“Quem escreve estas linhas
foi com Fátima e em Fátima, que ainda criança, por Graça De Deus, apreendeu a
verdadeira realidade da Ordem Sobrenatural; porque quem a desconhece –
desconhece tudo, reduzindo a Fé Católica a um puro terrenismo naturalista.”
Alberto Carlos Rosa Ferreira das Neves Cabral
«Noutros termos mais breves e mais
claros, querem que se deva admitir a EVOLUÇÃO VITAL dos livros sacros, nascida
da evolução da Fé e correspondente a esta. Acrescentam ainda que os sinais de
tal evolução aparecem tão manifestos, que se poderia escrever a História destes
– e chegam até a escrever essa História, e com tanta persuasão, que parecem ter
visto, com os seus próprios olhos, cada um dos escritores, que nos diversos
séculos, estenderam a mão sobre a Escritura – para ampliá-la.
Para confirmá-lo, recorrem à crítica
que chamam textual, e se esforçam em persuadir que este ou aquele facto, estes
ou aqueles dizeres, não se acham nos seus lugares, e aduzem ainda outras razões
do mesmo quilate. Dir-se-ia, na verdade, que se pre-estabeleceram certos tipos
de narrações ou alocuções, que servem de critério certíssimo de julgamento. Com
semelhante método, julgue quem puder fazê-lo, se eles podem ser capazes de
discernir. E no entanto, quem os ouvir discorrer a respeito dos seus estudos
relativos à Escritura, na qual lograram descobrir tantas incongruências, é
levado a crer que antes deles ninguèm manuseou aqueles livros, e que não houve
uma infinita multidão de doutores, EM TALENTO, EM SABEDORIA, E EM SANTIDADE de
vida muito superiores a eles, que os esquadrinharam em todos os sentidos. E
para estes sapientíssimos doutores, tão longe estavam as Escrituras de ter
alguma coisa de repreensível, que ao contrário, quanto mais eles a
aprofundavam, TANTO MAIS AGRADECIAM A DEUS, TER-SE DIGNADO DE ASSIM TER FALADO
AOS HOMENS.
Mas é que os nossos doutores não se
entregaram ao estudo das Escrituras com os meios de que se proveram os
modernistas! Isto é, não se deixaram amestrar nem guiar por uma filosofia QUE
TEM A NEGAÇÃO DE DEUS POR PONTO DE PARTIDA, e nem se arvoraram a si mesmos em
norma de bem julgar. Parece-nos pois já estar bem declarado o método histórico
dos modernistas. O filósofo abre o caminho, segue-o o historiador; logo após,
por seu turno a crítica interna e textual. E COMO É PRÓPRIO DA PRIMEIRA CAUSA
COMUNICAR A SUA VIRTUDE ÀS SEGUNDAS, CLARO QUE TAL CRÍTICA NÃO É QUALQUER
CRÍTICA, MAS POR DIREITO DEVE CHAMAR-SE AGNÓSTICA, IMANENTISTA, EVOLUCIONISTA;
E POR ISSO QUEM A PROFESSA, OU DELA SE UTILIZA, PROFESSA OS ERROS NELA
CONTIDOS, E SE PÕE EM OPOSIÇÃO COM A DOUTRINA CATÓLICA. Por esta razão, é muito
de admirar, que tal género de crítica possa hoje ter tão grande aceitação entre
católicos. Isso ocorre por dois motivos: O primeiro é a aliança íntima que se
estabelece entre historiadores e críticos deste género, não obstante qualquer
diversidade de nacionalidade ou de crenças; o outro é a incrível audácia com
que qualquer estranheza que algum deles diga, é pelos outros sublimada e
louvada como progresso da ciência; SE ALGUÉM O NEGAR LEVA A PECHA DE IGNORANTE;
SE PORÉM A ACEITAR E DEFENDER, SERÁ COBERTO DE LOUVORES. DISSO SE SEGUE, QUE
NÃO POUCOS FICAM ENGANADOS, ENTRETANTO SE MELHOR CONSIDERASSEM AS COISAS,
FICARIAM, AO CONTRÁRIO, HORRORIZADOS. DESSA PREPOTENTE IMPOSIÇÃO DOS
EXTRAVIADOS, DESSE INCAUTO ASSENTIMENTO DOS PUSILÂNIMES, PRODUZIU-SE CERTA
CORRUPÇÃO DE ATMOSFERA, QUE PENETRA EM TODA A PARTE E DIFUNDE O CONTÁGIO. »
O milagre, enquanto sinete da Verdade
Revelada, por vezes impresso por Deus Nosso Senhor para autenticar a Sua Divina
Palavra, no seio, e sob a Autoridade, da Santa Madre Igreja, SÓ PODE
CONSTITUIR-SE NA FÉ CATÓLICA E PELA FÉ CATÓLICA. Efectivamente, o milagre, que
na sua realidade material é acessível a quem quer que o possa presenciar, na
sua realidade FORMAL, ou seja, PRÒPRIAMENTE COMO MILAGRE, só é testificável por
quem possui a Fé Católica; ou ainda, e isto é fundamental, por quem é atraído à
Fé Católica pela realidade desse mesmo milagre, percebida primeiro
materialmente, mas com a Graça Divina, elevada à ORDEM FORMAL SOBRENATURAL. Tal
sucede, porque a função primordial do milagre, ainda materialmente considerado,
é ser condição extrínseca Providencial, altamente interpelante, da Graça
Divina, neste caso, da Graça da conversão. Esta concepção aplica-se aos
milagres do Antigo Testamento, e fundamentalmente aos milagres operados por
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Neste quadro conceptual, compreende-se que
os não crentes, sobretudo os respeitadores, afirmem que aquilo que hoje não tem
explicação, tê-la-á no futuro, com os desenvolvimentos da ciência. Quanto aos
inimigos históricos da Igreja, esses, malèvolamente, atribuem os milagres, como
os de Fátima ou Lourdes, à fraude organizada pela mesma Igreja.
Cumpre assinalar que uma Ressurreição
constitui um milagre no sentido mais estrito do termo – SÓ DEUS CRIADOR O PODE
REALIZAR; E NESTE CASO, O CONCURSO INSTRUMENTAL DA CRIATURA, SOBRETUDO DO ANJO,
QUANDO EXISTA, FICA REDUZIDO A UM MÍNIMO MUITO REMOTO.
A cura de certas doenças pode ser realizada
pelos Anjos, sob ordens Divinas, mas não deixa de constituir um milagre,
precisamente enquanto implica uma intervenção positiva de Deus -através da
Ordem Preternatural dos Seus ministros angélicos – no sentido de alterar o
curso puramente natural da ordem criada.
No modernismo não há, nem pode haver
milagres, com excepção evidentemente, dos milagres que alcançam, por Graça de
Deus, a conversão dos mesmos modernistas. É conhecido, e São Pio X recorda-o no
trecho acima transcrito, como a base do modernismo é um misto de ateísmo e
agnosticismo, convenientemente ornamentado de panteísmo ou antropoteísmo,
estèticamente apresentado sob aparências mais ou menos cristãs. Ora, neste
quadro conceptual, sendo o milagre, por definição, obra da misericórdia de
Deus, o modernismo só poderá aceitar manifestações consideradas puramente
subjectivas e alucinatórias daquilo que valoriza como uma alienação humana – O
Catolicismo tradicional! É exactamente essa a interpretação que se deve fazer
dos “milagres” da seita conciliar: SÃO FRAUDES EQUIPARÁVEIS A ILUSIONISMO, OU
ENTÃO PRODÍGIOS REALIZADOS PELO DEMÓNIO. O demónio, apesar de condenado,
continua a ter grande poder sobre a matéria, só que não actua por ordens de
Deus, como procedem os Anjos bons em certas curas, actua pela sua iniciativa de
ente condenado, a quem Deus concedeu alguma liberdade para atormentar e tentar
os homens, até ao fim do mundo. Todavia, dadas as circunstâncias, tudo indica
que os “milagres” apresentados pela seita conciliar para as suas falsas e
diabólicas canonizações, constituem, pura e simplesmente, MENTIRAS DA
MAÇONARIA. Jamais olvidemos que a seita conciliar e a maçonaria internacional
são exactamente a mesma coisa. Eles sabem perfeitamente que a grande massa nominalista,
imersa nas mais negras supestições, nunca poderá distinguir entre a Santa Madre
Igreja e a horrível seita que tomou a sua aparência e os seus contornos
exteriores. Porque a amaldiçoada maçonaria possui pleno conhecimento de que
neste pobre mundo O QUE CONFERE DINHEIRO E PODER SÃO AS APARÊNCIAS
MIMÉTICO-NOMINALISTAS – E QUASE NUNCA AS REALIDADES CELESTIAIS E ETERNAS.
Porque os falsos milagres, as mentiras, o
ilusionismo, os prodígios de satanás, POR DEFINIÇÃO, NUNCA PODERÃO CONVERTER
NINGUÉM, embora confirmem as pobres almas na superstição.
Fátima é o maior milagre do século XX, até
mesmo, em conjunto com Lourdes, o maior milagre da História da Igreja, se
excluirmos os da época Apostólica. Quem escreve estas linhas foi com Fátima e
em Fátima, que ainda criança, por Graça De Deus, apreendeu a verdadeira
realidade da Ordem Sobrenatural; porque quem a desconhece – desconhece tudo,
reduzindo a Fé Católica a um puro terrenismo naturalista.
A seita conciliar, a maçonaria
internacional, quer destruir Fátima; não o fez, porque o que resta do Santuário
é uma copiosa fonte de ouro. Mas exactamente por isso, a amaldiçoada maçonaria
procura intensificar E BESTIALIZAR, o mais possível, a já infelizmente tão
grande componente de superstição que desde sempre envolveu o Mistério de
Fátima.
Se os povos latinos da antiga Cristandade,
nos últimos 250 anos, foram presa tão fácil da maçonaria, tal deve-se ao
descomunal tributo que esses povos sempre consagraram ao analfabetismo
religioso e à mais negra e infame superstição.
Trata-se de um verdadeiro círculo vicioso:
Por um lado a ignorância religiosa propicia, de alguma maneira, formas
políticas ateias, e por sua vez estas, quando alcançam o poder, corroboram a
dita ignorância. Porque o analfabetismo religioso que menciono, não se
restringe, de modo nenhum, às classes populares, atinge e sempre atingiu,
sobretudo nos países Latinos, também as classes cultivadas segundo os padrões
do mundo, embora estas soçobrem bastante mais difìcilmente na superstição
positiva. Em Portugal, o analfabetismo religioso de homens formados em Letras,
nomeadamente em Histórico-Filosóficas – e portanto obrigados, até por uma
exigência puramente cultural, a caracterizarem mais proficientemente os seus
princípios intelectuais – atinge o limite do absurdo, quando afirmam, por
exemplo, que o Mistério da Santíssima Trindade são três deuses. Tal
também não nos deve surpreender demasiado, porque o regime do Estado Novo
Português (1926-1974) manteve nas Cátedras ateus e agnósticos notórios, desde que
não fossem comunistas. É exactamente o que o grande Louis Veuillot (1813-1883)
afirmava, quando se insurgia contra uma burguesia ateia, que só recorria à
Santa Madre Igreja para defender O COFRE FORTE.
Que Deus Nosso Senhor nos defenda de tão
hediondos pseudo-católicos.
LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
Lisboa, 23 de Abril de 2017
Fonte: https://promariana.wordpress.com/2017/05/08/o-modernismo-nao-tem-milagres/
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