Nos últimos dias, em pequenos avisos recebidos,
tenho sido instado a escrever sobre o futuro da Igreja. Aproveito então colocar
abaixo parte das visões tidas pela grande mísitica Anna Catharina Emmerich,
relativas ao calvário final da Igreja e a sua reconstrução rumo a Jerusalém
Celeste. Algumas explicações serão dadas ao texto, que infelizmente recebi
traduzido do espanhol por um programa de computador e nem sempre consegui dar a
fidelidade devida. Desconheço a fonte, a autoria e o remetente.
"A
demolidora obra da maçonaria eclesiástica e laica nas Visões e Revelações à
Venerável Ana Catharina Emmerich Tomada do Livro 3, Cap.XXV "Visões do
Anticristo e do triunfo da Igreja".
Introdução.
Entre o
cúmulo de visões de acontecimentos passados e presentes, em alguns dos quais
intervém misteriosamente Ana Catarina, alude-se reiteradas vezes à luta dos
poderes das trevas contra os filhos da luz. Algumas podem ser consideradas
proféticas, porque se referem a certos acontecimentos ocorridos com
posterioridade à morte da vidente e a nossa época (então final da guerra de
1939). Entre outras, aplanasse quadros que julgamos apocalípticos, como os que
descrevem a desolação da terra, a apostasia das massas, as tribulações dos
cristãos sob o reinado do Anticristo e o Triunfo glorioso da Igreja de Cristo.
A visão
da besta "do mar" é semelhante à consignada no Apocalipse, com o
adicionado, sobre o texto canónico, de que o monstro tem fila de peixe e várias
cabeças que formam como uma coroa em torno da maior. As notas nas páginas
contribuem a identificar algumas destas cenas com as de São João, cujo
maravilhoso livro era desconhecido pela estigmatizada de Dülmen (Região da
Alemanha onde nasceu e morreu Ana Catarina).
1.
Maquinações dos malvados contra a Igreja. (Oitava de Natal de 1819)
Vi à
Igreja de São Pedro e a uma grande multidão de homens afanados em destruí-la,
enquanto outros trabalhavam em restaurá-la. Os trabalhadores estavam espalhados
por todo mundo e me admirava a conformidade de seus trabalhos. Os obreiros que
tratavam de destruir o templo, arrancavam pedaços do mesmo; entre estes
distingui a muitos hereges e apóstatas. Trabalhavam de acordo a certas regras
os que levavam mantos brancos, com bolsos, bordados com faixas azuis e planas
sujeitas à cintura. Estavam vestidos com toda classe de trajes; entre eles
tinha homens altos e corpulentos, com uniformes e estrelas; mas estes não
trabalhavam, senão que indicavam nos muros, com a plana, onde e como tinham de
demolir.
Vi com
espanto que entre eles tinha sacerdotes católicos. Às vezes, quando não sabiam
como demolir, acercavam-se a um dos seus, que tinha um grande livro, no qual
parece que estava indicado como estava feito o edifício e a maneira de derrubá-lo.
Depois assinalavam com a plana uma parte dele, para que fora destruída, a qual,
efetivamente se derrubava. Os que derrubavam o edifício faziam calma e
seguramente, mas com timidez, secretamente, postos como em espreita.
Vi ao
Papa em oração rodeado de falsos amigos, que muitas vezes faziam o contrário do
que se lhes mandava. Vi a um homem malvado, negro e de baixa estatura,
trabalhar muito ativamente contra a Igreja. Enquanto o templo era destruído por
estes em alguma parte, reedificando outros por outra parte, mas sem energia nem
vigor. Vi também muitos eclesiásticos a quem conhecia entre eles o Vigário
Geral, cuja vista me causou muita alegria. Passou sem turvar-se por entre os
demolidores e dispôs o necessário para a conservação e restauração do templo.
Esta
frase é profética e se refere à situação deste papa e dos últimos. Ela na
verdade quase não conseguem mais trabalha, porque imobilizados por um segundo
escalão desobediente, que muitas vezes faz o contrário do que o papa quer, e
ainda por cima usa malignamente o nome dele.
Vi também
a meu confessor levar uma grande pedra, dando um bom rodeio. Vi outros
sacerdotes, preguiçosos, rezar as horas com seu breviário e levar, muito de vez
em quando, alguma pedrinha sob os hábitos ou alongar-se a outros. Parecia que
nenhum tinha confiança nem gosto no trabalho, já que trabalhavam sem direção e
sem saber o que faziam.
Aquilo
era aflitivo. Já estava destruída a parte anterior da Igreja e não ficava em pé
mais do que o sacrário. Eu estava muito triste, pensando onde se acharia aquele
homem com veste vermelha e bandeira branca, que se me tinha representado outras
vezes sobre a mesma Igreja, salvando-a da destruição.
2. A
Santíssima Virgem protege a Igreja.
Então vi
a uma grande Senhora, cheia de majestade, que vinha pela grande vaga que há
adiante do templo. Tinha um manto estendido, sujeito com ambos os braços e se
movia impassivelmente no ar. Deteve-se no alto da cúpula e estendeu seu manto,
que brilhava como o ouro, sobretudo o recinto da igreja.
Os
demolidores deixaram de trabalhar naquele momento. Quiseram prosseguir sua obra
de destruição, mas não puderam acercar-se ao espaço protegido pelo largo manto.
Enquanto os que trabalham em reedificar a igreja, mostravam extraordinária
atividade. Vieram muitos homens escuros, anciões e impedidos e muitos jovens
vigorosos; mulheres e meninos, sacerdotes e seculares, e muito cedo esteve
quase do tudo restaurada a Igreja.
Vi então
vir um novo pontífice em procissão. O Papa era bem mais jovem e enérgico que o
anterior (B). Foi recebido com grande solenidade. Parecia que ia consagrar a
igreja, mas ouvi uma voz que dizia que o templo não precisava nova consagração,
pois a parte principal dele, o tabernáculo, não tinha sido destruída. Devia
celebrar-se uma dupla festa em toda a Igreja: um jubileu universal e a
restauração da Igreja.
– Mais
uma constatação atual, pois seguramente o Papa Bento XVI está bem fisicamente
se comparado aos últimos dias de seu antecessor. Esta visão do Tabernáculo não
caído, certamente quer significar que embora todos os esforços dos demolidores
eles não conseguirão derrubar todos os sacrários da terra.
Antes que
o Papa começasse a festa que tinha preparado aos seus e estes lançaram da
assembleia, sem contradição nenhuma, a uma multidão de eclesiásticos, uns de
elevado poder, outros de pouca significação, os quais saíram murmurando, cheios
de cólera. O Pontífice tomou ao seu serviço a outros eclesiásticos e a outros
seculares. Depois começou a grande solenidade na Igreja de São Pedro. Os que
trabalhavam com mantos brancos mantiveram-se silenciosos, circunspetos e
tímidos, olhando se algum os observava.
– Terá
ela visto a reunião de Aparecida? Não está dito que eles ficarão furiosos com o
Santo Padre? Acaso o Papa não está desagradando aos seus inimigos, por trocar
alguns cargos por pessoas de confiança? Tudo então se confirma como verdadeira
profecia.
3. O
Arcanjo São Miguel luta pelo Triunfo da Igreja. (30 de Dezembro de 1819)
Vi
novamente a Igreja de São Pedro com sua grande cúpula. Sobre ela resplandecia o
Arcângelo São Miguel vestido de cor vermelha, tendo uma grande bandeira de
combate nas mãos. A terra era um imenso campo de batalha. Os verdes e azuis
lutavam contra os brancos e estes sobre os quais havia uma espada de fogo
parecia que iam sucumbir; nem todos sabiam por que causa combatiam.
A Igreja
era de cor sangrenta como o vestido do Arcanjo. Ouvi que me diziam: "Terás
um batismo de sangue" . Quanto mais se prolongava o combate, mais se
apagava a viva cor vermelho da Igreja e se voltava mais transparente. O Arcanjo
desceu e se acercou aos alvos. O vi adiante de todos. Estes cobraram grande
valor, sem saber de onde lhes vinha.
–
Certamente que estas visões se referem aos acontecimentos de um futuro bem
próximo, onde novamente haverá martírios em massa. Por uma lado a Igreja está
já hoje sendo balizada com sangue, porque nos últimos tempos têm se acentuado
os assassinatos de padres e fiéis católicos.
O Anjo
derrotou aos inimigos, os quais fugiram em todas as direções. A espada de fogo
que estava sobre os alvos, desapareceu. No meio do combate aumentavam as filas
dos alvos: grupos de adversários passavam a eles e uma vez passaram em grande
número. Sobre o campo de batalha tinha no espaço, legiões de santos que faziam
sinais com as mãos, diferentes uns de outros, mas animados do mesmo espírito.
4. Vê a
São Francisco de Assis e Santa Juana de Chantal. (Domingo de infra oitava da
Santíssima Trinidade, 1820)
Para
consolo meu vi quadros da vida dos dois santos: São Francisco de Sais e Santa
Juana de Chantal. Diziam que os tempos que corremos são muito tristes; mas que
depois de muitos desastres, virá um tempo suave e aprazível, em que os homens
estarão muito unidos uns com outros e se amarão muito; então florescerão muitos
mosteiros no verdadeiro sentido da palavra. Vi também uma imagem destes
longínquos tempos, a qual não posso descrever; daí se afastavam as trevas da
noite e surgiam a luz e o amor. Vi toda classe de quadros relativos ao
Renascimento das ordens religiosas.
Os tempos
do Anticristo não estão tão próximos como alguns crêem. Têm de vir precursores
do mesmo. Vi em algumas cidades mestres de cujas escolas poderão sair esses
precursores.
5. Vê a
Igreja de São Pedro em perigo. (28 de Agosto de 1820)
Vi uma
imagem da Igreja de São Pedro, onde me parecia que o tempo boiava sobre a terra
e que muitos corriam pressurosos a pôr-se em baixo dele para transportá-lo,
grandes e pequenos, sacerdotes e seculares, mulheres e meninos e ainda anciões
impedidos. Eu sentia grande angústia e inquietude, pois estava vendo que a
igreja ameaçava ruínas por todas as partes. Mas todas aquelas gentes se puseram
em baixo dela sustentando-a com seus ombros; quando isto o faziam, todos tinham
a mesma estatura.
Cada um
estava em seu posto: os sacerdotes em baixo dos altares; os leigos em baixo das
colunas e as mulheres à entrada. Era tão grande o peso que todos suportavam que
cri que seriam esmagados. Sobre a Igreja aparecia o céu aberto e os coros dos
santos a sustentavam com suas orações e seus méritos e ajudavam aos que a
sustentavam sobre seus ombros. Eu estava flutuando entre uns e outros. Vi que
os que a levavam se moviam para diante e que uma fila de casas e palácios que
havia defronte caíam por terra, como as espigas de um campo, ao passar sobre
eles a igreja e que a mesma igreja foi posta ali sobre a terra.
Então
tive outra visão. Vi que a Santíssima Virgem estava sobre a Igreja e ao redor
dela os apóstolos e bispos. Abaixo vi grandes procissões e solenidades. Vi que
todos os maus pastores da igreja, que tinham crido que podiam fazer algo com
suas próprias forças, sem receber a virtude de Cristo, dos copos de seus santos
predecessores e da igreja, foram lançados e substituídos por outros. Vi que desde
o alto recebiam bênçãos e que se faziam grandes mudanças. Vi ao Papa que
dirigia todas estas coisas. Vi elevar-se a dignidades, a homens muito pobres e
a jovens.
OBS:
Recorde-se que esta visão tem quase dois séculos. Abreviaram-se os tempos.
Quando Ana Catarina fala do Anticristo o faz sempre como de uma pessoa e não de
uma sociedade ou estado anticristão. Só num mundo anticristão poderá imperar o
Anticristo. No mesmo sentido fala Santa Hildegarda em seu livro Scivias.
6. Vê uma
Igreja falsa na contra-mão da Igreja de Roma. (12 de Setembro de 1820)
Vi
construir uma igreja curiosa, falsa e perversa. Tinha no coro três divisões,
cada uma de várias arquibancadas, umas mais altas do que as outras. Em baixo se
estendia uma escura extensão cheia de trevas. Sobre a primeira destas divisões
vi que arrastavam um assento, na segunda uma grande xícara cheia de água; sobre
a mais alta tinha uma mesa. Não vi nenhum anjo presente na construção; mas
estava a espécie mais ardente e curiosa de múltiplos espíritos imundos, destes
que pesteiam os ares, que transportavam toda classe de objetos que depositavam
debaixo daquele teto, e ali abaixo, certas pessoas envoltas numa espécie de
mantas ou capas eclesiásticas, levavam todas essas coisas afora.
Nada
vinha do alto naquela igreja; tudo provia da terra e da escuridão, e os
espíritos imundos o traziam e preparavam tudo. Só a água parecia ter em si
mesma força saudável e em certo modo santificante. Vi trazer depois para dentro
dessa igreja uma grande quantidade de instrumentos. Muitas pessoas e também
meninos levavam utensílios e instrumentos da mais variada espécie para fazer e
produzir alguma coisa; mas tudo era escuro, pervertido, privado de vitalidade e
não se via mais do que separação e divisão.
Perto
desta vi outra igreja luminosa, plena de graças do alto; vi aos anjos subir e
descer e vi ali vida e crescimento, ainda que também dissipação e negligência.
Apesar de tudo era uma árvore cheia de seiva e de força vital em comparação da
pseudo-igreja, que parecia um sarcófago de relíquias mortas e de figuras. Uma
igreja era como uma ave que voa e se remonta nos ares; a outra como um
barrilete feito de papel pelos meninos, cheio de nodos, de enfeites e de
bocados de papel de cores na fila, que se arrasta sobre um campo árido talher de
estopa, em vez de remontar-se aos ares.
Tenho
visto que muitas das coisas reunidas naquela igreja estavam amontoadas na
contra-mão da igreja vivente: assim vi dardos e flechas. Cada um se empenhava
em levar aí dentro alguma coisa, como bengalas, varas, pompas de água, garrotes
de toda classe, bonecos e espelhos. Ali tinha trombetas, chifres, foles e toda
classe de objetos de toda classe e maneira. Sob a abóbada da sacristia se
afanavam por fazer pão; mas não fermentou e ficou tudo abandonado. Vi àqueles homens
com as mantas levar lenha adiante das arquibancadas sobre as quais estava o
púlpito e acender fogo e soprar com os foles e com a boca e afanar-se muito;
mas não saía de ali mais do que fumaça de uma escuridão horrível.
Então
fizeram uma abertura por acima e colocaram um tubo; mas aquele fogo não quis
prender e se fez tão denso de fumaça que terminou por sufocar. Outros sopravam
nas trombetas e clarines e se esforçavam de tal modo que parecia lhes saíam aos
olhos pelas órbitas; mas tudo ficou ali abandonado no solo e depois desapareceu
sob terra; de maneira que tudo era morto e fictício e vã obra humana.
Esta
igreja é em verdade feita pelos homens, em conformidade com a nova moda, como o
é a nova igreja, não católica, de Roma, que é também dessa espécie.
– Não é
preciso ter muito conhecimento para entender que ela está aqui se referindo a
esta falsa igreja moderna, voltada para o homem, que os inimigos de Deus estão
construindo. Uma falsa igreja social, que nada tem a ver com o Santo Padre e a
Igreja de Roma.
7. Vê a
obra dos espíritos maus na falsa igreja. (12 de Novembro de 1820)
Viajei
por um país escuro e frio e cheguei a uma grande cidade. Ali dentro vi de novo
a estranha grande fábrica da igreja; mas tenho visto que ali não há nada de
santo, senão inumeráveis espíritos planetários (segundo Ana, estes são
espíritos imundos, provenientes das classes mais baixas de anjos e de pouco
poder, não tão culpados pela queda) que trabalhavam em torno dela. Vi tudo isto
como se fosse real, de modo parecido, fazer-se uma obra eclesiástica católica
de comum acordo entre os anjos, os santos e os cristãos; mas aqui as formas
empregadas eram mecânicas, e as ajudas e os meios de outra espécie.
Vi subir
e baixar e enviar raios e luz por muitos espíritos planetários cobre aquela
gente que trabalhava. Tudo se fazia e resultava segundo a pura razão humana. Vi
lá acima, nas altas regiões, como um espírito fazia linhas e desenhava figuras
e como depois aqui na terra se executava, porque via que um abria os alicerces
e fazia aberturas ou planos. Tenho visto que a ação destes espíritos
planetários, que trabalham para si e para essa grande fábrica, como estendiam
seu influxo maléfico às mais remotas comarcas.
Tudo
aquilo que parecia necessário ou só útil à fabricação e existência desta
igreja, vi excitá-lo e pôr-lo por obra nos mais apartados lugares e distâncias
e vi porem-se de acordo homens e coisas, ensinos e opiniões para cooperar à
esta obra. Tinha em todo esse quadro um pouco de admiravelmente egoístico, de
orgulhosamente seguro e violento; e que tudo teve sucesso o vi num quadro
múltiplo de coisas; mas não vi sequer um só anjo ou um santo coincidindo à
obra. O quadro que vi era grandioso e perverso.
Vi também
bem mais longe e por trás daquele assento ou trono, um povo feroz armado de
picaretas, e um rosto feio que sorria e dizia: "fabrica do modo mais
sólido que puderes; nós a destruiremos". Penetrei ademais numa sala grande
daquela cidade onde se celebrava uma cerimonia odiosa, uma horrível e falsa
comédia. Tudo estava pintado de negro. Um foi posto dentro de um caixão e
depois ressuscitou.
Ele
estava presente em pessoa e levava no peito uma estrela. Parecia que isto
significava uma ameaça de que assim sucederia. Vi dentro ao diabo em mil formas
e figuras. Tudo era densa e escura noite: aquilo era horrível.
8. Vê
novamente a igreja de São Pedro. (10 de Setembro de 1822)
Vi a
Igreja de São Pedro do tudo destruída, exceto o coro e o altar maior. São
Miguel, armado e cingido, desceu à Igreja e com sua espada impediu que
entrassem nela muitos maus pastores, e os impeliu para um ângulo escuro, onde
se sentaram olhando-se uns a outros. Tudo o que tinha sido destruído da igreja
foi reconstruído em poucos momentos de sorte que pudesse celebrar-se o culto
divino. Vieram sacerdotes e leigos de todo mundo trazendo pedras para
reedificar os muros, já que os alicerces não tinham podido ser destruídos pelos
demolidores.
9. Vê em
êxtase à Igreja abandonada e afligida.
Vi a
Igreja inteiramente abandonada por completo e só. Parecia que todos fugissem
dela. Tudo é contenda em torno dela; pois de todos os lados vejo grandes
misérias, ódio, traição e engano, inquietude, falta de auxílio e cegueira
absoluta. De um lugar escuro vejo saírem mensageiros anunciando por toda parte
más novas, que causam amargura nos corações dos que as ouvem, e acendem neles a
cólera e o ódio.
Eu rogo
com muito fervor pelos oprimidos. Sobre os lugares onde alguns fazem oração
vejo descer luzes, e sobre todos os demais, negras trevas. Este estado de
coisas é horrível. Roguei a Deus que tenha misericórdia. ·Oh cidade!... (Roma)
·Oh cidade!... ·Que grande calamidade te ameaça!... A tempestade está próxima;
prepara-te, pois. Confio, no entanto, em que tens de permanecer firme.
10.
Sobrevivência da Igreja e indignidade dos cristãos. (4 de Outubro de 1822)
Quando
esta noite vi a São Francisco levando sobre seus ombros a igreja, segundo a
visão que teve o Papa, vi que um homem de baixa estatura em cujo rosto tinha um
pouco de judeu, levava a costas a Igreja de São Pedro, o qual me pareceu muito
perigoso. Na parte norte, sobre a Igreja, estava Maria protegendo-a sob seu
manto. Dir-se-ia que aquele homem ia cair. Parecia-me que o conhecia. Aqueles
doze a quem sempre vejo como novos apóstolos vinham socorrer-lhe, mas demasiado
devagar.
Já ia
cair, quando por fim chegaram todos e se puseram em baixo dela; também ajudaram
muitos anjos. Tratava-se de salvar só o solo e a parte posterior da igreja,
pois tudo o demais o tinham destruído pelas seitas e ainda os mesmos
eclesiásticos. Aqueles levavam à igreja a outro lugar e parecia que a seu passo
vinham por terra muitos palácios como se fossem campos de lavoura. Vendo em
ruína à Igreja de São Pedro e os muitos eclesiásticos que tinham trabalhado em
destruí-la sem que nenhum quisesse dizer adiante dos demais o que tinha feito,
senti tal tristeza que tive de clamar em alta voz pedindo a Jesus misericórdia.
– Como se
sabe, existem estes artífices do mal infiltrados nos escalões elevados da
Igreja, conforme o denunciam inumeráveis profecias e também o livro do
Apocalipse de São João. Eles trabalham de forma solerte e bandida, escondidos
por trás de vestes pomposas, mas na realidade são soldados de satanás, que não
têm coragem de se declarar publicamente. Mas a revelação do 3º Segrêdo de
Fátima virá colocá-los a nu.
Então vi
adiante de mim a meu Celestial esposo em figura de um mancebo, que falou longo
tempo comigo. Disse-me que esta translação da Igreja significava que na aparência
tinha de cair em terra por completo, mas que descansava nestas colunas e que
delas tinha de surgir de novo; que ainda que não ficasse mais do que um só
cristão católico no mundo, ela podia vencer, pois não está fundada na razão nem
no conselho dos homens.
Depois me
mostrou que na Igreja nunca tinham faltado fiéis que fizessem oração e
padecessem por ela. Mostrou-me ademais o que Ele tinha padecido pela Igreja, a
virtude que tinha comunicado aos méritos e trabalhos dos mártires e que tudo o
voltaria a padecer de novo se fora possível. Também me mostrou em inumeráveis
cenas a miserável conduta dos cristãos e dos eclesiásticos, em círculos cada
vez maiores, em todo mundo e em minha pátria, e me exortou a orar com
perseverança e a padecer por eles.
Havia uma
grandeza e tristeza incompreensíveis nesta cena, que não posso descrever.
Também se me deu a entender que, já quase não restavam mais cristãos
verdadeiros, bem como entendi que muitos judeus que agora existem, são fariseus
e ainda piores do que os fariseus do tempo de Jesus. Só o povo de Judit na
África está composto de antigos verdadeiros judeus.
Esta
visão me afligiu muito
Inocêncio
III aprovou o Instituto de São Francisco a raiz de ter visto num sonho
misterioso como o santo sustentava em seus ombros à Igreja de São João de
Latrão que estava a ponto de desaprumar-se.
Desta
Judit se fala extensamente no capítulo Visões de uma comunidade hebréia em
Abissínia.
11. Visão
da besta do mar e do Cordeiro de Deus. (Agosto a Outubro de 1820)
Esta
visão, segundo diz Brentano em suas anotações, está cheia de interrupções,
porque Ana Catarina via as coisas em tal forma que lhe era muito difícil
descrevê-las depois ordenadamente. Nota também que a visão tem muitas formas de
semelhança com as revelações de São João, que ela não tinha lido antes.
Vejo aos
novos mártires, não de agora, senão de tempos futuros. Vejo sua aflição e vejo
que se precipitam os fatos. Vi às sociedades secretas trabalhar e combater cada
vez com maior intensidade para destruir à grande Igreja; e vi entre esta gente
a um horrível animal, saído do mar.
O monstro
tinha escamas como de peixe, juba como de um leão e muitas cabeças ao redor de
uma maior do que as outras, arrepiada, formando uma coroa. Suas fauces eram
grandes e vermelhas. Estava manchado como um tigre e andava confiadamente entre
aqueles sectários destruidores. Muitas vezes estava no meio deles, enquanto
trabalhavam, e também eles iam procurá-lo na caverna onde costumava
esconder-se.
Nos
artigos sobre as trevas, mostramos também as visões de uma outra pessoa, que
apontavam na mesma direção. Que a fera se esconde muito bem em algum
subterrâneo, de onde maquina a destruição. Só os seus mais diretos
colaboradores a visitam, entretanto não está longe o dia em que a apresentarão
a mundo como salvador.
Enquanto
estas coisas sucediam, vi aqui e lá, no mundo inteiro, muitos bons e piedosos
homens, especialmente eclesiásticos, atormentados, encarcerados e oprimidos, e
tive o sentimento interior de que um dia teria novos mártires. Quando a Igreja
estava em grande parte destruída, de tal modo que não ficava mais do que o coro
e o altar maior vi a estes destruidores, juntamente com a besta, entrarem na
Igreja.
Ali
encontraram a uma Senhora grande e magnífica, que parecia estar em fita, pois
caminhava lentamente. Os inimigos ficaram muito admirados e espantados, e a
besta não pôde dar um passo mais. Estendeu furiosamente o pescoço para a
Senhora, como se quisesse engoli-la (7), mas ela se voltou e caiu prostrada
sobre seu rosto.
Vi então
à besta fugir de novo para o mar e aos inimigos correr, confundidos e
desconcertados, atropelando-se uns a outros: porque vi que, em torno da Igreja,
vinham desde longe e se aproximavam grandes círculos, na terra e no céu. O
primeiro círculo estava formado de jovens e de donzelas; o segundo, de pessoas
casadas de todos os estados, entre eles reis e rainhas; o terceiro, de pessoas
pertencentes às ordens religiosas; o quarto, de guerreiros, adiante dos quais
vi a um ginete sobre um cavalo branco. O último círculo estava composto de
lavradores e gente da comarca, muitos deles assinalados com uma cruz vermelha
na testa. Enquanto se acercavam, os prisioneiros e oprimidos foram liberados e
se juntaram com eles.
"E
vi uma besta que subia do mar, a qual tinha sete cabeças e dez cornos, e sobre
os cornos dez diademas e sobre as cabeças nomes de blasfémias. E a besta que vi
era semelhante a um leopardo e as patas como de urso e a boca como de
leão" (Ap.13, 1-2).
Os
destruidores e conjurados foram jogados de todos os pontos, reunidos adiante
daqueles círculos, e se encontravam, sem saber como, juntos num esquadrão,
envolvidos em confusão e trevas. Não sabiam nem o que tinham feito nem o que
deviam fazer e com a cabeça baixa se precipitaram uns contra outros, como os
vejo fazer com frequência. Quando todos estiveram reunidos confusamente, os vi
abandonar a obra de destruição e perderem-se desorientados entre os diversos
círculos.
Não
restam dúvidas de que uma nova Torre de Babel acontecerá. Eles hoje estão
edificando este monstro em lugar da Igreja e é como a antiga Babel. No momento
oportuno Deus semeará a discórdia no meio deles, de modo que não conseguirão
concretizar seus maléficos objetivos.
Vi depois
à Igreja, de novo, rapidamente restaurada, com maior esplendor que antes, pois
as gentes de todos os círculos, de uma extremidade à outra do mundo,
atingiam-se umas a outras as pedras para reedificá-la. Quando esses círculos se
aproximavam, o primeiro ou o mais interno se colocava por trás dos outros.
Parecia que se distribuíam entre eles as obras diversas de oração e como se o
círculo dos guerreiros começasse obras de guerra.
Neste
círculo me pareciam confundidos amigos e inimigos de todos os povos. Eram
verdadeiros soldados de nossa espécie e cor. Este círculo, no entanto, não
estava do tudo fechado, senão que para o Setentrião tinha uma mancha ampla e
escura, como uma abertura, como um abismo. Este abismo se estendia para abaixo,
nas trevas, precisamente como nos umbrais do Paraíso, naquele ponto onde Adão,
arrojado, saiu afora.
Parecia-me
como se lá abaixo se estendesse um escuro e tenebroso lugar. Vi como se porções
deste círculo ficassem atrás e não quisessem avançar e estes se mantivessem
estreitados entre si e tristes os rostos, olhando-se uns a outros. Em todos
estes círculos vi a muitos que serão mártires de Jesus Cristo, já que tinha
também muitos maus e por esta causa teria outra divisão.
Vi que a
Igreja tinha sido do tudo restaurada, e sobre ela o Cordeiro de Deus, em cima
do morro, e em torno dele, um círculo de virgens com palmas nas mãos, e os
cinco círculos dos esquadros celestes, como os da terra. Os círculos celestes
tinham avançado juntamente com os terrestres e faziam de comum acordo. Em torno
do Cordeiro estavam as quatro imagens apocalípticas dos animais sagrados.
12. Vê as
abominações da Franco Maçonaria.
Esta
igreja maldita é pura imundícia, é com origem nas trevas. Quase nenhum dos seus
conhece as trevas nas quais trabalha. Tudo é nela vã escuridão; seus escarpados
muros nada contêm; o altar que usam, é uma cadeira. Numa mesa há uma caveira
coberta, entre duas luzes; às vezes a descobrem. Em suas
"consagrações" usam de mulheres nuas. Aqui está o mal sem mistura de
bem; esta é a comunhão da gente não santa. Eu não posso declarar com palavras
quão abomináveis são, e quão perniciosos e vãos as tentativas desta associação,
desconhecidos em grande parte por seus mesmos adeptos.
Realmente
hoje se sabe que são bem poucos os maçons e sabem, com toda profundidade, dos
reais objetivos de sua entidade. Milhões de incautos são cooptados para a
maçonaria, mas desconhecem o que está por trás disso, coisa somente permitida
aos altos iniciados. É por isso que tantas pessoas defendem a maçonaria e
pertencendo a ela se julgam no direito de permanecer católicos. São verdadeiros
"bois de piranha", pois no final o projeto prevê a eliminação destes,
depois que a fera tiver alcançado o poder. Serão então mortos ou exilados.
Querem
fazer-se todos um só corpo com algo que não é Jesus Cristo. Tendo eu apartado a
um deles, encheram-se de furor contra mim. Quando a ciência se divorciou da fé,
surgiu esta igreja sem Salvador, sem crença; esta comunhão de santos sem fé;
esta anti-igreja, cujo centro é a maldade, o erro, a mentira, a hipocrisia, a
fraqueza e a astúcia. Nasceu assim um corpo, uma comunidade fora do corpo de
Jesus Cristo, ou seja, fora da Igreja; uma igreja falsa sem Salvador, cujo
mistério é não ter mistério algum.
O Papa
Pio VII condenou a seita secreta dos Carbonários, nome com que se designavam os
maçons "it alia" em Setembro de 1821. (Permanece, pois em vigor a
condenação dos católicos que se filiarem à maçonaria, e isso em todos os
lugares do mundo).
Diferente
em cada lugar, temporal, infinita, cortesã, egoísta, danosa e que apesar das
obras boas de que se aprecia, conduz finalmente ao abismo da miséria. O maior
perigo que oferece em sua aparente inocuidade. Em todas partes fazem e desejam
coisas diferentes; em muitas fazem discretamente; em outras preparam ruínas sem
que sejam conhecidos, senão de poucos, seus malvados planos. Assim coincidem
todos com suas obras num centro que é o mau, e fazem e trabalham fora de
Cristo, porque nele unicamente é santificada toda vida.
13. Os
trabalhos das seitas. (Festa da Candelária)
Nestes
dias vi muitas maravilhas da Igreja. A Igreja de São Pedro estava quase
destruída pelas seitas; mas os trabalhos destas foram aniquilados e todos seus
pertences, mantos e utensílios, queimados num lugar imundo pela mão do verdugo.
Tinha ali cabelo de cavalo que exalava tal fedor, que me causou muito dano.
Nesta visão se me apresentou a Mãe de Deus exercitando seu poder a favor da
Igreja. Desde então minha devoção a Maria é cada vez maior.
Este ato
de queimar as nossas imagens e objetos sagrados de culto, está também relatada
no livro O Eclipse do Sol. Quando tais fogueiras forem acesas, o cheiro de fumo
atingirá aos céus, e isso acenderá p fogo da divina Ira. Neste momento acredito
que mais de metade da humanidade irá perder a vida, e isso em poucos minutos.
14. Visão
da época do Anticristo.
Depois de
ter visto a cessação do santo sacrifício da Missa, na época do Anticristo (11),
continuou narrando o seguinte:
Vi um
grande quadro eclesiástico, mas não sou capaz de reproduzir todo o conjunto. Vi
a Igreja de São Pedro e em torno dela muitos campos, jardins, vizinhanças e
bosques. Vi muitas pessoas contemporâneas nossas de todas as partes do mundo e
muitíssimas outras que conheço pessoalmente ou por meio das visões, que
entravam na Igreja, e parte delas passeavam com indiferença indo a outros
postos diversos. Tinha dentro uma grande solenidade e sobre ela se via uma
nuvem luminosa da qual desciam apóstolos e bispos santos, que se reuniam em
coro sobre o altar. Entre eles vi a Agustinho e Ambrosio e a todos aqueles que
fizeram muito pela exaltação da Igreja. Tinha uma grande solenidade e se
celebrou a Missa.
E eu vi
no meio da igreja um grande Cristo aberto de cujo lado mais longo pendiam três
selos; de cada um dos mais estreitos dois sós estava aberto mais bem para a
parte anterior da igreja, que no centro da mesma. Vi também em cima ao
evangelista João e soube que eram as revelações que teve na ilha de Patmos.
Aquele livro estava apoiado sobre um átrio no coro. Alguma coisa tinha tido
lugar antes que este livro tivesse sido aberto, mas esqueci o que foi. É uma
verdade, lástima que aqui tenha um aviso em minha visão. O Papa não estava na
igreja. Estava escondido. Creio que aquelas gentes que tinha na igreja não
sabiam onde estava ele. Não sei já se ele estava em oração, ou tivesse morto.
"Vi
na mão direita do que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e
por fora, selado com sete selos". (Ap. 5, 1)"
Este
acontecimento, que lamenta não recordar, tivesse-nos dado uma pauta para
interpretar alguns capítulos do Apocalipse.
Vi pelos
demais que todas aquelas gentes tinham que pôr a mão sobre certa passagem no
livro dos evangelhos, estes eram eclesiásticos ou leigos, e que entre muitos
deles desceu uma luz, como um sinal que os santos apóstolos e bispos lhes
participavam. Vi também que muitos faziam este ato superficialmente.
Fora da
igreja vi aproximar-se a muitos judeus que queriam entrar, mas não o podiam
fazer ainda. Ao fim chegou toda inteira a multidão que ao princípio não tinha
podido entrar adentro. Era um povo inumerável. Então vi de improviso aquele
livro ser tocado por um contato sobrenatural e fechar-se em seguida. Isto me
fez lembrar como uma vez no convento, de noite, o demônio me apagou a luz e me
fechou o livro.
Isso
aponta para a conversão do povo judeu que finalmente aceitará a Jesus como
Messias, entretanto isso acontecerá somente depois daquele esperado episódio do
encontro do cálice e da Missa do Calvário.
Em torno
de ali, mas na distância vi uma horrível e sangrenta batalha e vi uma
gigantesca luta do lado do Setentrião e do lado do Ocidente. Este foi um quadro
grande e muito sério. Sinto ter esquecido aquele lugar do livro sobre o qual os
homens deviam pôr os dedos.
15. Vê os
estragos que causam os inimigos à Igreja e à futura restauração por meio de
Maria. (Páscoa de 1820)
Quando
Ana Catarina teve esta visão, o guia lhe disse que abarcava sete espaços
determinados de tempo; não pôde depois, ao relatar, fixar os limites de cada
tempo nem dizer qual desses tempos correspondiam a ditos acontecimentos.
Vi à
terra como numa superfície redonda, coberta de escuridão e trevas. Tudo estava
corrompido e a ponto de perecer. Isto o vi muito detalhadamente em todas as
criaturas, nas árvores, nos arbustos, nas plantas, nas flores, nos campos.
Parecia como se as águas dos ribeiros das fontes, rios e mares fossem sorvidas
e voltassem a sua origem. Fui pela terra desolada e vi aos rios como linhas
delgadas, aos mares como negros abismos no meio dos quais só tinha algumas
grotas com água.
Este fato
é realmente espantoso e está relatado no artigo "O Caos", que já está
no site. Num determinado momento todos os elementos que compõe a natureza se
irão desagregar, descumprindo a ordem natural. Isso virá para esmagar a ciência
arrogante, para que entenda finalmente que existe um Senhor e Criador de tudo.
Então sim, se verá sim, a água como que espirrando para fora da terra e subindo
para as nuvens. E rios e lagos inteiros serão sugados num abrir e fechar de
olhos. Um horror!
Tudo o
demais era lodo espesso e escuro onde via toda sorte de animal monstruoso e
peixes lutando com a morte. Vi tanta distância ao redor que pude distinguir com
toda clareza as orlas do mar onde em outra ocasião eu tinha visto que São
Clemente foi submerso. Vi também lugares e multidão de gentes tristes e turvadas
e muitas ruínas.
À medida
que cresciam a secura e a desolação da terra, aumentavam-se as obras tenebrosas
dos homens. Vi muitas maldades, em particular reconheci a Roma e vi a opressão
que padecia a igreja e sua decadência no interno e no externo. Vi grandes
exércitos que se dirigiam a um mesmo ponto desde várias regiões e todos estavam
empenhados em lutas e batalhas. No meio deles vi uma grande mancha negra a
maneira de um enorme buraco e em torno dele os combatentes eram cada vez menos,
como se caíssem naquele abismo como se ninguém os visse cair.
É um fato
admitido que os judeus, constituídos já em nação reconhecerão finalmente que
Jesus Cristo é finalmente Messias ao que desconheceram por tanto tempo e
entrarão nas igrejas católicas. Alguns colocam este fato durante o tempo da
pregação de Elias e Enoc. Entre outros muitos textos sobre a conversa dos
judeus veja-se especialmente no Cap. 11 da Epístola de São Paulo aos Romanos.
São
Clemente I, romano, governou as igrejas por nove anos; foi martirizado no Quersoneso
Taurico, precipitando-se no Mar Morto o ano 100.
Durante
essa luta vi no meio de tanta ruína e corrupção a doze homens, em diferentes
comarcas. Sem conhecer nem ter notícias os uns dos outros, receber como
torrentes de água viva que deriva da vida eterna. Vi que todos eles trabalhavam
no mesmo, em diferentes lugares e que não sabiam de onde lhes vinham os dons
necessários, pois quando acabavam uma missão lhes encomendavam outra.
Eram doze
e nenhum deles passava dos quarenta anos. Três eram sacerdotes e algum outro
queria sê-lo. Vi também que algumas vezes eu tinha contato com algum deles,
como se lhe conhecesse ou estivesse cerca dele. Em seus trajes não tinha nada
de particular; cada um deles vestia segundo o uso atual de seu país. Vi que
obtivessem de Deus o que se tinha perdido e como em todas as partes faziam o
bem. Todos eram católicos.
No meio
da tenebrosa corrupção vi falsos profetas e outras pessoas que trabalham contra
os escritos destes doze apóstolos, os quais desapareciam com frequência no meio
do tumulto e depois saíam outra vez mais resplandecentes que antes. Vi umas
mulheres que estavam como em êxtases e junto a elas homens que as magnetizavam.
Elas prediziam o futuro; mas a mim me causava aversão e horror, pareceu-me ver
aquela mulher de Münster e pensei dentro de mim, com inquietude que ao menos o
pai Limberg, não estaria junto a elas.
Quando as
filas dos que combatiam em torno daquele negro abismo se aclararam mais e mais,
e no meio do combate desapareceu toda uma cidade, aqueles doze homens apóstolos
aumentaram muito o número dos que brigavam a seu lado e desde a outra cidade (a
verdadeira cidade de Deus, Roma) saiu um cone de luz que penetrou no escuro
disco. Vi por acima da igreja, humilhada e menoscabada, uma formosíssima
Senhora com um manto azul celeste muito estendido e com uma coroa de estrelas
na cabeça.
Dela
procedia a luz que penetrava cada vez mais na escuridão, e ali onde chegava
essa luz, tudo era renovado e tudo voltava a prosperar. Os novos apóstolos
entraram todos naquela luz. Eu cria ter visto a mim mesma com outros a quem
conhecia, que estávamos diante, no alto. Numa grande cidade vi uma igreja, a
menor entre outras, que chegava a ser a primeira. Os novos apóstolos foram
alumiados pela luz. Creio ter visto com eles à cabeça, a outros que não
conheço.
Tudo
voltou a florescer de novo. Vi um novo Papa muito severo. O abismo se fazia
cada vez mais estreito: fez-se tão pequeno que podia ser coberto com um balde
de água. Finalmente vi três exércitos ou comunidades que se uniam à luz. Tinha
entre eles pessoas boas e ilustradas, as quais entraram na igreja. Tudo se
tinha renovado e estava florescente. Vi que se edificaram igrejas e mosteiros.
Para mim
isso significa finalmente a união das três grandes Igrejas, a Católica a
Ortodoxa e a Protestante, que se vergarão unidas diante de Jesus que chega,
para for um só rebanho e um só pastor.
Durante
aquela tenebrosa aridez, fui transportada a um prado cheio de verdor e de
cândidas flores que outras vezes tinha tido que recordar depois. Encontrei um
valado de espinhas, com o qual me tinha lacerado e arranhado muito durante
aqueles tempos ocorridos. Agora estava tudo florido e penetrei nele
alegremente.
16. As
chagas do Senhor derramam bênçãos sobre a Igreja e o mundo.
O arcanjo
São Miguel desceu da igreja e vi sobre ela, no céu, uma grande cruz luminosa,
da qual pendia o Salvador. De suas chagas desciam sobre o mundo faixas de luz
que se difundiam por toda parte. As chagas eram vermelhas e como brilhantes
portas, e o centro delas, dourado como o sol. Não levava a coroa de espinhas,
mas das feridas de sua cabeça saíam raios horizontais de luz que alumiavam o
mundo. Os raios que saíam das mãos e dos pés eram como o arco íris e se
dividiam em raios muito finos, e, muitos, iam alumiar aldeias, cidades e casas
pelo mundo inteiro.
Vi estes
raios em muitos lugares ao mesmo tempo, perto e longe, descer sobre toda classe
de moribundos e atrair com violência às almas, as quais, por um destas cores do
arco íris, corriam-se para as chagas do Salvador. Os raios da ferida do custado
desciam sobre a igreja que estava em baixo, como uma torrente larga e caudalosa.
Desta sorte resplandecia a igreja e por este torrente de luz entravam a maior
parte das almas no Senhor.
Certamente
aqui se pode entender a verdadeira avalanche de almas que na última década
entrou no Céu, tendo em vista as orações e também ao nosso Movimento,
especialmente formado por Deus para este fim. De fato, elas têm subido
diariamente aos céus em verdadeiras torrentes.
Vi
oscilar no céu um coração vermelho e brilhante unido com a cruz por uma faixa
luminosa que dele saía para a ferida do custado do Salvador. Outra faixa
luminosa, que partia também do coração, estendia-se sobre a igreja e sobre
muitas comarcas. Estes raios de luz atraíam a muitas almas ao coração e
passando através dele iam pela faixa de luz que o unia com a cruz e entravam no
custado de Jesus. Se me disse que este coração era o de Maria.
Além dos
raios luminosos, pendiam das chagas umas escalas, algumas das quais não
chegavam a terra. Estas escalas eram umas trinta, diferentes todas entre si:
tinha-as largas e estreitas, umas com degraus juntos e outras com degraus
separados, umas isoladas, outras juntas e agrupadas. Suas cores eram os mesmos
do lugar de purificação, escuros, claros, cinzas, cada vez mais vivos à medida
que se subia nelas.
Por estas
escalas vi subir trabalhosamente a muitas almas. Umas iam rapidamente, como se
tivesse quem as ajudasse a estar com firmeza; outras se empurravam umas a
outras e caíam nos degraus inferiores; algumas caíam na escuridão mais
profunda. Aquela trabalhosa subida parecia mais comovedora quando se a
comparava com a alegre entrada das que eram atraídas a modo de absorção. As que
subiam sem retroceder com passo firme parecia que estavam mais unidas com a
igreja que com as outras que se detinham ou esperavam ou ficavam sós.
Por trás
da cruz, muito adentro, lá no céu, vi muitas imagens da obra da Redenção no
caminho da divina graça, através da história do mundo até seu cumprimento na
Redenção. Eu não me detive em nenhum ponto; percorri a faixa luminosa vendo-a
toda.
17. Vê a
proximidade do reino de Deus.
Quando
teve cessado o combate na terra, a igreja e o anjo se tornaram brancos e
resplandecentes, e o anjo desapareceu. Também desapareceu a cruz, e no lugar
que ela ocupava apareceu uma Senhora alta e resplandecente, em cima da igreja,
estendendo sobre ela seu dourado e brilhante manto. Em baixo na igreja se
ouviram vozes de mútua humilhação e reconciliação.
Vi então
os bispos e pastores acercar-se e mudar seus livros (mudar sua doutrina, sua
falsa teologia). As seitas reconheceram à igreja por sua admirável vitória e
pela luz da revelação que tinham visto resplandecer nela. Quando vi essa união,
senti profundamente a proximidade do reino de Deus. Vi um resplendor e uma vida
superior em toda a natureza e um santo impulsiono em todos os homens, como quando
se aproximava o nascimento de Jesus, e de tal maneira senti a proximidade do
reino de Deus, que me vi obrigada a sair a seu encontro. (Nesta parte da visão,
orava em alta voz).
Da vinda
de Maria tive um vivíssimo pressentimento. Vi a sua estirpe enobrecer-se à
medida que se ia acercando a esta flor. Vi a Virgem Maria: como a vi, não
poderia dizê-lo. Da mesma maneira sinto a proximidade do reino de Deus. Só
posso comparar aquele sentir com este modo de ver. O reino de Deus o vi
acercar-se e se cumprindo o anseio de muitos fiéis atraídos pela fé humilde e o
ardentíssimo amor.
Vi
aparecer na terra muitos rebanhos pequenos e luminosos de cordeiros,
apascentados por pastores; vi que estes eram verdadeiros pastores daquele que,
como Cordeiro, deu seu sangue por nós; e vi que um amor infinito e uma virtude
divina reinava entre os homens. Perto de mim vi pastores, de quem eu sabia que
não pensavam em nada disto, e desejei vivamente que acordassem de seu sonho.
18. Vê a
Igreja de Roma. (27 de Dezembro de 1820)
Vejo à
Igreja Romana resplandecente como o sol. Dela saíam raios a torrentes que se
dilatavam pelo mundo inteiro. Foi-me dito que isto se referia à revelação de
São João, mediante os quais alguns cristãos deviam receber parte dessa luz e
que esta recairia por inteiro a favor da igreja. Vi a respeito disto um quadro
muito preciso, mas não o posso expressar com palavras.
19.
Vê a Igreja depois do combate.
Vi à
igreja depois do anterior combate resplandecente como o sol. Nela se celebrava
uma grande solenidade e vi que entravam muitas procissões. Vi um novo Papa
muito severo e rigoroso. Antes de começar a festa tinha despedido a muitos
bispos e pastores, porque eram maus. Vi que coincidiram à celebração desta
festa os santos Apóstolos especialmente.
Então vi
muito próximo o cumprimento destas palavras: "Senhor, vinga a nos o teu
reino". Aprecia-me ver descer do alto, luminosos jardins celestiais e
unir-se com lugares inflamados da terra e tudo ali submergir-se na luz
primitiva. Os inimigos, que tinham fugido do combate, não foram perseguidos,
mas se dispersaram.
20. Visão
da Jerusalém celestial.
Vi nas
brilhantes ruas da cidade de Deus muitos palácios e jardins resplandecentes,
nos quais tinha inumeráveis coortes de santos, que discorriam louvando a Deus e
derramando suas graças sobre os homens. Na celestial Jerusalém não há nenhuma
igreja: o mesmo Cristo é a igreja. Maria reina na cidade de Deus, e sobre ela
estão Cristo e a Santíssima Trinidad. Desde Ela desce sobre Maria celestial
orvalho, que se difunde sobre toda a santa cidade.
Vi
embaixo da cidade de Deus, à igreja de São Pedro e me regozijei porque, apesar
da negligência dos homens ela recebe sempre do céu a verdadeira luz. Vi os
caminhos que vão à Jerusalém celestial e aos santos pastores que conduziam a ela
às melhores almas de seu rebanho. Estes caminhos não estavam muito cheios.
Vi também
o caminho por onde eu tenho de ir à cidade de Deus, e vi, como desde o centro
de um amplo círculo, a todos aqueles a quem de algum modo tinha eu ajudado. Vi
a todos os meninos e aos pobres a quem tinha cozido algum vestido e me admirei
e me alegrei especialmente ao ver as diversas maneiras em que os tinha cortado.
Depois vi
todas as cenas de minha vida em que tinha sido útil a algum, já com meu
exemplo, ou com auxílios, orações e trabalhos. Vi o proveito que de aqui se
tinha seguido em forma de jardins nascidos de minhas próprias obras. Estes
jardins tinham sido cultivados de diferente modo por seus diferentes modos;
alguns os tinham deixado perder-se. Vi que sorte coube a cada uma daquelas
almas em quem eu tinha causado alguma impressão.
Comentário
final:
Lendo o
relato destas visões, tenho a certeza de que Anna Catharina Emmerich é tão
perseguida e odiada, até por gente que se diz católico, porque na verdade ela
incomoda muito ao demônio. De fato, ele não quer que o mundo saiba da vitória
da Igreja e da mudança radical que haverá na terra, depois que ele for expulso
daqui, e para sempre.
Estas
visões tidas há quase dois séculos, compõem um dos mais claros exemplos da ação
de Deus em favor dos homens. Isso porque através delas nos é dado saber um
pouco do futuro esplendor da Igreja católica, depois que Deus tiver submetido
aos pés de Jesus todos os poderes que ousaram algum dia desafiá-la. Porque é
eterna a frase: as portas do inferno não irão prevalecer contra ela.
http://filhosprediletosdemaria.blogspot.com.br/2012/05/visao-da-beata-anna-catharina-emmerich.html
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