“No
Concílio Vaticano II foi feito acordo com os participantes da Rússia para que
não se falasse do Comunismo... mas isso é o contrário da mensagem de Fátima”.
Marcos Delson da Silveira*
Hoje, ainda cedo, bateram duas vezes no meu portão. Na primeira vez,
eram evangélicos. Na segunda vez, testemunhas de Jeová. Interessante foi
perceber que, tanto um como o outro, afirmaram o mesmo quando foram
interpelados por mim: “Não estou aqui para pregar religiões.” Aos irmãos
evangélicos ou Testemunhas de Jeová é bom mesmo que não preguem religiões
porque, nesse caso, estariam pregando a própria condenação. São João (I Jo. 2,
18-27) chama as pessoas que ensinam outras doutrinas em nome de Jesus de Anticristos.
Qualquer religião que excede a Católica não é fidedigna. Não me interpretem
mal: “não quero julgar os irmãos. Não sou juiz de ninguém”.
Bem, outro fato interessante foi uma afirmação falaciosa de que “a
Bíblia é a única verdade.” Aqui pretendo expor alguns comentários utilizando a
“única verdade”, isto é, a Bíblia. Coloquei a “única verdade” entre aspas, pois
sabemos que a Bíblia enquanto revelação divina é a Verdade, mas não é a única
verdade. Nesse sentido, antes que me interpretem mal, quero simploriamente
afirmar que existem outras verdades que não estão na Bíblia: a verdade de que
1+ 1 = 2, ou, a verdade de que duas linhas retas e paralelas nunca se cruzarão
no espaço, ou alguns dogmas de fé relacionados a Nossa Senhora.
Sendo assim, gostaria de iniciar os comentários utilizando a “única
verdade,” para afirmar que existe uma religião deixada por Cristo e tudo o que
excede a isto é invenção humana. Para que a fé não se perdesse em vãs
interpretações, transformando-se em doutrina humana, Jesus Cristo fundou a sua
Igreja (única Igreja) na pedra que é Pedro de forma que “as portas do inferno não
prevalecerão sobre ela” (Mt 16, 18). Por isso, o apostolo Paulo é taxativo (Gl.
4,5): existe uma só fé, uma só doutrina, um só Deus, um só Batismo. Esse
“oba, oba” que permite que cada um interprete a Bíblia e funde sua própria
Igreja não está na “única verdade”, pelo contrário, afirma São Pedro (2 Ped. 1, 20) que a Sagrada Escritura não é de livre
interpretação, pois “há algumas passagens difíceis de entender, cujo o
sentido os espíritos ignorantes ou pouco instruídos deturpam...” (2 Ped. 3,
16). Por isso, Deus instituiu a sua Igreja para interpretar corretamente a
Sagrada Escritura: “Quem vos ouve a mim ouve...” (Lc 10, 16); “Ide e ensinai a
todos os povos...” (Mt. 28,20); “O Espírito da verdade ficará eternamente
convosco” – “O Espírito Santo vos ensinará todas as coisas” (Jo. 14, 16-26).
Hoje vivemos um tempo em que proliferam falsas doutrinas, falsos doutores que
introduzem disfarçadamente seitas perniciosas (2 Ped. 2,1).
A deturpação do cristianismo não é algo especifico de hoje. No início
do cristianismo surgiram várias heresias que foram refutadas pelos padres da
Igreja dentro de um período conhecido como Patrística e, posteriormente, a
Escolástica. Essas heresias, assim como as de hoje, surgem em virtude da
mensagem satânica/iluminista/maçônica/naturalista de que “a Bíblia é de livre
interpretação” ou de que “a razão humana explica Deus”, ou “tudo é Deus”, ou
“religião não se discute”, ou “religião não salva”... É de incumbência
da Igreja Católica (a única fé, a única doutrina, o único Batismo) a sã
interpretação das Escrituras. Existe um só Deus e, necessariamente, uma só
Verdade sobre esse Deus. As verdades sobre Deus foram/são reveladas pelo
Espírito Santo à sua Igreja no decorrer da história.
É, no mínimo,
(des) engraçado conversar com defensores de heresias contemporâneas,
fundamentados na “única verdade.” Quando o assunto é Nossa Senhora, logo vem
aquela utilizadíssima passagem das Escrituras: “Não é ele o carpinteiro, o
filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vive aqui
entre nós também suas irmãs?” (Mc 6,3). E em seguida: “Me explique onde está
que Maria não teve outros filhos na Bíblia?”. Seria Tiago, José, Judas e Simão
filhos de Maria, mãe de Jesus, com José? Seriam esses irmãos de sangue de
Jesus? Pois, se assim for, Maria não morreu virgem como reza a doutrina católica.
Quero deixar bem claro: JOSÉ, JUDAS, TIAGO, E SIMÃO não eram filhos de Maria,
mãe de Jesus com José. Satanás utiliza a Bíblia para atacar as verdades da fé
católica. Assim como fez com Jesus no deserto (Mt 4, 1-11; Mc 1, 12; Lc 4, 1
-13).
Nas Sagradas
Escrituras é possível observar dois homens próximos de Jesus com o nome de
Tiago, um filho de Zebedeu e outro filho de Alfeu (Cleofas) (Mt 10, 2-3). O
Evangelho de São Mateus (27, 55-6) traz o nome de Maria como mãe de Tiago e de
José. Alfeu era pai de Tiago e de José, chamados no Evangelho de São Marcos
“irmão de Jesus”. Portanto, preste atenção, Tiago e José não são filhos de
Maria mãe de Jesus, mas de Maria esposa de Cleofas que era irmã de Maria mãe de
Jesus. Observe esse outro dado: No Evangelho de São João (19, 25) relata que ao
lado da cruz “estavam a mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cleofas, e
Maria Madalena”. Maria mãe de Jesus estava junta de Maria de Cleofas, mãe de
Tiago e José que eram primos de Jesus. O termo “irmão” e “primo”, no hebraico
antigo, tem a mesma grafia AH. Quanto
a Judas, que também é citado como irmão de Jesus, ele mesmo esclarece em sua
carta (Jd 1,1): “Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago...” Judas também
era primo de Jesus e irmão de sangue de Tiago, Simão e José, portanto filho de
Maria esposa de Cleofas.
Outro dado
interessante, disponível no site “O fiel Católico”, consta, segundo a lei
judaica, que toda a família deveria peregrinar na Páscoa à Jerusalém. E que aos
12 anos Jesus, Maria e José vão a Jerusalém, episódio em que Cristo fica
conversando com os doutores da lei (Lc 2, 41-52). Lucas (2, 41) afirma que
“todos os anos seus pais iam a Jerusalém para a festa da Páscoa”. Toda a
família esta representada pelos três: Maria, José e Jesus. Também, aos “pés da
cruz,” Jesus ordena a João que acolha Maria em sua casa, uma vez que José
houvera morrido e ela ficaria sozinha. Sempre pergunto aos hereges: Se, como afirmou Jesus Cristo (Mt 5, 3), é necessário ser
puro de coração para ver a Deus, o que será necessário para carregá-lo no
ventre?
Sabe por que
escrevo essas palavras? Porque sempre escuto as mesmas mentiras. Um religioso
sempre fala de religião. Sempre fala de uma interpretação que considera
verdadeira. Chega de hipocrisia! Se realmente “eles” não se importam com
religião virem todos católicos então. Se religião não salva, fiquem em casa
então. Sinto muito: religião salva sim. Infelizmente, não são todas as
religiões que salvam. É só uma que salva. Mas cuidado! Nem tudo o que dizem ser
catolicismo é catolicismo. Nem tudo o que padres e bispos falam é catolicismo. O
joio cresce em meio ao trigo. Para encerrar deixo algumas palavras de Dom
Manoel Pestana Filho, hoje falecido, que foi bispo da cidade de Anápolis-GO.
“Creio que já ultrapassamos os limites do tolerável...
não é apenas a fumaça de Satanás que entrou na Igreja, por alguma fenda oculta,
... [mas] o diabo inteiro, presente nos mais altos postos, através de seus
fiéis seguidores...” e continua “...Um Cardeal... pronuncia-se, na televisão, a
favor da abolição do celibato eclesiástico... e defende o homossexualismo... a
CNBB que assume oficialmente... a posição do sinistro Frei Betto pela
despenalização do aborto... os cursos de lavagem cerebral para Bispos... TUDO
ISSO claramente indica que o caminho que estamos seguindo não leva a
Jerusalém... vai direto a Sodoma e Gomorra”.
“Não se pode mais aceitar como conselheiros e mestres
nas Assembleias da CNBB, muito menos como representantes da CNBB na
Constituinte, tipos como Plínio da Arruda Sampaio, que vota pelo aborto e pelo
divórcio; ou Hélio Bicudo que, conhecido por posições opostas aos princípios
cristãos, ameaça de público levar o Papa ao tribunal de Haia; ou outros
confessadamente trotskistas [...] marxistas, etc, como em livro, acaba de confirmar
antigo assessor da conferência...”.
“A América Latina... mergulha na antecâmara do
terrorismo vermelho (Comunismo)... tudo acontece como se ouviu em Dezembro de
1917 (‘a Rússia comunista espalhará seus erros pelo mundo com perseguições à
Igreja, etc’). Assusta-me a corrupção dentro da Igreja, o desmantelamento dos
seminários, a maçonização de Cúrias e Movimentos... Horroriza-me a frieza com
que olhamos tal estado de coisas. Somos pastores ou cães voltados contra as
ovelhas? Somos ou não, além disso, cúmplices de uma política ateia empenhada em
apagar os últimos traços da nossa vida cristã?”
“No Concílio Vaticano II foi feito acordo com os
participantes da Rússia para que não se falasse do Comunismo... mas isso é o
contrário da mensagem de Fátima”. Nesse Concílio era necessário abertamente
condenar o Comunismo. “Há um trabalho de infiltração de muito tempo na
Igreja... O Arcebispo de Kiev... era um chefe da KGB... [houve] a influência da
maçonaria no último Concílio... o próprio Monsenhor encarregado da liturgia –
Bugnini – tinha escrito uma carta ao chefe da maçonaria italiana dizendo que
pela liturgia havia feito tudo que era possível... Um padre polonês que
encontrou esse ofício o levou imediatamente a Paulo VI, que o mandou para fora
de Roma, na nunciatura no Irã. Até Monsenhor Benelli, que era o braço direito
do Papa, também foi retirado de Roma e estranhamente ambos morreram pouco
depois em circunstâncias misteriosas”.
* Licenciado em Filosofia; pós-graduado em
Docência Universitária (Católica); Filosofia do Direito (Moderna); Direitos
Humanos da Criança e do Adolescente (UFG); Filosofia Clínica (Católica) e
pós-graduando em Arte-Educação Intermidiática Digital (UFG). Possui Curso
Complementar Superior em Gestão de Segurança e colaborador do blog Salve
Regina!.
Bibliografia
Bíblia Sagrada. São Paulo: Ed. Ave Maria, 56ª ed., 2005
SILVEIRA, Marcos
Delson da. Jovem, “sê firme e corajoso:” Leitura endereçada ao jovem cristão
católico. Joinville: clube de autores, 2017
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