em seu Nome
que fosse proclamada a conversão” (Lc 24, 47). “Quando nos convertemos tiramos
o véu” (II Cor 3, 16). “Quando te converteres, confirma os irmãos” (Lc 22, 32).
Conversão do bom ladrão (Lc 23, 39-43). “Numerosas conversões em Antioquia”
(Act 11, 21). “Paulo e Barnabé narram a conversão dos pagãos” (Act 15, 3).
“A
benignidade de Deus convida-te à conversão” (Rm 2, 4: 11, 22). “Dei-lhe um
prazo para a conversão (Ap 2, 21). “Deus pacienta para que todos se convertam”
(II Pd 3, 9). “Converte-te! (Ap 2, 5.16; 3, 3.19). Fecharam os olhos com medo
de converterem-se (Act 28, 27). “Fecharam os olhos para não se converterem” (Mt
13, 15; Mc 4, 12; Lc 8, 10; Jo 12, 40).
Ora,
é claro que a operação ecumenista congraçando as diversas religiões, dando
especial atenção ao Judaísmo, estabelece uma doutrina pela qual a conversão à
Fé em Jesus Cristo é descartada em termos doutrinais nos textos do Vaticano
dois;
Deus
manteria a Antiga Aliança como caminho de salvação que faz a menos de uma Nova
e eterna Aliança estabelecida pelo Redentor.
Alias
o conceito mesmo de redenção seria superado pelo de realização plena da vida
humana neste mundo.
Para
quem assim crê, é claro que a Fé da Igreja não é mais necessária para salvar-se,
mas é igualmente vã a existência de sacerdotes e sobretudo da figura singular
do Papa católico.
A
este ponto, pergunta-se que razão poderia ter um verdadeiro bispo para cultivar
tal vago diálogo sem entrar em contradição com a sua fé católica?: não serve
para converter, mas só para multiplicar dúvidas, das quais a mais grave vai
sobre a identidade de uma posição eclesiástica claramente convertida ao
imanente, assim abandonando não só a função, mas o testemunho cristão ligado ao
sobrenatural.
Quem
relativiza sua posição em favor de um diálogo de complacência mediática não
está abandonando implicitamente a missão de conversão, que comporta a cruz? E
atrás dessa renúncia a testemunhar a verdade de Jesus Cristo, não pode também
caber uma renúncia tácita de sua posição de fé? Isto pode já ficar demonstrado
na vontade de diálogo inter-religioso ecumenista, que pressupõe o
indiferentismo em relação à verdade revelada! É o que se depreende do livro que
o cardeal Bergoglio publicou junto ao rabino Abraham Skorka em 2010.
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SUDAMERICANA, 01/feb/2012 |
«El
cardenal Jorge Mario Bergoglio, máxima autoridad de la Iglesia católica
argentina, y el rabino Abraham Skorka, rector del Seminario Rabínico
Latinoamericano, son dos tenaces promotores del diálogo interreligioso, a
través del cual buscan construir horizontes comunes sin diluir las
particularidades que los caracterizan. Sobre el cielo y la tierra es el
resultado de una serie de profundas conversaciones que mantuvieron de manera
alternada en la sede del Episcopado y en la comunidad judía Benei Tikva. En sus
encuentros transitaron las más variadas cuestiones teológicas y terrenales.
Dios, el fundamentalismo, los ateos, la muerte, el Holocausto, la
homosexualidad, el capitalismo, son apenas un puñado de los temas en los que
dan a conocer sus opiniones estos dos importantes referentes de las religiones
que conviven en nuestro país.»
QUAL A BASE PARA O TAL DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO?
“Es
bajo esta perspectiva que deben analizarse los esfuerzos de Juan Pablo II junto
a los de muchos otros hombres de fe de todos los credos que buscan afanosamente
levantar las barreras de
desencuentro enclavadas en un pasado oscuro y que impiden el alcance de un futuro
en el que las profecías, que les permitieron a nuestros ancestros mantenerse
incólumes aun en los momentos más oscuros, puedan materializarse.» Esta é a
cobertura rabínica…
Ora,
as las barreras de
desencuentro enclavadas en un pasado oscuro, seriam
justamente as palavras de Jesus sobre a necessidade de conversão para
salvar-se.
Mas
isto nada tem de passado obscuro, pois é sempre presente e claro segundo o
ensinamento de Nosso Senhor: “Quem crer e for batizado se pode salvar. Quem
não crer será condenado” (Mc 16, 16).
Trata-se
de crer em tudo o que Ele ensinou.
As
profecias do Antigo Testamento levam à conversão ao Verbo de Deus, fora da qual
só restam tormentos humanos.
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