Regrar uma vida orientada, focada, dirigida ao silêncio e a contemplação é a forma que podemos entrar na "canto secreto" de nossas almas e morar com Nosso Senhor. Isto também é muito difícil, devido as muitas distrações que enfrentam quem vive no mundo secular diariamente. Por tanto, a vida consagrada e contemplativa é uma vocação mais elevada e o caminho mais seguro ao Céu, porque a alma se entrega totalmente a Deus com um coração indivisível, e passa o dia todo em oração.
Embora possa parecer óbvio, que para aprender a rezar, devemos rezar. Podemos ler muitos livros sobra a oração, a vida espiritual e a teologia, e mesmo assim não rezar e não ter uma vida espiritual plena. Só quando entramos completamente na oração e nos entregamos à Deus, podemos encontrar verdadeiramente Aquele que nos ama por completo. Ele está esperando no Tabernáculo; Ele está esperando que nós passamos a viver com Ele no silêncio. Para cultivar uma vida contemplativa, mesmo assim vivendo no mundo, o melhor que podemos e por graça de Deus, devemos rezar todos os dias, inclusive se não podermos ajoelhar perante o Tabernáculo todas as vezes. Desta forma, períodos mais longos de orações não pareceram tão difíceis; talvez até esperemos e antecipemos esses momentos de podemos rezar por um período mais longo.
Se pensamos que podemos rezar um só um pouco todos os dias, e de vez em quando dedicar uma hora ou mais à oração, estamos totalmente enganados. A oração deve ser um hábito, dado pela graça de Deus, significando que devemos rezar todos os dias e por um tempo maior sempre tivermos uma oportunidade.
Não pode separar a nossa vida interior e espiritual da sagrada Liturgia e da Igreja. A pesar da Liturgia ser um culto público da Igreja a Deus, ainda assim pode ensinar a rezar e ajudar a cultivar uma vida interior. Assim, quando o Santo Sacrifício da Missa é celebrada de uma maneira banal, antropocêntrica, com barulhos e distrações desnecessárias, isto não só afeta como os fiéis entendem a Eucaristia, se não também como rezar. A Liturgia não deve estar marcada por balbucios como os pagãos, mas sim devem estar em silencio reverencial (São Mateus 6, 7). Uma liturgia que não oferece um verdadeiro silêncio não pode ensinar aos fiéis como rezar.
Estes silêncios não devem ser artificiais não arbitrários, mas intrínsecos ao próprio rito litúrgico, eu pode ser visto claramente na liturgia romana de 1962. Notamos que, no comentário de santo Tomás de Aquino sobre Marcos 6, 6, ele escreve que Nosso Senhor não está referindo a oração pública, mas somente a oração privada (n° 757). Não obstante, ainda podemos aprender a exercitar nossas orações privadas devido a influência da Sagrada Liturgia. Se a oração da Igreja está cheia de ruídos, como podem os fiéis não modelar sua vida espiritual a partir desse mesmo tipo de oração?
Como lemos em In Sinu Jesu, "Quando instituí o Sacramento do Meu Corpo e Sangue, fiz não só para unir mais intimamente todos os membros de Meu Corpo a Mim que sou suas Cabeças; Fiz não só para alimentares e dar-lhes de beber para a toda vida; Fiz também para permanecer presente, junto e sempre disponível para aqueles que buscaram Minha amizade divina, adorando a Mim verdadeiramente presente no Sacramento de Meu amor" (pag. 58). Estamos convidados a amizade com Nosso Senhor na Eucaristia, que experimentamos na Sagrada Liturgia. Esta amizade nos é apresentada em nossas vidas de oração privada, especialmente a Adoração Eucarística. Quando adoramos a Nosso Senhor em silêncio, temos a oportunidade de entrar em oração contemplativa e, por tanto, íntima união com Ele. Isto é o que Ele mais deseja, que devemos adorar Seu Coração Eucarístico e permanecendo com Ele em agradecimentos de Suas graças.
Esta vida profunda, contemplativa e interior é o que Nosso Senhor mais deseja, mas o mundo entende diferente. Quando cultivamos a vida interior através da oração silenciosa, a Adoração Eucarística e o permanecer no silêncio da Sagrada Liturgia, vivemos verdadeiramente contra o mundo atual. Ao entrar no Tempo depois de Pentecostes, renovemos em busca da vida interior, peçamos a Nosso Senhor as graças para morar com Ele em contemplação e adoração silenciosa, entrando em nossas "moradas interiores" para escutar Sua voz gentil e suave. (1 Reis 19, 11-13)
Veronica A. Arntz
Artigo original - Tradução para o espanhol: Rocío Salas
Fonte: https://adelantelafe.com/la-vida-espiritual-el-silencio-y-la-sagrada-liturgia/
Tradução: Blog Salve Regina!
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