Publicado
em 08 de outubro
2011
O
conhecido escritor e filósofo italiano, Umberto Eco, dois dias
antes da viagem de Bento 16 à Alemanha foi entrevistado pelo
jornal alemão «Berliner Zeitung», declarando: «Não
creio que Ratzinger seja um grande filósofo,
nem um grande teólogo, embora geralmente se quer representá-lo
como tal. As suas polêmicas, a sua luta contra o relativismo
são, na minha opinião, simplesmente muito simplórias
– nem mesmo um estudante de escola normal as teria formulado como
ele. A sua formação filosófica é
extremamente débil».
Para
argumentar o seu juízo Eco
se refere justamente à questão do relativismo, que está
no centro do discurso de aproximação de Ratzinger sobre
o declino da cultura ocidental e em particular européia. Numa
resposta direta ao seu entrevistador Eco disse: «No prazo de
seis meses eu poderia organizar um seminário sobre o tema. E
tenha certeza: no fim apresentaria pelo menos vinte posições
filosóficas diferentes sobre o relativismo. Ajuntá-las
todas, como faz Bento XVI, come se houvesse uma posição
unitária é, para mim, extremamente primário».
Eco, fez uma comparação de Bento com João Paulo,
sustendo que depois de Wojtyla era difícil para Ratzinger ser
uma «big star». «Naturalmente é Eco o grande
filósofo e grande teólogo!», comenta em tom
irônico Jorg Bremer, menos sarcástico que outros
valentes aduladores de B16.
Mas
o que diz Ratzinger, que geralmente é visto como grande
adversário do relativismo?
A
luta contra o relativismo e suas conseqüências, que
tornam «sem raízes» a construção da
Europa foi o leitmotiv de Ratzinger, o qual desde 18 de abril de
2005, na sua homilia para a Missa pro
eligendo Pontifice da
sua «campanha eleitoral de papa» afirmava: «Ter
uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, é facilmente
etiquetado como fundamentalismo. Enquanto o relativismo, isto é
deixar-se levar “aqui e ali por qualquer vento de doutrina”,
parece a única atitude à altura dos tempos hodiernos.
Constitui-se uma ditadura do relativismo que não reconhece
nada como definitivo e que deixa como última medida somente o
próprio eu e as suas vontades».
É
tragi-cômico este “jogo” do perigo fundamentalista contra o
do relativismo referido, quando se prega a operação
ecumenista conciliar, que é o relativismo elevado ao seu nível
mais grave: o religioso, quando todas as revelações e
religiões são boas na medida do pluralismo das
vontades. Porém, não é este o problema de Eco,
meio descrente, que neste plano teria razão. Não, o seu
problema é não conseguir ver que se trata de uma outra
«filosofia» tão mais tortuosa e falsa, que
poder-se-ia suspeitar não ser fruto de mente humana. Se trata
da coluna dorsal do modernista Vaticano 2, isto é, da quinta
essência do relativismo aplicado à religião
segundo elucubrações, vontades e modas dos tempos,
modernismo por isto definido como esgoto de toda heresia.
Eis
que para alcançar a dimensão de tal pacto
mefistofélico, Ratzinger devia servir-se de uma super
filosofia hegeliana; do relativismo absoluto para a síntese
nada menos que do bem com o mal; do gnosticismo com a Fé, do
Vodu com o Cristianismo, dos senhores do mundo com o Papado, do
globalismo iluminista com a Igreja católica, universal.
Naturalmente
este serviço que Bento 16 presta ao mundo pode agradar aos
incautos. Vejamos o que publica o Antonio Socci: «Giuliano
Ferrara – que é homem culto e consciente – depois do
discurso no Bundestag manifestou entusiasmo, publicando o texto por
inteiro no seu “Foglio”, acrescentando um seu filosófico
comentário no qual se define “ratzingeriano” e –
mesmo como não crente – afirma: “Só um Papa
nos pode salvar”.
Umberto
Eco não consegue entender tanto engano? Vê-se que desta
vez a rosa era por demais coberta de escuras espinhas, mesmo para tal
«grande filósofo e teólogo!» Imaginem para
o pobre Socci que, se deu uma dentro reconhecendo as falcatruas
quanto ao Segredo de Fátima da parte de Ratzinger, diante de
sua sinistra filosofia, teve que recorrer ao peso do gordo Ferrara
para não decolar com o vento do «pensamento
ratzingeriano!
Dizia
São Vicente de Lérins que são diferentes os
papas. “Deus doa alguns, outros tolera, outros ainda os inflige”.
Sim, mas em 1960 fez saber, através de Nossa Senhora de
Fátima, que infligia a versão última desse
castigo: a eliminação do Papa católico junto com
o seu inteiro séquito fiel! Mas isto o Antonio Socci, que
procura um 4º segredo no Vaticano de Bento 16, não pode
ver!
Nossos
leitores sabem que os escritos deste sito são muito mais
dirigidos às razões da Fé do que aos eventuais
episódios; mais à essência do que é
católico do que aos seus códigos e números.
Neste sentido, no artigo precedente falamos do Sacrifício
redentor na dimensão de toda humanidade, na longitude e
latitude de toda História dos povos.
Os
desvios do seu sentido foram muitos, mas o grande ataque sacrílego
contra o santo Sacrifício, perpetuado na Missa católica
é dos tempos modernos, numa escalada desde Lutero até a
mísera mentalidade ecumenista, é hoje infringido por
Ratzinger, que vai às ocultas além de Lutero.
É
possível? Vejamos o que pensava Lutero da Missa católica.
Numa
homilia da 1ª do Advento Lutero declarou, talvez pela 1ª
vez publicamente que – “todos
os prostíbulos, homicídios, furtos, assassínios
e adultérios do mundo são menos depravados que a
abominação da missa papista”. E
no “Contra
Henricum”
confirmou: “Quando
a missa será destruída, penso que teremos destruído
também o papado… De fato, o papado apóia-se sobre a
missa como sobre uma rocha. Tudo isto desabará necessariamente
quando cair a abominável e sacrílega missa deles”, isto
é do Papa, que seria para Lutero o verdadeiro Anticristo.
Como
se vê esta é a espantosa anti-religiosidade protestante
de Lutero, que vai contra a idéia mesma do Sacrifício
do Amor divino, e da presença da autoridade divina em terra, a
Cátedra infalível da Verdade, que têm uma
importância universal em dimensão de eternidade.
Eis
que os «papas conciliares», explicitamente, pelo menos de
João Paulo2 a Bento 16, proclamam e reverenciam a «grande
religiosidade de Lutero»!
Com
isto justificam, não só quem pretende demolir o
desígnio divino do Santo e perpétuo Sacrifício,
como a Cátedra que é o primeiro bastião contra o
anti-cristianismo.
Mas
justificando esse pérfido libelo protestante, admitem a sua
incrível congruência!
De
fato, os «papas conciliares» aparecem como demolidores da
Missa do Sacrifício perpétuo e promotores da liberdade
protestante de todo juízo, que significa a remoção
da rocha que é o obstáculo contra os anticristos na
Igreja e no mundo. Não poderia ser mais clara a realização
profética nos nossos tempos do que Nosso Senhor confirmou da
Profecia de Daniel sobre a Fortaleza da Fé (Mt 24, 15). Que
por sua vez é confirmada também por um inimigo da
Igreja, como aconteceu com Caifas que foi profeta na morte de Jesus
Cristo.
Da
Verdade ninguém escapa, embora sejam infelizmente tão
poucos a ver que os inimigos da Fé estão no Vaticano.
Senão não seria possível que em tão breve
tempo estes «papas conciliares» tenham demolido tão
a fundo a Fé da Igreja, como em tempo algum nenhum heresiarca
tenha podido fazer. Assim explicou Dom Mayer e também Mgr
Marcel Lefebvre, embora o primeiro só no fim da vida o
declarou à voz e o segundo continuou a escrever sem deixar aos
seus a conclusão lógica desse fato. Por causa dessa
omissão hoje o «melhor» que fazem, os que falam da
luminosidade dessa sombra, é suspender o juízo enquanto
continua a demolição protestante dos «anticristos»,
que são cada vez mais senhores do Vaticano.
Lutero
foi tão bem servido, que estes foram além de sua
justificação «só pela fé»!
Hoje,
do Vaticano conciliar vem a pregação da «redenção
universal», mesmo sem a fé!
Até
a necessidade de crer e ser batizado foi solenemente alienada pelo
espírito do Luterano 2.
Depois
dele, os anticristos no Vaticano chegam a proclamar que Judeus,
Maometanos e Cristãos têm o mesmo Deus e fazem parte da
Igreja também como «cristãos anônimos».
Eis
um sinal de alienação final que marca toda a História
e assinala o seu epílogo.
Um
só Deus, uma só Igreja de Deus, até para os
ateus
Temos
aqui uma verdade universal. Deus é um só, para as
galáxias como para os planetas, para as plantas como para as
pedras, para os Anjos como para os homens. Mas o Homem, à
imagem de Deus, tem inteligência para entender a Sua Palavra, e
livre vontade para cultuá-Lo no modo como lhe foi revelado
para o Sacrifício perpétuo. Este só pode ser
realizado no templo de Sua única Igreja para os «muitos»
que crêem sejam remidos (Mt 20, 28; Mc 10, 45).
Os
que não crêem não alteram essa verdade, senão
a negarem para a própria perdição.
Vivemos,
porém, um tempo em que aqueles sumos sacerdotes que deveriam
proclamar o que é verdade para todos e também para
Judeus e ateus, declaram o direito de negá-las e até
mesmo de livremente ensinar essa negação e deplorar o
Sacrifício. Se trata dos anticristos conciliares, que são
os arautos dos documentos de liberdade ecumenista do Vaticano 2.
Neste
testemunho às avessas, de um novo evangelho, temos um sinal
certo do fim do tempo das nações; uma «visibilidade»
às avessas que não pode deixar nenhum católico
que ama a Igreja e crê na autoridade de Sua Cabeça,
Jesus Cristo, indiferente: com um «juízo suspenso»
sobre o que demanda uma atitude «resiliente», isto é,
de volta aos princípios fundamentais da Fé na virtude
que nos foi suscitada por Deus para a salvação de nossa
alma.
Mas
a fé, sem as obras da caridade, que no caso prima pelo
testemunho da verdade que vivemos no presente, um juízo
suspenso corresponde ao estado cataléptico que, no testemunho
da fé pura e íntegra, é de semi morto em relação
à verdadeira Cabeça da Igreja.
Cremos
que neste sentido seja indispensável lembrar a condição
histórica que vivemos.
A
alienação da Palavra de Deus no fim dos tempos
Estamos
diante do quadro de um declino religioso que invoca «o fim do
tempo da nações» (Lc 21, 24) ao qual
correspondeu o retorno dos Judeus à Jerusalém. São
assombrosos fatos históricos preditos por Jesus. Se
o Evangelho e a idéia de conversão afundam hoje no
brejo ecumenista, pondo fim à civilização cristã
e à crença no homem eterno, não foi dito ser
urgente que esta demolição fosse proclamada dos
telhados para o testemunho geral, a fim de que as consciências
evitem enganos e reconheçam o tempo que vivemos?
De
tais obscuros enganos pode-se dizer que Fátima tem sido
reflexo.
|
Jacinta segurada após o milagre do Sol |
De
fato, o ano da aparição de Fátima – 1917 –
marcou uma mutação sem igual na história dos
impérios, não só por causa das guerras e
revoluções, mas pelo emergir de um poder de sinal
bíblico;
sinal da virada crucial na vida da humanidade profetizada por Jesus
sobre o fim do «tempo das nações» e o
destino de Jerusalém e do povo no eixo da História.
Contudo,
a visão desse misterioso poder de Israel na história,
realidade oposta à Cristandade, é obscurecida
justamente por uma «autoridade» que se apresenta em nome
de Jesus Cristo!
Assim,
não se acredita mais numa «inteligência» da
vida e da história; na sua filosofia, que inclui a profecia e
o milagre da conversão de um império à ordem
cristã; no milagre ordenado à profecia que desvela um
desígnio divino para a Ordem universal. Hoje em que se
acredita?
Com
o Vaticano atual se quer a adesão à idéia de uma
«nova ordem mundial».
Qual
termo, melhor que «alienação»,
pode relacionar os enigmas cruciais da história do homem, de
seu início até hoje; da rejeição da
palavra do Pai com a queda original; da Encarnação
divina do Filho com a Sua recusa pelo Povo eleito; do que revelou o
Espírito nas Escrituras com o outro que as subverte no sentido
da mutação ecumenista, indiferente e oposta às
conversões?
Para
entender essas visões e recusas espirituais que, numa
seqüência fatal, vão da negação
«original» à atual apostasia «ecumenista»,
pode-se usar o termo «alienação final».
Sim,
porque a idéia de «progresso social» engendrou a
«fé» revolucionária marxista que, para
obter tal «bem», justificou os piores massacres do mundo
com a suposta «alienação» de “criar
a divindade perfeita à qual se submeter”, mas
submetendo-se à funérea alienação
comunista.
Esta
«alienação» coberta pela idéia de
paz, liberdade e fraternidade, no paraíso terreno que exclui o
eterno, custou cem milhões de mortos. Agora análoga
atualização aparece aplicada à fé
cristã, com custo
para uma infinidade de almas!
Tudo seguindo
a elaboração religiosa ecumenista do progresso numa «fé
mais universal»! Trata-se da fé
no homem a dano da fé divina; dos
«sinais dos tempos» dos modernistas contrapostos aos
sinais da Providência, que resultaram em descristianização
e apostasia: alienação universal de marca terminal.
A
alienação presente é sinal que se revela à
luz de sua íntima analogia com as duas fatais grandes
alienações históricas da recusa do Verbo de
Deus: a original e a hebraica. No presente, o Vaticano «conciliar»
na sua afinidade com o novo poder terreno de Israel e a sua aversão
não ocasional à Tradição católica,
revela a terceira
grande alienação.
Tal
hora tremenda da história não estará ligada às
Aparições de Fátima?
Não
será por esta razão que a mensagem divina de ajuda foi
estranhamente alienada?
No
plano dos fatos a tentação moderna a substituir a ordem
natural cristã pela nova
ordem mundial ecumenistaredundou
no descalabro presente. A realidade hodierna é a decadência
espiritual numa crise geral e profunda que atinge todos os níveis:
da família ao estado, da justiça à política;
onde não reinam violência e corrupção há
ocultas perversões.
Convive-se
com libertinagens, crimes e perfídias. Nunca a autoridade foi
tão precisa, nunca tão ausente. Jamais houve controles
tão potentes; jamais tanta inconsciência. Não há
mais como recorrer a poderes humanos para conter desordens nacionais
e chacinas internacionais.
Nunca
a ajuda divina foi tão urgente, nunca tão falsificada
na mesma Roma!
Que
Deus nos ajude neste mundo que recusa os Seus claros sinais dos
tempos, para acolher os «outros», que são falsos.
Sim,
há um só
Deus, uma só Igreja de Deus,
até para os ateus.
A
definir esta Igreja é o Verbo, a mesma Palavra divina de
Verdade.
Assim,
quem acolhe uma igreja que prega a mentira em nome de Deus, com isto
vê só a outra: a grande Babilônia da qual uma voz,
para dar a derradeira oportunidade de salvação grita:
«Sai dela, meu povo, para não ser «una cum»
suas profanações, nem compartilhar das pavorosas pragas
pendentes sobre ela» (cf. Apocalipse 18, 4)!
Sobre
a Entrevista de Eco:
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da postagem: http://promariana.wordpress.com/2011/10/08/um-so-deus-uma-so-igreja-de-deus-mesmo-para-ateus/
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