Pinceladas
de sua vida narradas com suas mesmas frases
“Só quem nada contra a correnteza tem a certeza de estar vivo”
Gilbert Keith Chesterton nunca se convenceu do
protestantismo. Buscou a Verdade até encontrá-la na Igreja Católica. Nunca se
sentiu à vontade no ambiente protestante de sua juventude. Se rebelou
profundamente contra ele, intuindo que ali não estava a verdadeira Igreja de
Cristo. “Só quem nada contra a correnteza tem a certeza de estar vivo”.
Chesterton igualmente a outros muitos intelectuais como Edith Stein, Alexis Carrell,
André Frossard…buscou a Verdade com seriedade e rigor e a encontrou
na Igreja Católica. Ali se sentiu realmente livre e encontrou a fé mui
razoável. Afirmava que “a Igreja nos pede que ao entrar nela tiremos o chapéu, não a
cabeça”. Encontrou uma solidez de pensamento e uma lógica
demolidora, algo que nunca viu no fanatizado mundo protestante. “Por tudo isso merece a pena
assinalar que é o católico o único que logra pensar por sua própria conta”.
Descobriu grandeza e
veracidade da Igreja Católica frente à pequenez de olhares e falsidade do
protestantismo. O mesmo diria que “a mediocridade consiste em estar diante da grandeza e não dar-se
conta”. Ele não foi medíocre, pois soube ver a grandeza da
Igreja que havia seduzido a outros intelectuais de referência como o Cardeal
Newman.
Intuía que a Igreja Católica,
então com seus quase 2000 anos de História, havia superado numerosas heresias e
erros e seguia sendo fiel ao mandato de Cristo. “Não há nenhum outro caso de uma instituição inteligente que tenha
estado pensando sobre pensar durante dois mil anos. Sua experiência cobre quase
todas as experiências e quase todos os erros. O resultado é um mapa no que
todos os becos cegos e maus caminhos estão claramente marcados”.
Para muitos Chesterton é o
arquétipo do jornalista católico por coerência de pensamento e lucidez. É um
modelo interessante, já que sua conversão vem do mundo protestante. Sempre lhe
pareciam mui sectários e infundados os ataques à Igreja e decidiu investigar
por sua conta em um árduo processo de busca pela Verdade. Se dá conta de “que não necessita uma religião que tenha razão quando ele tem
razão. O que necessita é uma religião que tenha razão quando ele esteja
equivocado”.
Será um dos autores mais
lúcidos e prolíficos da primeira metade do século XX. Sua fé foi crescendo e
amadurecendo com o tempo. A este respeito tem uma frase genial: Quando era jovem acreditava em
Deus, agora só creio em Deus.
Chesterton cultivou, entre um
grande número de gêneros (o ensaio, a narração, a biografia, a lírica, o jornalismo e o livro de viagens). Desde
sua profunda vida de fé estava convencido da Verdade do Evangelho, que
iluminava tudo o que escrevia: “Nenhum homem deveria escrever a não ser que estivesse convencido
de que ele está em possessão da verdade e outro homem está no erro. A
este mesmo respeito escreveu que a tolerância é a virtude do homem sem convicções.
Seu personagem mais famoso
foi o Padre Brown. Se trata de um sacerdote católico de grande perspicácia psicológica, que acaba
sendo um formidável detetive. É mui didática a história na qual o Padre Brown desmascara
um delinquente que se fazia passar por sacerdote porque pregava contra a razão. “Esse não pode ser um sacerdote
católico” disse o Padre Brown.
Em Chesterton há uma grande
harmonia entre a fé e a razão. Para ele há duas razões fundamentais que podem
levar uma pessoa à conversão: A primeira é que se creia que na fé católica, aninha uma verdade firme e objetiva, que não
dependa das opiniões pessoais. A segunda é
que a pessoa aspire a liberar-se de seus
pecados, já que não existe nenhuma outra religião que realmente
possa livrar-nos dos pecados e nos permita começar de novo como se jamais
tivéssemos pecado.
Chesterton é um intelectual
que frente aos erros da modernidade destaca os valores da Tradição e do mundo
clássico. Oferece um testemunho lúcido e coerente de fé frente a um mundo
niilista e sem rumo: “Quando se deixa de crer em Deus, em seguida se crê em qualquer
coisa”.
Escreve sempre desde uma
perspectiva católica: para ele, o catolicismo é a chave que permite descobrir
os mistérios de Deus, porque faz encaixar as distintas peças, como afirma em
sua Autobiografia. “Os enigmas de Deus são mais
satisfatórios que as soluções dos homens”. Os
dogmas não limitam, ao contrário marcam um caminho rumo a verdade e a
plenitude: “Se Deus não existisse, não existiriam os ateus”.
Para Chesterton a
Igreja Católica é a única verdadeira e fora dela não pode haver salvação.
A este respeito afirmava que não se pode condescender com o erro: “Quem não odeia o erro, não ama
a verdade”.
Javier Navascués
Fonte:
http://aadiantelafe.com/chesterton-intelectual-ante-lo-absurdo-del-anglicanismo-se-catolico/
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