« Por outro lado, ainda que a própria cidade de Roma, e as outras Províncias do Estado Pontifício, tenham sido restituídas, por misericórdia de Deus, ao nosso governo civil, com as armas das Nações Católicas, não obstante tenha cessado o tumulto das guerras noutras regiões de Itália, todavia aqueles malvados inimigos de Deus e dos homens não desistiram nem desistem dos seus ímpios propósitos, perseguindo senão com aberta violência, ao menos com outros meios enganosos, e não sempre ocultos. (…)
Entre os numerosos enganos com que os mencionados inimigos da Igreja recorrem com frequência, para dissuadir os ânimos dos Italianos da Fé Católica, está o facto de que não se envergonham também de afirmar, e de vociferar por toda a parte, que a religião católica se opõe à glória, à grandeza, à prosperidade do povo Italiano; e que por isso é necessário introduzir, acolher e difundir, em lugar daquela, as opiniões e proposições dos protestantes, para que a Itália possa reconquistar o primitivo esplendor dos tempos antigos, OU SEJA – DO PAGANISMO.
Claramente, nessa sua invenção, não se saberia fàcilmente julgar, se é mais detestável a malícia DE UMA LOUCA IMPIEDADE, OU A IMPUDÊNCIA DE UMA MENTIROSA DESONESTIDADE.
Mas para que essas tentativas caiam no vazio, é preciso fazer com que o povo – pouco preparado no que diz respeito à Doutrina Cristã e à Lei do Senhor, e bestializado pela contínua licensiosidade dos vícios propagados por muitos – conheça as insídias e a iniquidade dos erros propostos. Da vossa paternal solicitude, veneráveis irmãos, pedimos insistentemente que actuem ininterruptamente todas as vossas iniciativas, de modo que os fiéis a vós confiados sejam diligentemente instruídos sobre os santíssimos Dogmas e preceitos da nossa religião, segundo as capacidades de cada um, sendo também advertidos e encorajados de todas as formas a conformar a vida e os costumes em consonância com eles. Inflamado nesse sentido o zelo dos eclesiásticos – sobretudo daqueles aos quais é confiado o cuidado das almas – para que meditando sèriamente sobre o mistério que receberam no Senhor, e tendo presentes as prescrições do Concílio de Trento, dediquem-se à instrução do povo cristão, com cada vez mais tenacidade, como requer a condição dos tempos, e procurem fazer penetrar no coração de todos as Sagradas Palavras, e as máximas de Salvação, indicando-lhes com discursos breves e fáceis, os vícios dos quais devem fugir, e as virtudes que devem praticar, para escaparem à pena Eterna, e conseguirem a Glória Celeste.»
Na Filosofia Tomista, é o princípio da forma que qualifica e confere sentido ao princípio da matéria; a forma encerra qualitativamente a definição e a força inteligível da ideia, transcende o tempo e o espaço; a matéria como que quantifica essa qualidade inteligível, concorrendo para expressar, no espaço, no tempo, e na História, todas as virtualidades representadas por essa forma, e pela ideia que ela representa; a matéria não possui acto próprio, portanto não pode ser criada separadamente da forma. Na realidade Deus Nosso Senhor cria as substâncias; incluindo, na geração humana, a criação do composto alma-corpo, sendo a matéria facultada pelos pais como que recriada na sua forma substancial e espiritual. Os santos Anjos constituem formas puras, transparências totalmente inteligíveis e inteligentes, essencialmente acima do espaço e do tempo, sem qualquer princípio material; cada Anjo constitui assim uma espécie, concentrando ontològicamente todas as perfeições a ela inerentes.
Por analogia, os conceitos fundamentais de matéria e forma, foram ampliados a toda a vastidão do real, tornando-se caracterizadamente operativos e funcionais. Por exemplo: Em Teologia Moral, afirma o Tomismo, que a forma reside na intenção fundamental do sujeito, sendo a matéria a acção na sua materialidade concreta; mas acrescenta – refutando o (mau) filósofo e teólogo Pedro Abelardo (1079-1142) – que não é qualquer forma que pode qualificar qualquer matéria; nem é qualquer matéria que pode ser ilustrada por qualquer forma. Efectivamente, existe uma relação e uma proporção transcendental moral entre o mundo das intenções, naturais e Sobrenaturais, e o mundo das acções práticas, fundamentada na unidade da Criação, o que oblitera, logo à partida, a chamada “ética de situação”.
Os modernistas, os maiores inimigos da Igreja, procuraram imitar certas estratégias, já vitoriosas na dita enciclopédia francesa do século XVIII, as quais afirmando MATERIALMENTE o bem, conseguem depois qualificá-lo FORMALMENTE com o mal, aniquilando-o. Essa técnica de só afirmar o bem para fazer passar o mal, deve muito aos processos subliminais manipuladores de consciência, muito desenvolvidos nos últimos dois séculos. Porque, não duvidemos, PARA UM HOMEM VERDADEIRAMENTE CATÓLICO, NÃO PODE HAVER MAIS DO QUE UMA SÓ VERDADE, PELA QUAL ELE NÃO HESITARÁ EM MORRER, SE NECESSÁRIO.
Efectivamente, sòmente a Lei Eterna, Natural e Sobrenatural, pode ilustrar, a conduta dos homens singularmente considerados, o governo das famílias e dos grupos, bem como a orientação política das sociedades, no plano nacional e na vida internacional. Como podem os estadistas solicitar, e até impor, sacrifícios aos cidadãos, em nome de uma qualquer opinião partidária, se ulteriormente, em nome de outra opinião partidária, ao inverter-se o rumo político, tais sacrifícios são considerados completamente inúteis? Para quê viver, então?
Quantos soldados portugueses, que se sacrificaram pelo Império Civilizacional Português, foram depois traídos, pelo próprio governo revolucionário; e se as forças armadas Portuguesas não tivessem reagido a tempo, seriam esses mesmos ex-combatentes a serem apontados, eles mesmos, como traidores.
Sòmente a Lei Eterna, Princípio de Ordem, Incriado, de toda a natureza, criada ou possível; só a Verdade Divina no Seu resplendor Infinito, pode facultar a segurança, Metafísica e Teológica, quer da cognição, quer da operação. Nós não possuímos em nós mesmos a razão da nossa existência; nós não somos o nosso ser; Deus Nosso Senhor É o Seu Ser; o ente contingente mais perfeito, o Anjo, NÃO É O SEU SER; então tem que possuir, objectivamente, fora de si mesmo, a RAZÃO METAFÍSICA E TEOLÓGICA DO SEU SER, BEM COMO DO SEU CONHECER E DO SEU OPERAR.
ORA O LIBERALISMO DESTRÓI TUDO ISTO! POIS ROUBA AO ENTE CONTINGENTE A RAZÃO ABSOLUTA DO SEU SER, DO SEU CONHECER E DO SEU OPERAR!
A Doutrina Católica, como Doutrina de Verdade, não suporta, NÃO PODE SUPORTAR, QUE UMA FORMA RELATIVIZANTE LHE DESTRUA A ESSÊNCIA DO CONTEÚDO DOGMÁTICO, MORAL E FILOSÓFICO. Porque o que precisamente acontece no modernismo, é que subliminalmente, é introduzida uma forma liberal, a qual apoderando-se do conteúdo dogmático, TOTALITÀRIAMENTE OBRIGATÓRIO, O OBLITERA, METAFÌSICAMENTE, ENQUANTO DOGMÁTICO, DISSOLVENDO E ANIQUILANDO O SEU CARÁCTER ABSOLUTO, A SUA IDENTIDADE INTRÍNSECA, DEIXANDO APENAS SUBSISTIR AS APARÊNCIAS FENOMÉNICAS, AS QUAIS NÃO CONFIGURAM SENÃO OS TÓPICOS DE UM CONTO DE FADAS. Portanto o liberalismo não procede senão como um assassino que transforma uma ente vivo e espiritual em despojos de cadáver; e esse mesmo cadáver, já putrefacto é A SEITA CONCILIAR! E a Fraternidade QUE FOI DE SÃO PIO X, proclama oficialmente que esse CADÁVER é a Santa Madre Igreja, na plena pujança da sua actividade. Haverá maior aberração?
Todavia, também aqui, existe uma terrível armadilha. Permanecendo os chefes da dita Fraternidade ao serviço da maçonaria internacional, resolveram, eles mesmos, aplicar a receita revolucionária do Vaticano 2; mas como? Continuaram afirmando MATERIALMENTE a Doutrina Tradicional, mas GARANTINDO QUE OS PAPAS CONCILIARES SÃO VERDADEIROS, E QUE A HIERARQUIA APÓSTATA É A VERDADEIRA SANTA MADRE IGREJA. Aqui, observamos um sujeito materialmente verdadeiro, MAS QUE É LOGO PLENAMENTE DESAUTORIZADO E ANIQUILADO POR UM ENQUADRAMENTO FORMAL CONTRADITÓRIO COM O PRÓPRIO CONTEÚDO, INOCULADO COM UMA ESTRATÉGIA TENDENCIALMENTE SUBLIMINAL. E está dando resultado, pois notam-se na dita Fraternidade os sintomas de próxima dissolução. Aí está como os pretensos anti-liberais conseguem ser os mais eficazmente apóstatas. No entanto, existem ainda, oprimidas e violentadas, energias eclesiásticas muito válidas no seio da dita Fraternidade.
Quanto mais elevada for a magnitude da asserção materialmente verdadeira, em princípio, mais vigoroso, e mais subliminal, será o enquadramento obliterador e aniquilante – CONSEQUENTEMENTE O RESULTADO SERÁ O MAIS POSSÍVEL APAVORANTE; alguém duvida? Então contemple a chaga monstruosa da pederastia que se dissemina pelo cadáver em decomposição da seita conciliar. E a razão profunda reside no adágio escolástico: Corruptio optimi – pessima!
O liberalismo corrompe, corrompe sempre e continuadamente, concorre para o apodrecimento das realidades mais nobres, e pior ainda, porque ao proceder de modo tendencialmente subliminal, obtém que as almas mal se apercebam da própria corrupção.
Assim como São Francisco de Borja só começou a levar realmente a sério a sua religião perante o cadáver putrefacto da Imperatriz Isabel, esperemos que a horrível decomposição da cadáver conciliar, operada pelo liberalismo, estimule alguns cardeais a tomarem a atitude que se impõe. Por apóstatas que sejam, se por Graça de Deus se converterem, a Igreja Eterna supre-lhes a Jurisdição.
“Ah! como à hora da morte, as coisas a que damos tanta importância são reduzidas a nada”; dizia Joana Beretta Molla (1922-1962), médica e mãe mártir da interrupção da gravidez, dita terapêutica, que por Graça de Deus, recusou.
Santa Maria Goretti, mártir da pureza, que obteve de Deus a conversão do seu assassino, nunca amou tanto a Deus Nosso Senhor como no leito de morte, depois de esfaqueada. TODOS OS SANTOS, O FORAM, ESSENCIALMENTE, CONTRA O LIBERALISMO, QUE DESTRÓI A DISTINÇÃO OBJECTIVA, ETERNA E IMUTÁVEL, ENTRE O BEM E O MAL, ANULANDO QUALQUER RAZÃO PARA VIVER; E todos eles, no Céu, amaldiçoam o lodaçal infernal da seita anti-Cristo, negação absoluta da santidade, e conspurcação máxima da História Universal.
FONTE: Pro Roma Mariana - https://promariana.wordpress.com/2015/06/18/o-liberalismo-como-forma-aniquilante/
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