A TRANSLADAÇÃO DA SANTA CASA DE NOSSA SENHORA DESDE NAZARÉ ATÉ LORETO.
COMPROVAÇÕES CIENTÍFICAS SURPREENDENTES.
Em Loreto, Itália, se venera a Santa Casa: quer dizer o edifício onde
Nossa Senhora nasceu, viveu e recebeu o anjo São Gabriel na Anunciação, momento
em que o Sim da Virgem permitiu a Encarnação do Verbo e
o início da Redenção do gênero humano.
Em Nazaré, Terra Santa, sob a cúpula da igreja da Anunciação também se
venera o local onde aconteceu este sublime mistério.
Como se explica essa aparente duplicidade de endereços?
A contradição, ou superposição de atribuições, encerra maravilhosos
fatos religiosos, notadamente a translação da Santa Casa de Nazaré até Loreto
por obra dos anjos.
Mas, o que diz a ciência a respeito?
Não é tarefa da ciência declarar se um fato foi miraculoso ou não, se
foram os anjos ou não. Mas, analisar a realidade segundo seus métodos,
instrumentos e objetivos próprios.
E as ciências trabalhando sobre o mistério da Santa Casa de Nossa
Senhora vêm trazendo a lume revelações materiais que explicam o acontecido e
reforçam a fé e um modo maravilhoso.
Eis um apanhado de algumas descobertas feitas nas últimas décadas.
O Altar dos Apóstolos na Santa Casa
O arquiteto Nanni Monelli e o Pe. Giuseppe Santarelli, diretor-geral da
Congregação da Santa Casa de Loreto, constataram que as pedras que se encontram
na Gruta da Anunciação, em Nazaré, Terra Santa, têm a mesma origem da pedra do
altar dos Santos Apóstolos que está na Santa Casa de Loreto, na Itália.
O Altar dos Apóstolos é constituído por uma pedra – hoje coberta por uma
grade de metal – trabalhada em estilo nabateano, típico da Palestina. E leva
esse nome porque nele os Apóstolos teriam celebrado a Missa quando iam a Nazaré
visitar a casa de Nossa Senhora.
O Prof. Giorgio Nicolini, especialista na matéria e autor do livro La
veridicità storica della miracolosa Traslazione della Santa Casa di Nazareth a
Loreto (“A veracidade da milagrosa trasladação da Santa Casa de Nazaré
a Loreto”), explicou à agência Zenit que
“sobre a autenticidade da Santa Casa de Loreto enquanto verdadeira
Casa de Nazaré de Maria jamais houve dúvida alguma, a não ser da
parte daqueles que não conhecem os estudos científicos a respeito. Isso é tão
verdadeiro que todos os Sumos Pontífices, durante sete séculos, confirmaram a
autenticidade com solenes atas canônicas de aprovação”.
Nicolini acrescentou que este estudo sobre o Altar dos Apóstolos “é
importante porque, além de proporcionar uma ulterior prova da autenticidade da
Santa Casa de Loreto como a Casa de Maria em Nazaré, proporciona também uma prova
ainda mais espetacular da milagrosa trasladação da Santa Casa de Nazaré”.
Percurso do Altar e das paredes de Nazaré até Loreto
A tradição sempre afirmou que entre 1291 e 1296 três paredes da Santa
Casa de Nazaré foram miraculosamente transportadas a “vários lugares” pelo
ministério angélico.
Isto está registrado em documentos antigos nos quais se fala da presença
desse Altar unido às três paredes. Por exemplo, em Tersatto, Dalmácia (hoje
Trsat, Croácia), onde a Santa Casa esteve entre 10 de maio de 1291 e 10 de
dezembro de 1294.
Por isso pode se afirmar que houve um duplo milagre: o transporte
milagroso das três santas paredes na sua integridade e, em segundo lugar, junto
com elas, mas como um objeto distinto da casa, o Altar dos Apóstolos.
Em seu livro Nicolini demonstra que, do ponto de vista histórico e
arqueológico, pelo menos cinco translações milagrosas ficaram constatadas de
modo indiscutível entre 1291 e 1296.
A primeira levou a Santa Casa até Tersatto (Croácia); a segunda até
Posatora (província de Ancona, Itália); a terceira até a floresta da senhora
Loreta, na planície que está sob a atual cidade de Loreto (cujo nome deriva
precisamente do nome dessa senhora); a quarta até a roça de dois irmãos sobre o
morro lauretano (conhecido também como Monte Prodo); e a quinta até uma estrada
pública, onde ainda se encontra sob a cúpula da magnífica basílica
posteriormente construída em volta.
Todas estas mudanças foram registradas nos diversos lugares por
testemunhas oculares contemporâneas. As mudanças foram rigorosamente
controladas pelos Bispos diocesanos da época, que emitiram pronunciamentos
canônicos sobre a veracidade dos fatos e dos testemunhos.
Para maior confirmação ainda ficam as igrejas construídas nos diversos
locais na época das mudanças e consagradas pelos Bispos de Fiume, Ancona, Recanati,
Macerata e Nápoles, entre outros.
Nicolini esclareceu que em Loreto se encontram apenas as três paredes
que constituíam o quarto de Nossa Senhora, geralmente chamado de Santa Casa,
local onde aconteceu a Anunciação.
A quarta parede do quarto é a gruta, a qual pode ser visitada na igreja
da Anunciação em Nazaré, Terra Santa. Ali só ficaram a gruta e os alicerces da
Casa.
Enquanto em Loreto se venera a Casa desprovida de seus alicerces, em
Nazaré ficaram a gruta e os alicerces sem a casa.
Análise de pedras, tijolos e argamassa
Ao mesmo tempo em que a análise química da massa que une as pedras
apresenta características típicas da zona de Nazaré, sua homogeneidade exclui
qualquer possibilidade de uma hipotética desmontagem e remontagem das pedras.A
massa foi feita com sulfato de cálcio hidratado (gesso) engrossado com pó de
carvão de madeira, segundo uma técnica utilizada na Palestina há 2.000 anos,
mas jamais empregada na Itália.Portanto, a Santa Casa chegou a Loreto com as
pedras e os tijolos unidos pela mesma massa usada para uni-los há 2.000 anos em
Nazaré, assim se encontrando até hoje.
A SANTA CASA DE LORETO: DESCOBERTAS CIENTÍFICAS DE CAUSAR ESPANTO
Aventaram-se hipóteses de uma trasladação operada por homens. Além de
carecem de qualquer documentação, elas se revelaram insustentáveis do ponto de
vista científico.
Para essas hipóteses serem históricas teria sido necessário desmontar as
pedras e os tijolos da Casa em Nazaré para depois refazer as paredes no local
de chegada. A operação deveria ter sido repetida em cada uma das mudanças.
Desde a Palestina até a costa do Mar Adriático, onde a Casa apareceu em
cinco lugares diversos, medeiam dois mil quilômetros de viagem terrestre e
marítima. Materialmente, o transporte teria sido impossível sem graves danos,
perdas e/ou sinais da mudança.
Rapidez inexplicável da translação
Acresce-se, ainda, a momentaneidade – ou quase – da viagem. Os dados
conhecidos apontam que a Santa Casa saiu de Nazaré em maio de 1291. A chegada a
Tersatto (primeira etapa) aconteceu em 9/10 de maio de 1291, segundo registro
esculpido em pedra na época.
A Santa Casa foi retirada milagrosamente da Palestina para impedir que
caísse nas mãos dos maometanos. De fato, São João de Acre, a última fortaleza do Reino Latino de
Jerusalém criado pelas Cruzadas, começou a ser sitiada pelo sultão Khalil em 5
de abril de 1291.
Acabou caindo em mãos anticristãs em 28 de maio de 1291. Nazaré fica a
41 km desse antigo enclave cristão. A desgraça pôs fim à hegemonia católica na
Terra Santa.
O santuário de Nazaré estava muito ligado aos Cruzados. A primeira
igreja construída no local foi arrasarada em 1090 pelos turcos seljúcidas
que haviam invadido a Terra Santa. A Santa Casa salvou-se, pois ficava na
cripta do santuário e os bárbaros cegados não perceberam.
As atrocidades desses turcos levaram o Bem-aventurado Papa Urbano II a
convocar a I Cruzada. Após a tomada de Jerusalém por Godofredo de Bouillon, um
magnífico santuário foi construído sobre a cripta.
Ele foi visitado por São Francisco de Assis na sua viagem à Terra Santa
para tentar converter o sultão turco, nos anos 1219-1220. Também por São Luís
IX, que tentava recuperar a Terra Santa, além de muitos outros santos e
cruzados.
Em 1263 os islâmicos demoliram o santuário, mas a cripta voltou a ser
salva providencialmente. Com a queda da última fortaleza cruzada, os dias
estavam contados para essa relíquia extraordinária da História da Salvação.
Sem alicerces: um milagre permanente
Outro fato extraordinário é o de sua instalação numa estrada pública de
Loreto.
Esse posicionamento é humanamente impossível, segundo os arqueólogos e
arquitetos que examinaram o subsolo da Santa Casa e a estrada sobre a qual ela
está apoiada.
O arquiteto Giuseppe Sacconi (1854-1905), por exemplo, constatou que “a
Santa Casa está apoiada em parte sobre a extremidade da estrada velha e em
parte sobre um antigo fosso”, inexistindo base material para ali erigir uma
casa (“Annali Santa Casa”, ano 1925, nº 1).
Um elemento arqueológico relevante, o qual fala em favor de que a casa
“posou” e não foi construída ou reconstituída, é que no local foi encontrado um
espinheiro que se achava na margem da estrada e que ficou preso e esmagado
entre a Casa e o solo no momento em que a Casa desceu.
O arquiteto Federico Mannucci (1848-1935) foi encarregado pelo Papa
Bento XV de examinar os alicerces da Santa Casa de Nossa Senhora, numa ocasião
em que foi necessário renovar o piso, após um incêndio em 1921.
Mannucci redigiu um relatório em 1923 onde afirma ser “absurdo achar”
que a construção possa ter sido transportada “com meios mecânicos” (F.
Mannucci, Annali della Santa Casa , 1923, 9-11).
Mannucci escreveu que “é surpreendente e extraordinário o fato de o
prédio da Santa Casa se conservar inalterado, sem ceder o mínimo sequer, e sem
a menor rachadura ou lesão nas paredes, malgrado não se encontrar apoiado em
alicerce algum, sobre um terreno sem qualquer consistência, solto e
sobrecarregado, ainda que parcialmente, pelo peso da cúpula construída para
substituir o teto” (F. Mannucci, Annali della Santa Casa, 1932, 290).
Religioso cientista explica
O Pe. Giuseppe Santarelli, capuchinho e também historiador e arqueólogo
de renome internacional, dedicou grande parte da sua vida para organizar, em
colaboração com outros cientistas famosos, pesquisas sobre a origem da casa.
Suas numerosas publicações sobre o caso fizeram história.
A Casa foi trazida de Nazaré à Itália “para salvá-la da destruição”,
explica o religioso-cientista. “Na segunda metade do século XIII, a Palestina
vivia uma grande e violenta invasão mulçumana, com a destruição sistemática de
lugares santos cristãos”.
Mas por que a Itália e não outro lugar? “Não sabemos. Os antigos
historiadores, fiéis naturalmente, diziam que ‘por um desígnio providencial’, a
casa da Virgem havia passado da terra de Cristo à terra do Vaticano de Cristo”.
Loreto então formava parte dos Estados Pontifícios.
“Foram realizadas investigações de todo tipo. Todas demonstraram sempre
que a narração da história é autêntica. Isso quer dizer que a Casa de Loreto é
a mesma de Nazaré”.
Achados do arqueólogo Nerio Alfieri
“Naturalmente, continua Frei Giuseppe Santarelli, as investigações mais
importantes foram executadas nos tempos modernos. Sobretudo as realizadas em
Nazaré entre 1955 e 1960 supervisionadas pelo padre Bellarmino Bagatti, um dos
mais ilustres arqueólogos do século XX, e as realizadas em Loreto pelo
arquiteto Nerio Alfieri, professor de arqueologia na Universidade de Bolonha.
“As investigações do professor Alfieri demonstraram que esta construção
está cheia de anomalias absurdas, em um claro contraste com as construções da
região e também com as regras urbanísticas existentes no século XIII.
“A casa não tem bases próprias, é constituída somente por três paredes,
as quais, até uma altura de quase três metros, estão feitas de pedra e se sabe
que na região não existem pedreiras e que todas as construções daquela época
eram feitas de tijolos.
“É anômalo que a única porta, a original, se encontre no centro da
parede larga e não da pequena, como em todas as igrejas e capelas daquele tempo
e que esteja colocada ao norte, exposta a fortes e frequentes intempéries,
contra todo costume de construção local.
“É anômalo também que a única janela esteja colocada a oeste e,
portanto, aberta a uma pequena iluminação. Prática de construção também não
exercida na época.
“Todavia, se comparamos com os resultados das investigações feitas em
Nazaré, todas estas anomalias desaparecem. A casa de Loreto não tem bases
porque as bases estão em Nazaré, onde antes se encontrava. Tem somente três
paredes porque estava apoiada em uma gruta escavada na rocha que abrigava um único
bloco habitacional”.
Arquiteto Nanni Monelli: concordância das medidas de Nazaré e Loreto
Um estudo extraordinário, realizado pelo arquiteto Nanni Monelli em
1982, demonstrou que as medidas da casinha de Loreto e também a espessura das
três paredes correspondem perfeitamente com as medidas das bases que se
encontram em Nazaré. As pedras e paredes são tipicamente palestinas e também os
tipos de trabalho aplicados na pedra.
“Nanni Monelli aprofundou a investigação das pedras. Chegou à conclusão
de que estão trabalhadas com uma técnica específica desses lugares palestinos,
própria da cultura nabatea”, sublinha o Pe. Santarelli.
Os graffitti
“Eu – acrescenta o Pe. Santarelli – depois realizei um estudo específico
sobre os gráficos legíveis a respeito das diversas pedras da Santa Casa de
Loreto.“Identifiquei por volta de cinquenta inscrições próprias dos
judeu-cristãos da Terra Santa e semelhantes aos encontrados em Nazaré.“Também
decifrei uma inscrição em caracteres gregos sincopados, que traduzida diz: ‘Oh
Jesus, filho de Deus’ – frase inicial de uma oração que se encontra escrita em
uma gruta anexa à casa de Maria em Nazaré.
“Estes e muitos outros detalhes levam à mesma conclusão: a Casa de
Loreto é precisamente aquela que até 1291 se encontrava na Palestina e que era
venerada havia 1.300 anos como a Casa da Virgem.
“Depois de anos de estudos, análises e investigações arqueológicas
realizadas com os meios mais sofisticados, somos capazes de afirmar
categoricamente que esta casa é exatamente aquela que até o final do século
XIII era reverenciada em Nazaré como a casa da Virgem” – conclui.
Fatos históricos que enriquecem esta verdade! Belo!
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