“Não sei
com que outra coisa comparar isso, exceto com a destruição de Jerusalém. Agora
reconheço a justiça de Deus, que não falha ainda que venha tarde.” - Ludwig von
Pastor
“Os verdadeiros amigos do povo não são revolucionários, nem inovadores,
mas tradicionalistas.” - São Pio X, o último Papa Santo
A
vergonhosa celebração da chamada vésperas anglicana na Basílica de São Pedro só
pode ser comparada com o brutal saque ocorrido no século XVI contra Roma por um
exército composto em sua maioria por alemães seguidores do maldito
Lutero.
Como alvo
principal a cristandade, muitas igrejas foram depredadas, Padres e Monges
assassinados ou escravizados e freiras estupradas e vendidas nos mercados.
Durante oito dias os protestantes roubaram e mataram e por nove meses
ocuparam a cidade. “O inferno não é nada comparado com o aspecto que Roma tem
agora” relatou Ludwing von Pastor. (O Saque de Roma, um castigo misericordioso), não faltaram avisos premonitórios, como um raio que caiu no Vaticano.
A profanação proferida e autorizada é um ato de tamanha vergonha, basta
lembrar que a ímpia Isabel I da Inglaterra, o espírito de revolta protestante
moveu acirrada perseguição à Fé católica.
Cranmer, que fora um dos mais influentes conselheiros do menino-rei
Eduardo VI ele levou a cabo o seu plano de remover os últimos vestígios do
catolicismo inglês, começando com a destruição das imagens, relíquias,
cerimônias, procissões (também a do Corpus Christi), mas especialmente a da
Santa Missa, que ele substituiu com a pseudo liturgia de comunhão protestante,
que serviu de modelo para a chamada nova missa de Paulo VI e utilizada na
maioria das paróquias desde o final da década de 60 no século XX.
Cristãos que morreram defendendo a Igreja contra esse rito que hoje é
utilizado na própria Igreja. Morreram lutando contra o próprio mal, que hoje
foi recebido permitindo que uma celebração profana fosse realizada na Basílica
de São Pedro.
Segue, com isso mais aquilos, mais um ataque e a busca da destruição da
Igreja.
“Ainda que os católicos fiéis à Tradição se reduzam a um punhado, são
eles a Verdadeira Igreja de Jesus”. - Santo Atanásio
Abaixo segue um dos inúmeros artigos que tratam do vergonhoso assunto.
Que Deus tenha misericórdia de nossas almas!
(Blog Salve Regina!)
Ceia
anglicana em São Pedro
“Quando
dentro de poucos dias, em rigorosa consonância com os festejos pelo quarto
aniversário da eleição de Francisco, a basílica de São Pedro se veja em transe
de suportar a celebração, em seu altar-mor, das vésperas anglicanas por celebrantes
isentos de autêntica dignidade sacerdotal, se estará cumprindo um novo marco
naquele outro marco que já constitui este ímpar pontificado. Concretamente, se
voltará a tentar a Deus no interior mesmo do templo maior de nossa fé, como faz
mais de um ano se fez em sua fachada exterior, ao projetar sobre as mesmas
imagens ecológico-simiescas no mesmo dia da Imaculada Conceição. Ambos fatos
merecem um lugar no trio que bem poderia completar-se com a missa satânica
celebrada em 1963 na capela paulina no Vaticano, segundo conhecido testemunho
de Malachi Martin em seu romance Windswept house.
Trata-se de
um sacrilégio, até a data, único em seu gênero. Pois se as visitas a edifícios
luteranos da parte de Bento XVI e do próprio Francisco afetavam a potestade,
uma tão factível como estrábica interpretação das mesmas (em tempos, como os
nossos, de fé desfalecente) podia crer infligida a mancha à pessoa apenas,
falível como todas, e não ao cargo; mas a concessão do altar-mor da Igreja, com
a sagrada hóstia oculta no tabernáculo sendo ipso facto vilipendiada, já
comporta uma profanação inequívoca.
Como já não
serve para nada o Magistério, a bula Apostolicae
curae de Leão XIII poderá ser entregue às chamas sem escrúpulos, toda vez
que aquele papa define ali que “com o íntimo defeito de forma” do ritual de
ordenações anglicano, reformado em 1552 após vários anos de ruptura com Roma,
“está unida a falta de intenção que se requer igualmente de necessidade para
que haja sacramento”, motivo pelo qual, de conformidade com os decretos
emanados pelos pontífices precedentes acerca do assunto, “pronunciamos e declaramos que as ordenações feitas em rito anglicano
têm sido e são absolutamente inválidas e totalmente nulas” (Dz. 1966). De
nada vale, pois, o posterior intento anglicano de recuperar o velho formulário,
mais de cem anos depois do cerceamento do primitivo: já então se havia perdido
a sucessão apostólica, o que confere às vésperas anglicanas em Roma um valor
intrínseco não maior que se lhes cedesse São Pedro para o five o'clock tea, não
sem o óbvio efeito sacrílego.
Deste modo, o
que se chamou a “evolução homogênea do dogma”, isto é, a explicitação
progressiva no tempo do conteúdo implícito na Revelação, veio a ser substituído
pela “contra-afirmação heterogênea da doxa”, da mera opinião humana, flutuante
e reversível, como para submergir definitivamente toda clareza doutrinal na
névoa da ignorância ou na treva das inteligências ofuscadas pelo orgulho.
Porque – valha tê-lo sempre presente – a heresia pertence ao âmbito das opiniões,
das reservas mentais para com a verdade proposta a nosso assentimento fiel. O
que o “livre exame” consagra é a disposição selecionadora do conteúdo da fé,
desnaturalizando-a em sua mesma raiz ao pretender arraigá-la na vontade, sendo
a fé – como é – uma virtude intelectual. Tudo que provenha desta primeira
defecção perpetuará, pois, o erro e o dano.
A exaltação
da variedade anárquica, da pluralidade desbocada e o caos que o protestantismo
exibe desde seu berço, será caráter logo estendido ao pensamento e à ação – à
história moderna, digamos, dimanada daquela violenta ruptura religiosa. O
trágico olvido de que só do uno procede o múltiplo impôs um fardo sobre toda a
realidade humana, acabando com a instituição monárquica, com as tradições
locais e ainda com a família e o matrimônio, âmbito privilegiado da unidade e
princípio de sua consolidação civil. É o horror que o caos suscita na
consciência humana que inspirou finalmente aos ideólogos a recorrência a uma
unidade espúria através do totalitarismo, produto tipicamente moderno capaz de
dar acabada conta deste desgraçado processo de atomização e reintegração falaz
de cunho voluntarista. Da desintegração extrema à leviatanização: com tal
fórmula poderiam sintetizar-se cinco séculos de história moderna.
Unus Dominus, una fides, unum baptisma: na Igreja modernizada ou modernista, da precisa fórmula paulina veio,
pois, a escamotear-se o termo do meio, com a finalidade de propiciar uma nova
unidade fundada sobre outros princípios, outras opiniões, heterodoxias. “Temos o mesmo batismo, temos que caminhar
juntos”, é o galanteio sussurrado nos ouvidos dos protestantes, com crassa
omissão de que não temos a mesma fé. A nova unidade, adotada pela “diversidade
reconciliada”, é um magma no qual as necessárias distinções ontológicas se
dissolvem, onde a virtude e o vício valem o mesmo, onde as noções de bem e mal
são frivolidades, onde a ortodoxia equivale à heresia e onde – bem diferente da
parábola das bodas reais (Mt 22, 1-14) – todos podem ser admitidos à ceia sem vestir
o traje correspondente. Proclama-se, a rigor, um novo e demencial evangelho.
Se pelos
gostos se conhece o homem, no caso de Bergoglio conheceremos pelos mesmos
também seu programa. O loquaz profeta da nova misericórdia soube apregoar sua
afeição pela Crucificação branca de Chagall (quadro no qual o próprio autor
assinalou sua intenção de associar o sacrifício de Cristo com o infecto mito da
“Shoah”, subordinando inclusive aquele a este), do mesmo modo que não lhe há
faltado ocasião de reivindicar “A festa de Babette” como sua película favorita.
Assim o expressa em sua controvertida Amoris laetitia:
As alegrias
mais intensas da vida surgem quando se pode provocar a felicidade dos outros,
em uma antecipação do Céu. Cabe recordar a feliz cena do filme A festa de
Babette, onde a generosa cozinheira recebe um abraço agradecido e este elogio:
“Como deliciarás os anjos!”. É doce e consoladora a alegria de fazer as
delícias para os outros, vê-los usufruir delas. (§129)
Não tínhamos
referências à obra e, por isso, não alcançávamos em toda sua plenitude o que
Bergoglio pretendia traficar-nos com semelhante alusão. Veio em nosso auxílio
um recente artigo do blog de Barônio, onde se nos noticia da infausta
fisionomia da autora do livro no qual se inspira a película, Karen Blixen, uma
escritora danesa convencida de que o bem e o mal são intercambiáveis: “somos
nós mesmos que julgamos bom ou mau algo que por si é ambivalente, e que se
torna bom ou mau segundo nosso juízo, segundo nosso discernimento pessoal. Caso
a caso. E recordaremos também que Blixen – quando descobriu haver contraído
sífilis de seu primeiro marido, durante sua estada na África – entregou sua
própria alma ao diabo, de modo que toda a experiência vivida pudesse ser
vertida em seus contos”. O animismo e a bruxaria, ao que parece, foram a
obscura religião desta desnorteada nórdica cujas fantasias agradaram tantíssimo
a Bergoglio.
Estritamente
falando, o que Francisco pondera é a película, que do livro original faz uma
interpretação um tanto abusiva. Em poucas palavras, a história trata de uma
esplêndida comida oferecida por uma cozinheira francesa a um grupo de comensais
noruegueses pertencentes a uma comunidade luterana, doze ao todo, que honram
com este ágape a memória do fundador. O que a película não conta é que, na
história original, a cozinheira é uma terrorista fugitiva de sua nação que,
empregada em uma vila norueguesa pelas filhas de um pastor luterano local como
governanta, oferece este banquete com o dinheiro obtido ao ganhar a loteria
para demonstrar sua gratidão a seus protetores e, ao mesmo tempo, mostrar sua
habilidade nas artes culinárias. Sua condição de francesa poderia sugerir sua
filiação católica, se o livro não explicitasse seu passado anarquista e
criminoso.
Conclui
Barônio:
Babette,
portanto, não é um personagem positivo, não é o anjo que deixa entrar uma
réstia de luz católica na escuridão na qual se encontram os membros da seita.
Ela é antes um personagem dir-se-ia quase infernal, que depois de haver-se
beneficiado da generosa hospitalidade de uma pequena comunidade e de haver
merecido sua confiança, seduz as mentes e os corações persuadindo-os de que as
diferenças doutrinais e ideológicas – mantidas sempre em silêncio – podem ser
superadas no encontro naquilo que cremos compartilhar: a mesa […].
A ceia de
Babette é o âmbito da vingança hedonista por sobre os sacrifícios dolorosos do
passado […] que são reabsorvidos em um presente dionisíaco, diante da memória
ridicularizada do Decano, quase obrigado a assistir à traição de sua comunidade.
Tampouco deve-se olvidar a reprovação da severidade formalista do defunto, a
qual se atribuem as renúncias das filhas Martina e Philippa, frustradas em suas
aspirações por uma visão beata e esclerosada da fé.
Aquilo que
restava da união com o sacrifício de Cristo na contudo distorcida visão
luterana dissolve-se toda vez que Cristo é desterrado do convivium. Dessa
maneira a ceia, que até então congregava em torno da pobre mesa os fiéis da
seita para comemorar seu fundador, com babette se transforma em uma celebração
da comunidade tornada um fim em si mesma.
A tal ponto
torna-se supérflua a figura do sacerdote, que Babette pode permanecer na
cozinha. Ela é o deus ex machina que prepara tudo, assim como Bergoglio prepara
uma nova religião, deixando que os acontecimentos falem em primeira pessoa.
Assim, a puro
golpe de acontecimentos, com a inexorabilidade dos fatos consumados, se vai
acelerando aquilo que a Escritura designa como a “abominação da desolação” e a
“supressão do sacrifício cotidiano”, conforme a estratégia revolucionária de
pegar primeiro e, se é possível, mais uma e ainda outra vez antes que se
produza a tardia reação: tal é a confiança (audácia) que os maus têm na
confiança (inércia) dos bons. Primeiro a ruptura litúrgica, com sua sequela indetível
e crescente de abusos que ao cabo de algumas décadas tornam irreconhecível o
mesmo ritual romano reformado; depois, a dispensa para comungar em pecado
mortal segundo a teoria do discernimento, outrora condenada como “moral de
situação”. Imediatamente depois, a abertura de lacunas pelas quais enfiar a
discussão do diaconato feminino e o celibato sacerdotal, após uma práxis já
folgadamente imposta de “ministros extraordinários” do culto. Que falta para
que às liturgias inter-religiosas e à ceia anglicana suceda uma iminente
modificação na fórmula da consagração, para evitar que a importuna Vítima
sacrificial se faça presente sequer entre os degradados paramentos do Novus
Ordo?
Ubi corpus,
ibi aquilae. Umas, as águias congregadas para alimentar-se, que “seguem o
Cordeiro onde quer que este vá” (Ap 14, 4); outras, que descem a pique para
proscrever Deus de nossos altares. O sacrossanto Corpo de Cristo está no centro
da guerra escatológica.”
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