Males dessa ordem, que hoje atormentam a humanidade por todos os lados e até invadiram a Igreja, só podem ser vencidos por uma cruzada de oração e penitência… pela incomparável intervenção do Sagrado Coração de Jesus, que associou a Si o Imaculado Coração de Maria.
Sinais extraordinários foram oferecidos ao mundo para evitar as passagens históricas mais devastadoras como a Revolução francesa e seguintes, que engendraram as grandes guerras para a eliminação da Cristandade.
Conhecemos estas intervenções divinas e seus pedidos de consagração, através de almas simples e inocentes. “O PAPA FARÁ A CONSAGRAÇÃO, MAS SERÁ TARDE”
Essa terrível comunicação do Senhor a Seus ministros, pelas suas omissões em seguir o pedido de Fátima, consta também em outros documentos, como seja, no que descreve a comunicação íntima que irmã Lúcia teve:
“Não quiseram atender ao Meu pedido! [de consagração]… Como o Rei da França, arrepender‑se‑ão e fá‑lo‑ão, mas será tarde. A Rússia terá já espalhado os seus erros pelo mundo, provocando guerras e perseguições à Igreja. O Santo Padre terá muito que sofrer.” (DOC, p. 465)
Eis um termo de comparação proposto pelo próprio Senhor, entre passados reis cristãos da França e papas de nossos tempos. Ambos deveriam ser essencialmente executores dos desígnios de Cristo Rei e estes haviam sido expressos em forma de pedidos tanto singelos e discretos como extraordinários e necessários. Dependia da fé desses chefes reconhecê‑los e cumpri‑los para salvar seus reinos.
Vejamos o caso do rei da França. Trata‑se de Luís XIV, da família Bourbon, que em 1689, quando estava com 50 anos e em pleno poder, recebeu’, provavelmente através de seu confessor Père La Chaise*, o pedido de consagrar seu reino ao Sagrado Coração, pedido este transmitido a Sta. Margarida Maria Alacoque, que teve uma visão no mosteiro de Paray‑le‑Monial em 17 de junho daquele ano. Eis os termos: “Faz saber ao filho primogénito de Meu Sagrado Coração que, assim como o seu nascimento temporal foi obtido pela devoção aos méritos de Minha santa Infância, do mesmo modo ele obterá seu nascimento na graça e na glória eterna pela consagração que fará de si mesmo ao Meu adorável Coração que quer triunfar sobre o seu, e pelo seu intermédio, sobre os dos grandes da terra. Ele quer reinar no seu palácio, ser pintado nos seus estandartes e impresso em suas armas, para fazê-las vitoriosas sobre os seus inimigos, dobrando a seus pés as cabeças orgulhosas e soberbas, para fazê‑lo, triunfar sobre todos os inimigos da Santa Igreja”. (FPM, p. 202‑206)
Note‑se, porém, que embora fazendo tal pedido, Nosso Senhor logo após revela à mesma vidente: “Não, serão as potências humanas que farão progredir a devoção ao Sagrado Coração, mas estas e o Reino do Sagrado Coração serão estabelecidos por meio de pessoas pobres e desprezadas e no meio de contradições, de tal modo que não se possa atribuir nenhum mérito ao poder humano” (op. cit., p. 219)
Exatamente cem anos depois, no dia 17 de Junho de 1789, festa do Sagrado Coração, o Terceiro Estado despojava a monarquia dos Bourbon de seus poderes. O rei Luís XVI, descendente direto de Luís XIV e, por isto, conhecedor do pedido, já prisioneiro tentou cumpri‑lo com uma solene promessa, mas era tarde demais. Na prisão do Templo foram encontradas imagens do Sagrado Coração com a consagração da França assinada por Maria Antonieta e Mme. Elisabeth, irmã de Luís XVI, que compôs então um belo ato de resignação cristã.
Em 1793 o rei da França foi guilhotinado e igual destino coube a quase toda a família real e a grande parte de sua corte. Era a revolução desencadeada contra a Civilização cristã e seus reis, da qual Nosso Senhor queria preservar a França católica. Mas a suprema misericórdia não foi ouvida. Talvez considerada inverosímil.
Voltando atrás no tempo, consta que também a Père La Chaise, jesuíta confessor de Luís XIV,foram prometidas bênçãos à sua Companhia de Jesus caso ele levasse o pedido ao rei, empenhando‑se para que o cumprisse. Isto não se deu. Desde então os jesuítas sofreram diversos reveses e perseguições no século XVIII, sendo expulsos da França, Portugal, Espanha e Reino de Nápoles e sua ordem suprimida pelo papa Clemente XIV em 1773. Seria porém o jesuíta beato Claude La Colombière, confessor de S. Margarida Maria, e continuadores, como o jesuíta Jean Croiset, lutando contra as contradições do tempo, que iriam difundir a devoção ao Sagrado Coração. Mas a Ordem foi infiltrada pela tendência racionalista. Preferia negociar para se manter poderosa, e seu momento passou. Curiosamente esse mal, entre todas as ordens religiosas, afetou de modo relevante justamente os jesuítas. Basta citar Teilhard de Chardin, de Lubac, e nos tempos conciliares, Bea, Karl Rahner, Eduardo Dhanis, Arrupe, etc.
O pedido de consagração da augusta pessoa do rei e do seu exército foi lembrado também a Luís XV, em 1744, pela superiora do mosteiro de Paray‑le‑Monial (FPM., p. 223). Não foi dado só a Luís XIV.
Durante e após a revolução de 1789, grande número de suas vítimas e dos contra‑revolucionários que a ela se opuseram, especialmente na Vandéia católica, usava a imagem do Sagrado Coração.
Em 1899, o papa Leão XIII com a encíclica Annum Sacrum ordenou a consagração do gênero humano ao Sagrado Coração de Jesus.
Sagrado Coração de Jesus temos confiança em vós! |
Por tudo isto, o pedido de consagração da França e de seus exércitos (pedido da mística Claire Ferchaud), e mesmo a idéia de que a imagem do Sagrado Coração com a Cruz fosse pintada na bandeira nacional, estavam ainda vivos nos anos 1917‑18, durante a presidência de Poincaré, que havia feito um apelo à union sacrée dos franceses durante a guerra. Consta, porém, que o papa Bento XV, consultado a esse propósito, teria considerado a idéia inoportuna e mesmo comprometedora, consultando o prestigioso cardeal Billot, jesuíta, contrário a um clericalismo aplicado à bandeira levada em guerra. (FPM, p. 231)
Assim não pensava, porém, Luís XIII de Bourbon, filho de Maria de Medicis e Henrique IV, convertido ao catolicismo. De seu casamento com Ana de Áustria nasceu, depois de 25 anos de matrimónio, o menino que seria Luís XIV. O Rei reconhecia nesse nascimento a intervenção de Maria Santíssima e por isso lhe consagrava solenemente a França, ordenando ao seu exército a recitação do santo Rosário para a conversão dos protestantes. No decreto de consagração do rei e de seu reino à Virgem protectora ressoavam palavras ardentes e severas disposições para que a posteridade não deixasse de observá‑la. Votos varridos pela Revolução, mas que restam na Aliança que vive no Sagrado Coração do Salvador com o Seu povo fiel.
Ninguém do Vaticano, porém, quis indagar sobre esse pedido que representava um desígnio divino para o bem dos homens. Foi assim que as boas aspirações dos papas esvaeceram. A verdade sobre a Mediação de Maria que o papa Bento XV aspirara ver proclamada, foi censurada pelo Vaticano II, e assim o culto a Cristo Rei do papa Pio XI e de Maria Rainha estabelecido por Pio XII. Tudo relegado em favor de uma política ecumenista e de uma nova ideia de democracia clerical conciliar e ecumenista que desonra a Igreja de Deus e decapita a autoridade do Papado por um tempo, como havia avisado Jesus em comunicação à Irmã Lúcia. Mas nessa mesma mensagem também estão as palavras:
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