“Se
não atenderem a meus apelos, a Rússia espalhará os seus erros pelo mundo,
promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo
Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas”
A escolhida da Santíssima Virgem reuniu nesta sua obra os vinte e dois
apelos da Mensagem que muito resumidamente passamos a publicar a partir do
presente artigo. Com isso, desejamos chamar a atenção do leitor não somente
para a urgência da Mensagem do Céu, dirigida à desorientada humanidade
dos nossos tempos, mas, também, para as reflexões da humilde carmelita que
heroicamente viveu em plenitude a Mensagem, legando-nos sublimes
apontamentos nesse seu precioso livro.
Sexto apelo da Mensagem
– Apelo à oração
“Orai,
orai muito!”
Este apelo teve lugar na segunda aparição do Anjo.
Encontravam-se as pobres crianças entretidas, sentadas nas lajes do poço
situado no quintal dos meus pais. O Mensageiro celeste apresenta-se e
dirige-lhes a seguinte pergunta: “Que fazeis?” e, sem esperar
resposta, continua: “Orai, orai muito! Os Corações de Jesus e Maria têm
sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente ao Altíssimo
orações e sacrifícios. (…) De tudo que puderdes, oferecei um sacrifício em ato
de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão
dos pecadores. Atraí assim sobre a vossa Pátria a paz. Eu sou o Anjo da sua
guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo aceitai e suportai o sofrimento que o
Senhor vos enviar”.
Na ocasião, nem ao de leve puderam as crianças suspeitar que essa
chamada à oração era não só para elas, mas também para toda a humanidade. Hoje,
considero este apelo como uma chamada de atenção para o caminho marcado por
Deus às suas criaturas, desde o princípio da criação.
A Mensagem nos renova a recomendação do Senhor: “Orai, orai muito!”.
Este apelo é a repetição da chamada à oração que tantas vezes nos foi dirigia
por Deus e que Jesus Cristo deixou aos Seus Apóstolos e a nós também, nos
últimos momentos da Sua vida terrena: “Vigiai e orai!”.
A Sagrada Escritura diz-nos como devemos empregar o tempo que Deus nos
quiser dar de vida: uma parte há de ser dedicada à oração, outra ao desempenho
dos deveres do nosso estado e uma terceira destinada ao bem do próximo por amor
de Deus. O dia tem vinte e quatro horas; não fazemos nada de mais, se
reservarmos alguns momentos para nos encontrarmos com Deus.
As igrejas são a casa do nosso Pai do Céu. Tal como os filhos se juntam
à volta do pai para escutar as suas palavras, ouvir os seus ensinamentos e
seguir as suas diretrizes, assim se reúne o Povo de Deus na casa do Pai, à
volta de Cristo, para escutar a Sua palavra, expor-Lhe as suas necessidades,
receber os Seus favores e cantar-Lhe os seus louvores. Estou a falar-vos da
oração coletiva, na qual todos devemos tomar parte.
Há depois a oração particular de cada um, que não devemos descuidar.
Todos os filhos têm os momentos em que procuram encontrar-se a sós com seu pai,
para em particular lhe exporem os seus problemas, pedirem-lhe os seus conselhos
e auxílio. Ora Deus é o nosso verdadeiro Pai; devemos, por isso, procurar
encontrar-nos com Ele a sós, para Lhe dirigirmos as nossas súplicas, os nossos
agradecimentos, os nossos protestos de fidelidade e amor; para Lhe expormos as
nossas dificuldades, recebermos o Seu auxílio, os Seus conselhos, a Sua luz,
graça e conforto.
Mas, além destes templos construídos pelas mãos dos homens, temos outros
templos, não menos reais, onde devemos orar e oferecer a Deus os nossos
sacrifícios: é a nossa alma, o nosso coração, a nossa consciência. Aí está
Deus! Aí habita a Santíssima Trindade! Se nos encontramos em estado de graça,
somos templos de Deus: “Se alguém Me ama, guardará a Minha palavra: Meu
Pai amá-lo-á e viremos a ele e faremos nele morada” (Jo 14,23).
“Não sabeis que sois templos de Deus e que o Espírito de Deus habita em
vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. porque o templo de
Deus, que sois vós, é santo” (1Cor 3,16-17).
Sétimo apelo da
Mensagem – Apelo ao sacrifício
“Oferecei
constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios”
O sacrifício de Cristo, que veio pôr termo às figuras [as prefigurações
do Antigo Testamento], devia perpetuar-se em substituição dos sacrifícios da
Antiga Aliança. E temo-lo hoje renovado diariamente no altar da Celebração
Eucarística, repetição incruenta do sacrifício da Cruz.
Mas não basta, porque, como diz S. Paulo (Cor 1,24), é preciso completar
em nós o que falta à Paixão de Cristo, porque somos membros do Seu Corpo
Místico. Ora, quando um membro do corpo sofre, todos os outros membros sofrem
com ele, e, quando um membro se sacrifica, todos os outros membros participam
desse sacrifício; se um membro estiver enfermo e o mal for grave, ainda que o
mal esteja localizado só nele, todo o corpo sofre e morre. O mesmo se passa na
vida espiritual: todos somos enfermos, todos temos muitas deficiências e
pecados; por isso, todos temos o dever de, em união com a vítima inocente que é
Cristo, nos sacrificamos em reparação pelos nossos pecados e pelos dos nossos
irmãos, porque todos somos membros do mesmo e único Corpo Místico do Senhor.
A Mensagem pede que ofereçamos a Deus, de tudo o que pudermos, um
sacrifício: “De tudo o que puderdes, oferecei um sacrifício em ato de reparação
pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores”
(Palavras do Anjo). Podem ser sacrifícios de bens espirituais, intelectuais,
morais, físicos e materiais; segundo os momentos, teremos ocasião de oferecer
ora uns, ora outros. O que importa é que estejamos dispostos a aproveitar as
ocasiões que se nos deparam; sobretudo que saibamos sacrificar-nos quando isso
mesmo é exigido pelo cumprimento do próprio dever para com Deus, para com o
próximo e para com nós mesmos.
“Quem não tomar a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim” (Mt
10,38).
Oitavo apelo da
Mensagem – Participação na Eucaristia:
“Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente
ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso
Deus”.
Este apelo que a Mensagem nos dirige, está bem explícito no Evangelho,
mas é por muitos mal compreendido, esquecido, posto de parte, abandonado e, o que
é mais triste, ultrajado…
Quando Jesus Cristo manifestou o Seu intento de ficar conosco na
Eucaristia, para ser o nosso alimento espiritual, a nossa força e a nossa vida,
os fariseus escandalizaram-se e não acreditaram. Mas o Senhor
insistiu: “Eu sou o Pão da Vida, (…) Se alguém comer deste pão viverá
eternamente; e o pão que Eu hei-de dar é a Minha carne pela vida do mundo (…)
Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o Seu sangue, não
tereis vida em vós” (Jo 6,48-53). Destas palavras, é claro que, se não nos
alimentarmos da Sagrada Comunhão, não teremos em nós a vida da graça, a vida
sobrenatural, que depende da nossa união com Cristo, pela comunhão do Seu Corpo
e do Seu Sangue. Para isto, ficou Ele na Eucaristia: para ser o nosso alimento
espiritual, o nosso pão de cada dia, que sustenta em nós a vida sobrenatural.
Mas, para podermos alimentar deste Pão, precisamos de estar na graça de
Deus, como nos adverte S. Paulo: “Eu recebi do Senhor o que vos transmiti:
que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter
dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós;
fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou
também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as
vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Assim, todas as vezes que
comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que
venha. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor
indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um se
examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o
come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria
condenação”. (ICor 11,23-29).
Jesus Cristo nos assegura da Sua presença real, em corpo e alma, vivo
como está no Céu, em todas as partes onde se encontra o pão e o vinho
consagrados. Ele diz: “Isto é” não disse: Isto foi, ou então: Isto
pode ser, nem: Isto será. Mas sim: “Isto é”. Em todo o momento, em toda a
parte, o pão e o vinho consagrado é o Corpo e Sangue de Jesus Cristo, e é-o por
todo o tempo que esse pão e esse vinho se conservar. Isto está claro nas
palavras de Jesus Cristo, Homem e Deus verdadeiro: e a palavra de Deus opera o
que significa.
“Eu sou o pão da vida; o que vem a Mim jamais terá fome, e o que
acredita em Mim jamais terá sede, (…) e a vontade de Meu Pai é esta: que todo
aquele que vê o Filho e acredita n’Ele tenha a vida eterna; e Eu
ressuscitá-lo-ei no último dia”. (Jo 6,35.40).
Verdadeiramente Cristo derramou o Seu Sangue pela humanidade inteira,
por todos, sem excluir ninguém. Mas é verdade também que nem todos se
interessam e esforçam por acolher na sua vida Jesus Cristo, o preço do seu
resgate, excluindo-se a si mesmos da Redenção. Como não pensar que tantos que
não sabem ou não querem alimentar-se do Seu Corpo e do Seu Sangue? Que será
deles? “Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a Carne do Filho
do Homem e não beberdes o seu Sangue, não tereis a vida em vós” (Jo 6,53). Esta
é a resposta que nos dá Jesus Cristo, a propósito dos que não querem
aproveitar-se dignamente do dom que Ele nos oferece, isto é, do Seu Corpo e do
Seu Sangue, vivo e presente no sacramento da Eucaristia.
Trechos resumidos do livro Apelos da Mensagem de Fátima, de Irmã
Lùcia. Carmelo de Coimbra.
Fonte: http://osegredodorosario.blogspot.com.br/2017/01/os-22-apelos-da-mensagem-de-fatima_10.html
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