Seja por sempre e em todas partes conhecido, adorado, bendito, amado, servido e glorificado o diviníssimo Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria.

Nota do blog Salve Regina: “Nós aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade. Pelo contrário, negamo-nos e sempre nos temos negado a seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II, e depois do Concílio em todas as reformas que dele surgiram.” Mons. Marcel Lefebvre

Pax Domini sit semper tecum

Item 4º do Juramento Anti-modernista São PIO X: "Eu sinceramente mantenho que a Doutrina da Fé nos foi trazida desde os Apóstolos pelos Padres ortodoxos com exatamente o mesmo significado e sempre com o mesmo propósito. Assim sendo, eu rejeito inteiramente a falsa representação herética de que os dogmas evoluem e se modificam de um significado para outro diferente do que a Igreja antes manteve. Condeno também todo erro segundo o qual, no lugar do divino Depósito que foi confiado à esposa de Cristo para que ela o guardasse, há apenas uma invenção filosófica ou produto de consciência humana que foi gradualmente desenvolvida pelo esforço humano e continuará a se desenvolver indefinidamente" - JURAMENTO ANTI-MODERNISTA

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Eu conservo a MISSA TRADICIONAL, aquela que foi codificada, não fabricada, por São Pio V no século XVI, conforme um costume multissecular. Eu recuso, portanto, o ORDO MISSAE de Paulo VI”. - Declaração do Pe. Camel.

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Ao negar a celebração da Missa Tradicional ou ao obstruir e a discriminar, comportam-se como um administrador infiel e caprichoso que, contrariamente às instruções do pai da casa - tem a despensa trancada ou como uma madrasta má que dá às crianças uma dose deficiente. É possível que esses clérigos tenham medo do grande poder da verdade que irradia da celebração da Missa Tradicional. Pode comparar-se a Missa Tradicional a um leão: soltem-no e ele defender-se-á sozinho”. - D. Athanasius Schneider

"Os inimigos declarados de Deus e da Igreja devem ser difamados tanto quanto se possa (desde que não se falte à verdade), sendo obra de caridade gritar: Eis o lobo!, quando está entre o rebanho, ou em qualquer lugar onde seja encontrado".- São Francisco de Sales

“E eu lhes digo que o protestantismo não é cristianismo puro, nem cristianismo de espécie alguma; é pseudocristianismo, um cristianismo falso. Nem sequer tem os protestantes direito de se chamarem cristãos”. - Padre Amando Adriano Lochu

"MALDITOS os cristãos que suportam sem indignação que seu adorável SALVADOR seja posto lado a lado com Buda e Maomé em não sei que panteão de falsos deuses". - Padre Emmanuel

“O conteúdo das publicações são de inteira responsabilidade de seus autores indicados nas matérias ou nas citações das referidas fontes de origem, não significando, pelos administradores do blog, a inteira adesão das ideias expressas.”

12/09/2012

EXPLICAÇÃO DA SANTA MISSA – PARTES XXVII; XXVIII; XXIX E XXX (FINAL)


EXPLICAÇÃO DA SANTA MISSA
Autor: pe. Martinho de Cochem (1630-1712)
Fonte: Lista "Tradição Católica"
Digitalização: Carlos Melo

XXVII. INSTANTE EXORTAÇÃO PARA OUVIR DIARIAMENTE A SANTA MISSA
Depois de tudo quanto dissemos até aqui, pareceria desnecessário exortar-te a ouvir a santa Missa todos os dias. Entretanto, acrescentaremos algumas reflexões próprias, para afirmar, em ti, a esta resolução.
Não há dúvida de que nenhuma hora do dia é tão preciosa como a da santa Missa. É verdadeiramente uma hora de ouro, e, por sua influência, tudo o que fizeres no correr do dia será, por assim dizer, transformado em ouro. Sem esta bênção que se recebe do altar, não ganharíamos senão vil metal.
Objetar-nos-ás talvez: "O trabalho me é mais necessário que a audição da santa Missa, visto que, por ele, sustento minha família". - Mas, caro leitor, não dizemos que não trabalhes, quereríamos apenas ver-te dar a Deus pequena meia hora, cada manhã. Abençoado por sua mão paterna, teu trabalho terá melhor êxito.
O desejo de nosso coração, caro leitor, é levar-te a ouvir, quotidianamente, a santa Missa. Por isso procuramos detalhar-te os numerosos e nobres motivos sobre os quais esta excelente devoção é baseada.
Escuta e considera: Foste criado por Deus, para serví-lo: a santa Missa é o culto divino por excelência; tens a obrigação de agradecer-lhe os benefícios espirituais e temporais: a santa Missa é o mais perfeito sacrifício de ação de graças; estás no mundo, para louvar a divina Majestade do Deus onipotente: a santa Missa é o mais perfeito sacrifício de louvor; tens contraído uma dívida enorme: a santa Missa é o mais rico sacrifício de satisfação; o pecado, a doença, a morte te ameaçam: a santa Missa é o mais eficaz sacrifício de impetração; o demônio te persegue, armando ciladas, esforça-se para arrastar-te ao inferno: a santa Missa é o escudo contra o qual se despedaça o poder infernal; a morte te espanta: a audição da santa Missa será para ti a maior consolação na hora da morte.
Quando não te seja possível assistir, cada dia, à santa Missa, faze, pelo menos, que uma ou outra pessoa de tua família a assista na intenção de todos os teus.
A prática de ouvir a santa Missa, uns em favor dos outros, é, extremamente, vantajosa e perfeitamente possível. Há uma diferença notável entre a audição da santa Missa e a sagrada Comunhão. Diz-se: Comungarei por ti, pelas almas do purgatório, etc., o que, porém, não tem a mesma significação que dizer: Ouvirei a santa Missa por ti. É tão impossível receber um sacramento por outra pessoa como é impossível tomar alimento por ela. Não obstante, tua Comunhão será muito vantajosa ao próximo, porque todas as boas obras apagam parte da pena devida a teus pecados, vantagem que podes ceder a teu irmão: demais, a Comunhão, aumentando-nos a graça, torna a oração mais ardente e mais eficaz.
Observa, porém, que Jesus Cristo não instituiu a santa Missa somente pelo que a celebra, ou a assiste, mas também quer tenham os ausentes sua parte, e lhes é feita ao "Memento dos vivos": "Lembrai-vos Senhor", diz o sacerdote, "daqueles pelos quais vos oferecemos ou que vos oferecem este Sacrifício de louvor por si e por todos os seus".
Enfim, cada um pode despojar-se, em favor do próximo, dos méritos que adquire, ou dos tesouros satisfatórios que recebe no santo Sacrifício. Parece, pois, mais vantajoso ouvir a santa Missa por uma pessoa do que comungar por ela.
As palavras persuadem, os exemplos arrastam. Se nossas instantes exortações ainda não te convenceram, citar-te-emos o exemplo dos Santos que, apesar dos numerosos e importantes trabalhos, colocavam a Missa acima das ocupações.
Santo Agostinho refere de sua mãe, santa Mônica, que não deixava passar um dia sem assistir ao santo Sacrifício, tanto estimava o valor desta oblação, cuja virtude salutar apaga os vestígios de nossas faltas. Sentindo-se morrer longe da pátria, recomendava ao filho que não lhe fizesse exéquias pomposas, porém que levasse cada dia, sua lembrança ao altar.
Santa Hediviges, duquesa da Polônia, ouvia, todos os dias, várias Missas, e, quando não se achavam bastantes sacerdotes na corte, mandava chamar os outros para satisfazer a devoção.
São Luis, rei de França, assistia a duas Missas, às vezes até a quatro. As pessoas de sua comitiva o criticavam, achando que o rei devia antes ocupar-se dos negócios do governo. O Santo, porém, respondia-lhes: "Admira-me tanta inquietação. Se empregasse o duplo deste tempo no jogo, ou na caça, ninguém me criticaria". Excelente resposta que, não somente serve aos cortesãos de Luís IX, mas a nós todos. Quando, em dia útil, nos aconteceu assistir a muitas Missas, parecem prejudicados nossos negócios?... entretanto, passamos, sem escrúpulo, horas inteiras a falar, a jogar, a comer, a dormir, mesmo a enfeitar-nos! Que cegueira, pois!
Citamos acima o rei da Inglaterra, Henrique I, a quem o peso dos negócios do Estado nunca impedia de ouvir três Missas, cada dia. Numa entrevista com o rei de França, os dois príncipes vieram a falar em questões religiosas. "Julgo, observou o último, que a assiduidade ao sermão é preferível à da Missa" - "Por mim, retorquiu Henrique, prefiro olhar para meu Amigo divino a ouvir celebrar-lhe os louvores".
É também nossa opinião, caro leitor, sem querermos menosprezar a utilidade das instruções religiosas.
São Venceslau, duque da Boêmia, dava os mesmos exemplos. Refere-se, na sua vida, que durante a assembléia nacional dos Estados da Alemanha, em Worms, o imperador Óton convocou, um dia, todos os príncipes para uma hora matutina.
Todos aí se acham pontualmente, exceto Venceslau que fora à Missa, antes de ir à assembléia. O soberano disse em tom de impaciência: "Comecemos os trabalhos e, quando Venceslau vier, ninguém se levante para dar-lhe lugar". Entretanto, terminada a santa Missa, o duque chegou ao palácio. O imperador o viu entrar acompanhado de dois Anjos que lhe condecoravam o peito com uma cruz de ouro. Imediatamente deixou o trono, foi-lhe ao encontro e abraçou-o com ternura.
A assembléia teve um movimento de surpresa ao ver Óton ser o primeiro a contradizer as próprias ordens. Este, porém, desculpou-se, dizendo: "Vi dois Anjos que acompanhavam o duque, como teria eu ousado não lhe render esta honra?". Alguns dias depois, Venceslau era investido do poder real e coroado rei da Boêmia.
O célebre escritor Barônio relata que o imperador Lotário assistia, cada manhã, a três Missas, mesmo no acampamento. E Súrio afirma que Carlos V não faltou a santa Missa senão uma única vez, por ocasião de uma guerra na África.
O Breviário Romano nos faz admirar a ardente devoção de São Casimiro durante o Ofício solene, ao qual assistia todos os dias. Sua alma abrasava-se de tamanho amor de Deus, que parecia não estar mais sobre a terra.
O heróico confessor da fé, Tomás Mourus, que deu a vida por Jesus Cristo em 1535, tinha em alta estima a santa Missa. Por urgentes que lhe fossem os negócios de chanceler do império britânico, não deixava de assistí-la, cada manhã. Uma vez, enquanto orava ao pé do altar, durante o santo Sacrifício, um mensageiro veio, a toda a pressa, dizer-lhe que o rei o chamava: "Paciência, disse-lhe; devo, em primeiro lugar, prestar minhas homenagens a um príncipe maior, e assistir, até o fim, à audiência divina".
Meu Deus, que diremos, que desculpas apresentaremos no dia do juízo, nós que negligenciamos a santa Missa pelas ocupações, muitas vezes, insignificantes, ao passo que personagens encarregados dos negócios de reinos inteiros, achavam o tempo necessário para ouvir, cada dia, uma ou mais Missas?!
Não digas: "Deus não me condenará por ter deixado de ouvir a santa Missa em dias úteis, desde que é obrigatório somente aos domingos e dias de festa". Sem dúvida, Deus não tratará esta omissão como transgressão positiva; porém, far-te-á expiar este descuido, em seu santo serviço. O servo preguiçoso que foi lançado nas trevas extremas, não havia desperdiçado nem perdido, no fogo, o talento que o dono lhe havia confiado: tinha somente enterrado e foi condenado, por se ter descuidado de utilizá-lo. Toma cuidado que Deus não proceda assim contigo. Viu-se muitas vezes, com que rigor Deus pune a indiferença a respeito do santo Sacrifício.
Quanto aos pais que impedem os filhos de assistirem à santa Missa, em dia de domingo, ou de festa, bem poderiam incorrer no castigo de Gerôncia, mãe de Santa Genoveva. Um dia de festa que ela pretendia proibir à filha ir à Missa, Genoveva lhe disse com firmeza: "Minha mãe, não posso, em consciência, faltar à Missa, hoje: prefiro descontentar-vos a descontentar a meu Deus". Irritada com esta resposta, Gerôncia esbofeteou-a, chamando-a desobediente. O castigo de Deus, porém, não se fez esperar. Gerôncia cegou imediatamente e não recuperou a vista senão dois anos depois, devido às orações da piedosa filha.
Os pais e as mães de família têm obrigação de mandar à santa Missa não só os filhos, como também os criados; devem cuidar deles na igreja e exortá-los a terem grande respeito, para o santo Sacramento. O Apóstolo São Paulo prescreve-o claramente: "Se alguém, diz ele, não toma cuidado dos seus e, particularmente, dos de sua casa, renunciou à fé e é pior do que um infiel" (Tim. 5, 3). A palavra "cuidado" significa, segundo São João Crisóstomo, a conservação da alma assim como do corpo. Ora, se um pai de família deixasse de fornecer ao filho e às pessoas de sua casa alimento e vestuário, seria, aos olhos de Deus, pior do que um infiel. E não será mais desprezível ainda o que não se inquieta da salvação eterna dos seus?
Patrões cristãos, prestai atenção à maneira pela qual cumpris os deferes a este respeito. Deixai toda a liberdade a vossos empregados para ir à Missa, quando a proximidade da Igreja e a hora matutina lhes fornecem a facilidade? Não pareceis dizer com a vossa atitude: "Não é a Deus, mas a mim a quem deveis servir, porque não é Deus, sou eu quem vos paga; trabalhareis, pois, toda a semana para mim somente?" Na verdade, tais cristãos são piores que os pagãos, mas saberão, à hora da morte, a enormidade de seu pecado.

XXVIII. EXORTAÇÃO PARA OUVIR PIEDOSAMENTE A SANTA MISSA
Quanto não se aflige a Igreja, por ver tantos filhos assistirem, sem piedade, ao santo Sacrifício! Ocupam-se os fiéis, não raras vezes, com o que se passa ao redor, porém, não do que se realiza no altar; observam quem entra e quem sai; oram somente com os lábios, sem que o coração tome parte. Eis seu proceder na presença de Deus três vezes santo! Perguntamos se lhes existe ainda uma faísca de fé na alma e se merecem o nome de católicos. Oh! quanto nos dói o coração à vista de tão culpada irreverência, no momento em que tudo nos convida à mais ardente piedade.
A Igreja católica impõe o respeito para a santa Missa, por estas palavras: "Reconhecer que os cristãos não podem cumprir obra mais santa, mais divina que este assombroso mistério é também reconhecer que não se pode pôr cuidados e diligência suficientes para desempenhá-lo com pureza de coração, com piedade e edificação (Concílio de Trento). Não é necessário, para isso, experimentar uma devoção sensível; basta a vontade firme de assistir atenta e respeitosamente.
A verdadeira piedade, com efeito, não consiste na doçura interior, mas no fiel serviço de Deus.
A piedade ou devoção consiste, segundo todos os mestres da vida espiritual, numa vontade pronta e generosa de fazer tudo quanto Deus quer, e sofrer corajosamente tudo quanto quer que soframos. As doçuras e as consolações sensíveis não são, pois, a devoção, mais um estímulo para a devoção que o Senhor concede conforme nossas necessidades e sua sabedoria. O espírito de fé está sempre ao nosso dispor e podemos, agindo segundo esta fé, servir a Deus com inteira fidelidade e ser do número dos justos que vivem da fé.
Se não tivesses desejo algum e não fizesses nenhum esforço para sair de tua indiferença, então somente, haveria culpa e te privarias de muitos méritos. A este respeito lembrar-te-emos das palavras de Nosso Senhor à Santa Gertrudes.
Esforçando-se, uma vez, em unir alguma intenção particular a cada nota e cada palavra de seu canto, e, sentindo que se achava, muitas vezes, impedida pela fraqueza de sua natureza, dizia no interior, com muita tristeza: "Ah que fruto posso tirar deste exercício visto que sou sujeita a tão grande mudança?". Nosso Senhor, porém, apresentou-lhe nas mãos o Sagrado Coração sob o emblema duma lâmpada ardente, dizendo: "Eis que exponho, aos olhos de tua alma, meu Coração caridoso que é o órgão da Santíssima Trindade, a fim de que lhe peças, com confiança, que faça em ti tudo o que não serias capaz de operar, e desta sorte, eu nada veja, aí, que não seja extremamente perfeito; pois, da mesma maneira que um servo está sempre prestes a executar as ordens de seu amo, assim meu Coração será sempre disposto, em qualquer hora, a reparar os efeitos de tua negligência" (Líber III, c. 25). Santa Gertrudes admirava, tremendo, o excesso da bondade do divino Salvador, julgou, porém, que seria inconveniente que o Coração adorável de seu Deus suprisse os defeitos de sua criatura. Mas o Senhor animou-a com esta comparação: "Não é verdade que, se tivesses uma bela voz e achasses extremo prazer em cantar, encontrando-te com uma pessoa que tivesse a voz tão áspera, tão desagradável e desafinada que sentisse muita pena em pronunciar e em formar os menores sons, acharias mal que, oferecendo-te para cantar, ela não to quisesse permitir? Assim, meu Coração divino, reconhecendo a inconstância e a fragilidade da natureza humana, deseja com ardor que o convides, senão por palavras, pelo menos por outro sinal, a operar e cumprir em ti o que não és capaz de operares e cumprires".
Oh que palavras de animação e conforto! Estás distraído à santa Missa? Desprovido de piedade? Vai a Jesus, dizendo-lhe: "Deploro amargamente estar tão distraído e rogo a vosso divino Coração que se digne suprir a minha negligência".
Para ajudar a tua boa vontade, indicar-te-emos também a maneira de te comportares na santa Missa. Primeiro, indo à igreja, considera aonde vais e o que vais fazer. Não subas ao templo como o fariseu e o publicano para orar somente, mas entras aí para "oferecer", segundo a palavra de David: "Senhor, sou vosso servo, oferecer-vos-ei uma hóstia de louvor e invocarei vosso santo nome" (Sl. 115).
Entras aí para prestar a Deus o culto mais perfeito, para apresentar a oferta que lhe é mais cara. "A audição da santa Missa, diz um escritor eclesiástico, não é somente uma oração, é um ato de adoração, é uma oferta, um sacrifício divino, visto que todos os assistentes bem dispostos unem-se à ação e às intenções do sacerdote". O mesmo autor explica então o sentido da palavra "sacrificar" e diz que a ação mais excelente, é praticar a mais alta virtude, porque, sacrificando, atestamos a soberania de Deus, seu direito de ser, infinitamente, honrado e glorificado; confessarmos, ao mesmo tempo, nossa dependência absoluta como criaturas, das quais pode dispor à vontade. É por isso que o Sacrifício é o ato de religião mais agradável ao Senhor, e o mais útil aos homens.
Penetrado destas verdades, chega ao pé do altar; formula aí a intenção de ouvir a santa Missa. Tens algumas orações particulares que fazer? Faze-as até a consagração. A elevação, não te ocupes senão com Nosso Senhor: adora-o, oferece-o a seu Pai eterno, expondo-lhe tuas necessidades. Há pessoas que têm escrúpulo de renunciar a suas orações quotidianas pelas da santa Missa. É um erro. Tuas orações quotidianas, comparadas com as da santa Missa, são tão inferiores como o cobre é inferior ao ouro. Além disso, estas orações podem fazer-se em outro tempo que não seja à hora da Missa, ao passo que não podes dizer as da Missa, tão utilmente, em outro tempo como quando o santo Sacrifício se efetua; e, se te acontecesse não achar um momento para desempenhar estas devoções particulares, esta omissão seria menos prejudicial que a primeira.
Logo que o sacerdote pronunciou, no momento solene, as palavras da consagração, o pão tornou-se o Corpo de Nosso Senhor. "O homem deve tremer, diz São Francisco de Sales, o mundo estremecer, o céu inteiro ficar arrebatado, quando, sobre o altar, o Filho de Deus se entrega nas mãos do sacerdote". Oh! admirável humildade, o Mestre de todas as coisas abaixa-se, para a salvação do homem, até ocultar-se sob as aparências do pão.
Mas, porque os nossos sentidos não percebem a presença do Senhor, não lhe prestamos atenção, e, entretanto, os demônios fogem espavoridos e os Anjos tremem diante de sua face. Assim disse Jesus Cristo a Santa Brígida: "Do mesmo modo que à palavra 'Sou eu!' meus inimigos caíram por terra, às palavras da consagração 'Isto é o meu Corpo!' os demônios fogem".
A semelhança dos Anjos e dos Santos, apliquemo-nos a glorificar o Senhor sobre o altar, e a participar de seu adorável Sacrifício. É excusado dizer que, no momento da elevação, devemos deixar toda outra oração, a fim de levantar os nossos olhos para o altar e adorar, humildemente, o Cordeiro de Deus, oferecendo-o ao Pai celestial. Estes exercícios de fé e caridade devem ocupar-nos todo o tempo, até que Jesus seja consumido pela Comunhão do sacerdote.
Infelizmente, grande número de fiéis não se conforma a nenhuma destas práticas. Continuam a receitar suas orações costumeiras, dedicando-se a uma espécie de devoção rotineira, como se Nosso Senhor não estivesse presente e não fosse preciso ocupar-se dEle. Caro leitor, não procedas mais assim; no momento da consagração, cai de joelhos como o sacerdote e, repleto de fé e amor, adora aquele que se mostra a teus olhos, sob as espécies de pão e de vinho.

XXIX. QUE DEVOÇÃO SE DEVE PRATICAR DURANTE A ELEVAÇÃO
Imediatamente depois da consagração, o sacerdote procede à elevação das santas espécies, cerimônia sublime, prescrita pela santa Igreja, para que o povo possa gozar e aproveitar, mais perfeitamente, da presença real do divino Salvador. É desta elevação e da devoção que, durante ela, se deve praticar, que queremos tratar neste capítulo.
Oh! que júbilo pra o céu! Que fonte de salvação para a terra! Que refrigério para as almas do purgatório! Que terror para o inferno! Nesta elevação, se oferece o dom mais precioso que possa ser apresentado ao Altíssimo! Sabes sob que forma a santa humanidade de Jesus é oferecida a seu Pai, pelas mãos do sacerdote? Esta humanidade que é a imagem, muito perfeita, da Santíssima Trindade, jóia única dos tesouros celestes e terrestres.
É oferecida debaixo de várias formas, porque entre as mãos do sacerdote, o Verbo encarna-se novamente, nasce de novo e sofre a Paixão; o suor de sangue, a flagelação, a coroação de espinhos, a crucificação, a morte... oh, que emoção para o coração do Pai eterno, durante esta elevação de seu Filho predileto!
Entretanto, o sacerdote não é o único a expor Jesus Cristo aos olhos de seu Pai, o próprio Salvador se expõe: "À elevação, vi Jesus Cristo apresentar-se a seu Pai e oferecer-se de uma maneira que ultrapassa toda a compreensão", refere Santa Gertrudes no seu "Livro das Revelações". Mas, se não podemos fazer idéia deste encontro do Pai com o Filho, a fé deve nos levar a uma oração muito mais fervorosa no momento em que se realiza".
São Boaventura convida o sacerdote e os fiéis a dizerem então, ao Pai celeste: "Vede, ó Pai eterno, vede vosso Filho, que o mundo inteiro não pode conter e tornou-se nosso prisioneiro. Não o deixaremos ir sem que nos tenhais concedido o que vos pedimos em seu nome: o perdão de nossos pecados, o aumento da graça, a riqueza das virtudes e alegria da vida eterna".
O sacerdote, ao mostrar a sagrada Hóstia, poderia ainda dizer ao povo: "Eis cristãos, vosso divino Salvador, vosso Redentor. Olhai-o com fé viva e derramai vossos corações diante dele em ardentes súplicas. Bem-aventurados os olhos que vêem o que contemplais! Bem-aventurados os que crêem, firmemente, na presença de Jesus Cristo, nesta santa Hóstia!" Se adoras assim, asseguras a salvação de tua alma, e poderás repetir com o patriarca Jacó: "Vi a Deus face a face, a minha alma foi salva" (Gen. 32, 30).
À elevação, todo o povo deve levantar os olhos para o altar e olhar, com piedade, o Santíssimo Sacramento. Jesus Cristo revelou a Santa Gertrudes quanto é útil à alma esta prática. "Cada vez, escreve ela, que olharmos para o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, oculto no Sacramento do Altar, aumentamos o grau de nosso mérito para o céu, o prazer, o gozo da vida eterna". Não te inclines, pois, tão profundamente à elevação que te seja impossível ver a sagrada Hóstia.
A santa Igreja também não o deseja; ela prescreve ao sacerdote levantar as santas espécies, alguns instantes, acima da cabeça, a fim de que o povo possa vê-las e adora-las. A eficácia deste olhar para o divino Salvador foi figurada no antigo Testamento: "Ao povo de Israel, que tinha murmurado contra o Senhor e contra Moisés, mandou o Senhor cobras, cujas mordedura queimavam como fogo. Muitos, tendo sido feridos, foram ter com Moisés, dizendo: "Pecamos; roga ao Senhor para que nos livre destas serpentes". Moisés fez uma serpente de bronze, colocou-a como sinal, e os que, sendo feridos, olhavam para ela, ficaram curados" (Num. 21, 8).
O santo Evangelho vê, neste fato, um símbolo tocante de Cristo, porque diz: "Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim o Filho do homem deve ser levantado sobre a cruz" (Jo. 3, 14). Se a imagem da serpente de bronze tinha a virtude de curar os israelitas e de preservá-los da morte, com maior de razão, a piedosa contemplação do próprio Jesus curará as almas feridas, aflitas e desanimadas.
A fim de tornar muito eficaz este olhar para o divino Salvador, faze atos de fé em sua presença real e no Sacrifício que ele oferece a seu Pai celeste, por nós, pobres pecadores. Estes atos de fé valer-te-ão uma insigne recompensa. "Bem-aventurados os que não viram e creram" (Jo. 20, 29). Estas palavras podem bem se aplicar àqueles que têm uma fé viva na presença real de Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento.
Tendo adorado a Santa Hóstia, faze dela oferta ao Rei celeste. Já expusemos a virtude deste ato; acrescentamos somente a seguinte palavra da Santa Gertrudes: "A oblação da sagrada Hóstia é a mais eficaz satisfação por nossas culpas". Com isso quer dizer que, pobres pecadores como somos, devemos concentrar todas as forças de nossa alma, para oferecer a Deus a Hóstia santa, a fim de obter-lhe o perdão e a misericórdia.
À elevação da santa Hóstia, sucede a do Cálice sagrado, cerimônia igualmente significativa. É então que o precioso Sangue corre, de maneira mística, sobre os circunstantes, como se vê das palavras do missal: "Isto é o Cálice de meu Sangue, do novo e eterno Testamento: mistério da fé que será derramado por vós e por muitos, para o perdão dos pecados". Neste momento, recebes a mesma graça como se estivesses, cheio de arrependimento, debaixo da Cruz no Calvário e o precioso Sangue te inundasse.
Deus disse, no Antigo Testamento, ao povo de Israel: "Imolai um cordeiro e marcai, com seu sangue, as portas e os portais; e o Anjo exterminador passará a porta de vossa casa, quando vir este sangue" (Ex. 12, 22). Se o sangue do cordeiro pascoal preservou os israelitas dos golpes do Anjo exterminador, mais poderosamente, o Sangue do Cordeiro sem mancha nos protegerá contra a raiva do anjo das trevas que, como um leão rugidor, anda em redor de nós, procurando a quem possa devorar.
Vejamos ainda o que devemos fazer depois da elevação do Cálice. Muitas pessoas têm o costume de rezar então cinco Padre-Nossos em honra das cinco chagas; excelente prática, porém muito mal colocada. Outros que se sobrecarregam de orações, continuam a fazê-las. Seria, infinitamente, melhor fazer o que faz o sacerdote; pois, o Sacrifício nos pertence tanto quanto a ele. Apesar das ofertas reiteradas antes da elevação, o sacerdote continua a oferecer depois. Nada aliás poderíamos fazer mais agradável a Deus. É por isso que o sacerdote diz, depois de ter posto o Cálice sobre o altar: Por esta razão, Senhor, nós, vossos servos, mas também vosso povo santo... oferecemos à vossa augusta Majestade de vossos dons e dádivas, a Hóstia pura, a Hóstia santa, a Hóstia imaculada, o Pão santo da vida eterna e o Cálice da salvação perpétua".
Sanchez diz destas palavras: "Em toda a Missa, o sacerdote não pronuncia palavras mais consoladoras; pois, nem ele nem o povo poderiam fazer cousa melhor do que oferecer a Deus o augusto Sacrifício". Compreende, portanto, como prejudicas a teus interesses, substituindo esta preciosa oferta por tuas pobres e tíbias orações.
Criaturas indigentes que somos, desprovidos de méritos e virtudes, como não nos apoderaríamos, avidamente, de imenso tesouro que podemos apresentar, como sucesso, ao Pai celestial? E este tesouro, Deus no-lo dá em cada Missa, e, com ele, nos entrega todas as suas riquezas, para que as empreguemos em saldar nossas dívidas. Oferece, pois, a santa Missa, oferece-a ainda, oferece-a sempre.
As pessoas que não sabem ler os excelentes métodos de oferecer o santo Sacrifício, contido nos formulários de orações, podem decorar a oração seguinte:
Meu Deus, eu vos ofereço esta Santa Missa; ofereço-vos vosso caro Filho, sua encarnação, seu nascimento, sua dolorosa paixão; ofereço-vos seu suor de sangue, sua flagelação, sua coroação de espinhos, sua via sacra, sua crucificação, sua morte, seu precioso Sangue. Ofereço-vos, para vossa maior glória e a salvação de minha alma, tudo quanto vosso caro Filho fez, padeceu, mereceu, e todos os Mistérios que ele renova nesta santa Missa.
Amém.

XXX. RESPEITO COM QUE SE DEVE ASSISTIR À SANTA MISSA
Diz o Concílio de Trento: "Se somos, forçosamente, obrigados a confessar que os fiéis não podem exercer obra mais Santa nem mais divina do que este Mistério terrível, no qual a Hóstia vivificadora, que nos reconciliou com Deus Pai, é, todos os dias, imolada pelos sacerdotes, parece bastante claro que devemos ter muito cuidado para fazer esta ação com grande pureza de coração e com a maior devoção exterior possível". Estas palavras dizem respeito tanto aos fiéis como ao celebrante.
O historiador Flávio Josefo relata que, no templo de Salomão, setecentos sacerdotes e levitas estavam ocupados, todos os dias, em imolar as vítimas, em purificá-las, em queimá-las sobre o altar, e que isto se fazia com profundo silêncio e perfeito respeito. Entretanto, estes sacrifícios eram somente símbolos do Sacrifício da Santa Missa. Com que fervor, com que silêncio e atenção devemos assistir, pois, ao sacrifício verdadeiro!
Os primeiros cristãos nos deram admiráveis exemplos a este respeito. Segundo o testemunho de S. João Crisóstomo, ao entrar na Igreja, beijavam, humildemente, o assoalho e guardavam, durante a Santa Missa, tal recolhimento que se julgava estar em lugar deserto. Era de observar o preceito da liturgia de S. Tiago: "Todos devem se conservar no silêncio, no temor, no medo e no esquecimento das coisas terrestres, quando o Rei dos reis, Nosso Senhor Jesus Cristo, vem imolar-se e dar-se em alimento aos fiéis". São Martinho conformou-se, exatamente, com esta recomendação. Nunca se sentava na igreja; de joelhos, ou em pé, orava com ar compenetrado de um santo assombro. Quando lhe perguntavam pela razão desta atitude, costumava dizer: "Como não temeria, visto que me acho em presença do Senhor?".
Como outrora a Moisés, Deus poderia ainda dizer-nos hoje: "Tirai os sapatos de vossos pés, porque o lugar onde estais é Santo". Mais santas ainda são as nossas igrejas sagradas, com tanta profusão de unções e orações, e santificações, cada dia, pela oblação do Santo Sacrifício. Caro leitor, David eleito de Deus, tremendo, aproximava-se da Arca da Aliança, e nós não tremeríamos, ao entrar na igreja, onde se acha o Santíssimo Sacramento? Não nos esqueçamos da severa advertência do Senhor: "Tremei diante de meu santuário" e da exclamação de Jacó: "Quanto é terrível este lugar! É, verdadeiramente, a casa de Deus e a porta dos céus" (Gen. 28, 17).
À vista disto, que pensar dos cristãos que se comportam, na igreja e durante a Santa Missa, como se estivessem na rua, ou em casa? Os Anjos adoram, tremendo e prostrados, a divina Majestade, e entre os assistentes há cristãos que lançam, aqui e acolá, olhares curiosos e provocadores; ocupam-se das pessoas presentes, pensam nos negócios do mundo, nas suas vaidades, falam sem pudor em coisas inúteis, talvez, más, semelhantes aos vendedores no templo que "faziam da casa de oração uma casa de ladrões". As nossas igrejas são mais que uma casa de oração: são a casa de Deus, habitada por Jesus Cristo, dia e noite.
Ora, se o próprio Jesus expulsou, a chicote, os profanadores do templo, como tratará estes cristãos audaciosos?
Dizes: "É mister responder a quem interroga". - Não é proibido responder a uma pergunta útil nem dizer uma palavra necessária; é proibido, conversar coisas inúteis, fazer observações sobre o próximo, saudar-se mutuamente, como se estivesse na rua, e outras coisas semelhantes que impedem seguir, atentamente, a Santa Missa. Jesus Cristo nos preveniu: "Os homens darão conta, no dia do Juízo, de toda palavra ociosa" (Mt. 12, 36). Ora, haverá palavras mais inúteis do que as proferidas durante o tremendo Mistério do Altar?
São Crisóstomo opina que os que falam e riem, durante a Santa Missa, merecem ser fulminados na Igreja. Com esta ameaça, o santo Doutor aponta também os que, por direito e dever, deveriam impedir as irreverências: os pais que não repreendem nem corrigem os filhos dissipados; os mestres e amos que não vigiam a atitude de seus alunos e criados.
Testemunhamos ainda nosso respeito, assistindo à Santa Missa, de joelhos. São Paulo nos convida, quando diz que, "ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e nos infernos" (Fl. 2, 10). Com mais razão ainda, devemos guardar esta atitude durante a presença real do divino Salvador, isto é, desde a elevação até a Comunhão. Muitas pessoas, homens sobretudo, têm o mau costume de ficar em pé durante toda Missa; apenas inclinam-se à consagração para levantar-se logo depois, como se Jesus não estivesse presente. Quem não puder permanecer de joelhos durante toda a Missa, poderia ficar em pé até o momento da consagração e depois da Comunhão. A presença real de Nosso Senhor torna também inconveniente o costume de muitas pessoas de sentarem-se, sem motivo de força maior, imediatamente depois da elevação. Se estivessem na presença dos grandes da terra, em alguma reunião mundana, a força não lhes faltaria, mesmo para tomar atitudes muito mais penosas do que a de estar de joelhos!
A piedosa imperatriz Leonor, esposa de Leopoldo I, assistia sempre, de joelhos, à Santa Missa. Quando lhe aconselhavam poupar a saúde e servir-se duma cadeira de braços, dizia: "Todos se inclinam diante de mim, pobre pecadora, ninguém de minha corte ousaria sentar-se em minha presença, e teria eu a coragem de faze-lo em presença de meu Deus e Criador?"
Aconselharíamos, de boa vontade, às mães, que não trouxessem à Missa os pequenitos que, com os choros, poderiam perturbar o silêncio e incomodar o sacerdote no altar: quanto aos que estão bastante crescidos para aí ficarem quietos, é muito bom conduzí-los.
Terminando, reprovamos ainda outro deplorável abuso: o das senhoras e moças que vão à Missa vestidas à última moda, às vezes bastante indecente para lugar tão santo. Estas pessoas não medem a imensa dívida que contraem para com Deus. Jesus Cristo, do alto da cruz, parece dizer-lhes: "Vê, minha filha, estou atado a este lenho, inundado de sangue, coberto de chagas, para pagar o escândalo de teus trajos inconvenientes. Tu, por ironia cruel, apareces aqui ostentando a elegância; não te envergonhas de mostrar-te a meus fiéis? Toma cuidado para que teu luxo e tua vaidade não te lancem ao fogo do inferno!"
A garridice, o luxo é como um archote que acende desejos ilícitos até no coração dos justos; que fogo não acenderá nos levianos e impuros! As pessoas adornadas com tanto cuidado são sempre perigosas: desviam do altar a atenção dos homens e são a causa de distrações e pensamentos criminosos. Quem prepara o veneno comete um pecado mortal, mesmo que não o tome aquele a quem é destinado; o mesmo acontece com estas pessoas: pecam pelo único fato de expor os outros à tentação. Sua falta é ainda mais escandalosa, quando assim se apresentam na Santa Missa. Como responderão por suas vítimas no dia do Juízo? Acrescenta a isso que são uma ocasião de pecado para outras senhoras, a quem servem de figurinos de imitação.
Terminamos, caro leitor, com uma súplica: [...] lê e relê com atenção. Teu amor para o divino Sacrifício e a Santa Comunhão crescerão, porque, de mais a mais, compreenderás a excelência da Santa Missa, e o tesouro imenso que lucras, assistindo a ela fielmente. Será, porém, na hora da morte, principalmente, que experimentarás quanto o Senhor é bom para os que honram os sagrados Mistérios do Altar, ao passo que os indiferentes e tíbios meditarão, num amargo, mas inútil arrependimento, o prejuízo que fizeram a seus interesses eternos.
Rogamos a Deus que, por Nosso Senhor Jesus Cristo, seu Filho único, e pela virtude do Espírito Santo, esclareça a inteligência e fortifique a vontade dos que lerão estas linhas, a fim de que aproveitem para sua alma e nos façam participar de suas orações, no Santo Sacrifício.



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