"Os Anjos, Arcanjos e Principados, possuem como missão a guarda dos Homens e das Instituições, exercendo esse ministério sobretudo pelo domínio que possuem sobre a matéria."
Alberto
Carlos Rosa Ferreira das Neves Cabral
Escutemos o Papa
Pio XI, em excertos da sua encíclica “Caritate
Christi”, promulgada em 3 de
Maio de 1932:
«Se
recordarmos, em espírito, a longa e dolorosa série de males que, triste herança
do pecado, têm assinalado ao homem decaído as etapas da sua peregrinação
terrestre, difìcilmente encontramos, desde o dilúvio, um mal estar espiritual e
material, tão profundo e tão universal, como o que agora atravessamos; até os
maiores flagelos, que todavia deixaram vestígios indeléveis na vida e na
memória dos povos, se abatiam, ora sobre uma Nação, ora sobre outra. Agora,
pelo contrário, é a humanidade inteira que se encontra a braços com a crise
financeira e económica, e tão tenazmente que, quanto mais se procura
desembaraçar, tanto mais insolúveis parecem os laços: Não há povo, não há
Estado, nem sociedade ou família, que de um modo ou de outro, directa ou indirectamente,
mais ou menos, lhes não sinta a repercussão. Aquelas mesmas pessoas, aliás em
número reduzido, que com suas imensas fortunas, parecem ter em suas mãos os
destinos do mundo, aqueles mesmos homens de negócio, em número muito pequeno,
que com suas especulações, foram e são, em grande parte, causa de tão grande
mal, são não raro as primeiras e mais clamorosas vítimas, arrastando consigo
para o abismo as fortunas de inúmeras vítimas. Verifica-se assim,
terrìvelmente, por todo o mundo, O QUE O ESPÍRITO SANTO JÁ HAVIA PROCLAMADO DE
CADA PECADOR EM PARTICULAR: “CADA QUAL É PUNIDO COM O INSTRUMENTO DO SEU
PRÓPRIO PECADO” (Sab 11,17).
Deplorável
condição de coisas, veneráveis irmãos, que faz gemer o nosso coração paterno, e
nos faz sentir, cada vez mais intìmamente, a necessidade de imitar, na medida
da nossa insignificância, o sublime sentimento do Coração Santíssimo de
Jesus: “Tenho compaixão desta multidão” (Mc 8,2). Todavia, mais lastimável
ainda, é a raiz donde brota esta condição de coisas; pois se é sempre
verdade aquilo que o Espírito Santo afirma pela boca de São Paulo: “A RAIZ DE
TODOS OS MALES É A COBIÇA” (I Tim 6,10), muito mais o é na hora presente. E não
é, acaso, a cobiça dos bens terrenos, que o poeta pagão chamava já, com justo
desdém: “Execranda fome do ouro”; não é, porventura, o sórdido egoísmo, que
mais vezes preside às muitas relações individuais e sociais; não foi, em suma,
a cobiça, seja qual for a sua espécie e forma, que arrastou o mundo ao extremo
que todos vemos e todos deploramos? Da cobiça, na realidade, procede a
desconfiança mútua, que paralisa todo o comércio humano; da cobiça, a odiosa
inveja, que faz considerar como dano próprio toda a vantagem dos outros; da
cobiça, o mesquinho individualismo, que tudo orderna e subordina ao interesse
próprio, sem se importar com o dos outros, antes conculcando cruelmente todos
os direitos alheios. Daqui a desordem e injusto desequilíbrio, pelo qual se
vêem as fortunas das diversas nações acumuladas nas mãos de pouquíssimos
particulares, que a seu talante regulam o mercado mundial, com imenso prejuízo
das massas, como já expusemos, o ano passado, na nossa carta encíclica
“Quadragesimo Anno”.
E se este
mesmo egoísmo, abusando do legítimo amor da Pátria e exagerando o sentimento de
justo nacionalismo – que a recta ordem da Caridade Cristã não só não desaprova,
mas regulando-o, santifica e nobilita – se insinua nas relações de povo para
povo, não há excesso que se não afigure injustificado, E AQUILO QUE ENTRE
INDIVÍDUOS SERIA DE TODOS TIDO COMO REPROVÁVEL, VEM A SER CONSIDERADO COMO
LÍCITO E DIGNO DE INCÓMIO, SE SE FAZ EM NOME DO TAL NACIONALISMO EXAGERADO. EM
LUGAR DA GRANDE LEI DO AMOR E DA FRATERNIDADE HUMANA QUE ABRAÇA E ESTREITA
TODAS AS RAÇAS E POVOS NUMA SÓ FAMÍLIA COM UM SÓ PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS,
INTRODUZ-SE O ÓDIO QUE A TODOS PRECIPITA NA RUÍNA COMUM. Na vida pública,
calcam-se aos pés os sagrados princípios que regulavam todo o convívio social;
subvertem-se os sólidos fundamentos do Direito e da fidelidade, sobre os quais
se devia basear o Estado; são violadas e estancadas as fontes daquelas antigas
tradições, que na Fé em Deus, e na Fidelidade à Sua Lei, VIAM OS ALICERCES MAIS
SEGUROS DO VERDADEIRO PROGRESSO DOS POVOS.»
Quanto mais elevado é um ente menos multiplicidade e mais unidade apresenta na
sua operação. Os Anjos, mereceram ou não, sobrenaturalmente, a Deus Nosso
Senhor, num só acto efectuado no momento ontológico imediatamente posterior ao
da sua Criação; e esse acto possui, para o Bem, ou para o mal, uma eficácia
ontológica Eterna, pois a natureza específica, extremamente perfeita, do Anjo,
não lhe permite retractar-se; consequentemente, após essa única prova, o Anjo
recebeu logo o seu destino Eterno. E o que é interessantíssimo: Para os Anjos
mais naturalmente perfeitos, e por isso mesmo mais elevados em Graça
Santificante, a prova terá sido, objectiva, moral e Sobrenaturalmente mais
complexa, mais dura; mas sabemos que caíram e foram condenados Anjos de todas
as hierarquias. Então qual terá sido a razão última da Predestinação de uns e
da queda de outros? Esse fundamento só pode residir na Graça, não na Graça
Santificante, pròpriamente dita, mas numa Graça especialíssima recebida pelos
Anjos no momento da prova, e em função da prova. De qualquer forma, aqueles
Anjos que se condenaram, foram-no com uma profundidade e uma maldição inerente
à sua perfeição específica, logo proporcional à Graça Santificante. Os que se
condenaram, foram-no com uma elevação inerente a essa perfeição e a essa Graça.
Os Anjos, ao contrário dos homens, só podem comprometer todo o seu ser, por
Deus, ou contra Deus.
Mas o que dizer
do governo do Universo, do qual os Anjos estão incumbidos? Nele desenvolvem
essas criaturas privilegiadas uma operação que Deus poderia realizar por Si
mesmo; mas de acordo com a Hierarquia da Criação, Deus não exonera as suas
criaturas daquilo que elas mesmas podem fazer. Os Anjos mais perfeitos –
Tronos, Querubins e Serafins; constituem a corte celestial do Rei do Universo e
de toda a Criação, porque sendo especìficamente mais perfeitos, possuem mais
Graça, e tendo-se salvo, mais Glória; é através deles que as Potestades,
Virtudes e Dominações (Anjos da segunda hierarquia), recebem instruções sobre o
seu múnus de governo do Universo Físico, realizado fundamentalmente pelo seu
domínio sobre a matéria, e aplicando-o a um Universo que, segundo os astrónomos
e astrofísicos, é verdadeiramente colossal em magnitude e complexidade. Os
Anjos, Arcanjos e Principados, possuem como missão a guarda dos Homens e das
Instituições, exercendo esse ministério sobretudo pelo domínio que possuem
sobre a matéria. Cumpre assinalar, que os Anjos encontram-se já na Eternidade;
todavia, até ao fim do mundo, possuem uma relação de comensurabilidade
extrínseca com o tempo e o espaço terrenos e corruptíveis. O governo e a guarda
que acabamos de mencionar exigem contudo uma muito reduzida multiplicidade de
actos, pois que uma multiplicidade de efeitos – de um ponto de vista de
quem já se encontra na Eternidade, e na visão de Deus – reconduz-se sempre a
uma determinada unidade, mais ou menos perfeita. Mesmo de um ponto de vista
estritamente natural, situando-se os Anjos essencialmente acima do espaço e do
tempo, aquilo que nos parece ser multiplicidade constitui para eles, na
realidade, uma unidade.
Em Deus Uno e
Trino, EM SI MESMO E PARA SI MESMO, sabemos que há apenas dois Actos
Essenciais, Eternos e Imutáveis: Inteligência, mediante a qual Deus Se conhece
a Si mesmo, e a tudo o que é cognoscível, sempre em Si mesmo, na Sua Essência;
e Vontade, mediante a qual Deus Se quer e ama a Si mesmo, e a tudo o mais que
seja Bom, e na proporção em que é Bom. Consequentemente, em Deus, não há uma
pluralidade de actos de Inteligência, nem uma pluralidade de actos de Vontade;
MAS UM SÓ ACTO DE INTELIGÊNCIA QUE ABRANGE TUDO O QUE É COGNOSCÍVEL,E UM SÓ
ACTO DE VONTADE, QUE ALCANÇA TUDO O QUE É BOM.
Em Deus Uno e
Trino, PARA FORA DE SI MESMO, há um só Acto, EM SI MESMO ETERNO E IMUTÁVEL,
AINDA QUE POSSUINDO EFEITOS EXTERIORES MÚLTIPLOS E CONTINGENTES, TAIS COMO: A
CRIAÇÃO, A CONSERVAÇÃO DO MUNDO, O GOVERNO DO MUNDO, A IRRADIAÇÃO DOS BENS
SOBRENATURAIS.
O homem, animal
racional, é composto de um princípio de unidade – a alma; e de um princípio de
multiplicidade – o corpo; constituindo a síntese de dois mundos, reunindo as
perfeições e as limitações de ambos. Mas como, o mundo espiritual também possui
limitações? Em certo sentido, sim, na exacta medida em que os Anjos não possuem
a evidência sensível da singularidade material.
É nos homens que
se revela mais flagrante a pluralidade diversificada de operações, quer no
campo factível da realização técnica, que na ordem do agível moral e religioso.
Porque o homem vive e evolui no tempo, devemos reconhecer que infelizmente
naquilo em que deveria apresentar certa estabilidade – a vida religiosa e moral
– é precisamente onde a História regista mais violentos terramotos e brutais
mutações; mais ainda, essas revoluções afastam a Humanidade, em geral, e os
indivíduos, em particular, sempre e cada vez mais da Verdade, Religiosa, Moral,
Política e Social.
O dinamismo do
ente contingente resulta do contraste entre as suas próprias limitações –
cingido que se encontra pela finitude da definição da sua essência – e o SER
SEM LIMITES. Efectivamente, a composição metafísica ESSE-ESSÊNCIA
(essência-existência), é de necessidade também metafísica, NEM DEUS PODE FAZER
QUE SEJA DIFERENTE, PORQUE ESSA NECESSIDADE É CONSTITUTIVA DA VERDADE DO
PRÓPRIO DEUS. Os entes realmente existem, mas limitados e contingentes; eles
devem com a sua operação religiosa e moral identificar-se cada vez mais com
AQUELE SEU PRINCÍPIO, AQUELA LEI ETERNA, QUE DEVE SER TAMBÉM O SEU FIM – DEUS
NOSSO SENHOR, CONHECIDO, AMADO E SERVIDO, SOBRENATURALMENTE.
Desgraçadamente,
em consequência do pecado original, os homens desvirtuam totalmente o sinete da
contingência neles gravado pelo acto criativo, desenvolvendo um dinamismo que
dedica à criatura tudo o que devia consagrar a Deus Nosso Senhor, seu Criador,
Redentor e Consumador. EIS A GRANDE INVERSÃO, EIS O GRANDE VAZIO, A GRANDE
DEPRESSÃO DO HOMEM MODERNO, SOBRETUDO DESDE A REVOLUÇÃO DE 1789, POIS ESTA
COINCIDIU COM A PRIMEIRA FASE INDUSTRIAL E COM A EDIFICAÇÃO DAS GRANDES CIDADES
ANÓNIMAS E TOTALMENTE DESUMANIZADAS.
Porque todo o
homem que procura servir sobrenaturalmente a Deus, quanto mais avança nos
mistérios da Graça Santificante e dos Dons do Espírito Santo, MAIS UNIDADE
CONFERE À SUA VIDA, MENOS SE DISPERSA, MESMO NA SUA VIDA MAIS MATERIALMENTE
COMEZINHA; DE MUITO MENOS ESTÍMULOS EXTERIORES NECESSITA PARA MANTER A SUA
LUCIDEZ PSICOLÓGICA. Jamais duvidemos, as “depressões”- que parecem constituir
a maior de todas as epidemias civilizacionais – MAIS NÃO SÃO DO QUE A AUSÊNCIA
TOTAL E ABSOLUTA DE DEUS, E ATÉ MESMO SÒMENTE DO SEU CONCEITO!
Que Maria
Santíssima nos auxilie, neste centenário de Fátima, a congregar todos os nossos
santos dinamismos na denúncia da maçonaria internacional e dos seus papas do
diabo, papas do Inferno, papas da morte de Deus, que estão produzindo, também,
a morte da Humanidade.
LOUVADO SEJA
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
Lisboa, 15 de
Março de 2017
Alberto Carlos
Rosa Ferreira das Neves Cabral
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Antes de postar seu comentário sobre a postagem, leia: Todo comentário é moderado e deverá ter o nome do comentador. Comentário que não tenha a identificação do autor (anônimo), ou sua origem via link e ainda que não tenha o nome do emitente no corpo do texto, bem como qualquer tipo de identificação, poderá ser publicado se julgar pertinente o assunto. Como também poderá não ser publicado, mesmo com as identificações acima tratadas, caso o assunto for julga impertinente ou irrelevante ao assunto. Todo e qualquer comentário só será publicado se não ferir nenhuma das diretrizes do blog, o qual reserva o direito de publicar ou não qualquer comentário, bem como de excluí-los futuramente. Comentários ofensivos contra a Santa Madre Igreja não serão aceitos. Comentários de hereges, de pessoas que se dizem ateus, infiéis, de comunistas só serão aceitos se estiverem buscando a conversão e a fuga do erro. De indivíduos que defendem doutrinas contra a Verdade revelada, contra a moral católica, de apoio a grupos ou ideias que contrários aos ensinamentos da Igreja, ao catecismo do Concílio de Trento, ferem, denigrem, agridem, cometem sacrilégios a Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo, a Mãe de Deus, seus Anjos, Santos, ao Papa, ao clero, as instituições católicas, a Tradição da Igreja, também não serão aceitos. Apoio a indivíduos contrários a tudo isso, incluindo ao clero modernista, só será publicado se tiver uma coerência e não for qualificado como ofensivo, propagador do modernismo, do sedevacantismo, do protestantismo, das ideologias socialistas, comunistas e modernistas, da maçonaria e do maçonismo, bem como qualquer outro tópico julgado impróprio, inoportuno, imoral, etc. Alguns comentários podem ser respondidos via e-mail, postagem de resposta no blog, resposta do próprio comentário ou simplesmente não respondido. Reservo o direito de publicar, não publicar e excluir os comentários que julgar pertinente. Para mensagens particulares, dúvidas, sugestões, inclusive de publicações, elogios e reclamações, pode ser usado o quadro CONTATO no corpo superior do blog versão web. Obrigado! Adm do blog.