"OS ÂNIMOS E OS CUIDADOS DOS HOMENS FORAM DIRIGIDOS À VERDADE DA RELIGIÃO E À SANTIDADE DOS COSTUMES, E ATÉ FOI COMUNICADA AOS HOMENS UMA VIDA TOTALMENTE CELESTE E DIVINA."
Alberto
Carlos Rosa Ferreira das Neves Cabral
Escutemos o Papa Leão XIII, em passagens da sua encíclica “Mirae Caritatis”,
promulgada em 28 de Maio de 1902:
«De diversas maneiras, como já dissemos outra vez,
Cristo é vida. Ele deu como motivo da Sua vinda entre os homens o querer trazer
para eles uma abundância segura de uma
vida mais do que humana: “Eu vim para que tenham a vida e a tenham em
abundância” (Jo 10,10). Com efeito, logo que sobre a Terra” apareceu a
benignidade e o amor do Salvador nosso Deus” (Tt 3,4), ninguém ignora que
irrompeu uma certa força criadora, de uma ordem de coisas totalmente nova, e se
introduziu em todas as veias da sociedade doméstica e civil. Daí novos vínculos
entre homem e homem; novos direitos privados e públicos; novos deveres; nova
direcção às instituições; às disciplinas; às artes; e o que mais importa: OS
ÂNIMOS E OS CUIDADOS DOS HOMENS FORAM DIRIGIDOS À VERDADE DA RELIGIÃO E À
SANTIDADE DOS COSTUMES, E ATÉ FOI COMUNICADA AOS HOMENS UMA VIDA TOTALMENTE
CELESTE E DIVINA. De facto, se referem a isso aquelas expressões tão frequentes
das Divinas Escrituras: “Lenho de vida, Verbo de vida, Livro de vida, Coroa de
vida”, e sobretudo “Pão da vida”.
E queira Deus que pensassem rectamente e tomassem
cuidado da vida sempiterna, principalmente aqueles, os quais, quer pelo
engenho, quer pela indústria ou autoridade, têm grande poder na direcção das
coisas temporais e terrenas. Porém somos obrigados a ver e a deplorar, que
muitos pomposamente se apresentam como os que deram ao mundo uma vida nova e
feliz porque o levam a correr ardentemente em busca e aquisição de todas as
comodidades e de todas as maravilhas. Entretanto, seja por onde for que se
olhe, se vê a sociedade humana, que se está afastada de Deus, ao invés de gozar
a almejada tranquilidade, sofre e angustia-se como quem está tomada por febre
doentia, enquanto procura ansiosamente a prosperidade, e confia sòmente nela, a
vê fugir diante de si, CORRENDO ATRÁS DE UMA SOMBRA QUE SE DISSIPA. Porque os
homens e a sociedade, como necessàriamente derivam de Deus, assim não podem
viver, mover-se e fazer qualquer bem em nenhum outro, a não ser em Deus, por
meio de Jesus Cristo, d’O Qual derivou, e sempre deriva, o que há de bom e
eleito.»
Muito se fala de corrupção, mas sem a definir; ora a
definição constitui uma análise da compreensão, e um ente racional, e mais
ainda um bom Católico, tem a obrigação de tentar compreender o mundo à sua volta,
nomeadamente na sua vertente moral.
Todas as funções são constituídas por princípios
inteligíveis. Os princípios não são conceitos universais nos quais a
compreensão varia na razão inversa da extensão, não; nos princípios, para uma
mesma luz intelectual, a extensão aumenta com a compreensão e vice-versa, por
exemplo: O conceito de civilização europeia é mais extenso, mas simultâneamente
mais rico em compreensão do que o conceito de civilização portuguesa.
Quando um Estado proclama a sua constituição,
necessàriamente institui os orgãos necessários para que com estabilidade
objectiva assegurem o governo desse Estado.
O titular dos orgãos de soberania, no exercício das
suas funções, está vinculado ao uso de determinados meios, sempre ordenados à
consecução de determinados fins, não pode socorrer-se de qualquer meio para
atingir qualquer fim. O RACIOCÍNIO FUNCIONAL DO TITULAR DO ORGÃO DE SOBERANIA
TEM QUE PAUTAR-SE, ESSENCIALMENTE, PELOS OBJECTIVOS FIXADOS PELA LEI, EMBORA
SEJA RELATIVAMENTE LIVRE NA SELECÇÃO DOS MEIOS; SE A SUA INTENÇÃO E O SEU
RACIOCÍNIO NÃO SE AFASTAREM DAS COORDENADAS DEFINIDAS PELA LEI, EMBORA A
SOLUÇÃO CONCRETAMENTE ENCONTRADA ESTEJA ERRADA – NÃO HÁ CORRUPÇÃO, MAS SÒMENTE
ERRO.
Pelo contrário, se o titular do orgão de soberania, enquanto
tal, se deixa contaminar com objectivos pessoais, familiares, ou quaisquer
outros estranhos à função, e UTILIZAR OS MEIOS E OS MECANISMOS FUNCIONAIS,
COLOCADOS À SUA DISPOSIÇÃO, PARA ATINGIR OS TAIS OBJECTIVOS ESTRANHOS À FUNÇÃO
– ENTÃO HÁ CORRUPÇÃO.
No plano político é extremamente difícil provar a
corrupção dos titulares dos orgãos de Soberania, exactamente porque a decisão
política invoca princípios de grande extensão e elevada compreensão, MUITO
AFASTADOS DO CONCRETO QUOTIDIANO, e como tal menos assimiláveis a este. No
plano administrativo, pelas razões opostas, já se afigura acentuadamente menos
difícil tal prova.
A maldade, a malícia, fundamental do crime – e do
pecado mortal – da corrupção, residem na utilização de meios funcionais, postos
à disposição do titular do orgão de soberania, para fins estranhos aqueles para
os quais tais meios e mecanismos funcionais lhe foram conferidos.
Tudo isto é muito verdade no campo do Direito Civil;
MAS É LETRA MORTA, E BEM MORTA, QUANDO SE TRATA DE ANALISAR A MAIOR FRAUDE, O
MAIOR ROUBO, A MAIOR MENTIRA, DA HISTÓRIA UNIVERSAL – O CONCÍLIO VATICANO 2.
Efectivamente, a Santa Madre Igreja é uma Instituição
de Direito Divino Sobrenatural, com uma dignidade infinitamente maior do que
qualquer potência civil, passada, presente, ou futura; NA REALIDADE, A
DIGNIDADE DA SANTA IGREJA É A DIGNIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO DO QUAL
CONSTITUI PROLONGAMENTO DE ACÇÃO TEÂNDRICA. Os orgãos hierárquicos da Santa
Igreja, nomeadamente a Cátedra de São Pedro e o Corpo Episcopal, foram
constituídos para a Glória de Deus e a Salvação das almas, e não para qualquer
finalidade puramente terrena.
O Princípio que rege a acção das funções eclesiásticas
é, e só pode ser, O DA FÉ CATÓLICA.
Prosseguindo um plano verdadeiramente diabólico,
gizado no início do século XIX, a maçonaria internacional passou a dedicar-se
com afinco à usurpação das cátedras episcopais, esperando um dia apoderar-se da
própria Cátedra de São Pedro.
Nosso Senhor Jesus Cristo, ao instituir a Santa Madre
Igreja, prometeu que as portas do Inferno nada poderiam contra ela, isto é,
prometeu UMA INTANGIBILIDADE, UMA INDEFECTIBILIDADE, E UMA INFALIBILIDADE, À
SUA IGREJA NO PLANO SOBRENATURAL INTRÍNSECO; NÃO PROMETEU DE FORMA ALGUMA, QUE
EXTERIORMENTE, NA SUA FACE HUMANA, A SANTA IGREJA NÃO PUDESSE SER ATINGIDA, E
PIOR AINDA – RENEGADA!
Já afirmámos que as funções eclesiásticas estão
constituídas e definidas pela Fé Católica e pelo Direito Divino Sobrenatural.
Consequentemente, UM EXERCÍCIO CONCRETO E HABITUAL DESSAS MESMAS FUNÇÕES, EM
CONTRADIÇÃO COM O SEU PRINCÍPIO CONSTITUTIVO, IMPLICA NÃO APENAS A PLENA
NULIDADE DA FUNÇÃO, COMO ATÉ MESMO A SUA INEXISTÊNCIA.
Poder-se-á argumentar, que mesmo no plano do Direito
Civil, quando o funcionário que desobedece a uma ordem, assinando, por exemplo,
determinadas autorizações ou vistos, estas são, contudo, consideradas válidas,
conquanto o funcionário possa ulteriormente ser demitido; foi o que aconteceu a
Aristides de Sousa Mendes, o cônsul português que desobedeceu a Salazar,
salvando milhares de pessoas. Mas na grande fraude que foi armada à Santa
Igreja, não se trata de desobediência, MAS DE UM EXERCÍCIO CONCRETO E HABITUAL
DA FUNÇÃO EM CONTRADIÇÃO COM O SEU PRÓPRIO PRINCÍPIO CONSTITUTIVO, QUE É A FÉ
CATÓLICA. Todo o Direito Civil, universalmente, considera, até mesmo como
inexistente, um tal procedimento.
Só quando se trata de destruir a Santa Madre Igreja,
todos, absolutamente todos, incluindo juristas de renome, consideram perfeitamente
válida a acção dos usurpadores conciliares ao renegarem, conscientemente,
premeditadamente, todo o Dogma, toda a Moral, e toda a sã filosofia.
O próprio Fellay, AO RENEGAR O PRIMEIRO PRINCÍPIO
CONSTITUTIVO DO QUE DEVIA SER O SEU CARGO, E QUE TAL É A IMPOSIÇÃO DE UM
COMBATE POSITIVO E SEM TRÉGUAS CONTRA A SEITA CONCILIAR, DEMONSTRA A CRENTES E
NÃO CRENTES QUE AS SUAS FUNÇÕES SÃO INVÁLIDAS.
Os Papas, ao longo da História, cometeram erros
administrativos e até políticos, porque a solução por eles encontrada para
determinados problemas – estava errada. Mas na exacta medida em que eram
verdadeiros Papas, NÃO CORROMPIAM, NEM PODIAM CORROMPER O SEU RACIOCÍNIO
FUNCIONAL, PRECISAMENTE EM VIRTUDE DA PRERROGATIVA DA INFALIBILIDADE. Neste
quadro conceptual, quando faz suas as intenções da maçonaria, um indivíduo pode
ser eleito em conclave; MAS NÃO E INVESTIDO POR NOSSO SENHOR NO SUPREMO
PONTIFICADO; E A SUA CORRUPÇÃO ESSENCIAL E CONSTITUTIVA, JÁ DE SI PÚBLICA DE
DIREITO, NÃO TARDARÁ A SER NOTÓRIA. Foi o que aconteceu com Roncalli;
comissionado pela maçonaria para convocar o concílio e criar fornadas de
cardeais modernistas, embora eleito em conclave, para castigo dos pecados da
Humanidade, nunca foi investido no Supremo Pontificado, nunca foi Papa.
Mas tal não impediu que os falsos papas, como aliás os
falsos bispos, como também Fellay, utilizassem, com ASTÚCIA SUBLIMINAL, os
mecanismos funcionais colocados à sua disposição para a edificação do Corpo
Místico de Cristo, PRECISAMENTE PARA A SUA (do Corpo Místico) RUÍNA EFECTIVA,
NA SUA FACE HUMANA.
É perfeitamente asinário proclamar que os ditos
“papas” conciliares erraram nos seus procedimentos, embora estivessem de
boa-fé. Tratando-se da Fé, os Papas não podem errar, nem no Dogma, nem na
Moral, nem na sã filosofia, nem no exercício do Magistério Ordinário, nem no
Magistério extraordinário, nem mesmo no denominado Magistério autêntico, aqui
podendo confundir-se e fraquejar, não podem contudo os Papas cair em heresia
positiva.
TENTAR DESCULPAR OS ANTI-CRISTOS CONCILIARES É FAZER O
JOGO DELES, COLABORANDO ACTIVAMENTE NA OBRA DEICIDA, E NO GENOCÍDIO DE ALMAS.
O erro e a corrupção constituem realidades mùtuamente
irredutíveis. A Santa Madre Igreja, por Privilégio Divino, está isenta de ambos
no que à Fé concerne; e mesmo no plano administrativo e político, podendo
errar, tem cometido muito menos erros do que as Potências Civis no decorrer da
História. Mesmo no plano Judicial, a Santa Madre Igreja, sendo falível nas
sentenças concretas, com a excepção dos Processos de Canonização, tem contudo
cometido muito menos erros do que os Tribunais Civis e Militares dos Estados,
possuindo uma Jurisprudência imensamente mais rica.
A Santa Madre Igreja, embora permanecendo em grande
parte nas catacumbas, vai libertar-se do fojo em que a maçonaria internacional
a quis lançar, e irá provar ao mundo como foi vítima do maior acto de
corrupção, DO MAIOR DEICÍDIO, que se pode cometer nesta Terra: A CORRUPÇÃO DE
TODA A VERDADE, DE TODO O BEM, E DE TODO O SENTIDO PARA A VIDA, NA FACE HUMANA
DA SUA MESMA FONTE INSTITUCIONAL, DIVINA E ETERNA.
LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
Lisboa, 19 de Agosto de 2016
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