“Visto que todo o mundo
está contra Deus e Sua Igreja, é evidente que Ele reservou a vitória sobre Seus
inimigos a Si mesmo”
Arai Daniele
Quem se ocupa dos Eventos de Fátima,
sabe que estes começaram aqui em 1915 com estranhas aparições à Lúcia e a
outras crianças.
«Afirmam que lhes aparecia um vulto
todo embrulhado num pano branco sem se lhe verem o rosto na Cova da Iria e
noutros sítios, atrás do moinho do Cabeço. Umas poucas vezes. Os outros é que
disseram. A Lúcia só depois é que disse.» (Documentação Crítica de
Fátima. I – Interrogatório aos Videntes – 1917, Santuário de Fátima, 1992, p.
83)
Havia algum misterioso simbolismo
nestas aparições? Porque tratava-se de um vulto indefinido, que a uma delas
pareceu ser uma mulher sem cabeça. Ao que, um Padre americano que esteve aqui,
junto a outros poucos, atribuía a essa imagem a figura de uma igreja degolada.
É claro que então esta idéia seria
tão estranha, que a questão foi literalmente suprimida. No entanto, mais tarde,
seria o mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo a transmitir à Lúcia a alusão de um
Papado que, como o Rei da França, por não ter atendido em tempo ao Seu pedido,
acabaria em desgraça (guilhotinado: acéfalo).
Seguiram em 1916 as três aparições do
Anjo, que impressionaram tanto os Pastorinhos, ao ponto que não falavam de boa
vontade nelas.
Passados cem anos, o que aconteceu
com o Papado e a Igreja Católica? Vamos ver se os Papas precedentes anteviam de
algum modo os tempos da atual crise religiosa inaudita.
Comecemos pelo Papa Pio IX, nascido
num 13 de Maio, na sua visão futura do mundo em que via crescer a aversão à
Igreja divina, quando disse: “Deus guardou para Si vencer seus
inimigos.”
Discurso – (27.11.1871): “Hoje não
é mais com a heresia, não é mais com o martírio de sangue que se depara a
Igreja para combate-la, mas é, direi assim, o martírio intelectual e moral.
Hoje não se faz mais a guerra a uma parte da Igreja, a um aspecto da sua fé, a
algum de seus dogmas. Hoje se faz guerra à Igreja inteira. Hoje está contra a
Igreja a incredulidade, o ateísmo, o materialismo. Hoje não há que lutar mais
com heresias que não subsistem, ou sem nenhuma importância; mas com a
indiferença, com a impiedade, que visa arrancar do coração de todo Católico a
fé; visa arruinar desde os fundamentos a Igreja de Jesus Cristo, e esta Cidade,
tornada preciosa pelo sangue de tantos Mártires, a cair de novo nos miasmas da
antiga corrupção, reduzindo-a como sob os Neros, ou melhor, Julianos Apóstatas.
De modo que Roma, sede venerada da verdade, tornar-se-ia enfim de novo,
centro de todos os erros. Mas não o conseguirão, pois Deus defende a
sua Igreja. “Portae inferi non praevalebunt. Uni-vos
cada vez mais, meus filhos: nem vos deixeis enganar em momento nenhum por vozes
mentirosas de uma impossível conciliação. É inútil falar de conciliação,
pois que a Igreja não se poderá jamais conciliar com o erro, e o Papa não se pode
separar da Igreja”.
Tal conciliação foi condenada
no Syllabus, mas posta em ato pelo Vaticano e seus
anticristos. E, como Pio IX previu:“Roma, tornar-se-ia centro de
todos os erros.”
A inconciliabilidade da Igreja com o
mundo moderno é questão de fé. Na antevisão de tal ímpia conciliação com «incredulidade,
ateísmo e materialismo do mundo moderno, inoculada na Cristandade pelo
Vaticano 2º, o Papa católico parece repetir a profecia de Maria SS., que ouvira
da pastorinha Melanie de La Salette: “Roma perderá a Fé e
tornar-se-á na sede do Anticristo!”
No século da agressão do mundo contra
a Igreja que abrangeu todas as esferas, inclusive a político-militar, pela
invasão da Roma pontifícia, o papa Pio IX dizia: “Visto que todo o
mundo está contra Deus e Sua Igreja, é evidente que Ele reservou a vitória
sobre Seus inimigos a Si mesmo. Isto será mais claro quando for considerado que
à raiz de todos os nossos males presentes deve ser visto o fato de que os que
possuem talento e vigor almejam vantagens terrenas, e não só desertam de Deus,
mas O repudiam totalmente. E assim parece que estes não podem ser trazidos de
volta a Deus por nenhuma outra via senão através de um evento que não
poderá ser atribuído a nenhum agente secundário, e assim todos serão
forçados a ver o sobrenatural, exclamando: ‘Isto aconteceu pela intercessão do
Senhor e é maravilhoso para os nossos olhos’! Acontecerá um grande ‘portento’
que encherá o mundo de admiração. Esse portento será precedido pelo triunfo da
revolução! A Igreja sofrerá enormemente. Seus chefes e servos serão
escarnecidos, flagelados e martirizados.” (V. The Prophets and
our Times, Rv. R. Gerald Culleton, Tan Books, Rockford, Illinois,
1974. pp. 206, 216, 229).
Esta visão profética do Papa Pio IX
está perfeitamente de acordo com o “portento” de Fátima, tanto na alusão à
maravilhosa intercessão sobrenatural, como pela circunstância de ter antes
precedido e que depois acabará com o precário triunfo da Revolução.
As aparições e a mensagem da Mãe
Celeste podem ser o portento que anuncia o milagre final: “Em Portugal
se conservará sempre o dogma da Fé. Por fim, o Meu Coração Imaculado triunfará.
O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao
mundo algum tempo de paz.”
Como Pio IX foi o Papa que teve o privilégio
de promulgar o Dogma da Imaculada Conceição de Maria em 1854, não pode
surpreender essa sua aguda visão espiritual.
Como se viu, já o Papa Gregório XVI
bem como os Papas Pio IX, Leão XIII, Pio X e Pio XII, tiveram visões sobre
profecias apocalípticas. Por isto reforçaram as defesas da Igreja invocando a
Imaculada como «penhor» contra o perigo final dos falsos Cristos na Sede santa,
que poderiam convocaram até um «concílio» (o Vaticano 2º), para anular as
profecias de avisos para prevenir enormes desgraças! Mas como a intervenção
divina de Fátima não foi devidamente acolhida, isto ocorreu com João 23, que
inaugurou esse conciliábulo acusando justamente os «profetas de desgraças»! E
isto prossegue hoje com Bergoglio que acusa gaiatamente uma tristeza doutrinal
na Igreja de sempre!
Os católicos fiéis, porém, restam
vigilantes sob o manto de Maria Imaculada. Como diz o Papa Leão XIII (Carta
Encíclica Augustissimae Virginis Mariae, 12 de Setembro de 1897,
sigla AVM): «Não sentirá a alma fiel quando refletir que o Sangue de
Cristo, derramado por nós, e os membros nos quais ele mostra ao Pai as feridas
recebidas “como penhor da nossa liberdade”, não são outra coisa senão carne e
sangue da Virgem? Na realidade: “A carne de Jesus é carne de Maria; e, embora sublimada
pela glória de ressurreição, todavia a natureza dessa carne permaneceu e
permanece a mesma que foi tomada de Maria” (De Assumptione B. M. V.,
c. V, inter operas S. Augustini, PL, XL, Incerti Auctoris ac Pii, col.
1141-1145).
«Quem quer que considere o grau
sublime de dignidade e glória a que Deus elevou a augustíssima Virgem Maria,
facilmente pode compreender que vantagem traz à vida pública e privada o
contínuo desenvolvimento e a sempre mais ardente difusão do seu culto. De fato,
Deus escolheu-a desde a eternidade para vir a ser Mãe do Verbo, que se
encarnaria; e, por este motivo, entre todas as criaturas mais belas na ordem da
natureza, da graça e da glória, Ele a distinguiu com privilégios tais, que a
Igreja com razão aplica a ela aquelas palavras: “Saí da boca do Altíssimo,
primogênita antes de toda criatura” (Ecli. 24, 5). Quando, pois,
se iniciou o curso dos séculos, aos pais do gênero humano, caídos na culpa, e
aos descendentes, marcados pela mesma mancha, ela foi dada como penhor da
futura reconciliação e da salvação».
“De Maria, como de um caudal pleno,
desce a onda das graças celestes: “nas suas mãos se acham os tesouros das
divinas misericórdias” (S. João Damasceno, Sermo I de Nativitate).
“É vontade divina que ela seja o princípio de todo bem” (S. Ireneu, Contra
Valent. 1, III, c. 33). “Nós esperamos firmemente que com todas as
nossas forças possamos cultivar e estender sempre mais na vida terrena o amor
incomparável de nossa terníssima Mãe e Medianeira” (Leão XIII).
Na Carta Encíclica «Adiutricem
Populi» de Leão XIII (5 de setembro de 1895), sobre o Rosário de Nossa
Senhora, Sua Santidade ensina e invoca o recurso à Nossa Senhora:
«Cheios de confiança, sob a proteção
da augusta Virgem. Em público e em particular não cessem, com cantos, orações e
votos, de invocar e suplicar concordemente a Mãe de Deus e Mãe nossa: “Ah!
mostra-te Mãe!”. Que a sua clemência maternal queira preservar de todo perigo
sua família inteira: que a conduza a uma verdadeira prosperidade, e sobretudo a
estabeleça na santa unidade…: “Mostra-te Mãe!”. Que nos valha
a voz, que até o último alento invocará: “Mostra-te Mãe; socorre-nos!”.
São Pio X, que considerou
que: “o Filho da perdição de quem falaram os apóstolos já está entre
nós” (1903), combateu valorosamente a escalada do modernismo (que só
avançou com o Vaticano 2º), diante da crescente perversidade, invocava a Imaculada:
“No meio deste dilúvio de males, nos
aparece diante dos olhos a Virgem clementíssima, como árbitra de paz entre Deus
e os homens – Colocarei o meu arco-íris nas nuvens e será o sinal do pacto
entre Mim e a terra. Desabe a tempestade e se obscureça o céu: ninguém
desespere. À vista de Maria, Deus se aplacará e perdoará. […] Creiam os povos e
confessem abertamente que Maria Virgem, desde o primeiro instante da sua
concepção, foi isenta de toda mancha; com isto mesmo será necessário admitir
também o pecado original, e a redenção dos homens por obra de Cristo, o
Evangelho, a Igreja, e até a mesma lei da dor: assim, quanto queira a
“racionalismo” e “materialismo” será arrancado e destruído, e permanecerá para
a doutrina cristã o mérito de guardar e defender a verdade… ‘O
arco-íris estará nas nuvens e Eu, ao contemplá-lo, lembrar-Me-ei do pacto
eterno. E não retornarão as vagas do dilúvio para exterminar os vivos. Sem
dúvida, se como convêm, confiamos em Maria… presenciaremos que ela é sempre
aquela Virgem potentíssima – que com o seu pé virginal esmagou a cabeça da
serpente” (Enc. Ad diem illum laetissimum, 2/2/1904).
Não haverá magia demoníaca que poderá
vingar por muito tempo na presença de Maria invocada por um Papa Católico.
A esta ajuda, cuja origem
sobrenatural a Igreja tinha reconhecido em Fátima, não recorreu o Papa Pio XI
para salvar o mundo e a Rússia do seu maior inimigo. Assim passou a ocasião de
reconhecer uma excepcional intervenção de Cristo Rei e de Maria Rainha; os
termos clericais prevaleceram sobre os de Fátima!
E o resultado foi tremendo: a Guerra,
o Comunismo e a decadência espiritual do mundo que, apesar dos esforços do Papa
Pio XII, atingiu Roma e abriu as portas para o domínio do Anticristo através
dos «papas conciliares», cuja obra demolidora chega ao paroxismo com o atual
Bergoglio.
Todavia, cremos que a solução virá na
ocasião propícia, independente da vontade dos homens, para manifestar o poder
salvador dos Sagrados Corações de Cristo Rei e de Sua Mãe Imaculada. O Papa Pio
IX havia previsto: – Roma, sede venerada da
verdade, tornar-se-ia enfim de novo, centro de todos os erros. Por
tudo isto lembramos o que o mesmo Papa também previu: Deus reservou
para Si vencer os inimigos da Sua Igreja.
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