CARTA DE UM PÁROCO A SEUS PAROQUIANOS.
UM PÁROCO DA DIOCESE DE
FONTANARADINA DI SESSA AURUNCA, NA PROVINCIA DI CASERTA, ITÁLIA - DECIDIU NÃO
CELEBRAR MAIS A MISSA NOVA SEGUNDO O MISSAL DO PAPA PAULO VI - O NOVUS ORDO.
Depois de
ter experimentado por anos a pobreza do Novus Ordo Missae e de ter assistido às
miríades de ofensas que tantos padres cometem a cada dia contra Nosso Senhor no
curso da Missa (mesmo involuntariamente), ele se deu por conta de que a crise
que a Santa Igreja atravessa há anos é devido essencialmente ao abandono da sua
milenar liturgia.
Depois de
uma profunda e sofrida reflexão, ele decidiu por retornar ao uso dos livros
litúrgicos em vigor até 1962,
valendo-se do indulto perpétuo concedido pelo Papa São Pio V com a
Bulla Quo primum tempore,plenamente consciente dos
enormes problemas com os quais teria que se confrontar: por amor a Cristo, pela Santa Igreja e por
amor à alma de seus paroquianos. Para fazer com que todos
compreendessem o verdadeiro significado de sua decisão, ele endereçou aos seus
paroquianos três cartas, quase
que um verdadeiro compêndio das suas sofridas reflexões.
Estas
duas últimas, ele fez questão de participar ao seu Bispo, recebendo em troca
incompreensões e repreensões disciplinares e então pensou em submeter a sua
decisão ao Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o Cardeal Ratzinger,
de quem recebeu compreensão e apoio espiritual.
O seu
caso ainda está à espera de uma solução satisfatória, e ele, depois de um período
de afastamento, está de volta à sua paróquia. A nossa esperança é que o Padre Louis se torne um exemplo pra muitos
sacerdotes que, embora compartilhando de suas reflexões,
consideram impossível assumirem posições corajosas. Cremos não exagerar quando
afirmamos que amadureceu o tempo para que ocorra um retorno a verdadeira teologia do santo
sacrifício da missa como sempre foi celebrado, mesmo já passado
mais de 40 anos do concílio vaticano II. Período esse semelhante a aquele que o
povo hebreu caminhou no deserto rumo a terra prometida.
As cartas do Pe. Demornex foram distribuídas na
Diocese de Sessa Aurunca.
Sua Em.za
Rev.ma Card. Joseph Ratzinger
Prefetto della Congregazione per la Dottrina della Fede
00120 Cittàà del Vaticano - tel. 06/69.88.32.96.
Sua Em.za
Rev.ma Card. Darìo Castrillòòn Hoyos
Prefetto della Congregazione per il Clero
Piazza della Città Leonina, 1 - 00193 Roma - Tel. 06/68.30.70.88
Sua
Ecc.za Rev.ma Mons. Antonio Napoletano
Vescovo di Sessa Aurunca
Piazza Duomo, 2 - 81037 Sessa Aurunca (CE) - tel. 0823/93.71.67
Rev.
Padre Louis Demornex,
81037 Fontanaradina di Sessa Aurunca (CE)
tel. 0823/70.51.13
PRIMEIRA CARTA
Por que retornar à Missa de São Pio V?
Do Rev. Padre Louis Demornex a seus paroquianos.
O motivo
determinante é a questão dos Fragmentos consagrados que estão sendo profanados
de todos os modos possíveis:
1 - Na distribuição da comunhão:
- Sem
a patena, os Fragmentos caem pelo corpo do comungante ou pelo chão e são
pisados, varridos e dispersos;
- Dada a Hóstia na mão, restam Fragmentos grudados na mão do
Comungante (Por quê até 1989 era sacrilégio tocar o Santíssimo e hoje isso
virou ato de devoção? Onde está a verdade?);
- Nem sequer falamos do modo com que certas pessoas guardam a
Partícula ou a levam embora com as mais diversas intenções.
2 - Depois da Comunhão, o Sacerdote:
- não purifica mais as mãos e nem se lava, mas simplesmente joga
fora a água;
- grande desleixo no modo de purificar a patena ou a pisside com o
purificatório, pelo qual os Fragmentos acabam ficando grudados no tecido e
dispersos.
Tudo isso
nos faz pensar numa mulher que joga o fruto da sua concepção na lata do lixo.
3- Ora todos esses modos de agir há algum tempo
atrás eram considerados sacrílegos. E por que não são mais?
- Ou não
crêem mais que cada Fragmento seja Jesus Cristo inteiro e portanto são
heréticos.
- Ou
crêem e são sacrílegos.
Nós
Católicos cremos na "transubstanciação", termo
que significa a mudança de uma substância para uma outra. Por exemplo, se o
chumbo se tornasse ouro, mudaria sua substancia para aquela do ouro, de Pb se
tornaria Au, até mesmo no nível do átomo que é a menor partícula, infinitamente
pequena. Todos compreendem que um miligrama de ouro ou um quintal de ouro é sempre
ouro.
O mesmo se dá com a Santa Missa: da substância do pão se
passa para a substância do Corpo
do Senhor e a ciência nos ajuda a compreender exatamente que tal
passagem ocorre até mesmo a nível do"infinitamente
pequeno". Esta é a fé de sempre mantida pela Igreja
Católica, Dogma de fé que
jamais poderá ser mudado já que o Dogma é a eterna Verdade revelada.
E então como é possível justificar novidades tão
negativas? De
onde saiu um modo de agir tão irreverente, senão de um rito que leva a este
triste êxito? Eis por que eu tive que tomar distância de um rito que de
tantos modos profana o Santíssimo (comunhão na mão, tabernáculos
removidos e esquecidos, Eucaristia na mão de "ministros
extraordinários", quer seja homens ou mulheres, Missas inventadas, inculturadas
etc.).
É absolutamente impossível seguir tal anarquia e
pretender espelhar a fé Católica constante. Portanto tudo isso me obriga a tomar uma decisão: rechaçar
todas essas novidades, por amor à Verdade, à Eucaristia, à Igreja e às vossas
almas que têm direito à salvação por meio da graça.
Vocês me
perguntarão porque demorei tanto a chegar a estas conclusões. Pois bem, eu
busquei comunicar a fé católica através desses novos ritos, eu busquei rezar a
Missa voltado para o povo por dois anos na esperança de exprimir também assim a
fé Católica.
Mas
a Missa voltado para o povo se torna obrigatoriamente oferta ao povo, na sua
língua, com os seus cânticos. Torna-se um banquete, um convívio de festa,
de fraternidade, uma reunião calorosa, dinâmica, participativa, alegre, enfim
uma coisa da terra. Eu assisti certos ritos assim alegres e festivos
que verdadeiramente, ainda que tivessem uma aparência simpática, faziam com que fosse impossível ver ali o Sacrifício do
Calvário renovado na sua tremenda dramaticidade.
Temos então que nos confrontar com duas realidades
totalmente diversas:
A - A Missa oficial atual;
que se assemelha a um banquete, a uma comunhão fraterna entre os presentes para
rezarem juntos celebrando a memória da última ceia de Jesus com os seus
discípulos, pela qual Jesus está presente espiritualmente em meio aos fiéis
(cf. art. 7 do missal romano). Sendo este rito dirigido aos fiéis, é lógico que
deve ser dito em alta voz, em uma língua compreensível (até mesmo dialetos),
freqüentemente inventado ou improvisado, variando segundo o lugar, hora,
estação, idade dos presentes, a sua classe. Sem falar da música!
Mas vocês
estão seguros de que em todas essas variações, caprichos, evoluções,
improvisações, fantasias está
sendo sempre expresso integralmente o dogma, a Verdade Católica?
Vocês
estão seguros de atingirem a
plenitude da graça que provém do rito perfeito definido pela Igreja por ocasião
do Concílio de Trento?
Desta
anarquia, desordem, criatividade, confusão litúrgica surge obrigatoriamente a
confusão espiritual do povo cristão que criou uma religião do comodismo:
entrar numa igreja com vestes indecentes, bater papo sem nenhum constrangimento
diante do Santíssimo, sem nem mesmo uma pequena genuflexão, uma saudação,
simplesmente como se não existisse. E sobretudo pegar a Hóstia com a mão
como se fosse um pedaço de pão ordinário, sem o menor cuidado com os
Fragmentos, sem a Confissão prévia, fazer de tudo durante a Comunhão sem
nenhuma disciplina moral ou espiritual, freqüentemente em estado de pecado
mortal, o qual, por outro lado já dizem que não existe mais.
Quantas surpresas diante do tribunal de Deus !
Realmente é de causar tremor!
Por outro
lado, o fato de que o rito dessa Missa seja praticado até mesmo por
protestantes de tendência anglicano-calvinista (altar voltado para o povo) demonstra
que ela não exprime mais o dogma Católico.
Vejam o
que disse Lutero sobre a Missa Católica: «Afirmo que todos os homicídios, os furtos, os
adultérios são ainda menos piores do que esta abominável Missa (Sermão do 1E°
domingo de Advento). Quando a Missa for derrubada, penso que teremos derrubado
o inteiro papado. (Tratado contra Henricum)».
Na sua carta ao Santo Padre Paulo VI, o cardeal
Ottaviani, Prefeito do Santo Ofício (não um analfabeto qualquer, portanto, uma pessoa
em posto de responsabilidade) disse a propósito da nova Missa: «O Novus Ordo Missae representa, seja no seu
todo como nos particulares, um impressionante afastamentoda teologia da
Santa Missa, tal qual ela foi formulada na sessão XXII do Concilio
Tridentino», e anexou a essa carta um breve exame critico o qual até
hoje não recebeu resposta.
B - A Missa Católica, que é a renovação não cruenta do único
sacrifício do Calvário, onde Jesus, por meio de si mesmo como Sacerdote, se
oferece a Deus Pai para obter o perdão dos pecados dos vivos e dos mortos, é o
mistério terrível desta Vítima divina e eterna que renova a expressão máxima de
sua compaixão pela humanidade arruinada, corrupta, atraída mais para o mal do
que para o bem, excluída do Paraíso, presa à própria malícia e ao demônio.
A Missa católica é portanto súplica, a oferta do Redentor que se faz
pecado para lavar no seu Sangue os nossos pecados.
Esta Missa deve ser seguida com respeito, profundo silêncio, contemplação
devota, participação comovida do coração que contempla e se une à ação do seu
Redentor que ali se apresenta, feito pecado, ao justo Juiz que sobre tudo faz
um exame exato, e intercede a nosso favor para que sejamos perdoados.
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