“A
luz de Cristo, que ressurge glorioso, dissipe as trevas de nossa alma e de nosso
coração”
Estação em São João de Latrão
Duplo de I Classe – param. roxos e
depois brancos
Sábado Santo é o dia do luto máximo
para a Igreja, que junto do sepulcro de Cristo lhe medita a morte. Hoje não tem
Missa nem Comunhão, e por isso os altares permanecem completamente desnudados.
Solene Vigília Pascal
A Vigília noturna de Páscoa é chamada
por Santo Agostinho de “noite santa, a mãe de todas as vigílias cristãs”.
Consta essa Vigília de várias funções,
a saber: a Benção do Fogo Novo, a Benção do Círio Pascal com a Procissão e o Precônio
Pascal, as Leituras das Profecias, as Ladainhas de Todos os Santos, as quais se
interrompem antes do Propitius esto, para a Benção da Água Batismal e a Renovação das Promessas do
Batismo; por fim, a Missa solene e festiva da Vigília Pascal.
A Vigília deve ter início em hora que permita começar a Missa à
meia-noite aproximadamente. Cobrem-se os altares com toalhas, mas as velas permanecem
apagadas até o princípio da Missa.
Benção do Fogo novo
“A extinção de todo e qualquer lume,
conforme Guéranger, quer significar a
ad-rogação da lei antiga, enquanto o fogo indica a promulgação da nova lei,
trazida por Cristo, que é a Luz do mundo. A pedra, da qual sempre se deveria
acender o fogo, é símbolo de Cristo, “Pedra Angular” do templo de Deus (Ef.
2,20). O incenso simboliza os aromas com que foi embalsamado o Corpo do
Salvador”
Benção do Círio Pascal
O Círio Pascal deve sua origem ao lume,
conhecido por Lucernário, que servia antigamente para iluminar o local das
funções e que, no início destas, o Diácono consagrava em honra do Cristo, Luz
indefectível.
O Círio Pascal é o centro das funções
deste dia; antes de ser aceso representa o Cristo morto; a inclusão da cruz
indica a benção mesma; as letras Alfa e Ômega (Α e Ω), primeira e última do
alfabeto grego, mostram o Cristo princípio e fim de tudo e de todos; os
algarismos do ano corrente apresentam o Redentor como Rei e Senhor absoluto de
todos os homens e de todos os tempos; os grãos de incenso, que se colocam nas
quatro extremidades e no centro da cruz, representam as cinco chagas e sua cruz
gloriosas no esplendor da Ressureição.
Solene Procissão e Precônio Pascal
A procissão tem por escopo acompanhar
solenemente o Círio Pascal, símbolo de Cristo, que com sua Paixão, Morte e
Ressurreição iluminou o mundo inteiro. O Precônio Pascal, magnífico hino de
glória ao Cristo redivivo, é por si só um verdadeiro tratado sobre o mistério
da Redenção.
As leituras
Com a última reforma litúrgica da
Semana Santa, foram reduzidas a quatro as doze lições, cuja leitura se fazia no
Sábado. A princípio tais lições tinham por finalidade dar aos catecúmenos as
últimas instruções preparatórias para o Batismo que lhes era administrado nesta
vigília pascal. Hoje conservam-se as quatro mais importantes, a saber: a
criação do mundo, a libertação do povo escolhido da escravidão egípcia; a
felicidade do povo hebreu após o cativeiro e as exortações de Moisés, símbolos
históricos, respectivamente, da nova criação efetuada pela graça de Cristo
Redentor, da libertação dos neo-batizados da escravidão do pecado, a felicidade
do povo cristão regenerado pela água batismal, e as exortações da Igreja a
observarem a lei evangélica.
Benção da água batismal
Concluídas as Leituras antigamente o
Papa saía da Basílica de São João e, precedido pelo Círio Pascal, pelos
Catecúmenos e pelo Clero, dirigia-se para o grandioso Batistério, a fim de
benzer a água que devia servir para a administração do batismo.
Nessa significativa função, o sacerdote
divide a água “em forma de cruz, porque o batismo tira toda a sua força
regeneradora da Paixão e Morte de Cristo; toca depois a água com a mão,
significando a expulsão do demônio; faz três vezes o sinal da cruz sobre a água
para indicar que no batismo intervém as três Pessoas da Santíssima Trindade,
como aconteceu no batismo de Cristo; divide novamente a água e a esparge para
os quatro pontos cardiais, indicando com isso a pregação universal do Evangelho
e a administração do batismo a todos os povos da terra; a seguir, sopra três vezes
sobre a água, em forma de cruz, para indicar a virtude da águia que santifica
em nome das três Divinas Pessoas; imerge depois na água o Círio Pascal,
invocando que o Espírito Santo santifique a água e, por meio desta, desça com a
plenitude de sua graça nas almas; e levanta o Círio para significar como a
graça do Batismo ele a criatura humana
do abismo do pecado aos píncaros da graça e da glória; sopra ainda três vezes
sobre a água, indicando agora a descida do Espírito Santo, enviado pelo Divino
Mestre aos Apóstolos; finalmente o sacerdote infunde na água o Óleo dos Catecúmenos
e do santo Crisma, símbolos respectivamente da humanidade e divindade de
Cristo, e os mistura ao mesmo tempo na água, para significar a união do mesmo
Cristo com todo o povo cristão, mediante o batismo.
MISSA SOLENE DA VIGÍLIA PASCAL
A Missa da Vigília Pascal é a mais e
festiva do ano. Ao som de sinos, órgão e campainhas, entoa-se o Glória in excélsis, hino de alegria que,
até o Século XI, os sacerdotes somente nesta Missa podiam recitar. Depois da Epístola,
outro brado de alegria com o recinto sagrado: o Aleluia.
A ausência de luzes durante o canto do
Evangelho, e a omissão do Confiteor, Introito, Credo, Ofertório, Agnus Dei e
Evangelho Final, espelham a Missa primitiva que não tinha essas partes.
O pensamento dominante da Missa é a
comemoração do mistério pascal (Secreta),
mas inspira-se também na presença dos neófitos, que por meio do batismo foram
renovados na alma e no corpo e ressuscitaram com Cristo (Epístola). Procuremos servir a Deus na inocência (Oração), e praticar a caridade, vivendo
na concórdia (Pós-comunhão).
“Missal
Romano Cotidiano Latim-Português – Edições Paulinas - 1959”
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