Seja por sempre e em todas partes conhecido, adorado, bendito, amado, servido e glorificado o diviníssimo Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria.

Nota do blog Salve Regina: “Nós aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade. Pelo contrário, negamo-nos e sempre nos temos negado a seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II, e depois do Concílio em todas as reformas que dele surgiram.” Mons. Marcel Lefebvre

Pax Domini sit semper tecum

Item 4º do Juramento Anti-modernista São PIO X: "Eu sinceramente mantenho que a Doutrina da Fé nos foi trazida desde os Apóstolos pelos Padres ortodoxos com exatamente o mesmo significado e sempre com o mesmo propósito. Assim sendo, eu rejeito inteiramente a falsa representação herética de que os dogmas evoluem e se modificam de um significado para outro diferente do que a Igreja antes manteve. Condeno também todo erro segundo o qual, no lugar do divino Depósito que foi confiado à esposa de Cristo para que ela o guardasse, há apenas uma invenção filosófica ou produto de consciência humana que foi gradualmente desenvolvida pelo esforço humano e continuará a se desenvolver indefinidamente" - JURAMENTO ANTI-MODERNISTA

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Eu conservo a MISSA TRADICIONAL, aquela que foi codificada, não fabricada, por São Pio V no século XVI, conforme um costume multissecular. Eu recuso, portanto, o ORDO MISSAE de Paulo VI”. - Declaração do Pe. Camel.

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Ao negar a celebração da Missa Tradicional ou ao obstruir e a discriminar, comportam-se como um administrador infiel e caprichoso que, contrariamente às instruções do pai da casa - tem a despensa trancada ou como uma madrasta má que dá às crianças uma dose deficiente. É possível que esses clérigos tenham medo do grande poder da verdade que irradia da celebração da Missa Tradicional. Pode comparar-se a Missa Tradicional a um leão: soltem-no e ele defender-se-á sozinho”. - D. Athanasius Schneider

"Os inimigos declarados de Deus e da Igreja devem ser difamados tanto quanto se possa (desde que não se falte à verdade), sendo obra de caridade gritar: Eis o lobo!, quando está entre o rebanho, ou em qualquer lugar onde seja encontrado".- São Francisco de Sales

“E eu lhes digo que o protestantismo não é cristianismo puro, nem cristianismo de espécie alguma; é pseudocristianismo, um cristianismo falso. Nem sequer tem os protestantes direito de se chamarem cristãos”. - Padre Amando Adriano Lochu

"MALDITOS os cristãos que suportam sem indignação que seu adorável SALVADOR seja posto lado a lado com Buda e Maomé em não sei que panteão de falsos deuses". - Padre Emmanuel

“O conteúdo das publicações são de inteira responsabilidade de seus autores indicados nas matérias ou nas citações das referidas fontes de origem, não significando, pelos administradores do blog, a inteira adesão das ideias expressas.”

16/01/2018

O Tempo Sacro

“A Igreja imita os santos do céu; dando honra e glória ao Altíssimo, associa-se a eles; chama ao serviço dÊle todas as criaturas, todas as ciências, todas as artes”

Padre João Batista Reus - Curso de Liturgia
O TEMPO SACRO
61. O ano eclesiástico em geral.
62. A semana.
63. Divisão dos domingos.
64. Os dias da semana.
65. Divisão das férias.
66. As quatro têmporas.

CAPITULO IV.
O TEMPO SACRO
§ 61. A ANO ECLESIÁSTICO EM GERAL
245.   Servir a Deus não é só obrigação do indivíduo, mas também da comunidade. A veneração comum, porém, da divina Majestade supõe nos membros desta comunidade o conhecimento de uma hora fixa para o culto, e de um tempo determinado para certas funções cultuais. A esta exigência corresponde o ano eclesiástico.
1. Definição. Materialmente o ano eclesiástico é uma sucessão de 365 ou 366 dias. É formado à semelhança do ano civil, composto de 52 ou 53 semanas.
Liturgicamente, em sentido lato, designa os 52 domingos, cada qual com a sua semana (p. ex., Fer. 2 infra Dom. 8 post Pent.) e com as festas ocorrentes. Nesta acepção também o antigo testamento possuía ano litúrgico. Mas o novo testamento tem algo mais: a significação mística.
Misticamente, o ano eclesiástico é a repetição da vida de Cristo, baseada na celebração dos mistérios principais do divino Redentor. Portanto, o ano litúrgico em sentido estrito é o ano solar repetindo a vida de Jesus Cristo pelos tempos santos.
246.    2. História. O ponto de partida do ano litúrgico se acha no santo sacrifício da missa, em que "a obra da nossa redenção se celebra". Pois nele se renovam as obras principais desta redenção: a paixão, a ressurreição e a glorificação.
A formação do ano litúrgico, na qualidade de tempo sacro, deve-se atribuir à comemoração da obra da redenção em dias determinados. Tais eram os domingos e as festas de páscoa e pentecostes. Cada domingo (dies dominica) é dia de Nosso Senhor e lembra a sua ressurreição. Deste feito todo o ano litúrgico possui um caráter cristocêntrico e eucarístico. Aperfeiçoou-se pelo aumento sucessivo das festas; no século VII-VIII tinha a forma de hoje. Testemunha-o o sacramentário gregoriano, discrepando só no fato de contar 5 domingos do advento em lugar de 4. O jejum antes da páscoa havia já no II século, o qual pouco a pouco se estendeu.
247.    3. 0 costume de principiar o ano litúrgico com o advento começou no século XI, ocasionado quiçá pelos livros litúrgicos. Pois os antigos sacramentários trazem em primeiro lugar as missas do natal. Para tornar o uso destes livros mais cômodo, foi conveniente pôr as missas do advento antes da festa do natal. Assim fizeram em parte no século X, generalizando-se o costume no século XII. Tendo principiado o livro litúrgico com as missas do advento, a conseqüência foi dar início também ao ano eclesiástico pelo advento. Foi o que fizeram os liturgistas, entre eles já Beletho.
Na idade média havia vários modos de começar o ano: no dia do natal (25 de dezembro), 1° de janeiro, 1° de março, 25 de março, sábado santo, páscoa. Apesar de existirem os elementos do ano litúrgico, o nome "ano eclesiástico" ocorre pela primeira vez em 1589.
248.    4. A divisão do ano litúrgico em 3 ciclos é ainda mais nova do que o princípio dele com o advento. O ciclo do natal e o da páscoa são geralmente admitidos; não o é, porém, igualmente o ciclo de pentecostes. Afirmam alguns que nem pela história nem pela matéria se pode justificar este último. Mas deve-se distinguir. Se se toma o terceiro ciclo significando a terceira parte do ano eclesiástico sob o nome de "pentecostes", então este terceiro ciclo é inadmissível, por não ter nada com pentecostes, a não ser o nome dos domingos. Se, porém, se estabelece o terceiro ciclo com o nome de "Cristo Rei", então há razões suficientes para o admitir. (n. 425.)
§ 62. A SEMANA 
O DOMINGO
249.    A semana cristã é a continuação da semana israelítica. Mas o sábado, como dia do culto divino, foi substituído pelo domingo.
1. Os primeiros cristãos estavam acostumados a guardar o sábado, o último dia da semana. Depois de acabar este dia (mais ou menos às 6 horas da tarde), celebravam o santo mistério da missa e comunhão no primeiro dia da semana. Assim sabemos que S. Paulo reuniu os cristãos de Trôade para partir o pão eucarístico una sabbati, "no primeiro dia depois do sábado". Em Corinto (1 Cor 16, 2) os cristãos se reuniram pela primeira vez per unam sabbati. No Apocalipse de S. João (1, 10) este dia pela primeira vez é chamado: dia do Senhor (dies dominica, domingo).
Em breve o domingo foi recebido pelo uso geral, a ponto de ficarem as seitas mais antigas, p. ex., os ebionitas, com o domingo ao lado do sábado, ao qual deram preferência. O domingo foi chamado também dies solis, o dia do sol, pois que Jesus Cristo é o verdadeiro sol de justiça e santidade.
250.    2. A Igreja tem o poder de substituir o sábado pelo domingo. Pois Jesus Cristo aboliu as leis cerimoniais do antigo testamento pela sua morte. Por isso, avisa S. Paulo os cristãos perseguidos por não observarem as leis cerimoniais judaicas (Col 2, 16) que não se importassem com as festas da lua nova ou do sábado. Pois tudo isso era figura do futuro, que se achava cumprido em Jesus Cristo e por conseguinte não tinha mais força obrigatória.
251.    3. Motivos para celebrar o domingo.
1) A ressurreição de Jesus Cristo no primeiro dia da semana, mistério fundamental da fé cristã. Por isso nos domingos se recita o Sl 117, que traz as palavras da antífona pascoal:"Heec dies quam fecit dominus: exsultemus et lwtemur in ea." O Senhor mesmo aplicou estas palavras à sua ressurreição (Mt 21, 42): "Nunquam legistis in scripturis: a domino factum est istud et est mirabile in oculis nostris?" São Pedro alude ao mesmo salmo. (At 4, 11; 1 Ped 2, 7.) Por isso, as antífonas das Laudes e Horas menores vêm acompanhadas de 1 ou 3 aleluias como no tempo pascal; não se jejua nem se reza de joelhos, p. ex., as antífonas marianas, o anjo do Senhor. S. Agostinho explica este costume, dizendo (Ep. 55, 28): Stantes oramus, quod est signum resurrectionis.
2) O dia da criação do mundo. Lembrança disso há nas vésperas: Lucis Creator optime.
3) O dia dá descida do Espírito Santo. Por isso o domingo era "o dia da Liturgia" e o tipo de todas as festas, que durante o ano eclesiástico se celebravam com vigília e descanso dominical. (Piacenza, Reg. p. 29.)
252.    Sendo comemoradas assim as três Pessoas divinas no domingo, foi ele considerado como dedicado à SS. Trindade. Fala deste santo mistério o hino das matinas: "Primo die quo Trinitas Beata mundum condidit"; o responsório 8 com o Sanctus, Sanctus, Sanctus, o símbolo Quicumque, o prefácio da SS. Trindade.
Mas o domingo não foi igualmente por toda parte considerado primeiro dia da semana. Em vários países era o último dia da semana, porquanto esta começava pela segunda-feira. Pela legislação eclesiástica e civil o domingo se tornou dia de descanso no sentido cristão desde o século IV. Assistir à missa nos domingos tornou-se obrigação para todos os adultos desde o princípio do século IV. (Sínodo de Elvira, 306.)
§ 63. DIVISÃO DOS DOMINGOS
253.    1. Classes. No missal, p. ex., o primeiro domingo do advento traz a rubrica: 1 classis. Semiduplex. É uma contradição aparente. Pois os domingos são classificados segundo a dignidade (p. ex., 1 classis) e o rito (p. ex., semiduplex).
a) Quanto ao rito, todos os domingos são semiduplex com exceção de 3: Dominica paschalis, Dominica iri Albis, Dominica Pentecostes.
b) Quanto à dignidade, distinguem-se maiores e menores ou comuns (per annum).
c) Os domingos maiores dividem-se em 2 classes conforme o seu respectivo privilégio de preferência.
aa. Os domingos da primeira classe são preferidos na ocorrência (portanto não nas vésperas) a todas as festas são 10: o 1° domingo do advento, os 4 domingos da quaresma e os 4 seguintes até ao domingo da pascoela, e pentecostes. As festas incidentes devem ser transferidas.
254.    bb. Os domingos da segunda classe são preferidos a todas as festas menos às de primeira classe. São 6: o 2°, 3° e 4° do advento, os três antecedentes à quaresma: setuagésima, sexagésima e qüinquagésima.
2. Privilégios. Todos os domingos têm os seguintes privilégios:
a) Neles nenhuma festa pode ser fixada para sempre. Exceções: festa da S. Família, da SS. Trindade, de Cristo Rei ou de outra festa por dispensa rara da S. C. dos Ditos.
b) Nenhuma festa pode ser transferida para um domingo.
c) Nenhum ofício de domingo se omite totalmente; quando impedido deve ser comemorado no ofício e na missa com seu prefácio próprio, ao menos por via de regra, e a missa impedida deve ser rezada na semana seguinte, conforme regras especiais.
3. Número. Nos livros litúrgicos são indicados 53 domingos e 53 ofícios de domingos. Se A é letra dominical ou (no ano bissexto) é uma delas (A g, bA), i. é, quando o 1° de janeiro cai num domingo, ou, no ano bissexto no sábado, lodos os 30 ofícios depois de pentecostes (24 mais 6 da epifania) têm o seu domingo, do contrário só 29, e um ofício antecipado no sábado com os direitos de domingo. Pois, neste caso, são só 52 domingos.
255.    4. Vacantes são os domingos sem ofício e sem comemoração. Ocorrem, às vezes, entre o dia 25 de dezembro e 13 de janeiro e são ocupados por festas.
Vagos (móveis) se chamam o 3°, 4°, 5° e 6° domingo depois da epifania, porque não são fixados num lugar certo, sendo celebrados, ora depois da epifania, ora depois de pentecostes.
256.   5. O primeiro domingo do mês é, na acepção civil, aquele que cai no dia primeiro do mês ou vem logo depois dele. Este cômputo é necessário, quando se trata de fixar uma festa num domingo determinado ou de ganhar indulgências concedidas para certo domingo do mês. No cômputo propriamente eclesiástico o primeiro domingo do mês é aquele que cai no dia primeiro ou que vem mais perto dele. Se o dia primeiro do mês cai numa segunda ou terça ou quarta-feira; o primeiro domingo é aquele que precede estes dias; se cai nos outros dias, é o domingo seguinte. Faz exceção o primeiro domingo do advento que é determinado em relação à festa de S. André. (30 de nov.) Este cômputo decide o princípio das lições da s.escritura no ofício divino.
§ 64. OS DIAS DA SEMANA
 257.    1. Nomes. O nosso domingo era chamado pelos israelitas primeiro dia depois do sábado (una = prima sabbati), os dias seguintes eram designados com o número ordinal. Este modo foi recebido pela Igreja, mas modificado quanto ao primeiro e último dia, que tomaram o nome de domingo e sábado. Além disso a Igreja acrescentou ao número ordinal o termo feria, falando da Feria secunda, Feria tertia. Quis significar que os clérigos devem deixar o cuidado das outras coisas para "feriar" só para Deus. (In festo S. Silvestri, 31 dec.)
Os pagãos falavam do dies soils, lunce, martis, mercurii, jovis, veneris et saturni, termos às vezes empregados também pelos s. padres dos primeiros séculos.
258.    2. Dias principais. São os dias que, ainda hoje, no ano eclesiástico têm uma posição especial na quaresma e nas quatro têmporas: a quarta-feira, a sexta-feira e o sábado.
A sexta-feira, tanto no Oriente como no Ocidente, foi consagrada à paixão de Jesus Cristo. Foi neste dia que o Senhor foi pregado na cruz para satisfazer por nossos pecados. Em sinal de luto e penitência guardava-se nele o jejum.
A quarta-feira lembra a traição de Judas, que neste dia vendeu o divino Redentor por 30 siclos. Esta circunstância motivou o jejum de penitência na quarta-feira.
O sábado era celebrado no Ocidente do mesmo modo que no Oriente. No Ocidente encontramos pelo fim do século III o uso de jejuar no sábado. Provavelmente tem a sua origem no fervor dos cristãos que estenderam o jejum da sexta-feira até ao sábado (superponere jejunium). Nestes três dias mencionados nem em Alexandria nem em Roma havia missa. Eram dias de estação (statio), dias alitúrgicos.Provavelmente feria só é a tradução do hebraico sabbatum, descanso. Pois S. Jerônimo (Ad Gal. II, 4; ML 26 p. 378) chama a quarta-feira cristã quartam sabbati.
259.    3. O sábadoao menos desde o fim do século X , é consagrado à Maria Santíssima.
Durandus (IV, c. 1, n.° 30-35) alega os motivos seguintes, que com reserva merecem ser mencionados.
1. Achava-se numa igreja de Constantinopla uma imagem da Virgem SS., diante da qual pendia uma cortina que a cobria toda. Esta cortina desaparecia na sexta-feira depois das vésperas sem alguém a tocar, só por um milagre de Deus, para que a imagem pudesse ser vista totalmente pelo povo. Depois das vésperas do sábado a cortina cobria outra vez a imagem e ficava assim até à sexta-feira seguinte. Por causa deste milagre determinou-se cantar sempre neste dia em honra da SS. Virgem.
2. Quando o Senhor estava morto e os discípulos desesperaram da ressurreição, naquele sábado só nela ficou toda a fé. Ela estava certa de que Cristo era filho de Deus e havia de ressurgir no terceiro dia.
3. O sábado é a porta do domingo, portanto a porta do céu, cujo símbolo é o domingo. Ora, Maria é a porta do céu. Por isto a festejamos no dia que precede o domingo.
4. A solenidade do filho (sexta-feira) deve seguir-se imediatamente a solenidade da mãe.
5. Convém que no sábado, em que Deus descansou da sua obra, haja alguma solenidade.
Quanto à 1ª razão é preciso notar que uma crença popular e ingênua pode ser a causa próxima de uma devoção fundada em motivos sólidos. A 2ª razão dificilmente se compõe com a promessa de que S. Pedro nunca havia de vacilar na fé. Bento XIV (de fest. c. 5, n. 8) diz: "Nem todos os teólogos defendem a sentença de que os apóstolos perderam a fé, a qual era firme só na Virgem SSma. Pois Pedro, negando a Cristo, não cometeu outra falta além de ter medo de confessar a Cristo aberta e livremente. A sua alma contudo estava isenta de qualquer erro. Nem Cristo teria encomendado sua mãe caríssima a S. João, se ele tivesse perdido a fé." (Suarez, de fide disp. 9. sect. 3.)
O mesmo papa (de fest. B. M. V. I. II c. 18 n. 2) escreve: Belarmino observa que Madalena estava abrasada de grande fogo de caridade como se vê em Jo. 19 e 20. Ora, a caridade não se pode separar da fé. Até acrescenta: Parece ser perigoso dizer que só na Virgem SSma. ficou a verdadeira Fé. Desta maneira a Igreja teria perecido. Pois uma pessoa não pode ser chamada Igreja, porquanto a Igreja é um povo e o reino de Cristo. (Bellarm. t. II. controvers. 1. '3, de eccl. mil . c. 17.)
A 4ª razão será a decisiva. Começou-se a jejuar na sexta-feira e continuou-se em honra da mãe. Stabat iuxta crucem fesu Mater eius. (Jo 19, 25.)
No Liber sacramentorurn do séc. VIII para cada dia da semana está assinalada uma missa votiva própria. Pois não havendo muitas festas de santos não era possível evitar a repetição da missa do domingo. Para aliviar a devoção pela mudança das fórmulas da missa e para achar auxílio nas necessidades por missas especiais formou-se o costume, fixado mais tarde por Pio V, de consagrar os dias da semana ao culto de Deus trino e dos santos segundo a dignidade indicada na ladainha de todos os santos: Deus, Maria, José e Apóstolos.
O domingo está consagrado à SS. Trindade, com preferência considerada na unidade da essência divina.
A segunda-feira, sendo Maria SS. venerada no sábado, dedicou-se à SS. Trindade, considerada expressamente na trindade das Pessoas divinas, a terça-feira aos anjos, que têm o terceiro lugar, a quarta-feira aos apóstolos que ocupam o quarto lugar no céu. Com o conhecimento mais profundo da dignidade de São José superior à dos apóstolos, a ele se deu o quarto lugar, logo depois dos anjos, e a sua missa votiva (1883) foi marcada também para a quarta-feira. A quinta-feira sempre esteve dedicada à SS. Eucaristia, a sexta-feira à cruz, o sábado à Maria SSma.
A missa do Espírito Santo se reservou para a quinta-feira, dia este, em que se realizou a ascensão de Jesus Cristo, de que dependia essencialmente a abertura da porta celestial e por conseguinte a descida triunfal do Espírito Santo. (lo 16, 7, Pref. de Sp. S.) A segunda-feira é o dia das almas.
O ensejo desta instituição parece ser uma suposta revelação divina em que se afirma ter outorgado Nosso Senhor aos condenados repouso de seus tormentos todos os domingos em honra de sua ressurreição. A notícia se acha no apocalipse apócrifo de São Paulo do séc. IV e tornou-se opinião muito espalhada. Com o correr dos séculos o privilégio dos condenados foi transferido para as almas do purgatório. Assim São Pedro Damião, seguindo, como ele diz, "a piedosa opinião de homens ilustres", ensina que as almas do purgatório no domingo estão livres dos sofrimentos' mas devem voltar para as penas na segunda-feira.
Por isso é mister socorrê-las neste dia. A Igreja, com a sua solicitude maternal, sem adotar esta opinião, prescreve, quando não obstam as rubricas, a oração "Fidelium" pelos defuntos e permite a missa conventual de réquie na segunda-feira. (Franz:Messe i. d. Mittel pág. 144 MI. 145 pág. 564; 427; Durand IV, 1 n. 29.) O fundamento dogmático decisivo para a Igreja é a comunhão dos santos. No domingo se comemora a Igreja triunfante, logo depois na segunda-feira a Igreja padecente, à maneira da festa de Todos os Santos e do dia de finados.
§ 65. DIVISÃO DAS FÉRIAS
260.   1. Segundo a dignidade, as férias dividem-se em férias maiores e menores.Maiores são as férias do advento, da quaresma, das quatro têmporas de setembro, da segunda-feira das Rogações.
As férias maiores são privilegiadas ou não privilegiadas. As privilegiadas são 7: A quarta-feira das cinzas e os 6 dias da semana santa (S. R. C. 1.0 nov. 1931). São preferidas a todas as festas.
As férias maiores não privilegiadas são preferidas somente às festas simples e vigílias, mas são comemoradas nos ofícios de 9 lições.
Menores ou per annum são todas as férias fora das férias maiores. Não tem comemoração, quando se celebra outro ofício.
261.   2. Ofício. A féria menor não tem I vésperas, principia, portanto, pelas matinas e termina com as vésperas e completas do dia.
Precede um simplex, as vésperas são da féria respectiva, porquanto o simplex não tem II vésperas. Segue-se urna festa, embora simplex, o ofício da féria termina com a noa, e as vésperas são da festa seguinte, sem comemoração da féria. Ocorre um simplex ou simplificado numa féria maior, as vésperas do dia anterior são da féria, como no saltério, com comemoração do simplex ou simplificado. Pois não se rezam as vésperas de um ofício, que na sua maior parte é simplificado. Pars maior trahit minorem.
262.   3. Composição do ofício ferial. Invitatório, hino, os 9 salmos e antífonas (omitido o versículo do 1º, 2º noturno) e o versículo do 3º noturno da féria respectiva. Lições e responsórios do próprio do tempo; no fim da 3ª lição no tempo da páscoa — Te Deum, o qual fora deste tempo e na segunda-feira das rogações se omite. Nas laudes se rezam nas férias menores as antífonas e salmos da 1ª série; no advento, no tempo entre a setuagésima até à semana santa, nas vigílias comuns (exceto a vigília da ascensão), nas quatro têmporas, da 2ªsérie.
263.   A capítula da féria respectiva. A oração, se não houver própria, é a do domingo precedente. O sufrágio, fora do advento e do tempo da paixão (no tempo pascal commemoratio crucis), se não houver comemoração de um duplex, de uma oitava, ou de um oitavo dia simplex, item na sexta-feira depois da oitava da ascensão e na vigília de pentecostes.
As preces feriais recitam-se no advento, na quaresma até à semana santa, inclusive, nas quatro têmporas, mesmo se se fizer a comemoração de uma oitava, de um duplex ou semiduplex (A. B. VIII, 3).
264.   4. A prima é rezada como está indicado no ordinário e saltério.
a) Se nas laudes se tomou a 2ª série, a prima tem além dos 3 salmos costumados um quarto salmo, a saber, o primeiro da 1ª série de laudes, que havia sido omitido e substituído pelo Miserere.
b) A capítula é: Pacem; só nos dias de domingo antecipado e do tempo pascal: Regi.
c) Se houver preces feriais nas laudes, há-os também na prima; se não, há dominicais.
5. Terça, sexta, noa como no ordinário e saltério. Preces feriais, se houver na prima.
6. Vésperas como no ordinário, saltério, e próprio do tempo. Sufrágio e preces feriais como nas laudes.
7. Completas como no ordinário e saltério. Preces como na prima.
§ 66. AS QUATRO TÊMPORAS
265.   1. NomeQuatro têmporas ou só têmporas se chamam a quarta-feira, a sexta-feira e o sábado das 4 semanas seguintes: primeira da quaresma, primeira de pentecostes, terceira de setembro e terceira de dezembro; nestas semanas há jejum.
2. Origem. Influíram provavelmente vários elementos. Conforme uns autores as quatro têmporas são o vestígio da antiga semana cristã com 3 dias de jejum; conforme outros, foram instituídas para santificar o início das 4 estações do ano. Mais provável é que sejam resultado de várias reflexões.
a) A idéia de jejum algumas vezes por ano acha-se na escritura sagrada do antigo testamento. Estes textos são citados nas lições dos sábados das têmporas de setembro. O profeta Zacarias (8, 19) menciona quatro épocas de jejum para Israel. O Papa Leão Magno (Sermão 92; 79; 12) ensina que as têmporas fora da quaresma foram instituídas pelos apóstolos.
266.   b) Foi em Roma que primeiro se celebravam as 3 têmporas do verão, outono e inverno. O número 3 se explica por certas festas pagas que ocorriam três vezes por ano, feriae sementinae (inverno), feriae messis (verão), feriae vindemiales (outono). As têmporas contrabalançavam os excessos dos idólatras. Assim se explica o fato, um tanto estranho, de que o Oriente não conhece as têmporas. O Líber Pontificalis diz que o papa Calisto (+ 233) instituiu estas 3 têmporas.
c) S. Leão Magno menciona pela primeira vez as quatro têmporas relacionando-as com as 4 estações do ano. Deviam ser santificadas pelo jejum.
d) O Papa (Gelásio (+ 496) acrescentou as ordenações sacerdotais que ainda hoje se fazem nestes dias. (Cân. 1006, § 2) De Roma, as têmporas se propagaram para todas as igrejas de rito romano. A sua época só foi fixada por Urbano II (1095).
Como foi costume antigo cristão jejuar antes das ordenações (At 13, 2), a Igreja, guardando este costume, conferia as ordens nos dias de jejum. Segundo Durandus (II e 1 n.34) as quatro têmporas são as primícias do tempo, porque representam cada vez o inicio de uma nova estação do ano. Os clérigos são as primícias do povo cristão, porquanto estão em lugar dos levitas, os quais Deus reservou para si em troca dos filhos primogênitos de cada família. Por isso convém, que as primícias do povo cristão sejam consagradas a Deus junto com as primícias do tempo, as quatro têmporas.
267.   3. A Liturgia das têmporas tem na quarta-feira duas epístolas. A razão histórica é o antigo costume romano e de outras Liturgias de ler duas lições antes do evangelho.
Beletho (c. 90) e Durando (VI, c. 8 n. 2) explicam as duas lições com a antiga regra de que, no sábado depois de uma quarta-feira com duas lições na missa, se podem ordenar sacerdotes, e isto seis vezes por ano. Na quarta-feira os candidatos eram examinados e por isso na missa se acrescentava uma lição relativa ao sacerdócio, para significar que os ordenandos devem ser versados no antigo e novo testamento para poder instruir o povo.
Nos sábados das têmporas se lêem seis lições, mas provavelmente antes eram doze, como ainda no sábado santo, por causa do escrutínio dos catecúmenos antes do batismo. A quinta lição é sempre a chamada lectio de camino ignis do profeta Daniel. A sua significação é profunda. Como os três jovens passaram pela prova do fogo, assim os candidatos ao sacerdócio devem passar pelas provas exigidas pela Igreja, conforme a lei apostólica: Probentur primum et sic ministrent. (1 Tim 3, 10; Durando VI, c. 10, n. 3.) Depois. dela antigamente se realizavam todas as ordenações, ao passo que hoje são distribuídas pelas várias lições.

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