057- Papa São Agápito I
(535-536) - Agapito era filho de Gordianus, um padre romano assassinado
nos tumultos no tempo do Papa Símaco (498-514). Combateu
a doutrina monofisista e fundou em Roma, uma biblioteca de
autores eclesiásticos. Belisário, após ter conquistado a Sicília,
preparava-se para invadir a Itália. O rei ostrogodo Teodato, como
último recurso, pediu ao pontífice que viajasse a Constantinopla e
fizesse valer a sua influência junto do imperador Justiniano I. Terá morrido
envenenado por tramas obscuras da esposa do Imperador, Teodora.
058- Papa São Silvério
(536-537) - A ascensão de Silvério ao trono pontifício, foi fonte de
ásperas relações entre o diácono Vigílio e o novo papa. Em 536, com a morte do
rei
dos godos, tropas bizantinas entravam em Roma e Silvério
viu-se só, no centro de um complô tramado pelo próprio Vigílio. Este conseguiu
a deposição de Silvério, que foi exilado na Lícia, e, assim,
elegeu-se Papa em 537. Do exílio, Silvério, com a intervenção do
imperador Justiniano I, conseguiu obter a revisão do processo,
demonstrando a sua inocência e voltando a Roma e ao trono de São Pedro. Foi
novamente aprisionado e em 11 de novembro de 537, Silvério foi forçado a
abdicar, assinando um documento no qual renunciava a trono de São Pedro em favor
de Vigílio. Por causa da conspiração, foi martirizado em 2 de
Dezembro de 537, na ilha de Palmarola.
059- Papa Vigílio
(537-555) - Manteve a posição do papado contra o Monofisismo.
Vigílio foi intimado por oficiais imperiais a viajar imediatamente para
Constantinopla. Roma estava outra vez cercada pelos ostrogodos chefiados por
Totila e a população vivia na maior das misérias. Vigílio tentou enviar
navios carregados de trigo a Roma, mas foram capturados pelo inimigo. O seu
pontificado foi agitado pela luta dos Três Capítulos. O
imperador Justiniano I chamou-o a Constantinopla, pressionando-o
a ordenar os Três Capítulos (mais tarde suspensos pela reação no
ocidente). Justiniano I convocou um sínodo em 553 contra a
vontade do Papa. Perante o seu protesto, Vigílio é exilado. É considerado o
primeiro papa do chamado Papado Bizantino.
- 060- Papa Pelágio I
(556-561) - Em novembro de 545, quando o Papa Vigílio foi obrigado pelo
imperador a ir a Constantinopla, deixou Pelágio em Roma como seu representante.
Eram tempos difíceis em Itália e particularmente para a cidade de Roma, cercada
pelos ostrogodos. Pelágio distribuiu a sua fortuna privada em beneficio
das vítimas da fome e esforçou-se para conseguir uma trégua junto do rei.
Embora tenha falhado, conseguiu que Totila poupasse a vida dos romanos quando
tomou a cidade em dezembro de 546. Totila admirou tanto Pelagio que o enviou a
Constantinopla com o fim de conseguir a paz com Justiniano. Mandou construir
a Basílica dos Doze Santos Apóstolos em Roma. Distribuiu seus bens
entre os pobres, quando Roma foi assolada pela fome.
061- Papa João III
(561-574) - Foi durante o seu pontificado que os Lombardos invadiram a
Itália, por repetidas vezes. Conseguiu restabelecer a unidade da Igreja de
África com a sede de Roma. Nessa época, nasceu o infame Maomé,
em Meca.
062- Papa Benedito I
(575-579) - Foi eleito papa após quase um ano de vacância devido à
ocupação de Roma pelos Lombardos . Bento I tentou restabelecer a
ordem na Itália e na França, conturbadas pelas invasões bárbaras
e ensanguentadas por discórdias internas.
063- Papa Pelágio II
(579-590) - A Santa Sé não se sentia nem um pouco protegida pelos novos
dominadores da península, contra os quais Pelágio II buscou apoio tanto no
Reino Franco como no Império Bizantino. Foi um dos papas que
trabalharam para promover o celibato do clero, e ditou regras tão severas que o
seu sucessor Gregório I se viu obrigado a suavizá-las. Em seu
pontificado, os lombardos destruíram a abadia de Monte Cassino e,
em Roma, foram construídos os alicerces da Basílica de São Lourenço Fora
de Muros. Foi vítima de uma epidemia.
064- Papa São
Gregório I (590-604) - Gregório nasceu em Roma numa família da aristocracia
tradicional e principal romana, filho de Gordiaus e de Santa Sílvia.
Chegou a perseguir uma carreira política que o levou ao cargo de prefeito da
cidade. Em 575, Gregório ingressa num mosteiro e assume a vida religiosa
por influência dos escritos e personalidade de São Bento. Converteu sua
casa no monte Célio no mosteiro de Santo André e fundou
seis outros nas terras de sua família, na Sicília. Enquanto papa, Gregório
foi o responsável pelo envio dos primeiros missionários para
converter os anglo-saxões nas Ilhas Britânicas a chamada Missão
gregoriana. É ainda responsável pela divulgação canto gregoriano.
Deixou extensa obra escrita, incluindo sermões e comentários sobre
a Bíblia, como o livro Moralia, que comenta o livro de Jó, e
volumes de correspondência. Também foi responsável pela compilação
dos sete pecados capitais - a soberba, a avareza, a inveja, a ira, a
luxúria, a gula e a preguiça - adaptando para o Ocidente a partir das oito
tentações descritas pelo monge Evágrio do Ponto, dois séculos antes. Durante seu
pontificado, o Patriarca de Constantinopla João IV Nesteutes deu
a si mesmo o título de Ekumenikós (Ecumênico), afirmando estar
acima de todos os bispos do mundo. Em resposta o Papa Gregório se
atribuiu o título de Servus Servorum Dei (Servo dos Servos de
Deus), representando a função pastoral e colegial do papa, título esse que
seus sucessores mantiveram até Bento XVI. A par do Papa Leão I e
do Papa Nicolau I , foi chamado pelo povo de Magno.
065- Papa Sabiniano
(604-606) - Regularizou o som dos sinos para indicar ao povo as horas
canônicas, o recolhimento e a oração. Decretou que as igrejas deveriam ficar
com as lâmpadas sempre acesas.
066- Papa Bonifácio III
(607) - Proibiu que em vida de um papa se discutisse sobre sua
sucessão, sob pena de excomunhão. Estabeleceu que não se poderia tomar medidas
para a eleição de um sucessor até pelo menos três dias depois do enterro do
papa. Esses três dias de luto se ampliaram a nove em 1741
("Novendiali"), sob o pontificado de Bonifácio XIV. Buscou e obteve
um decreto do imperador Focas de que o apóstolo Pedro deveria ser o cabeça de
todas as igrejas. Isto assegurou que o título de "Bispo Universal"
pertencesse exclusivamente ao bispo de Roma e anulou a intenção do patriarca
Ciríaco de Constantinopla de atribuir-se este título afirmando um estabelecido
antes por Justiniano, que havia dado reconhecimento legal à primazia do
pontificado romano.
067- Papa São Bonifácio
IV (608-615) - O pontificado de Bonifácio foi marcado por muito sofrimento
em Roma, devido à fome, pestilência e inundações. Converteu
o Panteão de templo pagão em igreja dedicada
à Virgem Maria e a Todos-os-Santos e Mártires, salvando-o da
destruição. Instituiu a festa de Todos-os-Santos em 1 de
Novembro.
068- Papa Adeodato I
(615-618) - Ajudou no tratamento de leprosos e de pessoas atingidas
por epidemias. Perdoou insultos contra os cristãos e quando se
abateu grande peste de doenças variadas, foi o primeiro a socorrer os enfermos,
não importando se fossem batizados ou não. Conseguiu converter muitas pessoas
de várias nacionalidades e credos para a propagação da Palavra de Cristo.
Racionalizou os escassos documentos existentes sobre a cristandade. Patrocinou
a criação de escribas que juntassem os diversos relatos sobre a vida de Jesus.
Compilou as narrativas bíblicas e atualizou os documentos sagrados
conferindo-lhe um "selo de autenticidade", que foi bem aceito pela
comunidade: o timbre papal. Foi primeiro a impor o timbre nas bulas e decretos
pontifícios. O seu é o mais antigo timbre pontifício que se conserva
no Vaticano.
069- Papa Bonifácio V
(619-625) - Eleito em 23 de Dezembro de 619, quase um
ano após a morte de Papa Adeodato, pois Roma estava demasiado ocupada
a defender-se do exarca de Ravena Eleutério. O seu pontificado
atravessou uma época de contínuas lutas pela coroa da Itália. Instituiu a
"imunidade do asilo", para as pessoas perseguidas que
buscassem santuário nas igrejas. Esforçou-se na difusão
do cristianismo na Inglaterra.
- 070- Papa Honório I
(625-638) - Discípulo de S. Gregório Magno. Durante o seu pontificado
impulsou a evangelização de Inglaterra, procurando a integração
dos monotelitas na Igreja - heresia que negava uma vontade humana
em Cristo, mantendo somente a divina - a qual ele não combateu (inclusive
aprovando a de Sérgio I de Constantinopla. Isso fê-lo ser condenado
pelo Papa Leão II (682). Instituiu a Festa da "Exaltação da
Santa Cruz", no dia 14 de Setembro. Preocupou-se com a restauração
das igrejas e mandou reparar o antigo aqueduto de Trajano, que levava água
à cidade de Roma.
071- Papa
Severino (640) - Ele só foi consagrado dois meses antes de morrer
por ter condenado a heresia monotelista, apoiada por Honório. Para o castigar,
o imperador bizantino ordenou o saque de Roma e das riquezas
das igrejas. Morreu de desgosto.
072- Papa João IV
(640-642) - Condenou o monotelismo. A fim de ajudar o povo a suportar a
invasão dos eslavos que devastara sua terra, enviou para a Dalmácia
recursos económicos e missionários.
073- Papa Teodoro I
(642-649) - Agregou ao nome de "Pontífice" o título de
"Soberano" e reorganizou a jurisdição interna do clero.
074- Papa São Martinho
I (649-655) - Foi durante o seu papado que se celebrou pela primeira vez a festa
da "Virgem Imaculada", em 25 de Março. Passou mais de três anos,
dos seus seis anos de pontificado, no exílio e na prisão. Em 649,
convocou um concílio em Latrão. Foi aprisionado em Constantinopla, onde
sofreu juízo infame, sendo condenado à morte. Após ser forçado a renunciar,
teve a pena capital suspensa, sendo encarcerado e submetido a maus-tratos. Ele
foi desterrado e declarado herege, inimigo da Igreja e
do Estado.
- Os Papas – 5ª Parte – De São Agapito a São Martinho I (535 a 655)
- Os Papas – 8ª Parte – Do Papa Lando ao Papa Silvestre II (913 a 1003)
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