"Não obstante todos esses avisos, todos esses presságios de que coisas ainda piores estavam por vir, a humanidade continuou impenitente e surda, desafiando o seu Criador, desprezando a graça divina, tripudiando sobre os ensinamentos religiosos de que se tinha abeberado em seu berço."
Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa
A data não podia ser mais
significativa: o fatídico 14 de julho, data comemorada só pelos inimigos de
Deus e da Igreja, ou pelos idiotas úteis que ainda não compreenderam a
perversidade da Revolução Francesa, marco inicial do direito político moderno,
da farsa da democracia, da rebelião da soberania popular contra a autoridade
legítima que governa conforme a Lei de Deus e não conforme os caprichos dos
demagogos revolucionários.
14 de julho de 1789 não foi
apenas um presságio das calamidades que se precipitariam; foi também uma
advertência, para que os franceses (e todos os povos que viam na França a filha
primogênita da Igreja e a imitavam) voltassem a trilhar o bom caminho da
tradição, os ensinamentos da Igreja e dos Santos e combatessem e condenassem
com firmeza os erros e heresias dos filósofos modernos e dos ideólogos do
Iluminismo.
Infelizmente, a advertência
não foi ouvida. Os anos passaram-se, sucederam-se os séculos. A mão poderosa de
Deus feriu a humanidade por causa dos seus pecados e crimes: sobreveio a
Revolução Comunista de 1917. Os erros da Rússia espalharam-se pelo mundo afora.
Milhões de mortos inocentes. Sobreveio o nazifascismo. Regiões imensas do mundo
gemem sob um regime totalitário que, em nome dos princípios revolucionários
modernos, em nome da Liberdade, da Igualdade, da Fraternidade, declara guerra
ao homem criado por Deus e tenta construir um novo homem, um homem sem Deu, um
homem inimigo de Deus, um homem que quer ser um deus.
Em fins do século XX, a
humanidade, embrutecida pelo materialismo, dopada pelas drogas e pela
pornografia, a humanidade corrompida pela revolução cultural da Escola de
Frankfurt que se difunde a partir da grande potência norte-americana, comemora
a queda do Muro de Berlim, achando que a partir de então viveria no paraíso de
uma democracia universal, onde os homens viveriam como bem entendessem, cada um
com seus próprios valores, sem nenhuma preocupação em saber se há uma verdade
objetiva, uma lei moral de ordem superior.
E pior ainda: depois da queda
do Muro de Berlim, principalmente sob o influxo das diretrizes de Bruxelas, foi
ficando patente que as lideranças da Nova Ordem Mundial, por meio de um
multiculturalismo e de um falso ecumenismo (por desgraça, promovido pelo
próprio Vaticano), estavam empenhadas em sepultar a antiga civilização cristã,
apagar qualquer instituição, sobretudo a família monogâmica fundada por um
homem e uma mulher, que lembrasse os antigos princípios da Santa Igreja, que
tinham sido o fundamento da Velha Europa e das outras nações por ela geradas na
América e noutros continentes.
No limiar do século XXI a
humanidade recebe outro aviso doloroso vindo do céu: o atentado terrorista de
11 de Setembro de 2001 e, logo depois, uma grande crise financeira castiga
inúmeros países, gerando desemprego, afligindo os chefes de família, frustando
os mais jovens.
Não obstante todos esses
avisos, todos esses presságios de que coisas ainda piores estavam por vir, a humanidade continuou
impenitente e surda, desafiando o seu Criador, desprezando a graça divina,
tripudiando sobre os ensinamentos religiosos de que se tinha abeberado em seu
berço. E cheia de orgulho pareceu dizer que nada a abalava e que tudo voltaria
ao normal porque desde que o mundo é mundo não há nada de novo debaixo do sol,
mas apenas alarmismo de falsos profetas de catástrofes.
E hoje, depois de Charlie
Hebdo, depois do atentado do cabaré Bataclam, depois deste espantoso presságio
de 14 de julho de 2016, parece que as lideranças mundiais da Democracia
Satânica Universal, que declarou gerra à religião e a tudo que é sagrado e santo,
gritam: nós amamos o caos, nós queremos o caos em escala mundial, nós odiamos a
ordem, a hierarquia, a verdade, a lei divina; nós continuaremos pelo mesmo
caminho do relativismo, do multiculturalismo; e mais: vamos perseguir e
eliminar quem ousar defender um retorno à ordem tradicional. Nós vamos declarar
guerra ao Reino Unido que ousou afastar-se de nós. Nós queremos que a desolação
da Síria, passando pela Turquia, a antiga Porta, chegue ao coração da Europa.
Jonatham Cahn, em O Presságio
– o antigo mistério que guarda o segredo do futuro do mundo, exagerando muito,
diz que os EUA são o novo Israel, o povo eleito e abençoado por Deus no mundo
moderno, o qual povo prospera e é feliz na medida em que é fiel à Lei de Deus e
é castigado quando dela se afasta. Apesar do seu exagero, apesar de ser um
absurdo dizer que os EUA são o novo Israel de Deus (o novo Israel é a Santa
Igreja), tem um grande valor pedagógico o quadro traçado por Cham, mostrando
como as grandes calamidades sofridas pelos EUA nos últimos anos foram realmente
uma consequência da repugnante decadência de costumes de grande parcela da
população norte-americana.
Se se pode dizer em sentido
impróprio que alguma nação é o novo Israel de Deus é a França enquanto filha
primogênita da Igreja, a França dos Cruzados, a França dos grandes Santos, a
França de Mons. Lefèbvre, o santo bispo que combateu o modernismo e, por ter
denunciado com intrepidez a islamização da sua pátria, foi por seus pérfidos
governantes maçônicos, condenado como racista e incitador do ódio.
É por tudo isso e por muito
mais que se poderia dizer é que, lembrando-me do Evangelho do IX domingo depois de Pentecostes, o adapto
à França: Dominus flevit super Galliam. Não ficará pedra sobre pedra. Não
conheceste o tempo da tua visitação. Tu condenaste os profetas que te enviei:
um São Luis Maria Grignon de Montfort, uma Santa Margarida Alacoque, um Mons.
Lefèbvre.
Anápolis, 15 de julho de 2016.
Festa de Santo Henrique Imperador
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