Lucas Cabral
Colaboração de Mônica Mendonça
Sagrada Escritura Católica é um penhor de Nosso Senhor Jesus Cristo que,
severamente, obrigou a santa Igreja a guardar e a interpretar à luz da Sagrada
Tradição Apostólica e do Sagrado Magistério, rejeitada pelos hereges
protestantes.
Estes hereges, sem nenhuma autoridade apostólica,
se rebelaram contra a Santa Igreja instituída por Jesus sobre a Rocha, Pedro,
para propagar erros e heresias gnósticas contra a então civilização católica.
Tornou-se a integração de todas as heresias combatidas pela Igreja desde o seu
princípio. Pode-se, hoje, aplicar a eles o que Santo Irineu de Lião escreveu
ainda no ano de 220: “Quando são [os gnósticos] vencidos pelos
argumentos tirados das Escrituras retorcem a acusação contra as próprias
Escrituras, (…) E quando, por nossa vez, os levamos à Tradição que vem dos
apóstolos e que é conservada nas várias igrejas, pela sucessão dos presbíteros,
então se opõem à tradição.” (Contra as Heresias 2,1-2 Livro III. Santo
Ireneu de Lião (Bispo). 220 D.C).
Lutero, o pérfido, agiu exatamente como os
gnósticos tão arduamente combatidos. Quando se viu impossibilitado de agir
conforme as Escrituras, atacou-a! Fora a Epistola de São Tiago, fora Macabeus,
fora a tudo que nos contradiz! Mas o que fazer quando a Tradição dos Padres
legada pelos Apóstolos assegura a autoridade católica para firmar o Cânon?
Guerra a Tradição!
Assim, foi construída a mais desajeitada e anárquica instituição
herética, sem unidade, sem firmamento, sem base, sem Tradição, sem sucessão,
sem a comunhão dos santos e por fim, sem Deus!
Falseiam a Verdade, tornando-a tudo o que possa se
opor a Santa Igreja. O ódio inoculado nessas almas contra a Igreja, provém do
mais profundo abismo infernal. O Corpo Místico de Cristo, Santo e Imaculado, ao
qual o Senhor prometeu estar presente até o fim dos tempos, garantindo a
assistência do Espírito Santo e dessa forma a infalibilidade, é atacado pelas
mais sorrateiras investidas do diabo. Este, querendo levar consigo quantas
almas puder, tendo em vista a proximidade da volta do Senhor, atenta numa
inteligência estratégica angelical destruir tudo o que a Igreja construiu sob a
moção do Senhor Absoluto e Onipotente. Investe primeiramente nas famílias,
conquistam os jovens, os desviam e seduz, entram dissimuladamente na Igreja,
infestam com a tentação da desobediência, rebeldia (um retrato luterano),
sintetiza tudo num pseudomodernismo e afeta a consciência de vários sacerdotes,
incutindo-lhes a inexistência do mal.
Este falsear está presente na forma mais
destrutiva, haja vista a deturpação histórica da Idade das Luzes, fazendo um
mix protestante-iluminista-absolutista. O absolutismo era protestante, em
reinos protestantes, mas inverossimilmente aplicada a reinos católicos. Sabe-se
que, se algo não condizia com a Doutrina Sagrada de nosso Senhor Jesus, os
monarcas eram logo advertidos e se não se convertessem, punidos
espiritualmente. Mas com o protestantismo veio o adultério no reino inglês, as
promiscuidades de Lutero, Calvino e Cia. Uma revolução sensual, avara,
mercantil e gnóstica.
São Basílio, em 380 d.C., evidenciou uma dura luta
quando, em concordância com Santo Irineu de Lião, tratou sobre os inimigos da
Igreja. “Meta comum de todos os adversários, inimigos da sã doutrina, é
abalar o fundamento da fé em Cristo, arrasando, fazendo desaparecer a Tradição
apostólica. Por isso, eles, aparentando ser detentores de bons sentimentos,
recorrem a provas extraídas das Escrituras, e lançam para bem longe, como se
fossem objetos vis, os testemunhos orais dos Padres.” (Tratado
sobre o Espírito Santo. Cap 67. São Basílio de Cesaréia (Bispo).
380 D.C.).
Ele fala para nosso tempo! Quão sublime é a
Tradição!
Encontra-se aqui a grande passagem histórica
protestante: a guerra àTradição, “à missa papista”.
O mesmo santo Bispo no cap. 66 ensina sobre a
conseqüência e o perigo de se prejudicar o Santo Evangelho: “Entre as
verdades conservadas e anunciadas na Igreja, umas nós as recebemos por escrito
e outras nos foram transmitidas nos mistérios, pela Tradição apostólica. Ambas
as formas são igualmente válidas relativamente à piedade. Ninguém que tiver,
por pouco que seja, experiência das instituições eclesiásticas, há de
contradizer. De fato, se tentássemos rejeitar os costumes não escritos, como
desprovidos de maior valor, prejudicaríamos imperceptivelmente o evangelho, em
questões essenciais. Antes, transformaríamos o anúncio em palavras ocas”.
Portanto, retomando as Escrituras, conclui-se que,
a todo católico, exige-se a mais completa repulsa a tudo aquilo que não venha
de Deus e de sua Santa Igreja. Exige-se também a perfeita obediência, sem, é
claro, dano a consciência, aos legítimos Pastores do Episcopado elevados a tal
dignidade por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Assim temos por Escrituras o que foi decretado pelo
concílio de Hipona em 393:
“Cânon 36 - Parece-nos bom que, fora das Escrituras canônicas, nada deva
ser lido na Igreja sob o nome 'Divinas Escrituras'. E as Escrituras canônicas
são as seguintes: Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué,
Juízes, Rute, quatro livros dos Reinos1, dois livros dos
Paralipômenos2, Jó, Saltério de Davi, cinco livros de Salomão3,
doze livros dos Profetas4, Isaías, Jeremias5, Daniel, Ezequiel,
Tobias, Judite, Ester, dois livros de Esdras6 e dois [livros]
dos Macabeus. E do Novo Testamento: quatro livros dos Evangelhos7,
um [livro de] Atos dos Apóstolos, treze epístolas de Paulo8, uma do
mesmo aos Hebreus9, duas de Pedro, três de João, uma de Tiago, uma
de Judas e o Apocalipse de João.10 Sobre a confirmação deste cânon
se consultará a Igreja do outro lado do mar11. É também permitida a
leitura das Paixões dos mártires na celebração de seus respectivos aniversários12"
(Concílio de Hipona, 08.Out.393).
Para finalizar, São Pio X nos ensina em seu Catecismo Maior como
proceder diante dos escritos protestantes: “rejeita-la com horror, por
ser proibida pela Igreja. E, se a tivesse aceitado sem reparar, deveria logo
lança-la ao fogo...”. Este santo pontífice, que lutou contra o
modernismo, o qual acabou por infiltrar no concílio Vaticano II, declarou ser o
protestantismo o compêndio de todas as heresias que houve antes dele “O
Protestantismo ou religião reformada, como orgulhosamente a chamam seus
fundadores, é o compendio de todas as heresias que houve antes dele, que houve
depois e que podem ainda nascer para ruína das almas”. (Terceiro Catecismo da
Doutrina Cristã, pág. 350).
Sendo assim, nosso comportamento deverá se basear
na conduta irrepreensível e dura contra tais heresias, respeitando a pessoa,
mas,condenando-a se persistir no erro.
26. Depois de termos recebido e conhecido a verdade, se
a abandonarmos voluntariamente, já não haverá sacrifício para expiar este
pecado.
27. Só teremos que esperar um juízo tremendo e o fogo ardente que
há de devorar os rebeldes.
28. Se alguém transgredir a Lei de Moisés - e isto provado com duas
ou três testemunhas -, deverá ser morto sem misericórdia.
29. Quanto pior castigo julgais que merece quem calcar aos pés o
Filho de Deus, profanar o sangue da aliança, em que foi santificado, e ultrajar
o Espírito Santo, autor da graça!
30. Pois bem sabemos quem é que disse: Minha é a vingança; eu a
exercerei (Dt 32,35). E ainda: O Senhor julgará o seu povo (Sl 134,14).
31. É horrendo cair nas mãos de Deus
vivo. (Heb. 10, 26-31).
O ecumenismo, pregado após o concílio, deixou inúmeras marcas nas
atividades católicas. Um ecumenismo romântico, igualitário e frenético! O que
se tem visto são concelebrações com lobos hereges, profanações dos altares e
sacramentos, tudo em nome de uma união mais profunda! Tudo em nome de uma falsa
paz, mesmo que em detrimento da Fé. Pio XI, na Mortalium Animus adverte
criteriosamente sobre o ecumenismo. E para maior dor do modernismo a
transcrevo:
“Assim se compreende porque, Veneráveis Irmãos, esta Sé Apostólica
jamais permitiu aos seus fiéis assistir aos Congressos dos acatólicos; a união
dos cristãos não pode ser procurada de outro modo que não seja favorecer o
retorno dos dissidentes à única e verdadeira Igreja de Cristo, que eles tiveram
outrora a infelicidade de a abandonar. O retorno, Nós dizemos, à única e verdadeira
Igreja de Cristo, como tal e bem visível a todos os olhares, destinada
enfim, pela vontade de seu Autor, a permanecer tal com Ele mesmo a instituiu
para a salvação comum dos homens. Pois, jamais ao longo dos séculos, a
Esposa mística de Cristo foi profanada; ela não o será jamais segundo
testemunha São Cipriano: "A Esposa de Cristo não pode ser desonrada; ela
é incorruptível e pura. Ela não conhece senão uma morada e, por sua casta
reserva, conserva intacta a santidade de um único lar". (De cath.
Ecclesiae unitate, 6) O santo mártir se espantava ainda vivamente, em seu bom
direito, que se pudesse imaginar "que esta unidade, fruto da estabilidade
divina, consolidada pelos sacramentos celestes, fosse exposta a se partir sob o
choque de vontades discordantes" (Ibid.). O corpo místico de Cristo, isto
é a Igreja, é único (I Cor. XII, 12), homogêneo e perfeitamente
articulado (Ephes. IV, 15), à maneira de um corpo físico; é portanto
ilógico e ridículo pretender que o corpo místico possa ser formado por membros
espalhados, isolados uns dos outros; em seqüência, qualquer um que não esteja
unido, não pode ser um de seus membros, nem soldado à sua cabeça, que é o
Cristo. (Cf. Ephes. V, 30; I, 22).
Nesta única Igreja de Cristo, ninguém se encontra e ninguém habita sem
reconhecer e aceitar, com obediência, a autoridade e o poder de Pedro e de seus
legítimos sucessores.” (Carta Encíclica Mortalium Animus).
Em Agradecimento a Maria Santíssima, pela vitória da Igreja com o Motu
Proprio Summorum Pontificum de Bento XVI, e por ter se dignado ouvir os
milhares de rosários dedicados a Ela para este fim.
Lucas Cabral
23/07/2007
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