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Este rosto contemplou durante décadas a luta entre o bem e o mal refletida num sol místico. Detalhe da urna-relicário com os restos da beata Taigi na igreja de São Crisogono em Roma
"Assim dirás a teu confidente que diga a esta gente que, chove almas no inferno como a neve. E (as almas) de quem? De batizados." |
Luis Dufaur
A beata Anna Maria Taigi* frequentava muitas igrejas, mas sua vida era a
de uma dona de casa vivendo num ambiente popular.
Deus tirava exemplos das pregações que ouvia e dos costumes de todas as
classes sociais para lhe fazer entender o que viria.
Deus insistia para ela que a promoção de uma piedade mole e adocicada que
progredia sem cessar naqueles dias preparava a perdição de inúmeras almas.
Em 10 de setembro de 1820:
“Este é
o tempo em que os falsos filósofos se ostentam. Entre eles falam pérolas, mas
não causam impressão alguma nos povos porque não querem acreditar na verdade.
(...) são falsos filósofos, cheios de soberba e orgulho. Desses o mundo está
cheio.
“E para esses há um inferno especial. Se alguém professa a verdade, é
ofuscado por estes [falsos filósofos] e o povo fica perplexo, porque a
miserável humanidade prefere o doce antes que o amargo” (Vol. VI, pág. 85).
“Assim
dirás a teu confidente que diga a esta gente que, chove almas no inferno como a
neve. E (as almas) de quem? De batizados.
“São cristãos de nome, são animais de fato, vivem como animais. Antes bem,
pior que os animais. Como se (podem) salvar cheios de ódio, cheios de pecados?
Depois se dirá que são cristãos, mas...” (Vol. IX, pág. 85).
No terceiro domingo de Páscoa de 1817, na igreja do Santíssimo
Crucifixo de Campo Vaccino, São Pietro in Carcere, ouviu:
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Em quatro milheiros de folhas como esta, Mons Natali anotou a luta entre o bem e o mal no mundo que a beata Taigi contemplava continuadamente |
“Não te
espante o fedor continuo que sentes sob as tuas narinas, porque é o mau odor da
corrupção do mundo presente. (...) Tu o sabes porque Eu te disse muitas vezes e
volto a repeti-lo: “chove almas no inferno como neve e ainda não acabou” (Vol.
III, págs. 43-44).
Em 1828:
“O respeito humano leva ao inferno muitos confessores com todos os seus
penitentes. Para não dar um remédio amargo ou o mais mínimo desgosto, morrem
tantas almas e vão para a casa do diabo.
“(...) de quem é a culpa? (...) Sabes de quem é? (...) Quando esses
estarão diante de meu Tribunal, o que será deles? (...) Por esta razão, chove
almas no inferno como a neve. (...) Vedes quantas ruínas há no mundo? Esta é a
causa” (Vol. VII, pág. 433-437).
Em 6 de novembro de 1819: “Olha os tormentos espantosos dos eclesiásticos
torturados pelos demônios. (...) Por que se consagraram a Deus quando não
procuravam senão a ambição, o orgulho e a vaidade?
“As portas [do inferno] estão abertas. Lúcifer se regozija e seus
companheiros festejam... Deixa, deixa, que essas portas Eu as fecharei, a
voragem ficará cheia e poucos ficarão” (Vol IV, págs. 555-557).
Depois de 14 de abril de 1830:
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Roupas e objetos pessoais da beata.Igreja de São Crisogono, Roma. |
“A paz
esteja convosco, meus filhos, por toda parte deveis dizer que não só não há
paz, mas que os diabos dançam dia e noite, e tecem grandes tramas, apanham em
suas redes muitos peixes, cordeiros e ovelhas e as levam à perdição em grandes
quantidades, eles se abeberaram com o fel e com o sangue humano. (...)
“Eu te falei para não seguir os santos modernos, mas aferrar-te aos
antigos, porque os santos modernos sendo todos ou quase todos falsos, te teriam
estragado” (Vol. VIII, págs. 519-521).
Em 1832:
“São lobos rapaces, lobos que devoraram muitas ovelhas sugando-lhes o sangue
uma por uma. Se soubessem o que está preparado para eles irremediavelmente!
“É mais fácil que eu ouça o clamor de um herege do que de um desses lobos,
tantas vezes lobos quanto são as ovelhas que esses lobos malditos devoraram”
(Vol. IX, pág. 97-100).
Sinais do dia de
Deus
Muitas almas santas elevavam já naqueles tempos orações a Deus
pedindo a restauração da Igreja. Basta mencionar como exemplo São Luiz Maria
Grignion de Montfort e sua “Oração Abrasada”. Porém, o Céu como que não atendeu
às instantes impetrações dessas almas boas. Por quê?
Em 29 de julho de 1832, Nosso Senhor forneceu uma explicação à Beata:
“Há
muito tempo que a Torre de Babel está instalada em Roma, e há muitos anos que
deveria ter caído. E se não caiu, é porque muitas almas sacrificaram sua vida
rogando a Meu Pai para que protelasse o momento de pôr fogo a este estado do
mundo.
“Eu, sem embargo, que via que era a ruína de muitas almas boas que sofrem
por esta causa, apesar de tudo Eu devia fazer a vontade de Meu Pai. Posto que
esta desordem do mundo todo é um caos, não há mente humana que possa
imaginá-la” (Vol. IX, pág. 85).
Outras almas boas, considerando a degringolada da sociedade
cristã, se perguntavam quando Deus interviria. E até especulavam sobre os
sinais que precederiam essa solene intervenção. Mas, o dia de Deus não se
conhece.
Na segunda-feira de Carnaval de 1833, por exemplo, Nosso Senhor lhe disse:
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São Miguel Arcanjo, Castel Sant'Angelo, Vaticano |
“Não se conhece qual é
a hora em que Meu Pai quererá dar a ordem ao anjo exterminador.
“Ele aparecerá ameaçando de improviso (...) sabes? O anjo exterminador que com
uma mão toca a trombeta e com a espada (...) Ai! quando acontecer aquele
momento, todo o mundo ficará envolvido na conflagração” (Vol. IX, pág. 207).
Os sinais precursores revelados à Beata pouco têm a ver com as
suposições da prudência mundana. Em 9 de novembro de 1820, o sacerdote
registrou:
“Quando vires um dia
feliz, tranquilo e de grande contentamento, então armazena alimentos: pão,
vinho, azeite. Dinheiro não faltará. (...) Roma iníqua, Roma cruel, verás o fim
da iniquidade” (Vol. VI, pág. 96).
A confusão das ideias é um dos sinais que mais se encontram nos
registros de Mons. Natali.
Em 8 de junho de 1829, ele anota:
“Agora reinam os maus
costumes, a política, o respeito humano, a simulação. Há um escândalo geral por
toda parte. Este é o maior e mais forte castigo que caiu sobre todo o mundo: a
confusão das ideias. Muitas vezes te disse que antes do fim passaríamos pela
Torre de Babel. Mas o fim virá quando Eu achar por bem” (Vol. VII, pág. 468).
E em 1828: “Lembra, minha filha, que eu te falei que está instalada a Torre de
Babel” (Vol. VII, págs. 375-376).
Em 31 de março de 1819, escreve Mons. Natali:
a Beata “me disse que
um dia que não saberia apontar, durante os primeiros anos [das revelações], ela
ouviu que o mundo ficaria reduzido a um tal estado que os poucos sacerdotes que
restassem seriam constrangidos a viverem escondidos nos esgotos levando o
Santíssimo Sacramento no peito” (Vol. IV, pág. 391).
* A
Beata Anna Taigi (1769-1837) foi uma alma a quem Deus revelou a luta entre a
Revolução e a Contra-Revolução, da qual a fez participar através de um especial
devotamento ao Papado.
Vejo as revelações dessa Beata como se fosse hoje com a realidade do nosso País é o mundo!!!
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