ARTIGO V: Se as cerimônias usadas na celebração deste
mistério são convenientes.
Parece que as cerimônias usadas na celebração deste sacramento não são
convenientes.
Mas devemos dizer o contrário, porque
estas cerimônias fazem parte do costume legitimo (consuetudo) da Igreja, que não pode
errar, dado que é inspirada pelo Espírito Santo.
EXPLICAÇÃO que dá a SOLUÇÃO para todas as dificuldades ou objeções.
Como dissemos, para ser mais perfeita a significação, tudo o que se faz
nos sacramentos é significado duplamente por palavras e por atos. Ora, certos
passos da Paixão de Cristo, representados na celebração deste sacramento, são
significados por palavras. Ou ainda certas coisas concernentes ao corpo
místico, que esse sacramento representa; e outras referentes ao uso do mesmo,
que deve ser com devoção e reverência. Por isso, na celebração deste mistério,
certas práticas representam a Paixão de Cristo; ou ainda, a disposição do corpo
místico; e certas outras dizem respeito à devoção e reverência devidas a este
sacramento.
OBJEÇÕES
E assim podemos responder às objeções:
1ª
Objeção: Este sacramento pertence ao Novo Testamento, como o mostra a sua
própria forma. Ora, na vigência do Novo Testamento não se devem observar as
cerimônias do Velho, nas quais o sacerdote e os ministros lavavam-se com água
quando iam oferecer o sacrifício. Assim, lemos em Êxodo, XXX, 19: “Aarão e
seus filhos lavarão as suas mãos e os pés, quando tiverem de se aproximar do
altar…”. Logo, não é conveniente o sacerdote lavar as mãos na
solenidade da missa.
RESPOSTA: A ablução das mãos se
faz na celebração da missa, pela reverência devida a este sacramento. E isto
por duas rações: 1º – Por ser costume geral tocarmos em coisas preciosas com as
mãos lavadas. Por onde, faltaria à decência quem se achegasse a tão grande
sacramento com as mãos sujas, mesmo no sentido material. – 2º – Pelo
significado da ablução. Pois, como diz (S.) Dionísio, o lavarmos as
extremidades significa a purificação, ainda dos mínimos pecados, segundo aquilo
do Evangelho de S. João, XIII, 10: “Aquele que está lavado não tem
necessidade de lavar senão os pés”. E esta purificação é
necessária a quem se achega a este sacramento. O que também é significado pela
confissão que se faz antes do começo da missa. E o mesmo significava a ablução
dos sacerdotes na Lei Velha, conforme o ensina (S.) Dionísio no mesmo lugar. –
Mas a Igreja não o observa como preceito cerimonial da Lei Velha, senão como
instituído por ela, e na prática em si mesma conveniente. Por isso, não é
observado do mesmo modo por que o era antigamente. Também se omite a ablução
dos pés, conservando-se só a das mãos, por poder fazer mais facilmente e por
bastar a significar a perfeita purificação. Pois, sendo as mãos o órgão dos órgãos, na expressão de
Aristóteles, todas as obras se lhes atribuem a elas. Donde o dizer o Salmo
XXV, 6: “Lavarei as minhas mãos entre os inocentes”.
2ª
Objeção: O Senhor mandou que o sacerdote queimasse incenso de suave fragrância
sobre o altar que estava diante do propiciatório (Êxodo, XXX, 7). O
que também era uma das cerimônias do Antigo Testamento. Logo, não deve o
sacerdote oferecer incenso, durante a missa.
RESPOSTA: Não usamos incenso
como se fosse um preceito cerimonial da lei, mas por uma determinação da
Igreja. Por isso não oferecemos do mesmo modo pelo qual o estatuía a Lei no
Velho Testamento. – E o fazemos por duas razões – Primeiro, para reverenciar este sacramento: para
que o bom cheiro do incenso, expulse algum mau odor do local, que pudesse
provocar repugnância. Segundo, para
representar o efeito da graça da qual, como de bom odor, Cristo tinha a
plenitude, segundo aquilo da Escritura Gênesis XXVII, 27: “Eis o cheiro de meu filho como o cheiro de um campo cheio.” E
o qual deriva de Cristo para os fiéis, por meio dos ministros, segundo aquilo
do Apóstolo em 2 Corintios II, 14: “Por nosso meio difunde o odor
do conhecimento de si mesmo em todo lugar.” Por isso , depois
de incensado todo o altar, que designa a Cristo, incensam-se os demais, numa
certa ordem.
3ª
Objeção: a) Transferimos para aqui a primeira parte da 2ª objeção do
artigo anterior.
Os atos de Cristo nós os conhecemos pelo Evangelho. Ora, na
consagração deste sacramento se alude a ato que não está no Evangelho. Assim,
aí não lemos que Cristo, na consagração deste sacramento, elevasse os olhos
para o céu. Pois, na celebração deste sacramento se diz: Tendo elevado
os olhos ao céu”. Logo, isto não deveria ser feito na celebração
deste sacramento.
RESPOSTA: Como diz o Evangelho
de São João XXI, 25 , muitas coisas fez e disse
o Senhor pelos Evangelistas não referidas. Entre elas está que o Senhor, na
Ceia, elevou os olhos para o céu, o que a Igreja o recebeu pela tradição dos
Apóstolos. Pois é racional, que quem, na ressurreição de Lázaro e na
oração que fez pelos discípulos, levantou os olhos para o Pai, como o narra o
evangelista, com maior razão o fizesse ao instituir este sacramento, coisa mais
importante.
3ª
Objeção: b) As cerimônias realizadas nos sacramentos da Igreja não devem
reiterar-se. Logo, não deve o sacerdote repetir tantas vezes os sinais da cruz
sobre este sacramento.
RESPOSTA: O sacerdote, na
celebração da Missa, faz o sinal da cruz para exprimir a Paixão de Cristo, que
na cruz se consumou. A Paixão de Cristo, porém, realizou-se como por alguns
graus.(=por etapas).
Assim, primeiro, teve lugar a entrega de Cristo, feita por
Deus, efetuada por Judas e pelos Judeus. E isto significam os três sinais
da cruz acompanhados das palavras: Haec dona +, haec
munera + haec sancta sacrificia illibata +. Em português: “Estes
dons, estes presentes, estes santos sacrifícios sem mancha.” Segundo,
depois foi Cristo vendido. Ele foi vendido, porém, pelos sacerdotes, escribas e
fariseus. Para o significar, o sacerdote faz de novo por três vezes o sinal da
cruz, dizendo: “Benedictam, +
adscriptam, + ratam” + . Em
português: “Bendita, aprovada, ratificada”. Ou
para mostrar o preço da venda, que foram os trinta dinheiros. E acrescenta
duplo sinal da cruz às palavras: “ut nobis corpus + et
sanguis +… Em português: “Afim de que para nós o corpo e
o sangue…” a fim de designar a pessoa de Judas, o vendedor, e
de Cristo, o vendido. – Terceiro, a
Paixão de Cristo foi prenunciada na ceia. Para designá-lo o sacerdote faz em
terceiro lugar, o sinal da cruz por duas vezes – uma ao consagrar o corpo;
outra, ao consagrar o sangue, dizendo em
ambas as vezes: “benedixit”=abençoou. Quarto: em
quarto lugar, consumou-se a Paixão mesma de Cristo. E para representar as cinco
chagas de Cristo o sacerdote faz pela quarta vez cinco sinais da cruz, dizendo:
“hostiam + puram, hostiam+sanctam,
hostiam+ immaculatam, panem +sanctum vitae
aeternae, et calicem+ salutis perpetuae.” Em português: “a Hóstia pura, a Hóstia santa,
a Hóstia imaculada. o Pão santo da vida eterna e o Cálice da salvação perpétua”. Quinto: em
quinto lugar é representada a extensão do corpo na cruz, a efusão do sangue e o
fruto da paixão. Daí mais três sinais da cruz acompanhados das palavras: “Filii tui + Corpus, et + Sanguinem
sumpserimus, omni + benedictione” … Em
português: “participando deste altar, recebermos o
sacrossanto Corpo e o Sangue de vosso Filho, sejamos repletos de toda bênção
celeste”… Sexto: em sexto lugar é representada a
tríplice oração que Cristo fez na cruz: – uma pelos seus perseguidores, quando
disse: “Pai, perdoai-lhes”… a segunda para libertar-se da
morte, quando disse: “Meu Deus, meu Deus, por que me
abandonaste”? a terceira para alcançar a glória quando
exclamou: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. E para
significá-lo o sacerdote faz três sinais da cruz, dizendo: “sanctificas,+ vivificas, + benedicis”+… =
santificais, vivificais, abençoais… Sétimo: em
sétimo lugar, representa as três horas durante as quais ficou suspenso na cruz,
isto é, desde a sexta até a nona hora. E para significá-lo, faz de novo o
sacerdote por três vezes o sinal de cruz, pronunciando as palavras: “Per + ipsum, et cum + ipso, et
in + ipso“. = “Por Ele, com Ele e n’Ele”. Oitavo: em oitavo lugar, representa-se a
separação entre a alma e o corpo, por dois sinais da cruz subsequentes, fora do
cálice. Nono: Enfim,
em nono lugar, é representada a ressurreição, operada no terceiro dia, por três
cruzes, acompanhadas da palavras: “Paz + Domini
sit + semper + vobiscum”. = “A paz do Senhor esteja
sempre convosco.”
– Mas, podemos dizer, mais brevemente, que a consagração
deste sacramento e a aceitação deste sacrifício, bem como o seu fruto, procedem
da virtude (=força ou eficácia) da cruz de Cristo. Por isso,
sempre que o sacerdote faz menção de alguma dessas três coisas(=consagração
deste sacramento, aceitação deste sacrifício e o seu fruto) faz o sinal da
cruz.
4ª
Objeção: O Apóstolo diz em Hebreus, VII, 7: “Sem nenhuma
contradição, o que é inferior recebe a bênção do que é superior”. Ora,
Cristo, que está neste sacramento, depois da consagração, é muito maior que o
sacerdote. Logo, inconvenientemente o sacerdote benze, depois da
consagração, este sacramento, fazendo sobre Ele o sinal da cruz.
RESPOSTA: O sacerdote, depois
da consagração, não faz o sinal da cruz para benzer e consagrar, mas só para
comemorar o sinal da cruz e o modo da Paixão de Cristo, o que ficou claro pelo
que foi dito acima ao responder à terceira objeção. (cinco cruzes sobre Nosso Senhor para significar as cinco chagas
feitas em Jesus na Sua Paixão).
5ª
Objeção: Nos sacramentos da Igreja não deve haver nada que seja ridículo. Ora,
é ridículo fazer gesticulações, como quando o sacerdote estende os braços, põe
as mãos, junta os dedos e se inclina. Logo, tais coisas se não deviam fazer
neste sacramento.
RESPOSTA: Nenhum dos gestos do
sacerdote, na missa, constitui gesticulação ridícula , pois têm o fim de
representar alguma coisa. – Assim, o estender os braços depois da consagração
significa o Cristo com os braços estendidos na cruz. – Também levanta as mãos
ao orar, para significar que a sua oração se dirige a Deus, pelo povo,
segundo aquilo da Escritura Tren., III, 41: “Levantemos ao Senhor os nossos
corações com as mãos para os céus.”. E Êxodo, XVII,
11 diz: “Quando Moisés tinha as mãos levantadas vencia Israel”. – Quando
põe as mãos, inclina-se, orando súplice e humildemente, designa assim a
humildade e a obediência com que Cristo sofreu. – Junta os dedos polegar
e indicador, com que tocou o corpo consagrado de Cristo a fim de que não
se disperse alguma partícula que a eles se tivesse apegado. O
que constituireverência para com o sacramento.
6ª
Objeção: Também é ridículo o sacerdote voltar-se tantas vezes para o povo,
tantas vezes saudá-lo. Logo, nada disso devia fazer-se na celebração deste
sacramento.
RESPOSTA: O sacerdote volta-se
cinco vezes para o povo, para significar que o Senhor se manifestou cinco vezes
no dia da ressurreição, como dissemos quando tratamos da ressurreição de
Cristo. – Saúda sete vezes o povo, isto é, cinco vezes quando se volta para
ele; e duas, em que não se volta, isto é, quando antes do prefácio diz: “Dominus vobiscum“. E quando diz: “Pax Domini sit semper vobiscum” = “A paz do
Senhor esteja sempre convosco” para designar a septiforme graça do Espírito
Santo. Quanto ao bispo, quando celebra nos dias festivos, diz, na primeira
saudação: “Pax vobis”, o que depois da
ressurreição o Senhor o disse aos discípulos, cujas pessoas sobretudo as
representa o bispo.
7ª
Objeção: O Apóstolo em 1ª Cor. I, 13 diz que Cristo não deve ser
dividido. Ora, depois da consagração Cristo está neste sacramento. Logo, o
sacerdote não devia fraccionar a hóstia.
RESPOSTA: A fracção da hóstia
significa três coisas. Primeiro, a
divisão mesma do corpo de Cristo, que se operou na Paixão. – Segundo, a distinção do corpo místico em
diversos estados. – Terceiro,
a distribuição das graças procedentes da Paixão de Cristo, com diz (S.)
Dionísio. Por onde, tal fracção não induz divisão em Cristo.
8ª
Objeção: As cerimônias deste sacramento representam a Paixão de Cristo. Ora, na
Paixão, o corpo de Cristo foi dividido nos lugares das cinco chagas.
Logo, o corpo de Cristo devia ser dividido antes em cinco que em três
partes.
RESPOSTA: Como diz o Papa
Sérgio (em De consecr., didt. II): “Triforme é o corpo do Senhor. A parte oferecida, posta no cálice, representa o
corpo de Cristo já ressuscitado. Isto é, o próprio Cristo e a
Santa Virgem, que já estão na glória com os seus corpos. A parte que se come significa os que
ainda vivem nesta terra. pois os peregrinos neste mundo se unem com Cristo pelo
sacramento; e ficam alquebrados pelo sofrimento como o pão comido é triturado.
– A parte remanescente no altar até o fim da missa significa
o corpo jacente no sepulcro; porque até o fim dos séculos os corpos dos santos
estarão nos sepulcros; mas as almas estão no purgatório ou no céu. Este rito
porém não se observa atualmente, isto é, o de conservar uma parte até ao fim da
missa. Mas permanece a mesma significação das partes. O que certos explimiram
em versos, dizendo: A hóstia se divide em
partes; molhada (=a que fica dentro do cálice com o precioso
sangue) significa os que gozam da plena beatitude; seca, signifca
os vivos; conservada, significa os sepultos.
Certos, porém, dizem, que a parte posta no cálice significa os viventes neste
mundo; a conservada fora do cálice significa os plenamente bem-aventurados,
isto é, em corpo e alma; a parte comida significa os outros.
9ª
Objeção: O corpo de Cristo é totalmente consagrado neste sacramento, em
separado do sangue. Logo, não se devia misturar com o sangue uma parte dele.
RESPOSTA: O cálice pode ter
dupla significação. – Numa é a Paixão mesma, representada neste sacramento. E
então, a parte posta no cálice significa os ainda participantes dos
sofrimentos de Cristo. – Noutra significação pode simbolizar o gozo dos
bem-aventurados, também prefigurado neste sacramento. Por onde, aqueles cujos
corpos já gozam da plena beatitude são simbolizados pela parte posta no cálice.
– E devemos notar, que a parte posta no cálice não deve ser dada ao povo
como complemento da comunhão, porque o pão molhado Cristo não o deu senão ao
traidor Judas.
10ª
Objeção: Assim como o corpo de Cristo é dado neste sacramento como
comida, assim o sangue de Cristo, como bebida. Ora, à recepção do corpo de
Cristo, ao celebrar a missa, não se lhe acrescenta nenhum outro alimento para o
corpo. Logo, não devia o sacerdote, depois de ter bebido o sangue de Cristo,
tomar vinho não consagrado. (Se refere ao vinho das abluções)
RESPOSTA: O vinho, em
razão da sua humidade, serve para lavar. Por isso, é tomado depos da suscepção
deste sacramento, para lavar a boca, para que nenhuma partícula nela fique; o
que constitui reveverência para com este sacramento. Por isso, uma disposição
canônica determina: o sacerdote deve sempre lavar a
boca com o vinho, depois de ter recebido completamente o sacramento da
Eucaristia; salvo de dever no mesmo dia (Isto porque o jejum eucarístico era de
12 horas e só se celebrava de manhã) celebrar outra missa; a fim de que o vinho
tomado para lavar a boca não impedisse celebrar outra vez. E
pela mesma razão lava com vinho os dedos, com que tocou o corpo de Cristo.
11ª
Objeção: O verdadeiro deve corresponder ao figurado. Ora, do cordeiro pascal,
que foi a figura deste sacramento, a lei ordenava que nada se consevasse para o
dia seguinte. Logo, não se deviam conservar hóstias consagradas, mas
consumí-las logo.
RESPOSTA: A verdade deve, de
certo modo, corresponder à figura; assim não deveria realmente a parte da
hóstia consagrada, da qual o sacerdote e os ministros ou também o povo
comungam, ser conservada para o dia seguinte. Mas devendo este sacramento ser
recebido todos os dias, o que não se dava com o cordeiro pascal, por isso é
necessário conservar outras hóstias consagradas para os enfermos. Por onde
na legislação da Igreja dada pelo Papa (S.) Clemente se estabelece: “O prebítero tenha sempre preparada a Eucaristia de modo que quando
alguém adoecer, dê-lhe logo a comunhão, não vá morrer sem ela.”
12ª
Objeção: O sacerdote fala aos ouvintes no plural; por exemplo,
quando diz: “Dominus vobiscum” (= O Senhor esteja convosco), e, “Gratias
agamus” (= Demos graças). Ora, não devemos falar no plural quando nos
dirigimos a um só, sobretudo inferior. Logo, não devia o sacerdote celebrar a
missa, estando presente só um ministro.
RESPOSTA: Na celebração solene
da missa, vários devem estar presentes. Donde o dizer o Papa Sotero: “Também isto foi estabelicido, que nenhum sacerdote ouse celebrar
solenemente a missa sem dois ministros presentes, que lhes respondam, a ele
como terceiro; porque quando diz no plural “Dominus vobiscum”; e a oração
secreta “Orate pro me”, é necessário evidentemente que lhe alguém responda à
saudação”. Por isso, para maior solenidade, lemos no
mesmo lugar como estatuído ( De Consecr. dist. I , papa
Soter) que o bispo celebre, com vários ministros, a
solenidade da missa. – Mas, nas missas privadas,
basta haver um ministro, representante de todo o povo católico, em nome do
qual responde no plural ao sacerdote.
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