“Não se pode compreender
nada da civilização moderna se não se admite previamente que constitui uma
imensa conspiração contra toda espécie de vida interior”
Welder Ayala
Não se
deve temer os rótulos que o mundo moderno coloca naqueles que buscam a verdade
ou tentam transmiti-la. Desse modo, não temo o rótulo de “machista” por ocasião
das reflexões que desenvolverei neste texto.
Há certos
vídeos na internet que tentam passar como um evento extraordinário o fato de
que mulheres, assim como os homens (isso é sempre realçado), também podem ser
motoristas de caminhão, engenheiras, médicas, militares, azulejistas, serventes
de pedreiro, etc. Há nisso um ataque sutil e muito difícil de ser captado à
primeira vista. Um ataque dirigido a quê? Dirigido, sobretudo, a duas coisas: à
maternidade (com o trabalho doméstico que a acompanha) e a uma época em que as
mulheres supostamente não podiam se dedicar a outras atividades a não ser as
domésticas. A maternidade não é mais vista como algo nobre, mas como um peso
insuportável; a época em que as mulheres tinham a escolha de ficar em casa para
educar seus filhos é vista como uma época de opressão. Segundo essa mentalidade
houve uma evolução: hoje as mulheres não precisam mais devotar-se à
maternidade, há inúmeras escolhas mais interessantes: podem trocar pneus de
caminhão, assentar tijolos, projetar prédios, apagar incêndios, etc. Melhor
ainda: podem ter filhos (desde que sejam no máximo dois) e mesmo assim trabalhar,
para tanto basta deixar seu filho numa creche, sendo cuidado por desconhecidos
que além dele se ocupam de mais algumas dezenas de crianças. "O
feminismo trouxe a ideia confusa de que as mulheres são livres quando servem
aos seus empregadores, mas são escravas quando ajudam seus maridos". (G.K Chesterton)
Muitos
insensatos vêem nisso tudo uma evolução, mas o fato é que o mundo moderno
oprime as mulheres e as crianças: obrigam as mulheres a trabalhar fora do lar e
privam as crianças dos cuidados maternos. É uma erosão medonha da estrutura
familiar: o lar não possui mais quem a ele se dedique com todo o seu coração;
as crianças (quando existem) são criadas por terceiros na maior parte do tempo
e de modo péssimo; o pai não possui mais a legítima autoridade. E ainda ousam
chamar isso de evolução!
A
expressão “do lar” embora técnica é belíssima. Indica tal devotamento que não
pode deixar de comover. Esse título insigne indica, de certo modo, uma
dedicação à casa, ao marido, aos filhos e acima de tudo a Deus. A dedicação da
mulher a uma profissão que a tire do seu lar deveria ser algo raríssimo, no
entanto sabemos das dificuldades financeiras que as famílias enfrentam.
Tornou-se comum, principalmente entre os mais pobres, a necessidade de que a
mulher trabalhe fora de casa, mas isso deveria ser algo para se lamentar e não
para ser comemorado; deveria ser visto como uma opressão da mulher e não como
uma “conquista”.
Numa
família poderíamos dizer de modo aproximativo que o homem está mais voltado
para o exterior, enquanto a mulher está mais voltada para o interior. Tendo em
vista que, como nos ensina a Santa Madre Igreja, a finalidade precípua da
família é a procriação e a educação da prole, quem negará que a mulher assume
aí um papel preponderante? A mulher gesta, amamenta e passa mais tempo com os
filhos; tem, portanto, o dever de encaminhá-los ao Paraíso, e isso é
infinitamente maior que pilotar aviões, projetar prédios e trocar pneus.
Porém,
como disse Bernanos: “Não se pode compreender nada da civilização
moderna se não se admite previamente que constitui uma imensa conspiração
contra toda espécie de vida interior” (muralhasdacidade.blogspot.com.br).
Compreende-se então o porquê da guerra movida contra a vida “do lar”;
compreende-se a desvalorização da maternidade e dos afazeres domésticos que a
acompanham, pois o lar é um símbolo da vida interior, mais que isso: é um
complemento e um auxílio para essa vida. Sim, o mundo moderno conspira contra a
vida espiritual, estimula insanamente a dispersão, a distração; o mundo moderno
aborda suas vítimas com mil solicitações para que não rezem, para que não olhem
para o essencial, para que se distraiam. E então desgraçadamente o mundo
moderno triunfa: o lar encontra-se abandonado, sem mãe, sem filhos, sem alma e
sem coração. Para muitos nem mais existe; deu lugar a um espaço meramente
físico destinado a abrigar um par de concubinos acompanhados de cães.
O mundo
exterior também está abandonado. Tem teias de aranha. E nessas teias estão as
aranhas perversas do mundo moderno com suas falácias infernais.
Que Deus
dê força aos lares que resistem; que reestruture os que estão destruídos e que
nos infunda a Graça de uma pujante vida espiritual. Salve Maria!
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