“Verdadeiramente a alma de MARIA parecia se encontrar na imagem, uma vez que era tão bonita e tão milagrosa” - Papa Inocêncio III
Muitos autores afirmam que o primeiro
Ícone de NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO foi pintado em madeira por São
Lucas, no século I, na época em que a VIRGEM MARIA morava em Jerusalém. Revela
a tradição que Ela com o MENINO JESUS aos braços viu a pintura e apreciou
muito, abençoando o artista e o seu trabalho.
|
Madonna di S. Luca
Ícone de Nossa Senhora com o Menino Jesus retratado
por São Lucas
Basílica de Madonna de San Luca, Bolonha Itália |
Quando Lucas completou o Ícone, é tradição
que ele deu de presente ao seu amigo pessoal e patrono Teófilo, e viajou em
companhia de São Paulo, no prosseguimento do trabalho de evangelização.
|
Nossa Senhora em Czestochowa Rainha da Polônia Pintura atribuída a São Lucas Santuário de Czestochowa - Polônia |
Consta ainda de informações antigas, que
em meados do século V, o Ícone da VIRGEM foi encontrado no Império Bizantino.
Santa Pulquéria, que era Rainha e governava o país, ergueu um Santuário em
honra da VIRGEM MARIA em Constantinopla, e segundo fontes fidedignas, aquele
Ícone permaneceu lá por muitos anos, onde nossa MÃE SANTÍSSIMA era venerada por
milhares de cristãos: reis, imperadores, santos e pecadores, homens, mulheres e
crianças, ricos e pobres, e sobre todos derramava, uma quantidade incontável de
graças, milagres e benefícios. Também neste período, se tem conhecimento de que
já existia pelo menos uma cópia do original, que se encontrava no salão
imperial de audiências da Rainha em Constantinopla.
Por outro lado, desde tempos remotos, a
arte sempre foi influenciada pela religiosidade popular, e mais especificamente
nos séculos XII e XIII, com muito fervor foi colocada em grande evidência a
Natureza Humana de JESUS, sendo divulgados com frequência os sofrimentos da
Paixão, o Drama do Calvário do SENHOR e as Dores de NOSSA SENHORA. Aqueles
fatos tristes e terríveis centralizavam a devoção das pessoas, que pelo cultivo
deles, revelavam a grandeza de seu piedoso amor e carinho a JESUS e a VIRGEM
MARIA. Neste sentido, dois grandes Santos da época contribuíram exercendo uma
forte influência com suas pregações, para que existisse de fato um acentuado
exercício da devoção aos sofrimentos do SENHOR: foram São Bernardo de Claraval
e São Francisco de Assis.
E esta ênfase foi sentida principalmente
no Oriente, através da obra evangelizadora dos Padres Franciscanos. E desta
realidade, resultou o aparecimento de uma manifestação artística
denominada “Kardiotissa”, derivada da palavra grega (kardia ou kardio,
que significa coração). Assim, a denominação artística “Kardiotissa”
ou “Kariotissa” significava (revelar misericórdia e piedade,
mostrar um sentimento de compaixão). Então, esta corrente de pintores colocava
as imagens sacras de seus quadros, expressando algum tipo de dor e sofrimento
em relação à Paixão do SENHOR.
Historicamente fomos encontrar informações
fidedignas relacionadas à pintura de São Lucas, somente a partir desta época, e
mais precisamente no ano 1207, num despacho do Papa Inocêncio III, em face da
admirável quantidade de milagres que NOSSO SENHOR realizava, pela intercessão
de sua MÃE, representada numa pintura em madeira, com o MENINO JESUS ao colo,
que afirmavam ser a pintura de São Lucas. Sua Santidade o Papa declarou
que “verdadeiramente a alma de MARIA parecia se encontrar na imagem, uma vez que
era tão bonita e tão milagrosa”.
Segundo afirma a tradição, São Lucas era
grego, da mesma maneira que os seus pais. Assim o estilo bizantino originário
daquela região, estava por assim dizer, no seu sangue. Então, nos séculos XII,
XIII e XIV, os pintores fizeram diversas cópias em madeira e tela, criando o
Ícone de NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO, procurando mesclar o estilo
bizantino de Bizâncio, com aquela nova manifestação artística, buscando colocar
expressões de sofrimento, dor e expectativa, nas faces da VIRGEM MARIA e do
MENINO DEUS.
Importante, todavia, era que o poder da
graça Divina continuava operando de maneira notável naqueles Ícones benzidos e
consagrados, que se tornaram verdadeiros intercessores milagrosos. A VIRGEM MÃE
DE DEUS continuou vivendo naquelas imagens, ajudando, socorrendo as
necessidades das pessoas, protegendo, inspirando, e estimulando todos os seus
filhos que buscavam a ternura de seu inefável afeto e tão querido amor.
Entretanto o Ícone original desapareceu
misteriosamente. A tradição comenta que foi durante o cerco de Constantinopla.
A conquista da capital bizantina pelo
Império Otomano, no dia 29 de maio de 1453, causou o desaparecimento de
diversas relíquias cristãs, de valor inestimável. Descreve a tradição que na
véspera da queda da Cidade, durante o reboliço vivido pela multidão, cada
pessoa se movimentava articulando alguma providência para escapar do cerco
turco. À noite alguém se apossou do Ícone da VIRGEM e da Coroa Imperial, dos
quais, nunca mais se teve qualquer notícia!
Este fato nos faz presente, que a passagem
dos séculos não alterou e nem modificou o comportamento e a dedicação de MARIA
em relação a humanidade, Ela continua demonstrado o mesmo carinho, a preciosa
atenção e o perpétuo auxílio, através do Ícone pintado por São Lucas, assim
como de todos os outros Ícones cópias e imagens, que visam, sobretudo, fazer
com que Ela, a MÃE DE DEUS, seja mais conhecida e amada pelos seus filhos.
Assim o Ícone (“eikon”, palavra grega cuja
tradução é imagem) de NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO que normalmente
conhecemos, é desse tipo: tradicional bizantino ligeiramente modificado pelo
medieval estilo “Kardiotissa”. Nele observamos a VIRGEM MARIA segurando o
MENINO JESUS aos braços, e ELE, com uma expressão de expectativa um pouco
assustado, segurando fortemente com as duas pequenas mãos, o polegar direito de
sua MÃE, e olhando na direção do Arcanjo Gabriel. O Arcanjo Gabriel está com a
Cruz da Redenção e a esquerda da VIRGEM MARIA, está o Arcanjo São Miguel com os
instrumentos da Paixão do SENHOR: a lança, o cravo de ferro, balde e a cana
(vara de hissopo) com a esponja molhada no vinagre (conforme Jo 19, 29). Como
uma criança assustada diante daqueles terríveis instrumentos de Sua Paixão, ELE
deve ter se movimentado nos braços da MÃE e involuntariamente soltado de seu pé
direito a sandália, que está dependurada. A face de NOSSA SENHORA é séria e
triste, olhando em nossa direção, nos mostrando o seu pequenino e amoroso FILHO,
e ao redor, os instrumentos da sua abominável flagelação e crucificação,
suscitando nossa piedade e devoção, e nos convidando a lembrar sempre os
motivos do sofrimento e das dores de JESUS para Redimir a Humanidade de todas
as gerações.
A Ilha de Creta na Grécia era uma
possessão veneziana desde 1204. Pela facilidade de transporte e comunicação com
a Europa, era o centro dominador da produção e distribuição de mercadorias
entre o Oriente e o Ocidente.
No século XV, por volta do ano
1498, havia um Ícone muito bonito de NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO numa
Igreja na Ilha de Creta, que desde algum tempo vinha atraindo frequentadores e
causando emoção pelos milagres de DEUS que aconteciam em face das orações,
preces e suplicas do povo à MÃE DE DEUS na presença intercessora daquela
imagem. Inclusive pessoas com elevada posição social afirmavam que aquele Ícone
era o original pintado por São Lucas. Ele já estava naquela Igreja há
algum tempo e era conhecido e venerado por todas as pessoas. Um dia, um comerciante
local, com sérios problemas pessoal e financeiro, que tinha planos de viajar
para a Itália, roubou a imagem e a levou consigo num navio.
Por causa das embarcações não
serem suficientemente resistentes, o percurso marítimo era margeando a costa do
continente. Entretanto, já distante de Creta, se formou uma grande tempestade,
e os marinheiros apavorados imploraram a misericórdia de DEUS, pedindo a NOSSA
SENHORA que intercedesse por eles para salvar a embarcação e suas vidas. Suas
preces foram ouvidas e eles foram salvos do naufrágio, sem saberem que dentro
da embarcação existia uma cópia ou o original, do Ícone da VIRGEM DO PERPÉTUO
SOCORRO.
O grego raptor da Imagem
desembarcou em Veneza, e trabalhou durante um ano na cidade, quando decidiu
mudar para Roma. A imagem seguia com ele, muito bem protegida. Instalado na
Cidade Eterna há mais de quatro anos, em face do excesso de trabalho, pegou uma
séria enfermidade, que se agravou na sequência dos meses.
Entre as amizades que formou,
tinha um amigo especial, também grego como ele, que lá residia há mais de dez
anos e inclusive tinha esposa e uma filha. O raptor sabendo que seu
estado de saúde não era bom abriu o coração e narrou ao amigo, à audaciosa
aventura de sua vida: “Alguns anos passados, eu roubei um quadro com uma bela imagem da MADONNA
na Igreja de Creta! Não era para vender. Estava atravessando uma fase infeliz
nos negócios e queria uma proteção pessoal, a fim de ter coragem para me
aventurar e desbravar outros horizontes. Não sou um fervoroso religioso, mas só
de olhar a imagem, sempre senti crescer uma poderosa força dentro de mim. Por
isso, agora doente, no fim da vida, peço levá-la a uma Igreja, e, por favor,
descreva este fato apresentando as minhas desculpas. Eu lhe imploro que a
imagem seja colocada numa Igreja onde o povo possa visitá-la e honrá-la”.
Assim que ele faleceu, o amigo
encontrou o quadro e o levou para sua casa, a fim de mostrá-lo a sua esposa e
juntos, escolherem a Igreja, aonde deveriam conduzi-lo. Mas, ao ver a imagem, a
esposa ficou admirada e naquele primeiro momento não quis levar o Ícone da
VIRGEM para uma Igreja. Na verdade, o casal não era muito religioso, rezavam às
vezes, mas nunca seguidamente, por que também nada conhecia da obra de JESUS e
da incomensurável grandeza do Amor Divino.
Aquele quadro foi colocado na
parede da sala de refeições, e numa posição tão estratégica, que ao
passar diante dele, ou estando à mesa durante as refeições,
involuntariamente o olhar descansava na beleza invulgar e profunda da MÃE DE
DEUS. E assim, do costume adquirido pelo casal de olhar a imagem sempre que se
assentavam a mesa, seguiu a delicadeza dos gestos. Como primeira manifestação,
o casal começou a se persignar diante da imagem antes das refeições. Depois se
acostumaram a trocar algumas palavras diante da Imagem, como se a colocassem
participando do assunto. E às vezes, em silêncio, deixavam o coração falar...
No silêncio da voz o ouvido do coração se abria com mais nitidez a resposta do
SENHOR. Outras vezes, confiantemente suplicavam a VIRGEM pedindo a Divina
proteção no trabalho, para vencer as dificuldades do cotidiano,
conservando-lhes a boa saúde para a continuidade da caminhada existencial.
Certo dia, oito meses após a
morte do amigo, junto ao Ícone da VIRGEM, o casal conversava e trocava ideias,
sobre a necessidade de ser cumprida a vontade do falecido, como condição
primordial, para se conseguir uma necessária paz interior e também, a amizade
de NOSSA SENHORA. Eles já estavam frequentando a Igreja com mais pontualidade e
até faziam algumas orações. Por esse motivo, naquele momento, contritos e
decididos diante da Imagem da VIRGEM, receberam uma “Luz”, que
entenderam ser o desejo de NOSSA SENHORA, que o quadro fosse colocado numa
Igreja situada entre a Basílica de Santa Maria Maggiore e a Basílica de São
João de Latrão.
Naquele mesmo dia 27 de março
de 1499, a imagem foi levada para a Igreja de São Mateus Apóstolo, no Monte
Esquilino, uma das sete colinas de Roma, que estava situada entre a Basílica de
Santa Maria Maggiore e a Basílica de São João de Latrão. Foi colocada entre
duas lindas colunas de mármore preto de Carrara, logo acima de um magnífico
altar de mármore branco.
E se constituiu numa
maravilha, durante três séculos, desde 1499 até 1798, a Igreja de São Mateus,
foi uma das mais procuradas pelos peregrinos que visitavam Roma, porque queriam
rezar diante da imagem milagrosa de NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO.
Entretanto, em 1796/1797, o
exército francês sob o comando de Napoleão Bonaparte invadiu os Estados
Pontifícios. Roma ficou diante da terrível ameaça do inimigo, a tal ponto que o
Papa Pio VI, foi forçado a assinar um Tratado de Paz, o Tratado de Tolentino,
em 17 de Fevereiro de 1797.
Todavia, um ano após a
assinatura do Tratado, o general francês Louis Alexandre Berthier marchou sobre
Roma e proclamou a “República Romana Livre”. Ele
mentiu, dizendo que não havia liberdade e que o povo estava escravizado. Mas na
realidade, o pretexto da quebra do Tratado de Paz foi justamente o assassinato
de um general da embaixada francesa em Roma, de nome Mathurin Léonard Duphot,
num tumulto popular provocado por revolucionários franceses e italianos no dia
28 de dezembro de 1797. E por esse motivo, pelo fato de ter mentido e ser muito
autoritário, pouco depois, Berthier foi substituído pelo general francês André
Masséna.
Em 03 de junho de 1798, o
General André Masséna querendo espaço para instalações militares e
administrativas na cidade, ordenou que trinta Igrejas fossem destruídas! Uma
delas foi a Igreja do Apóstolo São Mateus, onde estava o Ícone da VIRGEM! Foram
dias difíceis para os cristãos e as Ordens Religiosas. E como também o Mosteiro
Agostiniano estava na relação e foi destruído, os Padres foram autorizados a
retornar a Irlanda, a terra natal. Os monges se dividiram: alguns voltaram para
a Irlanda, outros ficaram na Igreja Matriz de Santo Agostinho, em Roma e os
demais, levaram o Ícone milagroso de NOSSA SENHORA e se mudaram para o Mosteiro
de Santo Eusébio, que era pobre e antigo, necessitando de urgentes reparos e
muita limpeza.
A imagem de NOSSA SENHORA
ficou em Santo Eusébio durante 20 anos. O local foi tratado e ampliado, mas
eram poucos monges que viviam ali e o povo quase não tinha acesso a imagem, e
assim, também pelo fato de ser muito grande para eles, em 1819, o Papa Pio VII,
pediu aos jesuítas para assumirem Santo Eusébio. O Santo Padre deu aos
agostinianos a Igreja e o Mosteiro de Santa Maria, em Posterula, do outro lado
da cidade, para onde os monges levaram a Imagem milagrosa da VIRGEM MARIA e a
colocaram num lugar de honra na Capela do Mosteiro.
Entre os agostinianos estava
Frei Agostinho Orsetti que era muito caprichoso e organizado, mantendo a
sacristia e as imagens em Santa Maria, com o maior rigor de limpeza. Também
treinava os coroinhas, ensinando-lhes o preparo e trabalho no Altar, durante a
Santa Missa e primordialmente, o posicionamento correto e digno, nas
celebrações e solenidades religiosas. Um dos coroinhas de nome Michael Marchi
se tornou muito amigo do Frei Agostinho e sempre estavam conversando. O Frei
sempre lhe dizia: “Michael, observe bem esta imagem. É um Ícone muito antigo. É a milagrosa
VIRGEM MARIA que estava na Igreja do Apóstolo São Mateus, única imagem nesta
cidade. Muitas pessoas vinham rezar diante dela e suplicar sua eficaz
intercessão junto a DEUS. Lembre-se sempre do que estou lhe dizendo”.
Em 1854, a Ordem dos
Redentoristas foi fundada por Santo Afonso de Ligório. Compraram uma área de
terra no Monte Esquilino, no local chamado Villa Caserta, que por uma
coincidência toda especial, a tal área também abrangia o local onde existiu a
Igreja de São Mateus Apóstolo, onde o Ícone de NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO
SOCORRO foi louvado e honrado por muitos cristãos.
Em 1855, Michael Marchi
desejando se tornar sacerdote entrou na Ordem Redentorista. Em 25 de março de
1857, fez os votos de pobreza, castidade e obediência e continuou os seus
estudos, sendo ordenado sacerdote no dia 2 de outubro de 1859.
Um dia, quando a Comunidade
estava no recreio, um Padre mencionou que havia lido alguns livros antigos
sobre uma Imagem milagrosa de NOSSA SENHORA, que tinha sido venerada na antiga
Igreja de São Mateus Apóstolo. Padre Michael Marchi com alegria falou para
todos: “Eu sei sobre o Ícone
milagroso da VIRGEM MARIA. Seu nome é NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO e ele
pode ser encontrada na Capela dos Padres Agostinianos, no Mosteiro de Santa
Maria, em Posterula. Eu vi a imagem muitas vezes durante os anos de 1850 e 1851
quando ainda era um jovem estudante universitário e servi como coroinha, a
Santa Missa em sua Capela”.
Em 7 de Fevereiro de 1863,
Francis Blosi, um Padre jesuíta durante uma Santa Missa na Basílica de São João
de Latrão, fez um sermão sobre a famosa imagem de NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO
SOCORRO. Ele descreveu a imagem da VIRGEM MARIA, e disse: “Espero que alguém na
multidão de fiéis que me ouve, saiba onde a imagem está! Se assim for, por
favor, diga a pessoa que mantém o Ícone da MÃE DE DEUS escondido por setenta
anos, que a VIRGEM ordenou ser este quadro colocado numa Igreja entre as
Basílicas de Santa Maria Maggiore e esta Basílica onde estamos, de São João de
Latrão. Esperemos que a pessoa se arrependa de seu ato impensado e traga a
Imagem para ser colocada no Monte Esquilino, a fim de que todos os fiéis
novamente possam honrá-la.”
O sermão do Padre Blosi logo
ficou conhecido dos Padres Redentoristas. Sabendo que sua Igreja estava
localizada próximo ao local da antiga Igreja de São Mateus Apóstolo,
apressaram-se em levar a notícia ao Padre Mauron, que era o Superior Geral dos
Redentoristas. Padre Mauron ouviu a notícia e sentiu uma grande alegria, mas
não teve pressa. Ele orou por quase três anos para conhecer a Santa Vontade de
DEUS, nesta importante questão.
Em 11 de dezembro de 1865, o
Padre Mauron e o Padre Michael Marchi, pediram uma audiência ao Papa Pio IX.
Ansiosamente, os dois padres, descreveram ao Papa, a história detalhada da
imagem de NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO. Eles relembraram inclusive, que a
VIRGEM MARIA manifestou o desejo de que a Imagem fosse colocada numa igreja
entre as Basílicas de Santa Maria Maggiore e São João de Latrão. Depois de
ouvir toda a história, o Papa perguntou-lhes se tinham colocado aquela
solicitação por escrito. Padre Mauron entregou a Sua Santidade, um documento
que o Padre Marchi tinha escrito e assinado sob juramento.
Sensibilizado com aquela
narrativa e tendo o Santo Padre o Papa Pio IX, um grande amor à VIRGEM MARIA,
imediatamente pegou a folha de papel onde o Padre Marchi tinha escrito o seu
testemunho, e de próprio punho, escreveu uma mensagem no verso do documento:
11 de dezembro de 1865:
O Cardeal Prefeito vai convocar o Superior da
pequena comunidade de Santa Maria, em Posterula e lhe dirá que é nossa vontade
que a Imagem de MARIA SANTÍSSIMA, que esta petição trata, seja devolvida a
Igreja situada entre São João de Latrão e Santa Maria Maggiore. Todavia, o
Superior da Congregação do Santíssimo Redentor está obrigado a substituí-la por
outra imagem adequada.
(assinado) O Papa Pio IX
O Papa falou e como é lógico,
o caso foi encerrado. A MÃE DO PERPÉTUO SOCORRO, logo estaria em casa, depois
de quase 75 anos distante. Na madrugada do dia 19 de janeiro de 1866, Padre
Michael Marchi e Padre Ernesto Bresciani atravessou a cidade de Roma, indo até
Santa Maria, em Posterula, para obter a imagem sagrada.
Os agostinianos estavam
tristes por ver a sua amada MADONNA partir, mas eles se
regozijaram que NOSSA SENHORA voltasse a ser homenageada no lugar onde Ela
desejava. Os monges agostinianos quiseram uma cópia exata da imagem original, e
isso lhes foi dado pouco tempo depois, conforme a decisão do Santo Padre, o
Papa.
Os Redentoristas de Santo
Afonso esperaram alegremente pela chegada de NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO
e sentiram uma grande felicidade sabendo que Ela ia permanecer definitivamente
na sua Igreja. Mas, embora as cores do Ícone ainda estivessem brilhantes, havia
muitos buracos de pregos na parte posterior do quadro. Um talentoso artista
polonês, que viveu em Roma, foi convidado e restaurou a imagem, cujo trabalho
terminou no princípio do mês de Abril.
Dia 26 de abril de 1866, Festa
de NOSSA SENHORA DO BOM CONSELHO, uma grande procissão partiu do Mosteiro de
Santo Afonso. Durante a procissão muitos acontecimentos milagrosos foram relatados.
Uma pobre mãe vendo que a procissão se aproximava, pegou o seu filho de quatro
anos de idade, que estava quase morto na cama, com uma doença no cérebro, com
febre constante nas últimas três semanas, segurou firme a criança e levou-a até
a janela. Quando a Imagem de NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO passou ela
gritou: “Ó boa Mãe, quer curar o meu filho ou quer levá-lo consigo para o
Paraíso?” Dentro de poucos dias o menino ficou totalmente curado. Ele
foi com sua mãe a Igreja de Santo Afonso para acender uma vela de ação de
graças no Santuário de NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO.
Em outra casa uma menina de
oito anos, estava aleijada e desamparada, desde a idade de quatro anos. Quando
a procissão se aproximava e a Imagem milagrosa de NOSSA SENHORA chegou perto, a
mãe da criança ofereceu sua filhinha à SANTÍSSIMA VIRGEM. De repente, a criança
sentiu uma grande mudança, e recuperou parcialmente o movimento de seus braços
e das pernas. Ao ver isto, a mãe ficou muito confiante de que NOSSA SENHORA ia
de fato ajudar a menina. No dia seguinte, logo pela manhã, levou a criança a
Igreja de Santo Afonso e colocou-a diante da imagem milagrosa de NOSSA SENHORA
DO PERPÉTUO SOCORRO. Olhando para a Imagem, rezou: “Agora, ó minha Mãe MARIA,
termine o trabalho que a Senhora começou”. Ela mal tinha
acabado de dizer as palavras e de repente à menina se levantou sobre seus pés,
totalmente curada!
Na Igreja de Santo Afonso o
Ícone da VIRGEM foi colocado no Altar mor. A Igreja estava toda decorada e o
Altar feericamente iluminado com grande quantidade de velas. Terminada a
procissão, foi celebrada uma solene Santa Missa de ação de graças e, em
seguida, o senhor Bispo concedeu a bênção com o Santíssimo Sacramento.
No dia 05 de maio de 1866, o
Papa fez uma visita pessoal ao Santuário para conhecer e rezar diante do Ícone
da VIRGEM MÃE.
Anos após, um novo Altar de mármore em estilo gótico foi
construído possuindo no centro superior uma magnífica decoração brilhante, com
guarnição em ouro. Quando tudo estava terminado, o Ícone da VIRGEM MARIA foi
carinhosamente colocado naquele lugar, onde se encontra até hoje. A primeira
Santa Missa celebrada no novo Altar do Santuário foi no dia 19 março de 1871,
Festa de SÃO JOSÉ.
O Simbolismo do ícone
de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Publicado originalmente em 07/01/2012
O quadro foi pintado no estilo bizantino da
Igreja Oriental. O objetivo desse estilo de arte não é mostrar uma cena ou
pessoas, mas transmitir uma bela mensagem espiritual.
1. Em grego as letras significam: Mãe de Deus.
2. O
quadro original foi coroado em 1867.
3. A
estrela representa que Maria nos guia até Jesus, guindo-nos no mar da vida até
o porto da salvação.
4.
Abreviação de Arcanjo São Miguel.
5. O Arcanjo São Miguel apresenta a lança, a vara com a esponja e o cálice
da amargura.
6. A boca
de Maria guarda silêncio.
7. Túnica
vermelha cor da realeza.
8. O
Menino Jesus segura as mãos de Maria que não segura as mãos do Menino Deus,
permanecendo aberta nos convidando a por as nossas mãos na sua, unindo-nos a
Jesus e os dedos apontando a Teu Filho nos mostrando que Ele é o caminho.
9. Abreviação
de Arcanjo São Gabriel.
10. Maria
olha diretamente para você, não para Jesus, nem para o céu, nem para os anjos.
11. São
Gabriel com a cruz e os cravos.
12. Abreviatura de Jesus Cristo em grego.
13. Jesus
veste roupas da realeza. O halo ornado com uma cruz proclama que ele é Jesus
Cristo.
14. A mãe
esquerda de Maria sustenta Jesus: a mão do consolo que Maria estende a todos
que a ela recorrem nas lutas da vida.
15. A
sandália desatada, simboliza a humildade de Nosso Senhor Jesus Cristo e também
a esperança de um pecador que agarrando a Jesus busca a Sua misericórdia. O
Menino ainda levanta o pé, para não deixar a sandália cair, para salvar aquele
pecador.
16.
Manto azul, com o forro verde sobre a túnica vermelha são as cores da realeza.
Somente a Imperatriz podia usar estas combinações de cores. O Azul também era o
emblema das mães da época.
Todo o fundo dourado mostra a importância de Maria, é o símbolo de poder e
nobreza, da glória do paraíso para onde iremos, levados pelo perpétuo socorro
da Santíssima Mãe de Deus.
Roosevelt Maria de Castro
VIRGEM DA
PAIXÃO
A tipologia da Mãe de Deus da
Paixão está presente no repertório da pintura bizantina desde, no mínimo, o
século XII, apesar de rara. No século XV, esta composição que prefigura a
paixão de Jesus, é difundida em um grande número de ícones.
Andreas Ritzos, pintor grego do
século XV, realizou as mais belas pinturas neste tema. Por esta razão, muitos
lhe atribuem este tipo iconográfico. Na verdade, a tipologia é bizantina, e
quase acadêmica a execução do rígido panejamento das vestes; mas é certamente
novo o movimento oposto e assustado do menino, de cujo pé lhe cai a sandália, e
ainda a comovente ternura do rosto da mãe.
O ícone é uma variante do tipo hodigítria cuja
representação clássica é Maria em posição frontal, num braço ela porta Jesus
que abençoa e, com o outro, o aponta para quem, olha para o quadro, aludindo no
gesto à frase “é ele o caminho”.
Na representação da Virgem da Paixão, os arcanjos
Gabriel e Miguel, na parte superior, de um lado e do outro de Maria, apresentam
os instrumentos da paixão. Um dos arcanjos segura a cruz e o outro a lança e a
cana com uma esponja na ponta ensopada de vinagre (Jo 19,29).
Ao ver estes instrumentos, o menino se assusta e
agarra-se à mãe, enquanto uma sandália lhe cai do pé.
Sobre as figuras no retrato, estão algumas letras
gregas. As letras “IC XC” são a abreviatura do nome “Jesus Cristo” e “MP ØY”
são a abreviatura de “Mãe de Deus”. As letras que estão abaixo dos arcanjos
correspondem à abreviatura de seus nomes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Antes de postar seu comentário sobre a postagem, leia: Todo comentário é moderado e deverá ter o nome do comentador. Comentário que não tenha a identificação do autor (anônimo), ou sua origem via link e ainda que não tenha o nome do emitente no corpo do texto, bem como qualquer tipo de identificação, poderá ser publicado se julgar pertinente o assunto. Como também poderá não ser publicado, mesmo com as identificações acima tratadas, caso o assunto for julga impertinente ou irrelevante ao assunto. Todo e qualquer comentário só será publicado se não ferir nenhuma das diretrizes do blog, o qual reserva o direito de publicar ou não qualquer comentário, bem como de excluí-los futuramente. Comentários ofensivos contra a Santa Madre Igreja não serão aceitos. Comentários de hereges, de pessoas que se dizem ateus, infiéis, de comunistas só serão aceitos se estiverem buscando a conversão e a fuga do erro. De indivíduos que defendem doutrinas contra a Verdade revelada, contra a moral católica, de apoio a grupos ou ideias que contrários aos ensinamentos da Igreja, ao catecismo do Concílio de Trento, ferem, denigrem, agridem, cometem sacrilégios a Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo, a Mãe de Deus, seus Anjos, Santos, ao Papa, ao clero, as instituições católicas, a Tradição da Igreja, também não serão aceitos. Apoio a indivíduos contrários a tudo isso, incluindo ao clero modernista, só será publicado se tiver uma coerência e não for qualificado como ofensivo, propagador do modernismo, do sedevacantismo, do protestantismo, das ideologias socialistas, comunistas e modernistas, da maçonaria e do maçonismo, bem como qualquer outro tópico julgado impróprio, inoportuno, imoral, etc. Alguns comentários podem ser respondidos via e-mail, postagem de resposta no blog, resposta do próprio comentário ou simplesmente não respondido. Reservo o direito de publicar, não publicar e excluir os comentários que julgar pertinente. Para mensagens particulares, dúvidas, sugestões, inclusive de publicações, elogios e reclamações, pode ser usado o quadro CONTATO no corpo superior do blog versão web. Obrigado! Adm do blog.