EXPLICAÇÃO DA SANTA MISSA
Autor: pe. Martinho de Cochem (1630-1712)
Fonte: Lista "Tradição Católica"
Digitalização: Carlos Melo
I. DA ESSÊNCIA DO SANTO
SACRIFÍCIO DA MISSA
Na língua sagrada de nossa mãe, a Santa Igreja
católica, no latim, a Santa Missa é designada pelo nome de
"sacrificium", sacrifício.
"Um sacrifício é um dom visível, oferecido,
exclusivamente, a Deus, por um ministro sagrado, para reconhecer a soberania do
Altíssimo sobre todas as coisas".
O sacrifício, portanto, é um culto devido,
exclusiva e unicamente, a Deus. A nenhuma criatura, por mais elevada que seja,
compete jamais um sacrifício.
Diz Santo Agostinho: "Quem pensaria jamais,
que se pudesse oferecer sacrifício, senão ao Deus único e verdadeiro?"
Somente à idolatria insana dos Imperadores romanos
ficou reservada a presunção sacrílega de exigir, dos súditos desditosos,
sacrifícios de diversas formas.
Indagando a origem do sacrifício, que encontramos entre
os povos, sem exceção devemos confessar, com S. Tomás de Aquino, que é uma lei
natural oferecer sacrifícios a Deus, e, por este motivo, é que o homem se sente
levado a sacrificar, sem insinuação ou conselho de alguém.
Com efeito, Caim e Abel, Noé e Abraão, como outros
patriarcas, profetas e reis do antigo testamento ofereceram a Deus sacrifícios
espontaneamente.
Porém não só os que conservaram a fé no Deus
verdadeiro, mas também os povos que apostataram desta fé, os pobres pagãos,
ofereceram sacrifícios a seus ídolos. Pois, o sacrifício, como a religião, da
qual é a mais elevada manifestação, é, realmente, uma necessidade da natureza
humana, e, por isso, encontramo-lo entre todos os povos de todos os tempos.
Por conveniência imperiosa, Jesus Cristo cuidou de
deixar na sua religião, divinamente perfeita, uma forma de sacrifício, como
jamais houve entre povo algum; e essa forma de sacrifício é a Santa Missa.
A respeito, ensina o Santo Concílio de Trento:
"Segundo o testemunho de S. Paulo Apóstolo, o sacerdócio levítico do
antigo testamento não atingiu a perfeição. Assim, desde a origem do mundo, o
Deus da Misericórdia determinara, que surgisse um sacerdote podendo aperfeiçoar
e completar o sacrifício. Esse sacerdote era Jesus Cristo, Nosso Senhor que, depois
de se ter oferecido a seu Pai sobre o altar da cruz, não queria deixar extinto
o seu sacrifício, e, na véspera de sua morte, deu a sua esposa mística
estremecida, a Santa Igreja, um sacrifício visível, segundo as exigências da
natureza humana."
Este sacrifício devia perpetuar o Sacrifício
cruento que Jesus Cristo ia oferecer sobre a Cruz; devia perpetuar-lhe a
memória até o fim dos tempos e, por sua virtude salutar, nossos pecados
quotidianos deviam ser perdoados. Deste modo, Jesus Cristo declarou-se sacerdote
segundo a ordem de Melquisedec, oferecendo a seu eterno Pai seu Corpo e seu
Sangue, sob as aparências de pão e vinho, que deu a seus apóstolos também sob
as mesmas espécies, instituindo-os sacerdotes do novo Testamento. E, dizendo as
palavras: "Fazei isto em memória de mim", ordenou-lhes e aos seus
sucessores no sacerdócio, que os oferecessem em sacrifício.
A Santa Igreja nos ensina que, na última Ceia,
Jesus Cristo não só mudou o pão e o vinho em seu Corpo e em seu Sangue, mas
também ofereceu-os a Deus, seu Pai, e instituiu e ofereceu pessoalmente o
Sacrifício do novo Testamento, a fim de que se reconhecesse, nele, este
sacerdote de que canta o salmista: "O Senhor jurou e não se arrependerá de
seu juramento. És sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedec" (Sl.
109, 4). Muito contrário ao costume de sua época, Melquisedec não imolava
animais como faziam Abraão e outros patriarcas, mas, por inspiração do Espírito
Santo, levantava o pão e o vinho para o céu e oferecia-os por meio de
cerimônias e orações especiais. Assim tornou-se a figura de Jesus Cristo, e seu
Sacrifício é o símbolo da nova Lei. Como tudo que se relaciona com a pessoa do
salvador foi objeto de admiráveis profecias, desde os dias do paraíso até os
últimos tempos do antigo testamento, também o sacrifício que havia de coroar e
perpetuar a obra redentora na cruz, foi predito séculos antes. Escreve o
profeta Malaquias: "Minha afeição não está mais em vós, diz o Senhor dos
exércitos, e nunca mais receberei ofertas de vossas mãos, porque, desde o
oriente até o ocidente, meu nome é grande entre as nações e, em toda parte, se
sacrifica e oferece uma oblação pura".
Esta profecia não se realizou no antigo testamento,
como se vê no próprio texto, pois o próprio Deus declara rejeitar os antigos
sacrifícios.
Tão pouco a profecia se refere ao sacrifício da
cruz, porque esse sacrifício foi oferecido somente uma vez e em um lugar.
É de um sacrifício novo e puro em que Deus tem as
complacências, que o profeta fala. Esse sacrifício, infinitamente puro, não
pode ser outro senão o sacrifício da Missa. Desde o momento de sua instituição
no cenáculo, crêem e confessam isto os apóstolos, os evangelistas, todos os
primeiros cristãos, e assim ainda crê e confessa a Igreja católica
universalmente, tanto quanto as igrejas cismáticas orientais.
De acordo com o evangelista S. Lucas, a Santa
Igreja ensina: "Na véspera de sua morte, Jesus Cristo tomou o pão e,
rendendo graças a Deus, partiu-o e deu aos discípulos, dizendo: "Isto é o
meu Corpo que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim". Da
mesma forma, tomou o cálice depois da ceia, dizendo: "Este cálice é o novo
Testamento em meu Sangue, que será derramado por vós." (Lc. 22, 19-29).
Ponderemos bem o que diz e faz o Senhor: Muda o pão
em seu Corpo, e o vinho em seu Sangue; e por esta separação mística de seu
Corpo e de seu Sangue, constituiu-se em holocausto. As palavras que acompanham
a transubstanciação, indicam o sacrifício. "Isto é o meu Corpo, que será
entregue por vós, isto é o meu Sangue, que será derramado por vós". Ainda
que se quisesse aplicar estas duas palavras "entregar" e
"derramar" ao Sacrifício da Cruz, Jesus Cristo afirma, claramente,
que estas duas ações se realizam na Ceia, e assim afirma também que houve aí
sacrifício.
Se os adversários pretendem desvalorizar este
ensino de nossa Santa Igreja, dando outras explicações torcidas e infundadas,
como é que explicarão as palavras claras de S. Paulo Apóstolo, quando escreve
aos Hebreus:
"Temos um altar, e uma vítima da qual os que
prestam serviços ao Tabernáculo, (isto é, os judeus) não têm o direito de
comer" (Hb. 13, 10). Ora, não poderia existir altar sem oblação, e a
palavra "comer" indica, claramente, que não se trata do sacrifício da
Cruz, mas de um sacrifício (comestível) nutriente, tal qual Jesus Cristo o
instituiu na Ceia.
Lemos também, na vida do apóstolo S. Mateus, que
foi morto no altar, quando celebrava os santos mistérios. Na vida de Santo
André, refere-se que ele disse ao juiz Egéias: "Ofereço em sacrifício,
diariamente, a Deus todo-poderoso, não a carne de touros, nem o sangue dos
animais, mas o Cordeiro Imaculado".
É atribuída ainda a S. Tiago e a S. Marcos uma
liturgia da Santa Missa. Enfim, atribui-se também a S. Pedro o
"Cânon", isto é, a parte da Santa Missa que vai do
"Sanctus" até a Comunhão.
Tantos testemunhos provam que o Santo Sacrifício do
novo Testamento esteve, desde o começo, em uso na Igreja.
O fato de não se encontrar a palavra
"Missa" nas sagradas letras, não pode servir de argumento contra a
doutrina da Igreja. A palavra "Trindade" também não se encontra; e,
não obstante, os adversários aceitam-na. Mas, em 142, encontramos a palavra
Missa tal qual a empregamos. O Papa Pio I faz uso da palavra de maneira que
evidencia que o termo era geralmente, adotado e conhecido. Daí em diante, a
palavra Missa não desaparece mais dos escritos dos santos Padres e mais
escritores da Igreja católica.
A Igreja grega emprega nomes de significação
idêntica. Falam, por exemplo, da mesa ou do altar do Senhor, ceia, oferta. Em
vista disso, que valem os ataques dos hereges?
Os ataques violentos promovidos, em diversas
épocas, contra a Santa Missa, testemunham-lhes à santidade e importância como
também o ódio com que o demônio a persegue.
No curso dos dez primeiros séculos, quando
numerosos hereges afligiam a Santa Igreja, nenhum deles ousou atacá-la. Era
preciso, para isto, um alto grau de perversidade, uma audácia verdadeiramente
infernal.
Isto só aconteceu no décimo primeiro século pelo
herege Berengar de Cours. Porém, mal havia disseminado as blasfêmias, o orbe
católico recuou de espanto e clamou-lhe indignado: "Tornai-vos uma pedra
de escândalo para os fiéis, separai-vos de nossa Mãe, a Santa Igreja, pois
perturbais a unidade dos cristãos". Berengar, depois de anatematizado por
mais de cindo Concílios, por um milagre da misericórdia divina, abjurou os
erros, fez penitência, e morreu em 1088, confessando a doutrina verdadeira.
Infelizmente, a heresia sobreviveu-lhe, sendo
pregada, alguns anos depois, pelos albigenses, seita perversa que declarava,
entre outros erros, o matrimônio como ilícito, e permitia a impureza. Em
particular, atacava a Missa privada, vulgarmente chamada Missa-rezada. Aos que
assistiam a essas Missas, perseguiam com penas horrorosas e, mais ainda, aos
Padres que tinham a coragem de celebrar os santos mistérios.
Após os albigenses, os inimigos mais encarniçados
da Santa Missa foram os reformadores do século décimo sexto. O próprio Lutero
confessa, no livro "contra a missa", cap. XIX, ter sido impelido por
Satanás a abolir a Santa Missa como um ato de idolatria, e que fez sabendo,
perfeitamente, que o demônio odiava todo o bem e que seus ensinos eram
mentirosos.
Se as trevas infernais não tivessem invadido,
inteiramente, toda a inteligência de Lutero, não teria antes raciocinado assim:
se Satanás considera a Santa Missa como um ato de idolatria, para que procura
abolí-la, em vez de louvá-la e propagá-la, a fim de insultar mais cruelmente o
Altíssimo?
Ora, Satanás privou o Santo Sacrifício da Missa a
todas as seitas luteranas, causando-lhes tão profundo ódio contra este santo
mistério, que vomitaram a espantosa blasfêmia: "A Missa é uma abominável
idolatria... aí renuncia-se o sacrifício cruento de Cristo!" Assim se
exprime o catecismo dos calvinistas de Heidelberg.
Pobres insensatos! Neste caso, como podem admitir
que uma alma se tenha salvo desde Jesus Cristo? Todos os apóstolos, todos os
sacerdotes têm celebrado o Santo Sacrifício da Missa, os mártires, os
confessores assistiram-no com terna devoção. Acusarão todo este exército de
Cristo de idolatria, e, por conseguinte, digno do inferno? O simples bom senso
a isso se opõe.
Ah, mais suave é ouvir S. Fulgêncio dizer:
"Creio, sem dúvida alguma, que o Filho único de Deus, feito homem por nós,
ofereceu-se em sacrifício a Deus Altíssimo, a quem a Igreja católica oferece,
sem cessar, na fé e na caridade, o Sacrifício do pão e do vinho".
Tomemos cuidado para não nos acontecer o que aconteceu
aos hereges, a quem Satanás tirou a Santa Missa. Não podendo privar-nos
inteiramente dela, esforça-se, pelo menos, para cegar-nos sobre o valor
infinito do Santo Sacrifício a fim de que, apreciando-o pouco, deixemos de
assisti-lo, ou não tiremos os abundantes frutos de graças que poderíamos
colher.
II. EXCELÊNCIA DO SANTO
SACRIFÍCIO DA MISSA
A
excelência da Santa Missa é tão grande, que os próprios Serafins não podem
compreende-la perfeitamente. Experimentemos, entretanto, investigar os
ensinamentos da Igreja a este respeito.
São
Francisco de Sales diz: "O santíssimo Sacrifício do altar é, entre os
exercícios da religião, como o sol entre os astros, porque é verdadeiramente a
alma da piedade e o centro da religião cristã, ao qual todos os seus mistérios
e todas as suas leis se relacionam; é o mistério inefável da divina caridade,
pelo qual Jesus Cristo, dando-se realmente a nós, cumula-nos com suas graças de
maneira igualmente amável e magnificente" (Introdução à vida devota).
O
sábio Osório julga a Santa Missa acima de todos os outros mistérios da nossa
religião: "Entre todos os atos da Igreja, o Santo Sacrifício da Missa é o
mais augusto e mais precioso, porque o Santíssimo Sacramento do altar é aí
consagrado e oferecido a Deus". E Fornerus de Bamberg acrescenta: "Se
bem que todos os Sacramentos estejam cheios de majestade, a Santa Missa
excede-os; aqueles são vasos que contêm a divina misericórdia para os vivos,
esta é um oceano inesgotável de liberalidade divina pelos vivos e pelos mortos".
Vejamos
agora em que se manifesta a excelência da Santa Missa.
Em
primeiro lugar, manifesta-se, no cerimonial pomposo da bênção solene ou
consagração de uma igreja, ou dum altar pelo Bispo. Longo demais seria narrar
aqui toda a cerimônia - aliás rara entre nós, devido a diversas razões; mas é
certo que a consagração das igrejas é uma cerimônia tão tocante e insinuante,
que facilmente dela se deduz que, das nossas igrejas, muito mais que do templo
de Jerusalém, valem as palavras do profeta Isaías: "Conduzi-los-ei à montanha
santa, enchê-los-ei de alegria, à invocação de meu nome; a vítima que me
oferecerem há de me ser agradável, porque minha casa será chamada por todos os
povos, casa de oração".
Desta
palavra fez menção Jesus Cristo, quando, cheio de santa indignação, expulsou do
templo de Jerusalém os que o violavam pelos negócios gananciosos. Lembremo-nos,
também, desta mesma palavra para, cheios de santa fé e religioso respeito,
entrarmos em nossas igrejas para adorarmos a Jesus Cristo, corporal e
essencialmente, presente no santo altar. Conservemo-nos alheios do costume
altamente censurável de fazer dos templos sagrados lugares de conversas e,
quiçá, de faltas mais graves.
Em
segundo lugar, a excelência da santa Missa nos é demonstrada pelo rito solene
da ordenação dos ministros do altar, mormente dos sacerdotes. Dispensamo-nos
ainda de expor longamente a administração do santo sacramento da ordem, do
sacerdócio, para não se avolumar demais este livro. Quem já teve ensejo de
assistir à ordenação de neopresbíteros, não terá deixado de experimentar
singular impressão, sentindo a grandeza oculta do ato, seu efeito duradouro do
estado sacerdotal e de seu fim elevado de oferecer o santo sacrifício da Missa.
Ainda
poderíamos referir-nos aos objetos que servem à celebração da santa Missa e dar
outras tantas provas da excelência do mesmo sacrifício da Missa, pois a grande
e rigorosa diligência de nossa santa Igreja se inspira na compreensão e estima
que tem daquilo que se passa no santo altar. Inspiremo-nos nesta diligência,
para assistirmos sempre com rigorosa atenção a tão grande mistério.
Até
a língua empregada no sacrossanto sacrifício da Missa, a Igreja faz compreender
que no altar se efetua algo de superior ao comum. Não se usa a língua vulgar -
mas a língua sagrada da Madre Igreja. Houve quem ousasse censurar o uso do
latim na Missa, - mas entendamos bem: A santa Missa não é uma instrução, mas um
grande mistério. O sacerdote não celebra para ensinar, mas para santificar-se e
ao povo. Para tomarmos parte na santa Missa, não é preciso compreendermos as
palavras, basta e cumpre unirmo-nos, afetuosamente, ao que se passa no altar.
No emprego da língua latina no santo sacrifício, temos ainda um valioso símbolo
da unidade da Igreja: Uma só Igreja, um só sacrifício, uma só língua em todo o
mundo no altar.
Passemos
agora à prova mais evidente da excelência da santa Missa, que consiste em
demonstrar quem é a pessoa do sacrificador, e qual a oferta na santa Missa.
Quem
é o sacrificador? - o sacerdote? o Bispo? o Papa? - Não. - Será um Anjo do céu?
um Santo? a própria Mãe de Deus, Maria Santíssima? - Oh, não. É o sacerdote dos
sacerdotes, o Bispo dos Bispos, o Filho de Deus, Jesus Cristo, "o
sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedec".
É
ele quem dá à santa Missa a excelência incomparável; é ele quem eleva a oferta
do pão e do vinho a um sacrifício divino.
Que
Jesus Cristo é o sacerdote na santa Missa, prová-lo-emos com estas palavras de
S. João Crisóstomo: "O mesmo Jesus Cristo que nos preparou, na última
Ceia, esta mesa sagrada, está aqui para abastece-la; pois não é o homem que
muda o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Nosso Senhor, mas sim Jesus Cristo
que, por nós, foi crucificado".
Com
estas palavras S. Crisóstomo prova que Jesus Cristo cumpre, pessoalmente, a
parte essencial da santa Missa; que desce do céu, muda em seu Corpo e Sangue, o
pão e o vinho, oferecendo-se, em holocausto, a seu Pai pela salvação do mundo,
e ora, como fiel mediador, pelos pecados do povo. Os sacerdotes são apenas seus
instrumentos: emprestam-lhe a boca, a língua, as mãos para a realização do
divino Sacrifício.
Se
alguém recusar crer no testemunho de S. Crisóstomo, eis a decisão do grande
Concílio de Trento: "O Sacrifício da Cruz e o Sacrifício da Missa são um
só e mesmo sacrifício, porque aquele que se imolou sobre a Cruz, de maneira
cruenta, é o mesmo que se imola na santa Missa, de modo incruento, pelo
ministério dos sacerdotes".
É
pois, doutrina da santa Igreja, que os sacerdotes são simplesmente os servos de
Jesus Cristo e que Nosso Senhor se oferece, no altar, tão verdadeiramente como
se ofereceu sobre o patíbulo da Cruz.
Que
honra! que graça! que inestimável benefício! O divino Salvador digna-se de
fazer-se nosso sacerdote, nosso mediador, nosso advogado!
Eis
o que também refere S. Paulo em sua Epístola aos Hebreus: "Era justo que
tivéssemos um pontífice como este: santo, inocente, sem mancha, segregado dos
pecadores, e mais elevado que os céus, que não fosse obrigado, como os outros
pontífices, a oferecer vítimas, todos os dias, primeiramente pelos próprios
pecados e, em seguida, pelos pecados do povo. A lei antiga estabeleceu, para
pontífices, homens fracos, mas a palavra de Deus, confirmada pelo juramento que
fez depois da lei, constituiu pontífice o Filho, que é santo e perfeito
eternamente" (Heb. 7, 26-28).
Não
são estas magníficas palavras do Apóstolo uma prova de quanto Deus nos estima,
visto que nos deu, por sacerdote e mediador, não um homem frágil e pecador, mas
seu Filho único, a própria santidade?
Consideremos,
agora, por que Jesus Cristo não quis confiar seu sacrifício a homem nenhum. A
principal razão foi porque este sacrifício devia ser puríssimo como o profeta
Malaquias o havia anunciado.
Em
todo lugar, sacrifica-se e oferece-se ao meu nome uma oblação pura. Foi por
esta razão que Deus reservou o nome a função de sacerdote a seu Filho único, ao
sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedec.
Deste
modo, o sacerdote celebrante não é propriamente falando, o sacrificador, porém
apenas o servo do grande sacerdote Jesus Cristo.
Segue-se
daí, que toda Missa é de um valor infinito, pois é celebrada pelo próprio Jesus
Cristo, com uma devoção, um respeito, um amor acima do entendimento dos Anjos e
dos homens. O mesmo Jesus Cristo revelou esta verdade à Santa Matilde: "Só
Eu, disse, compreendo, perfeitamente, de que forma me imolo, todos os dias,
sobre o altar pela salvação dos fiéis; os Querubins e os Serafins, nenhuma
Potestade celeste, saberiam compreende-la inteiramente" (Revelações, I,
19). Oh meu Jesus! que impenetrável mistério e que felicidade para nós, pobres
pecadores, sermos admitidos à santa Missa, onde efetuais essa salutar oblação!
Caro
leitor, considera bem estas palavras e quanto te é vantajoso assistir à santa
Missa, em que Nosso Senhor se oferece por ti; faz-se o mediador entre tua
culpabilidade e a justiça divina, e retém o castigo que merecem, cada dia, os
teus pecados. Oh, se abrisses bem os olhos a esta verdade, como amarias a santa
Missa; como suspirarias pela felicidade de assisti-la. Como a ouvirias
devotamente. Como te lastimarias por faltar a uma só! Para poupar um tal
prejuízo a tua alma, suportarias, de boa vontade, qualquer dano temporal. Os
primeiros cristãos nos deixaram disto o exemplo: preferiram perder a vida a
deixar de assistir à santa Missa.
Já
insistimos muito na excelência da santa Missa; entretanto, resta-nos ainda a
tratar de um ponto importante: o valor da oferta, apresentada à Santíssima
Trindade.
É
evidente que esta oferta, para ser digna de Deus, deve ser de um preço
inestimável, porque quanto maior é a quem se faz uma oferta, tanto mais
preciosa ela deve ser. Se alguém ousasse oferecer uma bagatela a um príncipe,
cobrir-se-ia de confusão
Ora,
o céu e a terra são apenas uma bagatela diante da imensa Majestade de Deus.
"O
mundo, perante Deus, é o grãozinho que apenas dá diminuta inclinação à balança,
a gota do orvalho da manhã, que cai sobre a terra" (Sabedoria, 11, 23).
Então,
onde achar, no universo inteiro, alguma coisa digna de Deus?
Que
acharia Jesus Cristo, mesmo no céu, que fosse digno de Deus?
No
céu e sobre a terra achou apenas sua santa, imaculada e bendita Humanidade,
isto é, o que a onipotência de Deus produziu de maior. "A Humanidade de
Jesus Cristo, disse Nossa Senhora à Santa Brígida, foi, e será para sempre, o
que há de mais precioso".
Com
efeito, a mão liberalíssima de Deus ornou esta Humanidade de tantas graças e
perfeições que nada mais lhe podia acrescentar. Não porque Deus não pudesse,
absolutamente, conceder mais, porém porque a capacidade da humanidade não as
poderia conter.
Todavia,
esta Humanidade tão bela, tão pura, tão santa e perfeita, não pode oferecer um
sacrifício digno da adorabilíssima Trindade senão em razão de sua união com a
pessoa do Verbo eterno, união que dá a todos os seus atos e sacrifícios um
valor e merecimento infinitos.
Por
esta grande dignidade, durante sua permanência na terra, a santa Humanidade do
divino Salvador atraiu a mais profunda veneração, não só de homens piedosos
como também de Anjos do céu. Que adoração universal, porém, é prestada agora a
esta santa Humanidade no céu, onde se acha gloriosa e imortal em um trono, à
direita do Pai celeste!
A
santíssima Humanidade de Jesus Cristo forma a única oferta digna de ser
apresentada no santo Sacrifício, e, na verdade, é o mesmo Jesus Cristo quem a
oferece. Com ela, oferece tudo o que efetuou e sofreu durante os trinta e três
anos de sua vida mortal: jejuns, vigílias, orações, viagens, mortificações,
pregações, perseguições, insultos, zombarias, lágrimas, gotas de suor, agonia no
jardim das oliveiras, flagelação, coroação de espinhos, crucificação, morte e
sepultura. Além disto, oferece a Humanidade, inseparavelmente unida à
Divindade, porque, embora a Divindade não seja objeto do sacrifício, a
Humanidade é nele oferecida no estado de perfeição a que a eleva à união
hipostática.
Medi,
pois, se podeis, o valor de uma tal oferta. Enfim, Jesus Cristo não oferece sua
Humanidade sob a forma que tem no céu, mas no estado em que se acha sobre o
altar. No céu ela é tão gloriosa que os Anjos tremem ante sua Majestade: no
altar, pelo contrário, sua humilhação é tão extrema que estes mesmos se enchem
de espanto.
A
Humanidade de Nosso Senhor está, de tal modo, unida e estreitada às espécies
eucarísticas que nunca se podem separar, nem mais aí subsistirá, quando forem
destruídas as espécies. De que modo contempla a Santíssima Trindade este
prodígio de humanidade! Que glória para o Pai celeste! Que virtude, que
perfeição não recebe daí a santa Missa onde se cumprem estes divinos Mistérios!
Que bênção, que socorro para aqueles em cujas intenções o santo Sacrifício é
oferecido! Que consolação, que alívio não recebem as almas do purgatório,
quando a santa Missa é celebrada, ou ouvida pelos seu livramento! A Missa
quotidiana é a arma, pela qual a graça e a misericórdia sobressaem à justiça.
Agradeçamos,
pois, ternamente ao divino Salvador por nos ter legado, a nós, seus pobres
filhos, um sacrifício tão poderoso; agradeçamos-lhe por nos ter deixado este
meio infalível de atrair as ondas da divina misericórdia.
Para
glória da santa Missa, relatamos como se fez a consagração da capela
d'Einsiedeln, na Suíça, e como o mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo celebrou o
santo Sacrifício como grande solenidade.
Oitenta
anos depois da morte de Meinrado, o santo eremita Eberardo, piedoso solitário
de nobre família, foi pedir a S. Corado, Bispo de Constança, a graça de
consagrar a capela de S. Meinrado. O virtuoso Bispo anuiu-lhe ao pedido. Na
festa da Exaltação da santa cruz, em 14 de setembro de 940, devia realizar-se a
consagração.
Mas,
indo para a capela, a fim de entregar-se à oração, o santo Bispo ouviu os coros
dos Anjos cantar as antífonas e os responsórios da consagração. Entrou e viu a
capela cheia de Anjos, e, no meio deles, Nosso Senhor, que, revestido de paramentos
episcopais, procedia à consagração do santuário. À vista disto, Conrado caiu em
santo êxtasis, sem, entretanto, nada perder de sua atenção. Viu e ouviu Nosso
Senhor pronunciar as palavras da Igreja e desempenhar-lhe as cerimônias em
igual festa. Os apóstolos, os Anjos e uma multidão de Santos assistiam-lhe. A
Mãe de Deus, a quem o altar e a capela eram dedicados, aparecia em cima do
altar, mais brilhante que o sol, mais resplandecente que o fulgor do relâmpago.
Terminada
a consagração, o Senhor começou a Missa solene, depois da qual toda a corte
celeste desapareceu, deixando Conrado em transporte de alegria.
Reconheceu,
sobre as cinzas que cobriam o solo, as marcas dos pés do Salvador e, sobre as
paredes, os traços das unções.
De
manhã, o clero veio buscar o Bispo para fazer a sagração, porém ele disse:
"Não posso consagrar este santuário, porque já foi consagrado de maneira
misteriosa".
Insistem,
forçam-no, quando uma voz celeste se faz ouvir e repete por três vezes:
"Pára, meu irmão, a capela já está consagrada".
Mais
tarde, S. Conrado referiu ao Papa Leão VIII este fato extraordinário, cuja
veracidade o mesmo Papa afirmou num rescrito apostólico, em que proibiu tornar
a consagrar a capela, e concedeu indulgências especiais aos fiéis, que a
freqüentassem (Legende der Heiligen von Ott, p. 2326).
Caro
leitor, dizes, com certeza: "Ah! se pudesse assistir a uma festa igual,
ver o que viu S. Conrado, ouvir o que ele ouviu! Que prazer, que emoção!".
Entretanto,
não está presente, em cada Missa, Nosso Senhor, o grande pontífice? Não nasce,
em cada Missa, sobre o altar, e não o cercam os Anjos?
Feliz
serás, pois, se considerares que te achas no meio de uma tão alta assembléia,
que se digna de unir tuas pobres orações às suas, para faze-las subir até o
trono de Deus.
III. SÍMBOLOS DO SANTO
SACRIFÍCIO DA MISSA
Querendo
falar dos sublimes e múltiplos mistérios da santa Missa, devemos dizer com o
rei David: "Vinde e vede as obras do Senhor e os prodígios que operou
sobre a terra" (Sl. 45, 9).
Nosso
divino Salvador fez muitos e grandes milagres, quando vivia neste mundo;
nenhum, porém, parece tão admirável como a instituição da santa Missa, na
última Ceia.
É
a Santa Missa o compêndio das maravilhas das obras de Deus, um milagre que
contém em si tantos mistérios, que São Boaventura, meditando-os, prorrompeu
nestas palavras: "A santa Missa tem tantas maravilhas quantas são as gotas
d 'água no oceano, os grãozinhos de poeira no ar, as estrelas no firmamento, e
os Anjos no céu. Nela se operam, quotidianamente, tantos mistérios que não sei
se, em tempo algum, a mão onipotente de Deus fez obra melhor e mais
sublime" (Tom. 6. De Sacramentis).
Palavras
admiráveis! Será então verdade que a santa Missa contém tantos mistérios que a
língua humana jamais os pode enumerar? O grande teólogo padre Sanchez confirma
as palavras de São Boaventura, e acrescenta: "Na santa Missa, recebemos
tesouros tão admiráveis, dons tão preciosos, bens tão essenciais para esta vida
e uma esperança tão firme para a outra, que nos é necessária, para crê-lo, a
virtude da fé. Assim como se pode tirar, sem diminuir, toda a água que se
quiser, do mar, ou dos grandes rios, da mesma forma, apesar da abundância das
graças que tirardes na santa Missa, não diminuireis nem lhe esgotareis jamais
os tesouros" (Thes. Missae, e. 1).
O
primeiro símbolo da santa Missa foi o sacrifício do justo Abel, oferecendo,
piedosamente, ao Altíssimo as primícias de seu rebanho. Este sacrifício agradou
ao Senhor; pois que diz a Sagrada Escritura: "O Senhor lançou os olhos
sobre Abel e sobre a sua oferta" (Gen. 4, 4). O sacrifício de Abel partia
dum coração submisso e fiel, e era feito em vista do futuro Salvador. O fogo
desceu do céu, diz a Sagrada Escritura, e consumiu o holocausto de Abel.
O
sacrifício de Abel agradou visivelmente ao Altíssimo; mais lhe agrada, porém o
Sacrifício do novo Testamento. Quando o sacerdote oferece, na santa Missa, o
pão e o vinho, e pronuncia as palavras da consagração, o fogo divino do
Espírito Santo consome o pão e o vinho, mudando-os no Corpo e no Sangue de
Jesus Cristo. Este holocausto, portanto, é infinitamente mais agradável ao
Senhor que o de Abel. O Pai celestial o acolhe com grande satisfação, dizendo:
"Este é meu Filho bem amado em que pus toda a minha complacência".
São
outras figuras do santo Sacrifício da Missa os sacrifícios de Noé, de Abraão,
de Isaac e de Jacó, narradas em vários lugares da Sagrada Escritura. Porém, o
símbolo mais tocante da Missa foi o sacrifício que Melquisedec ofereceu a Deus
todo-poderoso, em reconhecimento da vitória de Abraão. Este sacrifício
consistia em pão e vinho, e era acompanhado de preces e de cerimônias
particulares. O próprio Melquisedec era uma figura de Jesus Cristo. Seu nome
significa: Rei da paz; pois, como Jesus Cristo, era, ao mesmo tempo, rei e
sacerdote.
No
cânon da Missa, imediatamente depois da consagração, faz-se menção dos
sacrifícios antigos, quando o sacerdote diz: "Oferecemos à vossa sublime
Majestade o dom de uma vítima (+) pura, de uma vítima (+) santa, de uma vítima
(+) sem mancha, o pão sagrado (+) da vida eterna e o cálice da eterna (+)
salvação. Outrora aceitastes os sacrifícios dos tenros cordeiros que Vos
ofereceu Abel; o sacrifício que Abraão Vos fez de seu filho único, imolado sem
perder a vida. Enfim o sacrifício misterioso do pão e do vinho que Vos
apresentou Melquisedec". É o suficiente para indicar que esses sacrifícios
foram imagens do sacrifício da Missa.
Na
santa Missa, são realizados não somente todos os sacrifícios simbólicos, como
também se representam os principais mistérios da vida e da paixão do nosso
divino Salvador.
David
o indica, quando diz: "O Senhor deixou uma lembrança de suas maravilhas;
mostrou-se misterioso e compassivo" (Sl. 110, 4). E para que lhe
compreendêssemos bem o pensamento, diz, em outra parte: "Acercar-me-ei de
vosso altar, a fim de ouvir a voz de vossos louvores e narrar vossas
maravilhas". Neste sentido, Jesus Cristo disse também a seus apóstolos,
depois da instituição da Eucaristia: "Fazei isto em memória de mim. A obra
da redenção vai ser cumprida. Estou prestes a deixar-vos, porém antes de tornar
ao meu Pai celeste, instituo a santa Missa como sacrifício único do novo
Testamento e lego-vos o poder de efetuá-la a meu exemplo, até que eu volte para
julgar os vivos e os mortos. E, para que minha lembrança permaneça viva,
encerro neste sacrifício todos os mistérios de minha paixão, que reproduzireis,
sem cessar, aos olhos de meus fiéis".
Primeiramente,
renova-se na santa Missa o mistério da Encarnação. Na hora da Encarnação, a
Virgem obedientíssima ofereceu a Deus o seu corpo e a sua alma a fim de que,
segundo as palavras do Arcanjo, o Espírito Santo operasse em suas castas e
virginais entranhas a concepção de Jesus Salvador.
De
modo mui parecido, quando o sacerdote apresenta e oferece a Deus o pão e o
vinho, o Espírito Santo muda-os no verdadeiro Corpo e Sangue de Jesus Cristo. O
sacerdote, no momento da transubstanciação, recebe o filho de Deus em suas mãos
tão realmente como a santíssima Virgem o recebeu no seu casto seio.
Analogamente,
em segundo lugar, vemos renovar-se, na Missa, o mistério da Natividade. Como
Jesus Cristo nasceu do corpo imaculado e inviolado da santíssima Virgem, na
Missa Ele nasce dos lábios do sacerdote. Apenas pronunciada a última palavra da
consagração, Jesus acha-se nos panos alvíssimos do altar como outrora nas
fachas do presépio. Como Maria Santíssima, em sua indizível felicidade, adorava
a seu filho Deus humanado, como o apresentava aos pastores, assim o sacerdote
adora Jesus e apresenta-o aos fiéis na elevação da santa Missa. E aquele
infante divino que os três magos vieram adorar, que o velho Simeão tomou nos
braços quando os pais o ofereceram no templo, nos o temos diante dos olhos, em
todas as Missas a que assistimos.
E
ainda há mais. Jesus nos anuncia, na santa Missa, seu Evangelho pela boca do
sacerdote, nos ensina a orar, ora conosco e por nós; soam, na Missa, as
palavras do perdão como no Calvário: "Pai, perdoai-lhes". Não resta
dúvida, cabem aqui as palavras de Jesus: "Bem aventurados os que não
viram, mas creram", pois, aos olhos corporais permanece tudo isso
escondido, mas não assim à nossa alma esclarecida pela fé. Ela reconhece, como
o apóstolo Tomé, a Jesus debaixo das espécies do pão; inundada de santa alegria
percebe a realização da divina promessa: "Eis que estou convosco até a
consumação dos séculos". Está conosco Jesus na santa Missa, está conosco
como nosso Salvador, nosso Mediador, nossa vítima. Daí se compreende também uma
diferença notável entre a hóstia sagrada da custódia e a da Missa, se bem que,
numa e noutra, Jesus Cristo esteja igualmente presente. Na custódia ou na
âmbula, permanece Jesus presente em nossos altares, oferece-se às nossas
adorações, dá-nos a bênção, serve-nos de alimento, - na santa Missa, porém, é
nossa vítima, nosso Mediador como no Calvário.
Cristãos!
Que meio fácil e eficacíssimo de, na santa Missa, nutrirmos a fé, a esperança,
o amor! Que ocasião de acendermos nossa piedade, de estreitarmos a união
sagrada com Jesus!
Pode
haver graça ou favor necessário, que não nos seja possível obter pelo
sacrifício da santa Missa?
Se
Jesus nos ensina a pedir, dizendo: "Pedi, e recebereis!" vale este
conselho, muito especial e particularmente, na hora da santa Missa. Nos
capítulos seguintes haveremos de explicar, mais minuciosamente, tudo isso. Mas,
desde já, será permitido perguntar, se não causa perda irreparável de
benefícios preciosos, corporais e espirituais, aos cristãos a cegueira de fazer
tão pouco caso de tão rico tesouro? Possa a leitura atenta disso e de quanto
segue, esclarecer-nos e inspirar-nos grande estima do santíssimo sacrifício da
Missa.
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