*Pe.
David Francisquini
Nosso
Senhor Jesus Cristo comparou a Igreja a uma minúscula semente
de mostarda que ao vicejar se enche de tal vigor que os pássaros
podem se aninhar em seus ramos. A metáfora representa a
potência e a expansão da Igreja ao deitar suas raízes
em todos os campos da atividade humana.
Corpo
místico de seu divino fundador, dentro dessa fortaleza só
pode haver requinte, elevação, nobreza, predicados
próprios do Deus humanado. Razão sem dúvida
sobejamente forte para que seus ministros se identifiquem com os
hábitos e as indumentárias que lhe são
próprios.
Pousam
sobre os sacerdotes os desígnios de Deus. Ao se apresentarem
em público, seus predicados – internos ou externos –
ajudam-nos sem dúvida a ser reconhecidos pelo rebanho fiel,
que
poderá assim ser mais facilmente conduzido ao redil, para
se arrepender de suas faltas.
O
sacerdote não pode se confundir com a massa, pois ele é
o fermento que a leveda. Na epístola aos Hebreus, São
Paulo recomenda ao candidato a ministro de Deus que, além da
vocação, se compadeça dos que estão na
ignorância e no erro, porque também ele está
cercado de fraquezas. Por isso deve oferecer sacrifícios,
tanto pelos seus pecados quanto pelas culpas do povo fiel.
Se
o hábito não faz o monge, pelo menos ajuda enormemente
a tornar mais digno o homem consagrado a Deus. Até o Concílio
Vaticano II, o hábito talar – ou seja, a batina que desce ao
calcanhar – caracterizava todo sacerdote católico.
Infelizmente ele foi desprezado, juntamente com toda a hierarquia de
valores que representava.
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Bispos Leste2 - Vista de Limina - 2010, de acordo com os novos rumos e ventos |
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Magna Assembleia Conciliar decide os novos rumos da Igreja |
As
consequências aí estão: incontáveis
apostasias, tanto nas fileiras do clero quanto entre os católicos.
E compreende-se, pois sem esta barreira que separava o padre do
mundo, ele se tornou mais vulnerável às nefastas
influências deste; e ao verem o padre igualado a si mesmos os
fieis se desedificaram.
Por ocasião da convocação
do referido Concílio, os bispos, cardeais, metropolitas e
patriarcas partiram revestidos de suas respeitáveis
indumentárias que transcendiam requinte e esplendor. A pompa
com a qual se apresentaram foi objeto de admiração por
parte dos fieis do mundo inteiro. Mas ao findar a primeira fase
daquela Magna Assembleia, voltaram às suas dioceses despojados
dos trajes que os elevavam em dignidade e nobreza, além da
respeitabilidade própria desses atributos.
Não
há dúvida de que as vestes eclesiásticas faziam
parte da vocação, do chamado divino que desperta nas
almas o sobrenatural, reaviva nelas a fé, a consciência
do bem e do mal, produzindo sentimentos de arrependimento e de
propósitos a ponto de se poder exclamar que Deus vive entre
nós por meio do padre.
A presença de um
sacerdote virtuoso e bom dá conforto, segurança,
equilíbrio, convida a pensar em Deus e a viver com vistas à
vida eterna. Diante da investida protestante do século XVI, o
Concílio de Trento determinou que os clérigos portassem
sempre o hábito talar, como manifestação de
honestidade interior dos costumes.
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São Pio X |
Infelizmente,
a dessacralização na Igreja já se fazia sentir
no início do século XX entre os modernistas, que
bradavam contra o “triunfalismo da batina” e queixavam-se do
requinte e da grandezadas insígnias reais dos papas. Com santa
justiça foram eles condenados por São Pio X.
Por
natureza e sagração, o sacerdote é outro Cristo.
E seu instrumento para difundir a graça e o perdão.
Isso pode ser visto, por exemplo, quando ele se aproxima de um
moribundo que se contorce de dor e preocupação em face
da eternidade. O agonizante se recompõe, a paz e a
tranquilidade passam a reinar em seu coração.
*Sacerdote
da Igreja do Imaculado Coração de Maria - Cardoso
Moreria-RJ
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