“O Senhor, em Seu Santo Sacrifício nos ensina como
apagar todos os pecados; e ao dizer todos, dizemos desde os mortais até as mais
leves faltas. Maria Madalena é um claro exemplo de como Nosso Senhor a conduziu
pela senda da purificação total de sua alma, que não foi mais do que o caminho
do Calvário”
Queridos
irmãos, aqueles que não estão familiarizados com a Santa Missa tradicional não
saberão a que estou me referindo. Com a reforma litúrgica uma das muitas coisas
que desapareceram foi o Eu pecador – Confiteor –
que os fiéis rezavam antes da Sagrada Comunhão. Mas é o caso de que no Missal
tradicional de 1962 também as rubricas já não contemplam este Confiteor.
A
estranha e incompreensível máxima aplicada pelos responsáveis litúrgicos no
sentido da supressão de tudo o que estava duplicado na Santa Missa, levou
à supressão do segundo Confiteor,
considerando-o uma mera repetição do primeiro que se reza no início da Missa.
Seria
o Confiteor da
Comunhão uma simples repetição do primeiro? Nós respondemos com firmeza. NÃO. Não estamos diante de uma mera repetição de
orações, uma duplicação de orações que foram adicionados ao longo da história
do Missal Romano e não fizeram mais do que carregá-lo com orações supérfluas
tornando-se necessário suprimi-las. Possivelmente foi isso o que pensaram
os reformadores. O Confiteor da Comunhão tem a sua grande razão de
ser.
O
Senhor, em Seu Santo Sacrifício nos ensina como apagar todos os pecados; e ao
dizer todos, dizemos desde os mortais até as mais leves faltas. Maria Madalena
é um claro exemplo de como Nosso Senhor a conduziu pela senda da purificação
total de sua alma, que não foi mais do que o caminho do Calvário.
O
coração em pecado de Maria Madalena começou a mudar quando o Senhor disse-lhe
para não mais pecar, uma vez livre de todos aqueles que queriam apedrejá-la.
Ela atirou-se aos pés do Senhor e, com profunda dor pelos seus pecados os
enxugou. E o seguiu no caminho da Cruz, e esteve no Calvário. E foi ao
sepulcro, e em recompensa pelo seu amor e sincero arrependimento, o Senhor se
lhe mostrou ressuscitado.
Na
Santa Missa, o Senhor nos ensina o caminho da Cruz, arranca-nos até mesmo as
menores faltas. As faltas, por mais insignificantes que sejam, também
desagradam o Senhor. Ele nos quer perfeitamente limpos. Quero ser bom, dizemos;
queremos agradar o Senhor, mas devemos nos esforçar, e cada dia mais. Na Santa
Missa, Ele nos ajuda.
Por que é necessário que os fiéis rezem o Confiteor antes da Comunhão?
Porque
devemos eliminar as pequenas faltas que ainda permanecem nas almas
daqueles que irão receber a Sagrada Comunhão. Faltas que a alma já não mais se
lembra, que já não tem presente, mas Deus sim. É necessário levar ao extremo a
purificação da alma, e assim, ao receber o Preciosíssimo Corpo de Cristo
será purificado qualquer remanescente de falta que tenha permanecido
na alma do comungante.
Ao
longo de toda a Santa Missa, sem que a alma perceba, o Senhor está a
prepará-la, e o Confiteor, antes da Comunhão, é a preparação
final da alma para receber o puríssimo e santíssimo Corpo de Cristo. O Senhor
purifica-nos primeiro dos pecados mortais, em seguida, dos veniais e,
finalmente, das faltas. Faltas, imperfeições, que muitas vezes não temos
conhecimento delas, devemos eliminá-las também; e até mesmo lamentá-las.
O
Senhor tem tudo isso em conta, essas imperfeições de não cumprimentar alguém
com afeto, de responder rispidamente, de não atender com solicitude a quem
requer nossa atenção, etc. No entanto, não as tem em conta para exercer
justiça sobre nós, mas para nos aperfeiçoar. Para que sejamos puros como anjos.
Se
nosso pensamento não está em Deus, não nos perturbaríamos por estar com alguém
que não é do nosso agrado; estaríamos bem porque estaríamos no Senhor. Se
reconhecemos essas faltas poderemos corrigi-las pouco a pouco, alcançando esse
estado de graça em que viveremos felizes. Porque a felicidade é estarmos situados em Deus. Quanto
mais conseguimos a nossa perfeição aqui antes de irmos para o Céu, senão para o
Purgatório. Devemos ser como anjos para
entrar no Céu. E isso conseguiremos no Santo Sacrifício da Missa.
Na Santa Missa está o caminho
de perfeição da alma. Não há
outro caminho. O Senhor, na Santa Cruz, espera-nos sem nenhum pecado. Se
queremos segui-lo temos de nos tornar limpos e puros, ou pelo menos, que nunca
falte de nossa parte todos os nossos esforços.
Se
afastamos o Calvário da Santa Missa, não encontramos o Senhor, encontramos o
homem; já não nos fala o Senhor, fala-nos o homem. Desapareceu o caminho de
salvação, de purificação dos nossos pecados, e a alma já não pode ser limpa e
embranquecida de seus defeitos e imperfeições. Todos os seus esforços não darão
frutos. Desvaneceu-se o caminho de salvação.
Por que o sacerdote não reza um segundo Confiteor antes de comungar?
Porque
o sacerdote acaba de consagrar, já não é mais ele, é o Senhor quem está nele.
Não é como no início da Santa Missa, quando ele pede perdão como os fiéis,
quando se prepara para entrar no altar de Deus.
Agora, é o próprio Senhor, o Sumo e Eterno Sacerdote, quem está presente. Por
esta razão, o sacerdote não reza um segundo Confiteor.
Rezem
o Confiteor, o Eu pecador, quando se dirigirem para
receber a Sagrada Comunhão, façam-no interiormente. Rezem-no com unção e
devoção, com dor pelas faltas, pelas imperfeições cometidas. Peçam a graça da
dor pelas menores imperfeições. Peçam. É o Senhor quem opera na alma, e nela
fará o que é impossível por ela mesma ser feito.
Ave Maria Puríssima.
Pe.
Juan Manuel Rodriguez de la Rosa.
Fonte: http://www.sensusfidei.com.br/2016/07/11/a-importancia-do-confiteor-da-comunhao/
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